Pub Date : 2021-09-21DOI: 10.34019/2318-101x.2021.v16.33472
María José Rubin
Las prácticas culturales y comunicacionales autogestivas desarrolladas en cárceles tienen el potencial de reducir y reparar los daños provocados por el encierro. Allí, diversos programas universitarios se enfrentan a los rasgos de un modelo carcelario neoliberal que desubjetiviza y silencia, como parte de un sistema penal que construye enemigos, poniendo en cuestión el proyecto resocializador de la cárcel. Las publicaciones editadas en el marco de estos programas ofician como memoria de una práctica de organización y comunicación colectiva, preservando los modos en que estudiantes privades de la libertad hacen frente a lógica de premios y castigos con la cual el sistema carcelario gobierna imponiendo condiciones de supervivencia como privilegio individual y horada así el paradigma de los derechos humanos. Conservando y poniendo en circulación las estrategias organizacionales y comunicacionales de colectivos de personas privadas de la libertad, estas publicaciones también hacen posible la continuidad y la multiplicación de prácticas en el mismo sentido. Proponemos desplegar estas hipótesis mediante la narración de escenas pedagógicas que tuvieron lugar durante el dictado del Taller Colectivo de Edición, un curso extracurricular que sostiene actividades en tres penales federales de Argentina desde el año 2008, como parte del Programa de Extensión en Cárceles (FFyL, UBA).
{"title":"“Ningunx de nosotrxs pertenece a este lugar”: la edición de publicaciones como autoorganización para la defensa y promoción de los derechos humanos en centros universitarios en contextos de encierro","authors":"María José Rubin","doi":"10.34019/2318-101x.2021.v16.33472","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2021.v16.33472","url":null,"abstract":"Las prácticas culturales y comunicacionales autogestivas desarrolladas en cárceles tienen el potencial de reducir y reparar los daños provocados por el encierro. Allí, diversos programas universitarios se enfrentan a los rasgos de un modelo carcelario neoliberal que desubjetiviza y silencia, como parte de un sistema penal que construye enemigos, poniendo en cuestión el proyecto resocializador de la cárcel. \u0000Las publicaciones editadas en el marco de estos programas ofician como memoria de una práctica de organización y comunicación colectiva, preservando los modos en que estudiantes privades de la libertad hacen frente a lógica de premios y castigos con la cual el sistema carcelario gobierna imponiendo condiciones de supervivencia como privilegio individual y horada así el paradigma de los derechos humanos. Conservando y poniendo en circulación las estrategias organizacionales y comunicacionales de colectivos de personas privadas de la libertad, estas publicaciones también hacen posible la continuidad y la multiplicación de prácticas en el mismo sentido. \u0000Proponemos desplegar estas hipótesis mediante la narración de escenas pedagógicas que tuvieron lugar durante el dictado del Taller Colectivo de Edición, un curso extracurricular que sostiene actividades en tres penales federales de Argentina desde el año 2008, como parte del Programa de Extensión en Cárceles (FFyL, UBA).","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48775388","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-09-21DOI: 10.34019/2318-101x.2021.v16.33927
D. Rezende, Aruna Sol
O objetivo deste artigo é desenvolver um estado da arte da produção acadêmica brasileira sobre a expressão “ideologia de gênero”. Com as contribuições de Kuhar e Patternotte (2017), Miskolci (2017), Junqueira (2018), Corrêa (2018) e Machado (2018) apresentamos um histórico do termo , desde quando foi cunhado em documentos da igreja católica até vir a se tornar categoria acionada por movimentos antigênero transnacionalmente. A pesquisa se baseia na análise de conteúdo dos resumos de total de 56 artigos publicados em periódicos nacionais. A análise e categorização do corpus foi feita com ajuda do software Iramuteq. Foi observado que a maior parte das publicações acadêmicas convergem com o período em que o tema teve maior visibilidade no espaço público, em 2018, sendo concentradas em torno das disputas sobre políticas educacionais, como os planos nacional e municipais de educação e o projeto Escola Sem Partido. Há trabalhos com o objetivo de traçar genealogias do ativismo antigênero organizado partir do sintagma “ideologia de gênero”, outros relacionam influências e convergências do ativismo cristão com o ativismo antigênero. A pesquisa evidenciou ainda que inexistem trabalhos comparativos do contexto brasileiro com outros países, uma lacuna importante, dado o caráter transnacional dos movimentos antigênero.
{"title":"“Ideologia de gênero” na produção acadêmica brasileira recente","authors":"D. Rezende, Aruna Sol","doi":"10.34019/2318-101x.2021.v16.33927","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2021.v16.33927","url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é desenvolver um estado da arte da produção acadêmica brasileira sobre a expressão “ideologia de gênero”. Com as contribuições de Kuhar e Patternotte (2017), Miskolci (2017), Junqueira (2018), Corrêa (2018) e Machado (2018) apresentamos um histórico do termo , desde quando foi cunhado em documentos da igreja católica até vir a se tornar categoria acionada por movimentos antigênero transnacionalmente. A pesquisa se baseia na análise de conteúdo dos resumos de total de 56 artigos publicados em periódicos nacionais. A análise e categorização do corpus foi feita com ajuda do software Iramuteq. Foi observado que a maior parte das publicações acadêmicas convergem com o período em que o tema teve maior visibilidade no espaço público, em 2018, sendo concentradas em torno das disputas sobre políticas educacionais, como os planos nacional e municipais de educação e o projeto Escola Sem Partido. Há trabalhos com o objetivo de traçar genealogias do ativismo antigênero organizado partir do sintagma “ideologia de gênero”, outros relacionam influências e convergências do ativismo cristão com o ativismo antigênero. A pesquisa evidenciou ainda que inexistem trabalhos comparativos do contexto brasileiro com outros países, uma lacuna importante, dado o caráter transnacional dos movimentos antigênero.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45656004","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-09-21DOI: 10.34019/2318-101x.2021.v16.35809
R. Martins
Muitos elementos na dinâmica dos mecanismos de ressocialização incidem em produções de desigualdade. Nossa intenção de trabalho busca, sobretudo, focar na produção das desigualdades determinadas pelo sistema prisional, a partir da questão ressocialização, buscando compreender elementos que demarcam a condição de gênero e como o sistema prisional produz diferenciações de “tratamento penal”, nessa relação de acesso as políticas de execução penal no sistema prisonal brasileiro. Para esse feito, recorre-se ao modelo analítico da sociologia do guichet, que aduz uma interpretação própria ao sistema prisional, conferindo um novo status analítico ao tema, buscando inventariar condicionalidades atribuídas nessa relação entre quem demanda o serviço estatal e quem o opera.
{"title":"A questão da ressocialização nas trincheiras do sistema prisional brasileiro:","authors":"R. Martins","doi":"10.34019/2318-101x.2021.v16.35809","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2021.v16.35809","url":null,"abstract":"Muitos elementos na dinâmica dos mecanismos de ressocialização incidem em produções de desigualdade. Nossa intenção de trabalho busca, sobretudo, focar na produção das desigualdades determinadas pelo sistema prisional, a partir da questão ressocialização, buscando compreender elementos que demarcam a condição de gênero e como o sistema prisional produz diferenciações de “tratamento penal”, nessa relação de acesso as políticas de execução penal no sistema prisonal brasileiro. Para esse feito, recorre-se ao modelo analítico da sociologia do guichet, que aduz uma interpretação própria ao sistema prisional, conferindo um novo status analítico ao tema, buscando inventariar condicionalidades atribuídas nessa relação entre quem demanda o serviço estatal e quem o opera.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43538702","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-09-21DOI: 10.34019/2318-101x.2021.v16.33851
Kátia Aparecida da Silva Nunes Miranda, Clóris Violeta Alves Lopes, Luciane Miranda Faria, Juliano Cláudio Alves
Este artigo busca refletir sobre a prática docente dos profissionais que atuam no contexto educacional do sistema prisional, a partir das vivências experienciadas por parte dos pesquisadores deste estudo que atuam na Cadeia Pública de Cáceres–MT, com foco nos desafios enfrentados, em especial, em tempos de crise — como a decorrente da covid-19. Ancorados em uma pesquisa de cunho bibliográfico, o objetivo deste artigo é dar destaque ao tema do direito à educação que as pessoas em situação de privação de liberdade possuem, a partir das principais concepções sobre a educação no sistema prisional, destacando como se dá a atuação docente dentro desse contexto e os desafios que se apresentam. Como resultado, espera-se identificar, a partir da realidade do sistema carcerário, como a educação na prisão pode se constituir em uma ferramenta auxiliar para e na construção da cidadania e, por conseguinte, no retorno dos indivíduos ali inseridos ao convívio social, munidos de perspectivas efetivas para a (re)construção das suas vidas. Palavras-chave: Educação. Sistema prisional. Situação de crise. Formação docente.
{"title":"Uma análise sobre a educação no sistema prisional de Cáceres–MT","authors":"Kátia Aparecida da Silva Nunes Miranda, Clóris Violeta Alves Lopes, Luciane Miranda Faria, Juliano Cláudio Alves","doi":"10.34019/2318-101x.2021.v16.33851","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2021.v16.33851","url":null,"abstract":"Este artigo busca refletir sobre a prática docente dos profissionais que atuam no contexto educacional do sistema prisional, a partir das vivências experienciadas por parte dos pesquisadores deste estudo que atuam na Cadeia Pública de Cáceres–MT, com foco nos desafios enfrentados, em especial, em tempos de crise — como a decorrente da covid-19. Ancorados em uma pesquisa de cunho bibliográfico, o objetivo deste artigo é dar destaque ao tema do direito à educação que as pessoas em situação de privação de liberdade possuem, a partir das principais concepções sobre a educação no sistema prisional, destacando como se dá a atuação docente dentro desse contexto e os desafios que se apresentam. Como resultado, espera-se identificar, a partir da realidade do sistema carcerário, como a educação na prisão pode se constituir em uma ferramenta auxiliar para e na construção da cidadania e, por conseguinte, no retorno dos indivíduos ali inseridos ao convívio social, munidos de perspectivas efetivas para a (re)construção das suas vidas. \u0000Palavras-chave: Educação. Sistema prisional. Situação de crise. Formação docente.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46224986","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-09-21DOI: 10.34019/2318-101x.2021.v16.33733
Gabriela Soledad Lizio, F. Scarfó
Resumen El presente texto, tiene como objetivo poner en conocimiento y concientizar a la sociedad acerca de la educación como derecho de todo habitante en el mundo, así como también dar a conocer los diferentes hechos que se producen en torno a ello dentro de las cárceles, dificultando e imposibilitando la continuidad de los estudios de quienes allí residen; informando, asimismo, la realidad educativa con la que se ingresa y posteriormente se vive en las cárceles argentinas; advirtiendo la importancia de los centros educativos dentro y fuera de los centros penitenciarios para la continuidad de los estudios de los/as detenidos; entendiendo el rol del Estado y el Servicio Penitenciario en términos de control y derechos; las diferentes acciones legales de los/as privados de la libertad para ejercer los mismos, la mirada social ante los derechos y garantías de éstos; el lugar que la educación ocupa en términos de resociabilización y su distinción del tratamiento. Palabras-clave: cárcel, tratamiento, resocialización, derecho a la educación.
{"title":"El derecho humano a la educación en el tratamiento penitenciario basado en la resocialización: una mirada desde la realidad Argentina.","authors":"Gabriela Soledad Lizio, F. Scarfó","doi":"10.34019/2318-101x.2021.v16.33733","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2021.v16.33733","url":null,"abstract":"Resumen \u0000El presente texto, tiene como objetivo poner en conocimiento y concientizar a la sociedad acerca de la educación como derecho de todo habitante en el mundo, así como también dar a conocer los diferentes hechos que se producen en torno a ello dentro de las cárceles, dificultando e imposibilitando la continuidad de los estudios de quienes allí residen; informando, asimismo, la realidad educativa con la que se ingresa y posteriormente se vive en las cárceles argentinas; advirtiendo la importancia de los centros educativos dentro y fuera de los centros penitenciarios para la continuidad de los estudios de los/as detenidos; entendiendo el rol del Estado y el Servicio Penitenciario en términos de control y derechos; las diferentes acciones legales de los/as privados de la libertad para ejercer los mismos, la mirada social ante los derechos y garantías de éstos; el lugar que la educación ocupa en términos de resociabilización y su distinción del tratamiento. \u0000Palabras-clave: cárcel, tratamiento, resocialización, derecho a la educación.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41341179","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-07-05DOI: 10.34019/2318-101x.2021.v16.30815
Sara Sousa Mendonça
Partindo da etnografia de uma maternidade pública humanizada na cidade do Rio de Janeiro, pelo viés das enfermeiras obstetras e das mulheres por elas atendidas, enfocarei a tensão entre os riscos fisiológicos e os riscos emocionais. Há uma hierarquia e por vezes uma contradição entre riscos fisiológicos e o que denominei como riscos emocionais, havendo o embate entre o que aquela mulher quer e o que a instituição, orientada pelos protocolos e taxas, indica que deve ser feito com base nos riscos fisiológicos. Nos discursos do ativismo, a autonomia aparece atrelada ao desejo por um parto mais natural. É um valor em relação ao saber médico que busca dominar o processo de parturição – acionando um outro conjunto de saberes, a MBE para classificar e atuar sobre os riscos fisiológicos - e não comportando, sem tensões, outros projetos e desejos. Construo interpretações a respeito da institucionalização deste modelo, abarcando a permanente tensão entre o ideário promovido pelo movimento pela humanização do parto, os saberes-poderes biomédicos e as estruturas da instituição médico-hospitalar. Bem como o diálogo com o grupo majoritário de usuárias da maternidade, que não necessariamente desejam um parto que “respeita a fisiologia do parto” e seja completamente sem intervenções. Palavras-chave: parto; maternidade; humanização; mulheres.
{"title":"Entre riscos fisiológicos e emocionais:","authors":"Sara Sousa Mendonça","doi":"10.34019/2318-101x.2021.v16.30815","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2021.v16.30815","url":null,"abstract":"Partindo da etnografia de uma maternidade pública humanizada na cidade do Rio de Janeiro, pelo viés das enfermeiras obstetras e das mulheres por elas atendidas, enfocarei a tensão entre os riscos fisiológicos e os riscos emocionais. \u0000Há uma hierarquia e por vezes uma contradição entre riscos fisiológicos e o que denominei como riscos emocionais, havendo o embate entre o que aquela mulher quer e o que a instituição, orientada pelos protocolos e taxas, indica que deve ser feito com base nos riscos fisiológicos. Nos discursos do ativismo, a autonomia aparece atrelada ao desejo por um parto mais natural. É um valor em relação ao saber médico que busca dominar o processo de parturição – acionando um outro conjunto de saberes, a MBE para classificar e atuar sobre os riscos fisiológicos - e não comportando, sem tensões, outros projetos e desejos. \u0000Construo interpretações a respeito da institucionalização deste modelo, abarcando a permanente tensão entre o ideário promovido pelo movimento pela humanização do parto, os saberes-poderes biomédicos e as estruturas da instituição médico-hospitalar. Bem como o diálogo com o grupo majoritário de usuárias da maternidade, que não necessariamente desejam um parto que “respeita a fisiologia do parto” e seja completamente sem intervenções. \u0000Palavras-chave: parto; maternidade; humanização; mulheres.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42248583","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-07-05DOI: 10.34019/2318-101x.2021.v16.30220
K. Lira
Este artigo analisa o trabalho sexual em duas cidades do sertão nordestino a partir da intersecção dos marcadores sociais da diferença entre gênero, sexualidade e regionalidade. A partir de uma abordagem qualitativa, foram entrevistadas cinco pessoas que tem como fonte de renda principal o trabalho sexual. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas semiestruturadas, e para análise utilizou-se a técnica de análise do conteúdo. Os dados apontam que o trabalho sexual nas cidades sertanejas, de forma geral, são heteronormativos, no que se refere aos estereótipos criados sobre a região como machista, patriarcal e conservadora. Os discursos apresentados apontam as dissidências das/os trabalhadoras/es sexuais na região estudada. Esse estudo inicial propõe um olhar para além dos arranjos binários de gênero e uma investigação dos discursos que naturalizam valores relacionados ao sertão nordestino, como uma região que nega a feminilidade ao criar homens e mulheres valentes e viris. Percebe-se que o gênero é relacionado à identidade regional, e que a intersecção dos marcadores da diferença é produzida nos discursos das/os trabalhadoras/es sexuais entrevistadas/os.
{"title":"Gênero, sexualidade e regionalidade:","authors":"K. Lira","doi":"10.34019/2318-101x.2021.v16.30220","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2021.v16.30220","url":null,"abstract":"Este artigo analisa o trabalho sexual em duas cidades do sertão nordestino a partir da intersecção dos marcadores sociais da diferença entre gênero, sexualidade e regionalidade. A partir de uma abordagem qualitativa, foram entrevistadas cinco pessoas que tem como fonte de renda principal o trabalho sexual. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas semiestruturadas, e para análise utilizou-se a técnica de análise do conteúdo. Os dados apontam que o trabalho sexual nas cidades sertanejas, de forma geral, são heteronormativos, no que se refere aos estereótipos criados sobre a região como machista, patriarcal e conservadora. Os discursos apresentados apontam as dissidências das/os trabalhadoras/es sexuais na região estudada. Esse estudo inicial propõe um olhar para além dos arranjos binários de gênero e uma investigação dos discursos que naturalizam valores relacionados ao sertão nordestino, como uma região que nega a feminilidade ao criar homens e mulheres valentes e viris. Percebe-se que o gênero é relacionado à identidade regional, e que a intersecção dos marcadores da diferença é produzida nos discursos das/os trabalhadoras/es sexuais entrevistadas/os.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45982489","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-07-05DOI: 10.34019/2318-101x.2021.v16.30795
Luana Lima, Francisco Phelipe Cunha Paz
O racismo, dispositivo de exclusão e hierarquização ontológica, marca nos corpos e subjetividades negras, o signo da morte. Levando em consideração os efeitos da desumanização e os sofrimentos de origem racial, objetivou-se produzir uma reflexão da morte-suicídio em sua interface com o racismo à luz do conceito da necropolítica. O suicídio na população negra brasileira é um fenômeno que remete ao racismo estrutural, cuja força das experiências de pobreza, de não pertencimento, desemprego, humilhações, violências, etc., são condicionantes que se associam ao adoecimento físico e psíquico, bem como correspondem aos fatores de risco reconhecidos pela suicidologia. Sendo a necropolítica uma forma de governabilidade que expõe e condena à morte, regulando inclusive a vontade de viver, aposta-se na ideia do racismo, homicídio e suicídio das pessoas negras como partes do mesmo pacote genocida acionado historicamente pelo Estado brasileiro. Por último, baseado em um estudo empírico, foi tecida uma análise acerca do silenciamento do racismo na produção em saúde. A existência negra precarizada em suas múltiplas facetas, a estatística crescente, a ausência de categorias raciais, bem como a sugestiva relação entre a interdição do discurso e a desumanização das mortes, promulga a racialização do suicídio como imperativo ético.
{"title":"A morte como horizonte?","authors":"Luana Lima, Francisco Phelipe Cunha Paz","doi":"10.34019/2318-101x.2021.v16.30795","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2021.v16.30795","url":null,"abstract":"O racismo, dispositivo de exclusão e hierarquização ontológica, marca nos corpos e subjetividades negras, o signo da morte. Levando em consideração os efeitos da desumanização e os sofrimentos de origem racial, objetivou-se produzir uma reflexão da morte-suicídio em sua interface com o racismo à luz do conceito da necropolítica. O suicídio na população negra brasileira é um fenômeno que remete ao racismo estrutural, cuja força das experiências de pobreza, de não pertencimento, desemprego, humilhações, violências, etc., são condicionantes que se associam ao adoecimento físico e psíquico, bem como correspondem aos fatores de risco reconhecidos pela suicidologia. Sendo a necropolítica uma forma de governabilidade que expõe e condena à morte, regulando inclusive a vontade de viver, aposta-se na ideia do racismo, homicídio e suicídio das pessoas negras como partes do mesmo pacote genocida acionado historicamente pelo Estado brasileiro. Por último, baseado em um estudo empírico, foi tecida uma análise acerca do silenciamento do racismo na produção em saúde. A existência negra precarizada em suas múltiplas facetas, a estatística crescente, a ausência de categorias raciais, bem como a sugestiva relação entre a interdição do discurso e a desumanização das mortes, promulga a racialização do suicídio como imperativo ético.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44150511","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-07-05DOI: 10.34019/2318-101x.2021.v16.34719
C. Fernandes, M. Holanda, C. Marques
Apresentação do Dossiê Gênero, reprodução, sexualidade, raça e direitos sexuais e reprodutivos.
介绍性别、生殖、性、种族、性权利和生殖权利档案。
{"title":"Dossiê Gênero, reprodução, sexualidade, raça e direitos sexuais e reprodutivos","authors":"C. Fernandes, M. Holanda, C. Marques","doi":"10.34019/2318-101x.2021.v16.34719","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2021.v16.34719","url":null,"abstract":"Apresentação do Dossiê Gênero, reprodução, sexualidade, raça e direitos sexuais e reprodutivos.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45415401","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-07-05DOI: 10.34019/2318-101x.2021.v16.30656
Cristiane Cabral, Elaine Reis Brandão
Trata-se de um ensaio que busca refletir sobre algumas dimensões do entrelaçamento entre pertencimento social, gênero, geração, raça e sexualidade nos domínios da contracepção e da reprodução. Propomos, a partir do exame da biografia de uma jovem de camadas populares, uma mirada dos contextos/cenários, atores, enredos, representações, valores sobre parentalidade que antecedem o engravidamento em si, e que acabam por constituir um conjunto de possibilidades e constrangimentos para a gestão da potencialidade reprodutiva. Esse deslocamento ilumina de forma exemplar a interdependência entre sexualidade/dimensão afetivo-sexual e contracepção, rompendo, portanto, com a perspectiva individualista de “escolha contraceptiva” comumente presente nas políticas públicas. Sublinha-se a dimensão relacional que preside as dinâmicas contraceptivas e as decisões reprodutivas (gravidez e aborto). Argumenta-se sobre a importância do desenvolvimento de políticas públicas, sobretudo de educação e de saúde, que tornem possível um processo de socialização contraceptiva - dimensão fundamental para ampliação do campo de possibilidades das trajetórias juvenis, ao menos no que tange a sua dimensão da gestão reprodutiva.
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