O presente artigo consiste na análise da cobertura de um infanticídio ocorrido em 2013, o caso Fernanda Ellen, pelo jornal sensacionalista Já Paraíba. A leitura das manchetes e reportagens com depoimentos de parentes e policiais envolvidos na investigação mostrou que o éthos do diário sofreu variações que construíram um discurso particularmente distinto da média das matérias comumente publicadas no Já, dada a gravidade das circunstâncias que a tragédia envolvia. Nesse contexto, surge a questão: pode o mesmo diário operar com dois ethé distintos nas coberturas de crimes? Para respondê-la, a contribuição da Semiótica Tensiva pareceu bastante pertinente. Uma análise comparativa entre a cobertura de crimes “previsíveis” contra mulheres e do Caso Fernanda Ellen mostra a existência de gradações de um mesmo ethos no Já Paraíba, além de um frutífero casamento entre Ethos e Semiótica Tensiva.
{"title":"As oscilações de estilo no Já Paraíba","authors":"O. Fulaneti, D. Melo","doi":"10.17648/eidea-19-2410","DOIUrl":"https://doi.org/10.17648/eidea-19-2410","url":null,"abstract":"O presente artigo consiste na análise da cobertura de um infanticídio ocorrido em 2013, o caso Fernanda Ellen, pelo jornal sensacionalista Já Paraíba. A leitura das manchetes e reportagens com depoimentos de parentes e policiais envolvidos na investigação mostrou que o éthos do diário sofreu variações que construíram um discurso particularmente distinto da média das matérias comumente publicadas no Já, dada a gravidade das circunstâncias que a tragédia envolvia. Nesse contexto, surge a questão: pode o mesmo diário operar com dois ethé distintos nas coberturas de crimes? Para respondê-la, a contribuição da Semiótica Tensiva pareceu bastante pertinente. Uma análise comparativa entre a cobertura de crimes “previsíveis” contra mulheres e do Caso Fernanda Ellen mostra a existência de gradações de um mesmo ethos no Já Paraíba, além de um frutífero casamento entre Ethos e Semiótica Tensiva. ","PeriodicalId":359054,"journal":{"name":"Revista Eletrônica de Estudos Integrados em Discurso e Argumentação","volume":"14 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-08-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121163469","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este trabalho discute, sob a luz da Análise Crítica do Discurso, as noções de dominação e poder, no que tange à participação e/ou relação com as minorias, sobretudo negros e a comunidade LGBTQ+ (sigla para lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e queers), a partir das justificativas dadas à censura a uma peça publicitária do Banco do Brasil, veiculada não apenas na televisão, mas em qualquer outra plataforma; e das práticas discursivas envolvidas nesse processo. Para tanto, o triângulo proposto por Van Dijk (1993, 2012, 2017), cuja composição é discurso – cognição – sociedade respalda essa pesquisa. Além de Van Dijk, o arcabouço teórico abarcará os trabalhos de Pedro (1997) e Fairclough (2001), sobre discurso e sociedade. Do ponto de vista de resultado da análise, constata-se que há uma tentativa, da parte de quem detém o controle ao acesso do discurso, de legitimar uma posição preconceituosa pela deslegitimação do outro.
{"title":"Censura à diversidade sociocultural numa propaganda do Banco do Brasil: Análise das justificativas para a deslegitimação do outro","authors":"Fábio Ferreira Pinto, Vânia de Moraes","doi":"10.17648/eidea-19-2372","DOIUrl":"https://doi.org/10.17648/eidea-19-2372","url":null,"abstract":"Este trabalho discute, sob a luz da Análise Crítica do Discurso, as noções de dominação e poder, no que tange à participação e/ou relação com as minorias, sobretudo negros e a comunidade LGBTQ+ (sigla para lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e queers), a partir das justificativas dadas à censura a uma peça publicitária do Banco do Brasil, veiculada não apenas na televisão, mas em qualquer outra plataforma; e das práticas discursivas envolvidas nesse processo. Para tanto, o triângulo proposto por Van Dijk (1993, 2012, 2017), cuja composição é discurso – cognição – sociedade respalda essa pesquisa. Além de Van Dijk, o arcabouço teórico abarcará os trabalhos de Pedro (1997) e Fairclough (2001), sobre discurso e sociedade. Do ponto de vista de resultado da análise, constata-se que há uma tentativa, da parte de quem detém o controle ao acesso do discurso, de legitimar uma posição preconceituosa pela deslegitimação do outro.","PeriodicalId":359054,"journal":{"name":"Revista Eletrônica de Estudos Integrados em Discurso e Argumentação","volume":"33 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-08-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"114491860","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Neste trabalho, considerando dizeres pronunciados por Dilma Rousseff (2016) e Michel Temer (2017), são analisados os deslocamentos e ambiguidades em funcionamento na argumentação acerca do “Estado Democrático de Direito”. Tendo em conta as contribuições de Courtine (2006) sobre o discurso político, e fazendo uma aproximação com Corten (1999) no que diz respeito ao político “como cena das forças políticas” (p. 38), considera-se o conceito de condições de produção do discurso apresentado por Pêcheux (2009), para analisar as cenas enunciativas (GUIMARÃES, 2002) e nelas os deslocamentos e ambiguidades. Os enunciados apontam para contradições não somente entre governos, mas também entre projetos distintos, orientados a partir de perspectivas de classes sociais antagônicas, produzindo efeitos de sentido sob o simulacro do Estado Democrático de Direito.
{"title":"Estado democrático de direito: deslocamentos e ambiguidades na argumentação","authors":"Sóstenes Ericson","doi":"10.17648/eidea-19-2269","DOIUrl":"https://doi.org/10.17648/eidea-19-2269","url":null,"abstract":"Neste trabalho, considerando dizeres pronunciados por Dilma Rousseff (2016) e Michel Temer (2017), são analisados os deslocamentos e ambiguidades em funcionamento na argumentação acerca do “Estado Democrático de Direito”. Tendo em conta as contribuições de Courtine (2006) sobre o discurso político, e fazendo uma aproximação com Corten (1999) no que diz respeito ao político “como cena das forças políticas” (p. 38), considera-se o conceito de condições de produção do discurso apresentado por Pêcheux (2009), para analisar as cenas enunciativas (GUIMARÃES, 2002) e nelas os deslocamentos e ambiguidades. Os enunciados apontam para contradições não somente entre governos, mas também entre projetos distintos, orientados a partir de perspectivas de classes sociais antagônicas, produzindo efeitos de sentido sob o simulacro do Estado Democrático de Direito.","PeriodicalId":359054,"journal":{"name":"Revista Eletrônica de Estudos Integrados em Discurso e Argumentação","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-08-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"130477732","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Valéria Fernandes Turci, Soraya Maria Romano Pacífico
Considerando que os gêneros digitais ganham cada vez mais destaque na comunicação e muitos adolescentes acessam canais de vídeos no Youtube para visualizar resenhas de booktubers sobre livros, o objetivo deste trabalho foi colocar essa nova prática de letramento em discurso no contexto escolar, com o intuito de possibilitar não só o incentivo à leitura, mas também a análise dos gestos argumentativos e os indícios de autoria presentes no discurso desses sujeitos-alunos em ambiente virtual. Para o desenvolvimento da pesquisa, nossa referência teórica é a Análise de Discurso fundada por Michel Pêcheux. Nosso corpus será composto por vídeos, elaborados por alunos do ensino fundamental de uma escola pública de Ribeirão Preto/SP. Os resultados de nossas análises demonstram que o discurso dos sujeitos-alunos aponta marcas de autoria e argumentação quando as condições de produção da leitura e interpretação são permitidas no contexto escolar. Palavras-chaves: Argumentação. Autoria. Discurso. Educação.
{"title":"Argumentação e autoria de adolescentes booktubers: interfaces entre a sala de aula e o ambiente virtual","authors":"Valéria Fernandes Turci, Soraya Maria Romano Pacífico","doi":"10.17648/eidea-19-2319","DOIUrl":"https://doi.org/10.17648/eidea-19-2319","url":null,"abstract":"Considerando que os gêneros digitais ganham cada vez mais destaque na comunicação e muitos adolescentes acessam canais de vídeos no Youtube para visualizar resenhas de booktubers sobre livros, o objetivo deste trabalho foi colocar essa nova prática de letramento em discurso no contexto escolar, com o intuito de possibilitar não só o incentivo à leitura, mas também a análise dos gestos argumentativos e os indícios de autoria presentes no discurso desses sujeitos-alunos em ambiente virtual. Para o desenvolvimento da pesquisa, nossa referência teórica é a Análise de Discurso fundada por Michel Pêcheux. Nosso corpus será composto por vídeos, elaborados por alunos do ensino fundamental de uma escola pública de Ribeirão Preto/SP. Os resultados de nossas análises demonstram que o discurso dos sujeitos-alunos aponta marcas de autoria e argumentação quando as condições de produção da leitura e interpretação são permitidas no contexto escolar. \u0000 \u0000Palavras-chaves: Argumentação. Autoria. Discurso. Educação.","PeriodicalId":359054,"journal":{"name":"Revista Eletrônica de Estudos Integrados em Discurso e Argumentação","volume":"13 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-08-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129422533","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Eleita “palavra do ano” de 2016 pelos Dicionários Oxford, a pós-verdade é o qualificativo das circunstâncias em que fatos objetivos são menos influentes na opinião pública que os apelos emocionais e as crenças pessoais. Assim posto, seria a pós-verdade não apenas um sinônimo de fake news, mas, sobretudo, de convicção (ANGENOT), vez que, falsas ou verdadeiras, as informações são divulgadas ou excluídas não pela sua veridicidade, mas pela sua adequação às crenças/valores de cada sujeito. Tal indisponibilidade à verificação se daria, em tese, por razão do tipo de racionalidade instrumental, pragmatista e utilitarista (BOUDON), que configura a cognição e a retórica dos sujeitos. Interessa a este artigo, portanto, não o funcionamento e a circulação dos discursos de pós-verdade, mas problematizar o tipo de racionalidade contemporânea como causa do fenômeno, a ponto de se tornar um conceito tão discutido nas Ciências Humanas e Sociais como um todo.
{"title":"A retórica da pós-verdade: o problema das convicções","authors":"R. Seixas","doi":"10.17648/EIDEA-18-2197","DOIUrl":"https://doi.org/10.17648/EIDEA-18-2197","url":null,"abstract":"Eleita “palavra do ano” de 2016 pelos Dicionários Oxford, a pós-verdade é o qualificativo das circunstâncias em que fatos objetivos são menos influentes na opinião pública que os apelos emocionais e as crenças pessoais. Assim posto, seria a pós-verdade não apenas um sinônimo de fake news, mas, sobretudo, de convicção (ANGENOT), vez que, falsas ou verdadeiras, as informações são divulgadas ou excluídas não pela sua veridicidade, mas pela sua adequação às crenças/valores de cada sujeito. Tal indisponibilidade à verificação se daria, em tese, por razão do tipo de racionalidade instrumental, pragmatista e utilitarista (BOUDON), que configura a cognição e a retórica dos sujeitos. Interessa a este artigo, portanto, não o funcionamento e a circulação dos discursos de pós-verdade, mas problematizar o tipo de racionalidade contemporânea como causa do fenômeno, a ponto de se tornar um conceito tão discutido nas Ciências Humanas e Sociais como um todo.","PeriodicalId":359054,"journal":{"name":"Revista Eletrônica de Estudos Integrados em Discurso e Argumentação","volume":"34 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-04-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121545234","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo trata de um caso particular no vasto domínio da retórica erística e polêmica, a saber, as amargas e intermináveis controvérsias que se relacionam apenas com a qualificação — no sentido jurídico — de um acontecimento ou de um indivíduo, de uma entidade política. Estende-se, assim, esta noção do direito para abordar a questão geral das controvérsias de rotulagem, as quais encontram recorrência cotidiana. O artigo se detém, particularmente, em um exemplo repleto de controvérsias de qualificação jurídica utilizadas pelos historiadores, como a categoria de “genocídio” e seus abusos. Aborda-se a rotulagem condenatória e “diabolizadora” e suas categorias, bem conhecidas de longa data, como as de “fascista”, “totalitarismo” etc.
{"title":"A retórica da qualificação e as controvérsias de rotulagem","authors":"Marc Angenot","doi":"10.17648/EIDEA-18-2283","DOIUrl":"https://doi.org/10.17648/EIDEA-18-2283","url":null,"abstract":"Este artigo trata de um caso particular no vasto domínio da retórica erística e polêmica, a saber, as amargas e intermináveis controvérsias que se relacionam apenas com a qualificação — no sentido jurídico — de um acontecimento ou de um indivíduo, de uma entidade política. Estende-se, assim, esta noção do direito para abordar a questão geral das controvérsias de rotulagem, as quais encontram recorrência cotidiana. O artigo se detém, particularmente, em um exemplo repleto de controvérsias de qualificação jurídica utilizadas pelos historiadores, como a categoria de “genocídio” e seus abusos. Aborda-se a rotulagem condenatória e “diabolizadora” e suas categorias, bem conhecidas de longa data, como as de “fascista”, “totalitarismo” etc.","PeriodicalId":359054,"journal":{"name":"Revista Eletrônica de Estudos Integrados em Discurso e Argumentação","volume":"5 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-04-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123035107","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Maurício Colenghi Filho, Patrícia Del Nero Velasco
Considerando a argumentação como parte constituinte do filosofar, o presente texto tem como objetivo defender a presença de conteúdos e habilidades lógico-argumentativas como fundamental ao ensino e à aprendizagem da Filosofia. Trata-se, contudo, de uma presença que deve ocorrer na prática dialógica, exigindo do professor, portanto, um papel bastante preciso: o de, na esteira de Sócrates, convidar seus interlocutores a refletirem, a ouvirem atentamente, a fundamentarem e eventualmente reverem seus pontos de vista, respeitando posicionamentos distintos dos seus. Nesse sentido, a prática argumentativa em sala de aula, em última instância, configura-se em um compromisso político: um compromisso com a liberdade de expressão, com o diálogo aberto ao pluralismo de pontos de vista – experiência singular de exercício público e compartilhado do conhecimento.
{"title":"A argumentação e o ensino dialógico da Filosofia","authors":"Maurício Colenghi Filho, Patrícia Del Nero Velasco","doi":"10.17648/EIDEA-18-2306","DOIUrl":"https://doi.org/10.17648/EIDEA-18-2306","url":null,"abstract":"Considerando a argumentação como parte constituinte do filosofar, o presente texto tem como objetivo defender a presença de conteúdos e habilidades lógico-argumentativas como fundamental ao ensino e à aprendizagem da Filosofia. Trata-se, contudo, de uma presença que deve ocorrer na prática dialógica, exigindo do professor, portanto, um papel bastante preciso: o de, na esteira de Sócrates, convidar seus interlocutores a refletirem, a ouvirem atentamente, a fundamentarem e eventualmente reverem seus pontos de vista, respeitando posicionamentos distintos dos seus. Nesse sentido, a prática argumentativa em sala de aula, em última instância, configura-se em um compromisso político: um compromisso com a liberdade de expressão, com o diálogo aberto ao pluralismo de pontos de vista – experiência singular de exercício público e compartilhado do conhecimento.","PeriodicalId":359054,"journal":{"name":"Revista Eletrônica de Estudos Integrados em Discurso e Argumentação","volume":"51 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-04-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"126089867","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo pretende refletir sobre formas e condições de autoria nos meios digitais para realçar o caráter operativo, vigilante e fluido que caracteriza o ato de argumentar na Internet. A partir das concepções de isegoria, kairós e comunidades discursivas, três categorias discursivas se delineiam e, a partir delas, duas classificações de vocação enunciativa se conformam: o autor-nominado e o autor-apócrifo. Os princípios teóricos da Retórica e da Nova retórica sustentam a reflexão. Considera-se, por fim, a autoria virtual como um exercício privilegiado de difusão do docere, do movere e do delectare.
{"title":"A retórica dos vigilantes: autoria online","authors":"L. A. Ferreira","doi":"10.17648/EIDEA-18-2314","DOIUrl":"https://doi.org/10.17648/EIDEA-18-2314","url":null,"abstract":"Este artigo pretende refletir sobre formas e condições de autoria nos meios digitais para realçar o caráter operativo, vigilante e fluido que caracteriza o ato de argumentar na Internet. A partir das concepções de isegoria, kairós e comunidades discursivas, três categorias discursivas se delineiam e, a partir delas, duas classificações de vocação enunciativa se conformam: o autor-nominado e o autor-apócrifo. Os princípios teóricos da Retórica e da Nova retórica sustentam a reflexão. Considera-se, por fim, a autoria virtual como um exercício privilegiado de difusão do docere, do movere e do delectare.","PeriodicalId":359054,"journal":{"name":"Revista Eletrônica de Estudos Integrados em Discurso e Argumentação","volume":"79 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-04-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"117224461","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Examinamos as ocorrências de formulações linguísticas relacionadas ao objeto de discurso Língua Portuguesa com vista à participação da metáfora da personificação e do esquema LIGAÇÃO na argumentação política dos discursos oficiais dos países-membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Estabelecemos interface entre os estudos acerca da sociocognição e da metáfora conceptual (LAKOFF e JOHNSON, 1980, CHILTON e LAKOFF, 2005, LAKOFF, 2009, CHARTERIS-BLACK, 2011, 2014, TURNER, 2014, VAN DIJK, 2016) e os preceitos da Nova Retórica (PERELMAN e OLBRECHTS-TYTECA, 2002 [1958]). Os resultados apontam para a construção da Língua Portuguesa como objeto de acordo e de poder nos discursos da CPLP.
摘要本研究旨在探讨葡萄牙语国家共同体(CPLP)成员国官方话语政治论证中拟人化隐喻和连接图式的参与。我们建立了社会认知和概念隐喻研究(LAKOFF and JOHNSON, 1980, CHILTON and LAKOFF, 2005, LAKOFF, 2009, CHARTERIS-BLACK, 2011, 2014, TURNER, 2014, VAN DIJK, 2016)与新修辞学原则(PERELMAN and OLBRECHTS-TYTECA, 2002[1958])之间的界面。结果表明,在CPLP的话语中,葡萄牙语作为同意和权力的对象的建构。
{"title":"Argumentação e sociocognição nos discursos da Comunidade de Países de Língua Portuguesa","authors":"Renata Palumbo","doi":"10.17648/EIDEA-18-2304","DOIUrl":"https://doi.org/10.17648/EIDEA-18-2304","url":null,"abstract":"Examinamos as ocorrências de formulações linguísticas relacionadas ao objeto de discurso Língua Portuguesa com vista à participação da metáfora da personificação e do esquema LIGAÇÃO na argumentação política dos discursos oficiais dos países-membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Estabelecemos interface entre os estudos acerca da sociocognição e da metáfora conceptual (LAKOFF e JOHNSON, 1980, CHILTON e LAKOFF, 2005, LAKOFF, 2009, CHARTERIS-BLACK, 2011, 2014, TURNER, 2014, VAN DIJK, 2016) e os preceitos da Nova Retórica (PERELMAN e OLBRECHTS-TYTECA, 2002 [1958]). Os resultados apontam para a construção da Língua Portuguesa como objeto de acordo e de poder nos discursos da CPLP.","PeriodicalId":359054,"journal":{"name":"Revista Eletrônica de Estudos Integrados em Discurso e Argumentação","volume":"47 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-04-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116736941","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo tem como proposta discutir a implicação das emoções no Prefácio que Hans Kelsen escreveu, em 1934, quando publicou sua primeira edição da Teoria Pura do Direito. O objetivo é analisar enunciados e enunciações que são reveladores não apenas do discurso kelseniano sobre a sua noção do Direito positivo, mas também as marcas retórico-enunciativas da inscrição do sujeito produtor e enunciador desse discurso. A análise metodológica do corpus se deu por meio da Retórica das Paixões de Aristóteles, em diálogo com teorias desenvolvidas por Meyer (2000, 2007), além da Teoria Semiolinguística de Charaudeau (2001) e das teorizações sobre narrativas de vida propostas por Machado (2014). Como resultado preliminar, comprovamos que há elementos do Pathos, na construção retórico-enunciativa desse Prefácio, que revelam as relações entre sujeito, teoria e discurso. Concluímos que a expressão das emoções no discurso kelseniano sugere chaves de leitura para novas abordagens sobre os estudos da argumentação.
{"title":"A retórica e as paixões no Prefácio de Hans Kelsen: notas sobre o sujeito, o discurso e a Teoria Pura do Direito","authors":"Adriana do Carmo Figueiredo","doi":"10.17648/EIDEA-18-2189","DOIUrl":"https://doi.org/10.17648/EIDEA-18-2189","url":null,"abstract":"Este artigo tem como proposta discutir a implicação das emoções no Prefácio que Hans Kelsen escreveu, em 1934, quando publicou sua primeira edição da Teoria Pura do Direito. O objetivo é analisar enunciados e enunciações que são reveladores não apenas do discurso kelseniano sobre a sua noção do Direito positivo, mas também as marcas retórico-enunciativas da inscrição do sujeito produtor e enunciador desse discurso. A análise metodológica do corpus se deu por meio da Retórica das Paixões de Aristóteles, em diálogo com teorias desenvolvidas por Meyer (2000, 2007), além da Teoria Semiolinguística de Charaudeau (2001) e das teorizações sobre narrativas de vida propostas por Machado (2014). Como resultado preliminar, comprovamos que há elementos do Pathos, na construção retórico-enunciativa desse Prefácio, que revelam as relações entre sujeito, teoria e discurso. Concluímos que a expressão das emoções no discurso kelseniano sugere chaves de leitura para novas abordagens sobre os estudos da argumentação.","PeriodicalId":359054,"journal":{"name":"Revista Eletrônica de Estudos Integrados em Discurso e Argumentação","volume":"57 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-04-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133160435","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}