Pub Date : 2022-05-31DOI: 10.34019/2318-101x.2022.v17.33926
Gustavo Paccelli
Um dos principais objetos de preocupação das ciências sociais é a compreensão dos fenômenos que envolvem a relação entre agência e estrutura. Da Sociologia à Antropologia a preocupação teórica sempre se desenvolveu em dar contribuições em torno da questão da construção da ação e seus desdobramentos. O presente artigo, neste sentido, pretende dar conta da interpretação sociológica a respeito das diversas formas que veio a tomar a relação entre indivíduo e sociedade em uma tradição específica do pensamento social. Perpassando por teorias como a de Durkheim, Gabriel Tarde, Marcell Mauss, Levi-Strauss, Pierre Bourdieu, Bruno Latour e Tim Ingold, a tentativa se demonstra a apresentar as contribuições teóricas desses autores para a compreensão da relação entre indivíduo e sociedade. Sabemos que tal relação não se esgota em tais teorias. Entretanto, tal escolha se demonstra profícua devido ao debate entre eles em uma escola específica do pensamento social.
{"title":"Impasses e contribuições do debate entre agência e estrutura em um conjunto específico de autores do pensamento social","authors":"Gustavo Paccelli","doi":"10.34019/2318-101x.2022.v17.33926","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2022.v17.33926","url":null,"abstract":"Um dos principais objetos de preocupação das ciências sociais é a compreensão dos fenômenos que envolvem a relação entre agência e estrutura. Da Sociologia à Antropologia a preocupação teórica sempre se desenvolveu em dar contribuições em torno da questão da construção da ação e seus desdobramentos. O presente artigo, neste sentido, pretende dar conta da interpretação sociológica a respeito das diversas formas que veio a tomar a relação entre indivíduo e sociedade em uma tradição específica do pensamento social. Perpassando por teorias como a de Durkheim, Gabriel Tarde, Marcell Mauss, Levi-Strauss, Pierre Bourdieu, Bruno Latour e Tim Ingold, a tentativa se demonstra a apresentar as contribuições teóricas desses autores para a compreensão da relação entre indivíduo e sociedade. Sabemos que tal relação não se esgota em tais teorias. Entretanto, tal escolha se demonstra profícua devido ao debate entre eles em uma escola específica do pensamento social.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42134663","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-05-31DOI: 10.34019/2318-101x.2022.v17.36028
Matheus Guimarães de Barros
O presente artigo discute o significado de uma tributação justa na obra de Thomas Piketty e o seu papel na construção pikettyana de um socialismo participativo para o século XXI. A partir de pesquisa bibliográfica, buscamos contrapor esse sistema tributário ideal proposto pelo economista francês, baseado num modelo progressivo, com a realidade da tributação no Brasil, um país historicamente marcado por profundas desigualdades sociais e pela concentração de riqueza. Verificamos que, apesar dos propósitos políticos fundamentais da Constituição Federal de 1988, que primam por um Estado Democrático de Direito e por uma sociedade justa e igualitária, o sistema tributário brasileiro assenta-se num modelo regressivo cujo funcionamento penaliza os contribuintes mais pobres. Desse modo, entendemos o sistema tributário do Brasil como o avesso do sistema tributário democrático idealizado por Piketty, assim como concluímos que o país carece de ideologias igualitárias fortes o suficiente para resistirem à sacralização neoliberal da propriedade privada e para impulsionarem uma verdadeira reforma tributária pautada na justiça fiscal.
{"title":"tributação (in)justa:","authors":"Matheus Guimarães de Barros","doi":"10.34019/2318-101x.2022.v17.36028","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2022.v17.36028","url":null,"abstract":"O presente artigo discute o significado de uma tributação justa na obra de Thomas Piketty e o seu papel na construção pikettyana de um socialismo participativo para o século XXI. A partir de pesquisa bibliográfica, buscamos contrapor esse sistema tributário ideal proposto pelo economista francês, baseado num modelo progressivo, com a realidade da tributação no Brasil, um país historicamente marcado por profundas desigualdades sociais e pela concentração de riqueza. Verificamos que, apesar dos propósitos políticos fundamentais da Constituição Federal de 1988, que primam por um Estado Democrático de Direito e por uma sociedade justa e igualitária, o sistema tributário brasileiro assenta-se num modelo regressivo cujo funcionamento penaliza os contribuintes mais pobres. Desse modo, entendemos o sistema tributário do Brasil como o avesso do sistema tributário democrático idealizado por Piketty, assim como concluímos que o país carece de ideologias igualitárias fortes o suficiente para resistirem à sacralização neoliberal da propriedade privada e para impulsionarem uma verdadeira reforma tributária pautada na justiça fiscal.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48335724","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-05-31DOI: 10.34019/2318-101x.2022.v17.34434
Júlia Vilela Garcia
A maternagem foi historicamente atribuída ao gênero feminino. O zelo, a dedicação e a abdicação de si em prol do bom desenvolvimento da criança tornaram-se características intrínsecas ao ideal de “boa mãe”, afetando mais intensamente mães de crianças com deficiências que, muitas vezes, dependem de cuidado integral. Neste artigo busco analisar, à luz de uma maternagem específica – a de “mães de micro”, cujas crianças nasceram com a Síndrome Congênita do Vírus Zika em Recife/PE – os impactos de ser uma “boa mãe” na vida e na saúde dessas mulheres, bem como as consequências desse cuidado integral ao longo da epidemia de Zika e com a chegada da pandemia de Covid-19. A partir de dados provenientes do trabalho de campo etnográfico junto a essas mulheres foram constatadas narrativas de cansaço, solidão e sofrimento psíquico, as quais foram intensificadas no contexto atual devido à suspensão das atividades de reabilitação de seus filhos e ao confinamento e sobrecarga doméstica. Se essas mulheres já eram mães e cuidadoras em tempo integral, agora elas também se tornaram terapeutas de suas crianças, abdicando ainda mais de suas redes de apoio, sujeitando-se a uma maternagem ainda mais exigente, solitária e desgastante.
{"title":"\"No dia em que eu caí ninguém entendeu, porque eu era guerreira\":","authors":"Júlia Vilela Garcia","doi":"10.34019/2318-101x.2022.v17.34434","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2022.v17.34434","url":null,"abstract":"A maternagem foi historicamente atribuída ao gênero feminino. O zelo, a dedicação e a abdicação de si em prol do bom desenvolvimento da criança tornaram-se características intrínsecas ao ideal de “boa mãe”, afetando mais intensamente mães de crianças com deficiências que, muitas vezes, dependem de cuidado integral. Neste artigo busco analisar, à luz de uma maternagem específica – a de “mães de micro”, cujas crianças nasceram com a Síndrome Congênita do Vírus Zika em Recife/PE – os impactos de ser uma “boa mãe” na vida e na saúde dessas mulheres, bem como as consequências desse cuidado integral ao longo da epidemia de Zika e com a chegada da pandemia de Covid-19. A partir de dados provenientes do trabalho de campo etnográfico junto a essas mulheres foram constatadas narrativas de cansaço, solidão e sofrimento psíquico, as quais foram intensificadas no contexto atual devido à suspensão das atividades de reabilitação de seus filhos e ao confinamento e sobrecarga doméstica. Se essas mulheres já eram mães e cuidadoras em tempo integral, agora elas também se tornaram terapeutas de suas crianças, abdicando ainda mais de suas redes de apoio, sujeitando-se a uma maternagem ainda mais exigente, solitária e desgastante.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45402525","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-05-31DOI: 10.34019/2318-101x.2022.v17.34735
Lucas Gonzaga do Nascimento, Anna Paula Uziel
O artigo discute como a pandemia do coronavírus afetou o sistema prisional brasileiro, intensificando as violações de direitos sobre a população prisional e tornando mais difíceis as articulações e formas de resistência empreendidas por movimentos antiprisionais e familiares de pessoas presas. A metodologia utilizada é a pesquisa bibliográfica e documental. Dentre as violências da instituição prisional citadas no artigo, estão: dificuldades de comunicação entre a população prisional e suas famílias; falta de condições básicas de sobrevivência nos cárceres, incluindo alimentação e água; problemas no atendimento médico durante a pandemia; subnotificação de casos de COVID-19 na população carcerária; tentativa de implementação das audiências de custódia virtuais; redução das pessoas presas que poderiam cumprir prisão domiciliar, de acordo com a resolução número 62/2020 do Conselho Nacional de Justiça. O texto também evidencia algumas das formas de resistência de movimentos sociais e de familiares de pessoas presas contra as violências perpetradas pelo cárcere. Nessas articulações, dinâmicas de gênero podem ser observadas a partir da predominância de mulheres em tais movimentos. Há também uma extensão dos processos de criminalização e estigmatização às famílias da população carcerária. Por último, o texto aborda as dificuldades de atuação destes movimentos desde o início da pandemia do coronavírus.
{"title":"Prisão e(m) pandemia:","authors":"Lucas Gonzaga do Nascimento, Anna Paula Uziel","doi":"10.34019/2318-101x.2022.v17.34735","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2022.v17.34735","url":null,"abstract":"O artigo discute como a pandemia do coronavírus afetou o sistema prisional brasileiro, intensificando as violações de direitos sobre a população prisional e tornando mais difíceis as articulações e formas de resistência empreendidas por movimentos antiprisionais e familiares de pessoas presas. A metodologia utilizada é a pesquisa bibliográfica e documental. Dentre as violências da instituição prisional citadas no artigo, estão: dificuldades de comunicação entre a população prisional e suas famílias; falta de condições básicas de sobrevivência nos cárceres, incluindo alimentação e água; problemas no atendimento médico durante a pandemia; subnotificação de casos de COVID-19 na população carcerária; tentativa de implementação das audiências de custódia virtuais; redução das pessoas presas que poderiam cumprir prisão domiciliar, de acordo com a resolução número 62/2020 do Conselho Nacional de Justiça. O texto também evidencia algumas das formas de resistência de movimentos sociais e de familiares de pessoas presas contra as violências perpetradas pelo cárcere. Nessas articulações, dinâmicas de gênero podem ser observadas a partir da predominância de mulheres em tais movimentos. Há também uma extensão dos processos de criminalização e estigmatização às famílias da população carcerária. Por último, o texto aborda as dificuldades de atuação destes movimentos desde o início da pandemia do coronavírus.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46203876","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-05-31DOI: 10.34019/2318-101x.2022.v17.34777
Lidiane Rodrigues
Neste artigo, caracterizam-se e analisam-se determinadas condições políticas, sociológicas e culturais do modo de praticar o “isolamento social”, como medida não farmacológica e preventiva à disseminação da “Corona Vírus Disease” (COVID-19), no estado de São Paulo. Para tanto, baseia-se nas respostas dadas por 4118 indivíduos, maiores de 18 anos, a um questionário que circulou online, entre abril e julho de 2020. Inicialmente, o artigo discute o caráter voluntário e não obrigatório da adesão ao isolamento social, no Brasil. Em seguida, destaca, no perfil dos respondentes, o nível de escolaridade, com o objetivo de averiguar possíveis incidências deste fator sobre a equação prática definidora do isolamento social – isto é: a permanência ou a saída do domicílio, assim como sobre os juízos a respeito dela. O artigo constata certa vantagem dos indivíduos com mais escolaridade, posto que não apenas tenham mais acesso às informações a respeito da doença, porém sejam também mais propensos a incorporá-las em suas reações. Por outro lado, de modo contra intuitivo, observa que estes indivíduos são também mais condescentes na avaliação de seu regime de restrições e licenciosidade. As razões disso são discutidas com base na perspectiva teórica de Pierre Bourdieu e Luc Boltanski.
{"title":"“isolamento social” e os níveis de escolaridade:","authors":"Lidiane Rodrigues","doi":"10.34019/2318-101x.2022.v17.34777","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2022.v17.34777","url":null,"abstract":"Neste artigo, caracterizam-se e analisam-se determinadas condições políticas, sociológicas e culturais do modo de praticar o “isolamento social”, como medida não farmacológica e preventiva à disseminação da “Corona Vírus Disease” (COVID-19), no estado de São Paulo. Para tanto, baseia-se nas respostas dadas por 4118 indivíduos, maiores de 18 anos, a um questionário que circulou online, entre abril e julho de 2020. Inicialmente, o artigo discute o caráter voluntário e não obrigatório da adesão ao isolamento social, no Brasil. Em seguida, destaca, no perfil dos respondentes, o nível de escolaridade, com o objetivo de averiguar possíveis incidências deste fator sobre a equação prática definidora do isolamento social – isto é: a permanência ou a saída do domicílio, assim como sobre os juízos a respeito dela. O artigo constata certa vantagem dos indivíduos com mais escolaridade, posto que não apenas tenham mais acesso às informações a respeito da doença, porém sejam também mais propensos a incorporá-las em suas reações. Por outro lado, de modo contra intuitivo, observa que estes indivíduos são também mais condescentes na avaliação de seu regime de restrições e licenciosidade. As razões disso são discutidas com base na perspectiva teórica de Pierre Bourdieu e Luc Boltanski.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42499772","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-05-31DOI: 10.34019/2318-101x.2022.v17.34544
Ana Paula Marcelino da Silva
Os desdobramentos da pandemia de Covid19 também afetaram bastante as relações intergeracionais no Brasil. Da ênfase na percepção do risco à necessidade de cuidado, relacionados principalmente aos idosos, a crise sanitária proporcionou espaço não apenas para questões sobre determinantes sócio-históricas das gerações, mas também para a estreita relação entre as idades e as principais políticas de saúde para controlar o problema. Especialmente para os jovens, a inesperada extensão do período de isolamento social desencadeou diversos problemas - como problemas relacionados à saúde mental, e o aumento no desemprego - apontados como decisivos para “escapar” do isolamento social e “voltar à vida normal”, mesmo que haja um risco iminente de contaminação. No Brasil, isto logo provocou uma acelerada subida nas mortes e infecções pela doença entre os mais jovens. O artigo aborda algumas questões surgidas na Sociologia das Idades e na Sociologia da Saúde em relação ao debate em torno das noções de risco e cuidado entre os mais jovens e mais velhos, a partir das consequências da pandemia de Covid-19 no Brasil.
{"title":"jovens, os velhos e o vírus:","authors":"Ana Paula Marcelino da Silva","doi":"10.34019/2318-101x.2022.v17.34544","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2022.v17.34544","url":null,"abstract":"Os desdobramentos da pandemia de Covid19 também afetaram bastante as relações intergeracionais no Brasil. Da ênfase na percepção do risco à necessidade de cuidado, relacionados principalmente aos idosos, a crise sanitária proporcionou espaço não apenas para questões sobre determinantes sócio-históricas das gerações, mas também para a estreita relação entre as idades e as principais políticas de saúde para controlar o problema. Especialmente para os jovens, a inesperada extensão do período de isolamento social desencadeou diversos problemas - como problemas relacionados à saúde mental, e o aumento no desemprego - apontados como decisivos para “escapar” do isolamento social e “voltar à vida normal”, mesmo que haja um risco iminente de contaminação. No Brasil, isto logo provocou uma acelerada subida nas mortes e infecções pela doença entre os mais jovens. O artigo aborda algumas questões surgidas na Sociologia das Idades e na Sociologia da Saúde em relação ao debate em torno das noções de risco e cuidado entre os mais jovens e mais velhos, a partir das consequências da pandemia de Covid-19 no Brasil.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42860888","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-09-21DOI: 10.34019/2318-101x.2021.v16.33802
O. A. Bravo
Las cárceles latinoamericanas se caracterizan, por elevados grados de hacinamiento y violencia institucional, así como por albergar a una mayoría de sujetos jóvenes provenientes de contextos de pobreza y vulnerabilidad. Así mismo, el encarcelamiento afecta la salud mental de estas personas, producto de la violencia cotidiana, la falta de privacidad, distancia con la familia y el ocio obligado, siendo el consumo de drogas una manera de aliviar ese sufrimiento. No obstante, los efectos del encarcelamiento en la salud mental no han sido suficientemente abordados, en parte porque la función de la psicología en estos contextos se ha visto sofocada por la exigencia de contribuir a los procesos de resocialización de la población presa Esta resocialización, cuando no son ofrecidas condiciones de estudio, formación laboral y posibilidades de inserción social futura, se transforma en un imperativo vacío, una ficción necesaria para la continuidad de este tipo de instituciones. Este texto, a manera de ensayo, intenta mostrar las tensiones y contradicciones entre esos objetivos de resocialización que la cárcel impone y una perspectiva de salud mental que dimensione formas de relación solidarias y amplias, tomando como referencia para esto una experiencia de intervención realizada en la cárcel de Villahermosa de Cali, Colombia.
{"title":"Salud mental y resocialización: tensiones y desafíos","authors":"O. A. Bravo","doi":"10.34019/2318-101x.2021.v16.33802","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2021.v16.33802","url":null,"abstract":"Las cárceles latinoamericanas se caracterizan, por elevados grados de hacinamiento y violencia institucional, así como por albergar a una mayoría de sujetos jóvenes provenientes de contextos de pobreza y vulnerabilidad. \u0000 Así mismo, el encarcelamiento afecta la salud mental de estas personas, producto de la violencia cotidiana, la falta de privacidad, distancia con la familia y el ocio obligado, siendo el consumo de drogas una manera de aliviar ese sufrimiento. \u0000 No obstante, los efectos del encarcelamiento en la salud mental no han sido suficientemente abordados, en parte porque la función de la psicología en estos contextos se ha visto sofocada por la exigencia de contribuir a los procesos de resocialización de la población presa Esta resocialización, cuando no son ofrecidas condiciones de estudio, formación laboral y posibilidades de inserción social futura, se transforma en un imperativo vacío, una ficción necesaria para la continuidad de este tipo de instituciones. \u0000Este texto, a manera de ensayo, intenta mostrar las tensiones y contradicciones entre esos objetivos de resocialización que la cárcel impone y una perspectiva de salud mental que dimensione formas de relación solidarias y amplias, tomando como referencia para esto una experiencia de intervención realizada en la cárcel de Villahermosa de Cali, Colombia.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49325624","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-09-21DOI: 10.34019/2318-101x.2021.v16.33858
Analia Umpierrez
Se presenta y analiza aquí el modo en que los estudiantes participantes de centros universitarios con sede en cárceles de la Provincia de Buenos Aires, Argentina, aportaron sus saberes expertos para afrontar la contingencia del encierro en el encierro en el período de aislamiento social, preventivo y obligatorio por pandemia entre los meses de marzo y diciembre del año 2020. En las prisiones argentinas se desplegaron tensiones que devinieron en desbordes y muertes, pero también se relevaron prácticas de gestión de la violencia desde el trabajo y el liderazgo de los detenidos universitarios. En este contexto es el propio gobierno de la cárcel el que entró en juego. La construcción de poder por parte de estos colectivos organizados y el final anunciado la dispersión de los actores en diferentes unidades penales con la paulatina vuelta a la nueva normalidad, da cuenta de la peligrosidad que las fuerzas de seguridad más conservadoras ven en esta forma de gestión. Se apela a registros etnográficos, publicaciones y documentos recogidos en el período mencionado.
{"title":"Universitarios detenidos organizados: una cuña en la solidez de la cárcel","authors":"Analia Umpierrez","doi":"10.34019/2318-101x.2021.v16.33858","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2021.v16.33858","url":null,"abstract":"Se presenta y analiza aquí el modo en que los estudiantes participantes de centros universitarios con sede en cárceles de la Provincia de Buenos Aires, Argentina, aportaron sus saberes expertos para afrontar la contingencia del encierro en el encierro en el período de aislamiento social, preventivo y obligatorio por pandemia entre los meses de marzo y diciembre del año 2020. En las prisiones argentinas se desplegaron tensiones que devinieron en desbordes y muertes, pero también se relevaron prácticas de gestión de la violencia desde el trabajo y el liderazgo de los detenidos universitarios. En este contexto es el propio gobierno de la cárcel el que entró en juego. La construcción de poder por parte de estos colectivos organizados y el final anunciado la dispersión de los actores en diferentes unidades penales con la paulatina vuelta a la nueva normalidad, da cuenta de la peligrosidad que las fuerzas de seguridad más conservadoras ven en esta forma de gestión. Se apela a registros etnográficos, publicaciones y documentos recogidos en el período mencionado.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44851100","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-09-21DOI: 10.34019/2318-101x.2021.v16.31152
C. A. F. D. Silva, Marili Peres Junqueira, Gustavo Gabaldo Grama
Este artigo trata das origens sociais e das representações da juventude estudantil do Ensino Médio da cidade de Uberlândia, Minas Gerais. O problema da pesquisa consiste em investigar quem são esses jovens e de que forma conhecê-los pode favorecer o ensino de Sociologia. Os fundamentos teóricos apresentados estão edificados em autores advindos da Sociologia da Educação e da Sociologia da Juventude, já que estas contêm a tríade, Sociologia-jovem-educação, que figura como linhas mestras das reflexões levantadas aqui. A pesquisa empírica está alicerçada em teor quantitativo, com a aplicação de questionários e formação de um banco de dados contendo as principais características desses discentes. Com base nesse quadro empírico, reconstrói-se o perfil geral dos estudantes: 15 a 18 anos de idade, maioria mulheres, pardas, evangélicas e com renda familiar até dois salários mínimos, cujos ascendentes também lhes conferem pertencimentos sociais. Adicionalmente, são avaliadas as representações dos estudantes acerca da escola, bem como suas dificuldades emocionais. Essas variáveis permitem a compreensão das origens sociais, econômicas e culturais dos jovens estudantes, com uso sugestivo para servir de parâmetro às aulas, notadamente as de Sociologia que integra e consolida em seu conteúdo programático os temas sociais ora analisados.
{"title":"Juventude e Sociologia no Ensino Médio:","authors":"C. A. F. D. Silva, Marili Peres Junqueira, Gustavo Gabaldo Grama","doi":"10.34019/2318-101x.2021.v16.31152","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2021.v16.31152","url":null,"abstract":"Este artigo trata das origens sociais e das representações da juventude estudantil do Ensino Médio da cidade de Uberlândia, Minas Gerais. O problema da pesquisa consiste em investigar quem são esses jovens e de que forma conhecê-los pode favorecer o ensino de Sociologia. Os fundamentos teóricos apresentados estão edificados em autores advindos da Sociologia da Educação e da Sociologia da Juventude, já que estas contêm a tríade, Sociologia-jovem-educação, que figura como linhas mestras das reflexões levantadas aqui. A pesquisa empírica está alicerçada em teor quantitativo, com a aplicação de questionários e formação de um banco de dados contendo as principais características desses discentes. Com base nesse quadro empírico, reconstrói-se o perfil geral dos estudantes: 15 a 18 anos de idade, maioria mulheres, pardas, evangélicas e com renda familiar até dois salários mínimos, cujos ascendentes também lhes conferem pertencimentos sociais. Adicionalmente, são avaliadas as representações dos estudantes acerca da escola, bem como suas dificuldades emocionais. Essas variáveis permitem a compreensão das origens sociais, econômicas e culturais dos jovens estudantes, com uso sugestivo para servir de parâmetro às aulas, notadamente as de Sociologia que integra e consolida em seu conteúdo programático os temas sociais ora analisados.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46622986","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-09-21DOI: 10.34019/2318-101x.2021.v16.35800
R. Martins, E. Julião
apresentação
提交
{"title":"Dossiê Ressocialização penal:","authors":"R. Martins, E. Julião","doi":"10.34019/2318-101x.2021.v16.35800","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2021.v16.35800","url":null,"abstract":"apresentação","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42718662","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}