Pub Date : 2022-12-23DOI: 10.36311/2237-7743.2022.v11n3.p451-467
Thiago Henrique Costa Simões Antunes, Everton Santos Lima
Ao esquadrinhar a trajetória da “evolução” das formas hegemônicas de se fazer guerra, constata-se que, na contemporaneidade, há um deslocamento aberrante em relação ao progresso proporcional no que se refere ao modelo anterior. O repertório tecnológico bélico disponível somado às agendas política e econômica realizam níveis de alcance e proporções desastrosas nunca antes observados. Neste caminhar, o presente artigo tem por objetivo esclarecer de maneira expressa a associação entre os termos “guerra de 4ª geração” e “guerra híbrida”, com vistas a cotejar a disposição dos movimentos que animaram as turbulências do ambiente político-social ucraniano nos ocorridos da Revolução Laranja, do Euromaidan e da anexação da Crimeia pela Rússia, compreendidos a partir desses dois modelos. Os procedimentos de pesquisa adotados consistem em revisão bibliográfica de obras concernentes à temática, artigos publicados, periódicos científicos e produções acadêmicas registradas. No desenlace da investigação, foi possível identificar o papel central desempenhado por governos de outros países e organismos internacionais conduzido, sobretudo, a partir de veículos de mídia social no impulsionar do processo revolucionário, que, todavia, apesar de impor modificações significativas no território, permaneceu resignado às raias de dominação delineadas pelos atores hegemônicos atacantes.
{"title":"O modelo de Guerra de 4ª Geração e Guerra Híbrida na Ucrânia do começo do século XXI","authors":"Thiago Henrique Costa Simões Antunes, Everton Santos Lima","doi":"10.36311/2237-7743.2022.v11n3.p451-467","DOIUrl":"https://doi.org/10.36311/2237-7743.2022.v11n3.p451-467","url":null,"abstract":"Ao esquadrinhar a trajetória da “evolução” das formas hegemônicas de se fazer guerra, constata-se que, na contemporaneidade, há um deslocamento aberrante em relação ao progresso proporcional no que se refere ao modelo anterior. O repertório tecnológico bélico disponível somado às agendas política e econômica realizam níveis de alcance e proporções desastrosas nunca antes observados. Neste caminhar, o presente artigo tem por objetivo esclarecer de maneira expressa a associação entre os termos “guerra de 4ª geração” e “guerra híbrida”, com vistas a cotejar a disposição dos movimentos que animaram as turbulências do ambiente político-social ucraniano nos ocorridos da Revolução Laranja, do Euromaidan e da anexação da Crimeia pela Rússia, compreendidos a partir desses dois modelos. Os procedimentos de pesquisa adotados consistem em revisão bibliográfica de obras concernentes à temática, artigos publicados, periódicos científicos e produções acadêmicas registradas. No desenlace da investigação, foi possível identificar o papel central desempenhado por governos de outros países e organismos internacionais conduzido, sobretudo, a partir de veículos de mídia social no impulsionar do processo revolucionário, que, todavia, apesar de impor modificações significativas no território, permaneceu resignado às raias de dominação delineadas pelos atores hegemônicos atacantes.","PeriodicalId":37936,"journal":{"name":"Austral: Brazilian Journal of Strategy and International Relations","volume":"11 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"83669410","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-23DOI: 10.36311/2237-7743.2022.v11n3.p406-430
Victor De Matos Nascimento, Mariana Ferreira Torres
Desde o início de seu governo, o presidente Jair Bolsonaro sinalizou que as políticas ambientais e climáticas não seriam sua prioridade. Passados dois anos e meio, é possível observar ações que comprovam o desmonte da política ambiental brasileira. Pensando o Brasil dentro da governança climática global, este trabalho questiona porque as estruturas institucionais do Regime Internacional sobre a Mudança do Clima não impedem que o Brasil siga um sentido contrário às medidas consensuais de combate ao problema climático. Como será demonstrado, as estruturas do Regime têm um alcance limitado sobre a política ambiental brasileira, contudo, existem constrangimentos que recaem sobre o Brasil quando se trata das políticas ambientais e climáticas.
{"title":"O Brasil no Regime Internacional sobre a Mudança do Clima","authors":"Victor De Matos Nascimento, Mariana Ferreira Torres","doi":"10.36311/2237-7743.2022.v11n3.p406-430","DOIUrl":"https://doi.org/10.36311/2237-7743.2022.v11n3.p406-430","url":null,"abstract":"Desde o início de seu governo, o presidente Jair Bolsonaro sinalizou que as políticas ambientais e climáticas não seriam sua prioridade. Passados dois anos e meio, é possível observar ações que comprovam o desmonte da política ambiental brasileira. Pensando o Brasil dentro da governança climática global, este trabalho questiona porque as estruturas institucionais do Regime Internacional sobre a Mudança do Clima não impedem que o Brasil siga um sentido contrário às medidas consensuais de combate ao problema climático. Como será demonstrado, as estruturas do Regime têm um alcance limitado sobre a política ambiental brasileira, contudo, existem constrangimentos que recaem sobre o Brasil quando se trata das políticas ambientais e climáticas.","PeriodicalId":37936,"journal":{"name":"Austral: Brazilian Journal of Strategy and International Relations","volume":"46 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"90633648","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-23DOI: 10.36311/2237-7743.2022.v11n3.p468-489
David Morales, Jeniffer Pepi
Este artigo analisa o processo de reaproximação entre os governos dos EUA e Cuba no período 2008-2016. Trabalha-se a hipótese de que a mudança de atores no cenário internacional, a saber, Raúl Castro no lugar de Fidel Castro e Barack Obama no lugar de George Walker Bush; junto com a intermediação do Vaticano através dos ofícios políticos do então eleito Papa Francisco, configuraram o fator principal que possibilitou negociar avanços para diminuir o distanciamento entre ambos países dentro do contexto político internacional que aconteceu nesse período histórico específico. O artigo identifica e discute o papel dos atores envolvidos à luz do Governmental Politics Model, de Graham Allison (1999), buscando entender como se deu sua ação e as consequências que trouxeram para a política de ambos países. Analisa-se também a contribuição de outros atores entre eles, o empresariado estadunidense, países da América Latina, Europa e China, os quais foram importantes pelo poder de influência e persuasão no processo desta reaproximação que, mesmo sendo efêmera, e apesar de não terem dado continuidade com os avanços obtidos após a eleição de Donald Trump, isto significou uma demonstração de que existem caminhos que podem ser traçados para superar divergências históricas e político-econômicas entre ambos países.
{"title":"O processo de negociação da reaproximação entre Estados Unidos da América e Cuba (2008 – 2016)","authors":"David Morales, Jeniffer Pepi","doi":"10.36311/2237-7743.2022.v11n3.p468-489","DOIUrl":"https://doi.org/10.36311/2237-7743.2022.v11n3.p468-489","url":null,"abstract":"Este artigo analisa o processo de reaproximação entre os governos dos EUA e Cuba no período 2008-2016. Trabalha-se a hipótese de que a mudança de atores no cenário internacional, a saber, Raúl Castro no lugar de Fidel Castro e Barack Obama no lugar de George Walker Bush; junto com a intermediação do Vaticano através dos ofícios políticos do então eleito Papa Francisco, configuraram o fator principal que possibilitou negociar avanços para diminuir o distanciamento entre ambos países dentro do contexto político internacional que aconteceu nesse período histórico específico. O artigo identifica e discute o papel dos atores envolvidos à luz do Governmental Politics Model, de Graham Allison (1999), buscando entender como se deu sua ação e as consequências que trouxeram para a política de ambos países. Analisa-se também a contribuição de outros atores entre eles, o empresariado estadunidense, países da América Latina, Europa e China, os quais foram importantes pelo poder de influência e persuasão no processo desta reaproximação que, mesmo sendo efêmera, e apesar de não terem dado continuidade com os avanços obtidos após a eleição de Donald Trump, isto significou uma demonstração de que existem caminhos que podem ser traçados para superar divergências históricas e político-econômicas entre ambos países.","PeriodicalId":37936,"journal":{"name":"Austral: Brazilian Journal of Strategy and International Relations","volume":"32 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"81129384","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-23DOI: 10.36311/2237-7743.2022.v11n3.p513-537
Luiz Alberto de França
Apresentado por John J. Mearsheimer em The Tragedy of Great Power Politics, o conceito de Poder Parador da Água é um princípio basilar do que ele chama de Realismo Ofensivo, teoria segundo a qual as grandes potências do Sistema Internacional de Estados buscam a maximização de seu poder com vistas a atingir uma eventual hegemonia, seja regional, ou global. O Poder Parador da Água representa um obstáculo para a projeção de poder de uma dada potência que se utiliza de forças militares convencionais. Porém, o argumento aqui apresentado é que as armas hipersônicas hodiernas, em especial os veículos de deslizamento hipersônico, representam uma aparente, superação de tal conceito. No início da era nuclear, durante uma breve janela, os Estados Unidos possuíram o monopólio nuclear, condição essencial para a hegemonia global segundo o Realismo Ofensivo. Quando a União Soviética detonou sua primeira bomba nuclear, aquela janela estratégica começou a se fechar. Esse artigo argumenta que, dentro de condições específicas de conflito nuclear, o Poder Parador da Água, conforme proposto por Mearsheimer perde valor. Ainda mais, a Federação Russa hoje se encontra em uma janela de vantagem estratégica com suas novas classes de equipamentos bélicos, principalmente o HGV Avangard. Faz-se aqui uma análise das condições históricas que levaram ao desenvolvimento dessas armas assim como de suas potencialidades. Busca-se também uma integração dos principais princípios da doutrina nuclear corrente na Guerra Fria com as implicações estratégicas que a introdução das armas hipersônicas no campo de batalha traz ao aparato político-militar das grandes potências.
{"title":"O poder parador da água no realismo ofensivo e o advento das Armas Hipersônicas","authors":"Luiz Alberto de França","doi":"10.36311/2237-7743.2022.v11n3.p513-537","DOIUrl":"https://doi.org/10.36311/2237-7743.2022.v11n3.p513-537","url":null,"abstract":"Apresentado por John J. Mearsheimer em The Tragedy of Great Power Politics, o conceito de Poder Parador da Água é um princípio basilar do que ele chama de Realismo Ofensivo, teoria segundo a qual as grandes potências do Sistema Internacional de Estados buscam a maximização de seu poder com vistas a atingir uma eventual hegemonia, seja regional, ou global. O Poder Parador da Água representa um obstáculo para a projeção de poder de uma dada potência que se utiliza de forças militares convencionais. Porém, o argumento aqui apresentado é que as armas hipersônicas hodiernas, em especial os veículos de deslizamento hipersônico, representam uma aparente, superação de tal conceito. No início da era nuclear, durante uma breve janela, os Estados Unidos possuíram o monopólio nuclear, condição essencial para a hegemonia global segundo o Realismo Ofensivo. Quando a União Soviética detonou sua primeira bomba nuclear, aquela janela estratégica começou a se fechar. Esse artigo argumenta que, dentro de condições específicas de conflito nuclear, o Poder Parador da Água, conforme proposto por Mearsheimer perde valor. Ainda mais, a Federação Russa hoje se encontra em uma janela de vantagem estratégica com suas novas classes de equipamentos bélicos, principalmente o HGV Avangard. Faz-se aqui uma análise das condições históricas que levaram ao desenvolvimento dessas armas assim como de suas potencialidades. Busca-se também uma integração dos principais princípios da doutrina nuclear corrente na Guerra Fria com as implicações estratégicas que a introdução das armas hipersônicas no campo de batalha traz ao aparato político-militar das grandes potências.","PeriodicalId":37936,"journal":{"name":"Austral: Brazilian Journal of Strategy and International Relations","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"89465708","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-23DOI: 10.36311/2237-7743.2022.v11n3.p431-450
David Morales, Higor De Souza Gonçalves
O atual regime internacional de controle sobre o comércio de substâncias entorpecentes possui forte caráter criminalizante e tem sido alvo de debates quanto à sua viabilidade por conta das consequências que vem causando nos diferentes âmbitos sociais. Com o objetivo de enriquecer esse debate, este artigo discute os usos tradicionais do conceito “droga” para então analisar os diferentes papeis sociais atribuídos a essas substâncias em diferentes contextos sociopolíticos, incluindo os desdobramentos de conflitos ligados ao seu uso e comércio. Pretende-se igualmente compreender como se construiu o regime criminalizante, verificando os interesses e fatores que levaram à sua consolidação no sistema internacional contemporâneo. A pesquisa demonstra que as substâncias hoje controladas têm sido implementadas para executar diversos papeis sociais e não somente ser fonte de crime. Portanto, a configuração atual criminalizante não é a única possível e, nesse sentido, existe a possibilidade de abrir espaço para discutir acerca de sua reestruturação. Além disso, foi observado que o regime criminalizante internacional se desenvolveu muito apoiado na visão de apenas um Estado sobre o assunto, os Estados Unidos da América, visão essa que se construiu carregada de preconceitos e moralismos religiosos de suas elites políticas. Com o estabelecimento da ONU e a gradual consolidação dos EUA como potência hegemônica mundial foi possível alicerçar um regime de caráter criminalizante a nível internacional atualmente em vigência.
{"title":"Mudanças históricas no papel social de substâncias entorpecentes e a construção do regime internacional criminalizante","authors":"David Morales, Higor De Souza Gonçalves","doi":"10.36311/2237-7743.2022.v11n3.p431-450","DOIUrl":"https://doi.org/10.36311/2237-7743.2022.v11n3.p431-450","url":null,"abstract":"O atual regime internacional de controle sobre o comércio de substâncias entorpecentes possui forte caráter criminalizante e tem sido alvo de debates quanto à sua viabilidade por conta das consequências que vem causando nos diferentes âmbitos sociais. Com o objetivo de enriquecer esse debate, este artigo discute os usos tradicionais do conceito “droga” para então analisar os diferentes papeis sociais atribuídos a essas substâncias em diferentes contextos sociopolíticos, incluindo os desdobramentos de conflitos ligados ao seu uso e comércio. Pretende-se igualmente compreender como se construiu o regime criminalizante, verificando os interesses e fatores que levaram à sua consolidação no sistema internacional contemporâneo. A pesquisa demonstra que as substâncias hoje controladas têm sido implementadas para executar diversos papeis sociais e não somente ser fonte de crime. Portanto, a configuração atual criminalizante não é a única possível e, nesse sentido, existe a possibilidade de abrir espaço para discutir acerca de sua reestruturação. Além disso, foi observado que o regime criminalizante internacional se desenvolveu muito apoiado na visão de apenas um Estado sobre o assunto, os Estados Unidos da América, visão essa que se construiu carregada de preconceitos e moralismos religiosos de suas elites políticas. Com o estabelecimento da ONU e a gradual consolidação dos EUA como potência hegemônica mundial foi possível alicerçar um regime de caráter criminalizante a nível internacional atualmente em vigência.","PeriodicalId":37936,"journal":{"name":"Austral: Brazilian Journal of Strategy and International Relations","volume":"62 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"90456688","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-23DOI: 10.36311/2237-7743.2022.v11n3.p538-549
Guilherme de Paiva Morais
O Regime Internacional de Refúgio encontra-se em crise. A reação húngara diante do intenso fluxo migratório de sírios em busca de refúgio na Europa é uma demonstração de tal crise. Propõem-se discutir neste artigo o histórico conceitual do status de refúgio, os desafios impostos ao regime de refugiados e suas implicações no caso europeu. A reflexão sobre a ascensão de novas categorias de migração e a consequente relativização da Convenção de 1951 colocam em xeque os direitos dos refugiados e todo o arcabouço jurídico em prol da segurança daqueles migram involuntariamente por conta de uma ameaça direta à vida.
{"title":"O regime internacional de refúgio em xeque:","authors":"Guilherme de Paiva Morais","doi":"10.36311/2237-7743.2022.v11n3.p538-549","DOIUrl":"https://doi.org/10.36311/2237-7743.2022.v11n3.p538-549","url":null,"abstract":"O Regime Internacional de Refúgio encontra-se em crise. A reação húngara diante do intenso fluxo migratório de sírios em busca de refúgio na Europa é uma demonstração de tal crise. Propõem-se discutir neste artigo o histórico conceitual do status de refúgio, os desafios impostos ao regime de refugiados e suas implicações no caso europeu. A reflexão sobre a ascensão de novas categorias de migração e a consequente relativização da Convenção de 1951 colocam em xeque os direitos dos refugiados e todo o arcabouço jurídico em prol da segurança daqueles migram involuntariamente por conta de uma ameaça direta à vida.","PeriodicalId":37936,"journal":{"name":"Austral: Brazilian Journal of Strategy and International Relations","volume":"40 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"85382400","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-08-25DOI: 10.36311/2237-7743.2022.v11n2.p309-335
João Miguel Villas-Bôas Barcellos
O presente trabalho busca analisar o desenvolvimento do complexo industrial-militar indiano, seus avanços e problemas. Partimos do princípio que o avanço na capacidade de se desenvolver armamentos domesticamente é um ativo estratégico alcançado por poucos Estados. O caso indiano é de relevância especial, posto que, a despeito de o país ter conseguido desenvolver sofisticados produtos de defesa, ainda há forte dependência de importação de equipamentos estrangeiros, comprometendo a autonomia buscada por Nova Délhi. Desse modo, para melhor analisarmos a questão, dividimos o trabalho da seguinte maneira: “Produção histórica de armamentos na Índia”, “o complexo industrial-militar indiano: entre a autonomia e a dependência”, “o complexo industrial-militar indiano: estrutura, empresas e projetos estratégicos”, e “o setor privado indiano”.
{"title":"O complexo industrial-militar indiano","authors":"João Miguel Villas-Bôas Barcellos","doi":"10.36311/2237-7743.2022.v11n2.p309-335","DOIUrl":"https://doi.org/10.36311/2237-7743.2022.v11n2.p309-335","url":null,"abstract":"O presente trabalho busca analisar o desenvolvimento do complexo industrial-militar indiano, seus avanços e problemas. Partimos do princípio que o avanço na capacidade de se desenvolver armamentos domesticamente é um ativo estratégico alcançado por poucos Estados. O caso indiano é de relevância especial, posto que, a despeito de o país ter conseguido desenvolver sofisticados produtos de defesa, ainda há forte dependência de importação de equipamentos estrangeiros, comprometendo a autonomia buscada por Nova Délhi. Desse modo, para melhor analisarmos a questão, dividimos o trabalho da seguinte maneira: “Produção histórica de armamentos na Índia”, “o complexo industrial-militar indiano: entre a autonomia e a dependência”, “o complexo industrial-militar indiano: estrutura, empresas e projetos estratégicos”, e “o setor privado indiano”.","PeriodicalId":37936,"journal":{"name":"Austral: Brazilian Journal of Strategy and International Relations","volume":"397 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"76686728","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-08-25DOI: 10.36311/2237-7743.2022.v11n2.p336-356
Anselmo Otavio, Ilana Zelmanovitz Axelrod
O artigo possui como objetivo principal analisar os impactos que o genocídio de Ruanda gerou na arquitetura de paz e segurança africana. Feito isso, buscaremos demonstrar que a necessidade em distanciar o continente de tragédias similares ao caso ruandês, foi um dos fatores que impactou tanto nos debates que culminaram na transformação da Organização da Unidade Africana (OUA) em União Africana (UA), como também na inclusão e valorização do princípio da não-Indiferença por parte da UA. Assim, espera-se concluir que, mesmo havendo interesse em resolver os conflitos existentes no continente, reflexo disso foi a criação de diversas missões de paz, em verdade a atuação da UA acaba sendo limitada pela falta de recursos próprios para a operacionalização de tais iniciativas, uma vez que ainda depende de repasses advindos de potências extrarregionais e de organismos internacionais, em especial as Nações Unidas (ONU). Em termos metodológicos, o artigo baseia-se em fontes primárias e secundárias consideradas relevantes para o tema. Palavras-Chaves: Ruanda. Missões de Paz. Não-Indiferença. União Africana
{"title":"O genocídio de Ruanda e suas consequências na arquitetura de paz e segurança africana (1994-2020)","authors":"Anselmo Otavio, Ilana Zelmanovitz Axelrod","doi":"10.36311/2237-7743.2022.v11n2.p336-356","DOIUrl":"https://doi.org/10.36311/2237-7743.2022.v11n2.p336-356","url":null,"abstract":"O artigo possui como objetivo principal analisar os impactos que o genocídio de Ruanda gerou na arquitetura de paz e segurança africana. Feito isso, buscaremos demonstrar que a necessidade em distanciar o continente de tragédias similares ao caso ruandês, foi um dos fatores que impactou tanto nos debates que culminaram na transformação da Organização da Unidade Africana (OUA) em União Africana (UA), como também na inclusão e valorização do princípio da não-Indiferença por parte da UA. Assim, espera-se concluir que, mesmo havendo interesse em resolver os conflitos existentes no continente, reflexo disso foi a criação de diversas missões de paz, em verdade a atuação da UA acaba sendo limitada pela falta de recursos próprios para a operacionalização de tais iniciativas, uma vez que ainda depende de repasses advindos de potências extrarregionais e de organismos internacionais, em especial as Nações Unidas (ONU). Em termos metodológicos, o artigo baseia-se em fontes primárias e secundárias consideradas relevantes para o tema. \u0000Palavras-Chaves: Ruanda. Missões de Paz. Não-Indiferença. União Africana","PeriodicalId":37936,"journal":{"name":"Austral: Brazilian Journal of Strategy and International Relations","volume":"4 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"85259914","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-08-25DOI: 10.36311/2237-7743.2022.v11n2.p282-308
T. Santos, Cesar C. B. Martins, Gabriela Schneider, Brenno Hochwart, Beatriz Triani
The purpose of this article is to show how the worsening of natural disasters due to climate change is considered as a growing threat on the security and defense agenda. To this end, a literature review is initially carried out, showing that this agenda tends to give little or less importance to this threat, often ignoring them. Then, we carry out a case study of ten Latin America and the Caribbean (LAC) countries - Argentina, Brazil, Chile, Colombia, Cuba, Ecuador, Haiti, Mexico, Peru and Venezuela -, indicating evidence and future impacts of the worsening of this phenomenon at the regional level. The data are retrieved from EM-DAT, OCHA, UNDP, UNDRR, IPCC, WMO and World Bank, covering the 2000-2019 period. Finally, we accomplish a documentary analysis of these ten LAC countries analyzing how their main high-level official defense documents address issues related to climate change, natural disasters, and the environment. Although climate change requires that the governments adapt to more frequent natural disasters, we conclude that is not possible to argue that there is a close relationship between LAC countries that suffer most from such threats with how much high-level defense documents deal with it.
{"title":"On the Intersection of International Security, Defense, and Climate Change in Latin America and the Caribbean","authors":"T. Santos, Cesar C. B. Martins, Gabriela Schneider, Brenno Hochwart, Beatriz Triani","doi":"10.36311/2237-7743.2022.v11n2.p282-308","DOIUrl":"https://doi.org/10.36311/2237-7743.2022.v11n2.p282-308","url":null,"abstract":"The purpose of this article is to show how the worsening of natural disasters due to climate change is considered as a growing threat on the security and defense agenda. To this end, a literature review is initially carried out, showing that this agenda tends to give little or less importance to this threat, often ignoring them. Then, we carry out a case study of ten Latin America and the Caribbean (LAC) countries - Argentina, Brazil, Chile, Colombia, Cuba, Ecuador, Haiti, Mexico, Peru and Venezuela -, indicating evidence and future impacts of the worsening of this phenomenon at the regional level. The data are retrieved from EM-DAT, OCHA, UNDP, UNDRR, IPCC, WMO and World Bank, covering the 2000-2019 period. Finally, we accomplish a documentary analysis of these ten LAC countries analyzing how their main high-level official defense documents address issues related to climate change, natural disasters, and the environment. Although climate change requires that the governments adapt to more frequent natural disasters, we conclude that is not possible to argue that there is a close relationship between LAC countries that suffer most from such threats with how much high-level defense documents deal with it.","PeriodicalId":37936,"journal":{"name":"Austral: Brazilian Journal of Strategy and International Relations","volume":"165 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"78532765","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-08-25DOI: 10.36311/2237-7743.2022.v11n2.p219-235
André Ricci de Amorim
o presente trabalho se ocupa em analisar o desenvolvimento da proteção diplomática exercida pelos Estados em defesa de seus nacionais que porventura sofram danos alhures. Além disso, será objeto de análise em que medida a jurisprudência da Corte Internacional de Justiça é congruente com o Projeto de Artigos sobre Proteção Diplomática, de 2006, em especial, no que tange aos elementos essenciais para o exercício da proteção diplomática. Por fim, através da análise do caso Diallo (República da Guiné vs. República Democrática do Congo), julgado pela Corte Internacional de Justiça, o trabalho busca compreender como (e se) a decisão se torna relevante para relacionar a proteção diplomática e direitos humanos. A fim de cumprir o objetivo proposto, será utilizado o método indutivo, a partir de elementos advindos da pesquisa descritiva, bibliográfica e documental, em particular, lançando mão da doutrina especializada e de instrumentos jurídicos que permitem melhor percepção sobre o tema.
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