Pub Date : 2021-12-18DOI: 10.11606/issn.1981-1624.v26i3p548-565
M. L. Pascalicchio, Kelly Cristina Garcia de Macêdo Alcântara, L. F. Pegoraro
Mães de filhos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) tendem a vivenciar diversos desafios na maternidade. Este estudo qualitativo tem como objetivo compreender as vivências maternas e as experiências com os primeiros indicadores de TEA. Seis mães com filhos diagnosticados com TEA responderam um questionário sociodemográfico e uma entrevista semiestruturada. Notou-se que mesmo antes do diagnóstico as mães percebiam que algo não ia bem com o bebê, havendo sobrecarga materna com os inúmeros cuidados que os filhos necessitam e que a rede de apoio é de extrema importância. Contudo, a intervenção precoce é relevante e pode contribuir de forma positiva com a relação mãe e bebê e sua subjetividade antes de um diagnóstico e o TEA implica em cuidados não somente com a criança, mas também ao seu cuidador principal.
{"title":"Vivências maternas e autismo: os primeiros indicadores de TEA e a relação mãe e filho","authors":"M. L. Pascalicchio, Kelly Cristina Garcia de Macêdo Alcântara, L. F. Pegoraro","doi":"10.11606/issn.1981-1624.v26i3p548-565","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v26i3p548-565","url":null,"abstract":"Mães de filhos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) tendem a vivenciar diversos desafios na maternidade. Este estudo qualitativo tem como objetivo compreender as vivências maternas e as experiências com os primeiros indicadores de TEA. Seis mães com filhos diagnosticados com TEA responderam um questionário sociodemográfico e uma entrevista semiestruturada. Notou-se que mesmo antes do diagnóstico as mães percebiam que algo não ia bem com o bebê, havendo sobrecarga materna com os inúmeros cuidados que os filhos necessitam e que a rede de apoio é de extrema importância. Contudo, a intervenção precoce é relevante e pode contribuir de forma positiva com a relação mãe e bebê e sua subjetividade antes de um diagnóstico e o TEA implica em cuidados não somente com a criança, mas também ao seu cuidador principal.","PeriodicalId":33891,"journal":{"name":"Estilos da Clinica","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48744890","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-18DOI: 10.11606/issn.1981-1624.v26i3p418-420
Rinaldo Voltolini
{"title":"Infância com problemas","authors":"Rinaldo Voltolini","doi":"10.11606/issn.1981-1624.v26i3p418-420","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v26i3p418-420","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":33891,"journal":{"name":"Estilos da Clinica","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41313554","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-18DOI: 10.11606/issn.1981-1624.v26i3p566-583
Stéphanie Alves Furtado Badaró, Maria Gláucia Pires Calzavara
Nossa proposta, a partir da clínica psicanalítica, é demonstrar como o uso do robô, enquanto objeto tecnológico, poderá permitir à criança autista, no tratamento, maior interação e laço com o Outro. Fazemos uma aposta de que as intervenções mediadas pelo robô podem proporcionar um semblante das operações constitutivas do sujeito que não se realizaram. Considerando que os componentes da borda autística possibilitam ao sujeito enlaçar-se no meio social, destaca-se as possibilidades de 'alargamento' desta borda autística a partir de intervenções qualificadas com objeto. Assim, o uso do robô nas sessões torna as intervenções menos invasivas à criança permitindo certa regulação pulsional, favorecendo um caminho privilegiado de comunicação e intervenção, produzindo maior interação social.
{"title":"O uso de robôs como mediadores na prática clínica psicanalítica com crianças autistas","authors":"Stéphanie Alves Furtado Badaró, Maria Gláucia Pires Calzavara","doi":"10.11606/issn.1981-1624.v26i3p566-583","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v26i3p566-583","url":null,"abstract":"Nossa proposta, a partir da clínica psicanalítica, é demonstrar como o uso do robô, enquanto objeto tecnológico, poderá permitir à criança autista, no tratamento, maior interação e laço com o Outro. Fazemos uma aposta de que as intervenções mediadas pelo robô podem proporcionar um semblante das operações constitutivas do sujeito que não se realizaram. Considerando que os componentes da borda autística possibilitam ao sujeito enlaçar-se no meio social, destaca-se as possibilidades de 'alargamento' desta borda autística a partir de intervenções qualificadas com objeto. Assim, o uso do robô nas sessões torna as intervenções menos invasivas à criança permitindo certa regulação pulsional, favorecendo um caminho privilegiado de comunicação e intervenção, produzindo maior interação social.","PeriodicalId":33891,"journal":{"name":"Estilos da Clinica","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44369194","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-18DOI: 10.11606/issn.1981-1624.v26i3p536-547
Lara Batista Belfi, Ariana Lucero
Neste artigo, investigaremos o quadro clínico da psicose infantil a partir da proposta de Marie Christine Laznik de abordar as psicopatologias da infância através da topologia do nó borromeano. No caso da psicose infantil, os impasses da formação do sujeito são correspondentes às falhas nos movimentos 2, 3 e 6 da trança, que dariam ao nó borromeano sua consistência em três elos representantes das instâncias Real, Simbólica e Imaginária. Tendo em vista que as movimentações constituintes concernem às interações do Outro primordial – encarnado pelo agente materno – com o sujeito em formação, serão destacadas as questões colocadas à criança que se encaminha para uma possível psicose e a especificidade de sua posição diante do Outro.
{"title":"Psicose infantil e desejo materno a partir da topologia do nó borromeano","authors":"Lara Batista Belfi, Ariana Lucero","doi":"10.11606/issn.1981-1624.v26i3p536-547","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v26i3p536-547","url":null,"abstract":"Neste artigo, investigaremos o quadro clínico da psicose infantil a partir da proposta de Marie Christine Laznik de abordar as psicopatologias da infância através da topologia do nó borromeano. No caso da psicose infantil, os impasses da formação do sujeito são correspondentes às falhas nos movimentos 2, 3 e 6 da trança, que dariam ao nó borromeano sua consistência em três elos representantes das instâncias Real, Simbólica e Imaginária. Tendo em vista que as movimentações constituintes concernem às interações do Outro primordial – encarnado pelo agente materno – com o sujeito em formação, serão destacadas as questões colocadas à criança que se encaminha para uma possível psicose e a especificidade de sua posição diante do Outro.","PeriodicalId":33891,"journal":{"name":"Estilos da Clinica","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43597297","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-18DOI: 10.11606/issn.1981-1624.v26i3p520-535
Michelle Christof Gorin, Renata Machado de Mello, Terezinha Féres-Carneiro
Este artigo pretende discutir questões relativas à maternidade a partir da prática clínica com crianças. Partimos das queixas relacionadas a alguns sintomas infantis que nos chegam para atendimento psicanalítico, para discutir o lugar da mãe na clínica de crianças. Levando em consideração que as mudanças sociohistóricas repercutem nas funções de cuidado dos filhos nas famílias, investigamos de que forma o aumento das possibilidades de destinos para as mulheres repercute nas experiências de maternidade nos dias de hoje. Utilizamos fragmentos de casos clínicos para ilustrar a discussão, evidenciando os desafios de envolver, sem culpabilizar, as mães nos atendimentos de criança.
{"title":"A culpa é sempre da mãe? Um olhar sobre a maternidade através da clínica com crianças","authors":"Michelle Christof Gorin, Renata Machado de Mello, Terezinha Féres-Carneiro","doi":"10.11606/issn.1981-1624.v26i3p520-535","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v26i3p520-535","url":null,"abstract":"Este artigo pretende discutir questões relativas à maternidade a partir da prática clínica com crianças. Partimos das queixas relacionadas a alguns sintomas infantis que nos chegam para atendimento psicanalítico, para discutir o lugar da mãe na clínica de crianças. Levando em consideração que as mudanças sociohistóricas repercutem nas funções de cuidado dos filhos nas famílias, investigamos de que forma o aumento das possibilidades de destinos para as mulheres repercute nas experiências de maternidade nos dias de hoje. Utilizamos fragmentos de casos clínicos para ilustrar a discussão, evidenciando os desafios de envolver, sem culpabilizar, as mães nos atendimentos de criança.","PeriodicalId":33891,"journal":{"name":"Estilos da Clinica","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43371973","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-18DOI: 10.11606/issn.1981-1624.v26i3p421-434
Bruna Caixeta Alves Teixeira, J. Paravidini, Anamaria Silva Neves
Este artigo tem como objetivo traçar um panorama acerca dos lugares de vulnerabilidade que as crianças têm ocupado nos cenários da pólis e identificar possíveis modos de cuidados para com elas. Trata-se de uma reflexão teórica que problematiza a maneira como as dinâmicas sociais interferem na constituição subjetiva dos sujeitos. Foram retomados alguns conceitos fundamentais para Freud, como o desamparo e o mal-estar civilizatório, refletindo sobre como estes se presentificam na formação dos laços sociais na conjuntura contemporânea das infâncias. Coube, ainda, enfatizar o processo de segregação e a desigualdade social que compõem a construção das cidades no Brasil, colocando em cena a situação das crianças nestes cenários. Finalmente, considerou-se as possibilidades de cuidado à infância, interessando à psicanálise o sujeito do inconsciente e a circulação da palavra.
{"title":"Psicanálise, infâncias e vulnerabilidades: as crianças nos espaços da cidade","authors":"Bruna Caixeta Alves Teixeira, J. Paravidini, Anamaria Silva Neves","doi":"10.11606/issn.1981-1624.v26i3p421-434","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v26i3p421-434","url":null,"abstract":"Este artigo tem como objetivo traçar um panorama acerca dos lugares de vulnerabilidade que as crianças têm ocupado nos cenários da pólis e identificar possíveis modos de cuidados para com elas. Trata-se de uma reflexão teórica que problematiza a maneira como as dinâmicas sociais interferem na constituição subjetiva dos sujeitos. Foram retomados alguns conceitos fundamentais para Freud, como o desamparo e o mal-estar civilizatório, refletindo sobre como estes se presentificam na formação dos laços sociais na conjuntura contemporânea das infâncias. Coube, ainda, enfatizar o processo de segregação e a desigualdade social que compõem a construção das cidades no Brasil, colocando em cena a situação das crianças nestes cenários. Finalmente, considerou-se as possibilidades de cuidado à infância, interessando à psicanálise o sujeito do inconsciente e a circulação da palavra.","PeriodicalId":33891,"journal":{"name":"Estilos da Clinica","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47057491","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-18DOI: 10.11606/issn.1981-1624.v26i3p445-460
Jussara Glória Rossato, Eduarda Lima de Oliveira, Vera Regina Röhnelt Ramires, Denise Falcke
A adoção é um processo complexo, que nem sempre terá um desfecho bem sucedido. A partir de um estudo de caso, objetivou-se compreender as experiências de uma mulher, mãe por adoção de cinco filhos, que vivenciou a dissolução da adoção. A filha mais velha solicitou o retorno para a instituição de acolhimento, após sete anos de convivência com a família adotiva. Os dados foram obtidos pela construção do genograma e entrevista semiestruturada com a mãe. Na visão da participante, a dificuldade na constituição de vínculos afetivos entre mãe e filha levou à dissolução da adoção, associada ao não acesso ao acompanhamento profissional no período pós-adoção. Discute-se a questão da irrevogabilidade da adoção, a aplicabilidade dos termos devolução e duplo abandono e a importância da rede de apoio.
{"title":"Dissolução da adoção: (des)encontros entre maternidade e filiação","authors":"Jussara Glória Rossato, Eduarda Lima de Oliveira, Vera Regina Röhnelt Ramires, Denise Falcke","doi":"10.11606/issn.1981-1624.v26i3p445-460","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v26i3p445-460","url":null,"abstract":"A adoção é um processo complexo, que nem sempre terá um desfecho bem sucedido. A partir de um estudo de caso, objetivou-se compreender as experiências de uma mulher, mãe por adoção de cinco filhos, que vivenciou a dissolução da adoção. A filha mais velha solicitou o retorno para a instituição de acolhimento, após sete anos de convivência com a família adotiva. Os dados foram obtidos pela construção do genograma e entrevista semiestruturada com a mãe. Na visão da participante, a dificuldade na constituição de vínculos afetivos entre mãe e filha levou à dissolução da adoção, associada ao não acesso ao acompanhamento profissional no período pós-adoção. Discute-se a questão da irrevogabilidade da adoção, a aplicabilidade dos termos devolução e duplo abandono e a importância da rede de apoio.","PeriodicalId":33891,"journal":{"name":"Estilos da Clinica","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45706202","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-18DOI: 10.11606/issn.1981-1624.v26i3p596-615
Bárbara Thomes Vargas, Iagor Brum Leitão, Karlos Pedro Calvi Gussão
Este estudo se insere em um grande eixo que busca descrever as condições subjetivas fundamentais para que haja qualquer educação. Por meio da psicanálise, tomou-se os conceitos de ensino e transmissão como operadores para compreender questões subjacentes aos processos de educar. Para tanto, realizou-se grupos focais com professores e alunos do ensino superior. Analisou-se os dados por meio da Análise de Similitude, possibilitada pelo IRaMuTeQ. Mostra-se que a transmissão, no contexto educacional, é marcada por encontros evanescentes e imprevisíveis entre alunos e professores, sujeitos em trânsito. Cabe a cada sujeito encontrar o modo mais singular de fazer algo com os saberes transmitidos, reescrevendo-os em letra própria e constituírem seu estilo.
{"title":"O que se transmite no processo de ensino educacional? Interlocuções entre a psicanálise e a educação no ensino superior","authors":"Bárbara Thomes Vargas, Iagor Brum Leitão, Karlos Pedro Calvi Gussão","doi":"10.11606/issn.1981-1624.v26i3p596-615","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v26i3p596-615","url":null,"abstract":"Este estudo se insere em um grande eixo que busca descrever as condições subjetivas fundamentais para que haja qualquer educação. Por meio da psicanálise, tomou-se os conceitos de ensino e transmissão como operadores para compreender questões subjacentes aos processos de educar. Para tanto, realizou-se grupos focais com professores e alunos do ensino superior. Analisou-se os dados por meio da Análise de Similitude, possibilitada pelo IRaMuTeQ. Mostra-se que a transmissão, no contexto educacional, é marcada por encontros evanescentes e imprevisíveis entre alunos e professores, sujeitos em trânsito. Cabe a cada sujeito encontrar o modo mais singular de fazer algo com os saberes transmitidos, reescrevendo-os em letra própria e constituírem seu estilo.","PeriodicalId":33891,"journal":{"name":"Estilos da Clinica","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46721255","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-04-29DOI: 10.11606/ISSN.1981-1624.V26I01P129-144
Natália Cidade, S. Zornig
O objetivo deste artigo é analisar o fenômeno das automutilações na adolescência a partir da articulação do registro do corpo à dimensão arcaica do tempo. As automutilações se caracterizam pelo ato de ferir o próprio corpo voluntariamente, sem intenção consciente de morte. É através do corpo que se manifesta um sofrimento que ultrapassa os limites psíquicos do sujeito, encontrando uma via de expressão radical daquilo que o faz sofrer. O caráter radical desta resposta aponta para a complexidade dos primórdios da constituição psíquica. Neste cenário, propõe-se compreender as automutilações na adolescência como uma via atual através da qual algumas vivências da ordem do arcaico se apresentariam. Elas conjugariam, em um curto-circuito do tempo, passado e presente, abrindo caminhos para a ressignificação de vivências irrepresentáveis.
{"title":"Automutilações na adolescência: reflexões sobre o corpo e o tempo","authors":"Natália Cidade, S. Zornig","doi":"10.11606/ISSN.1981-1624.V26I01P129-144","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/ISSN.1981-1624.V26I01P129-144","url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é analisar o fenômeno das automutilações na adolescência a partir da articulação do registro do corpo à dimensão arcaica do tempo. As automutilações se caracterizam pelo ato de ferir o próprio corpo voluntariamente, sem intenção consciente de morte. É através do corpo que se manifesta um sofrimento que ultrapassa os limites psíquicos do sujeito, encontrando uma via de expressão radical daquilo que o faz sofrer. O caráter radical desta resposta aponta para a complexidade dos primórdios da constituição psíquica. Neste cenário, propõe-se compreender as automutilações na adolescência como uma via atual através da qual algumas vivências da ordem do arcaico se apresentariam. Elas conjugariam, em um curto-circuito do tempo, passado e presente, abrindo caminhos para a ressignificação de vivências irrepresentáveis.","PeriodicalId":33891,"journal":{"name":"Estilos da Clinica","volume":"26 1","pages":"129-144"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-04-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44004176","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-28DOI: 10.11606/issn.1981-1624.v25i3p394-406
V. Jucá
A partir de conversações realizadas com alunas de uma escola estadual, em Fortaleza (CE), apresentamos os elementos geradores de impasses na travessia do ensino médio para a vida após a formatura. A passagem entre o lugar ocupado na infância e a construção de um lugar para si no campo do Outro é atravessada pelas incertezas acerca das possibilidades concretas de continuar os estudos depois do ensino médio. Sonhos referentes ao ingresso na universidade fizeram-se presentes, mas sempre recobertos por indagações acerca da viabilidade de entrar em uma graduação. Nos casos em que os sofrimentos psíquico e social se encontravam particularmente agudizados, as adolescentes vivenciavam uma dilatação do presente, sem projeções para o futuro. O estudo aponta para a importância de espaços nos quais os jovens possam discutir seus projetos de vida durante o ensino médio. Por meio da oferta de um lugar para falar, os determinantes sociais e subjetivos relativos ao futuro podem ser trabalhados na tentativa de romper com as repetições subjetivas e políticas que atualizam as desigualdades sociais.
{"title":"Adolescência, Ensino Médio e projetos de vida na escola pública","authors":"V. Jucá","doi":"10.11606/issn.1981-1624.v25i3p394-406","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v25i3p394-406","url":null,"abstract":"A partir de conversações realizadas com alunas de uma escola estadual, em Fortaleza (CE), apresentamos os elementos geradores de impasses na travessia do ensino médio para a vida após a formatura. A passagem entre o lugar ocupado na infância e a construção de um lugar para si no campo do Outro é atravessada pelas incertezas acerca das possibilidades concretas de continuar os estudos depois do ensino médio. Sonhos referentes ao ingresso na universidade fizeram-se presentes, mas sempre recobertos por indagações acerca da viabilidade de entrar em uma graduação. Nos casos em que os sofrimentos psíquico e social se encontravam particularmente agudizados, as adolescentes vivenciavam uma dilatação do presente, sem projeções para o futuro. O estudo aponta para a importância de espaços nos quais os jovens possam discutir seus projetos de vida durante o ensino médio. Por meio da oferta de um lugar para falar, os determinantes sociais e subjetivos relativos ao futuro podem ser trabalhados na tentativa de romper com as repetições subjetivas e políticas que atualizam as desigualdades sociais.","PeriodicalId":33891,"journal":{"name":"Estilos da Clinica","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41414709","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}