Pub Date : 2019-08-27DOI: 10.22409/gragoata.v24i49.34113
Raimundo Expedito dos Santos Sousa, Hugo Domínguez Silva
Este artigo examina procedimentos linguísticos utilizados em traduções de títulos de filmes em dois países lusófonos, com vistas a verificar que técnicas são empregadas e em que medida modificam o efeito pretendido em cada título. Cem títulos em inglês estadunidense e respectivas traduções para o Português do Brasil (PB) e para o Português de Portugal (PP) foram examinados quantitativa e qualitativamente. O exame evidencia que os processos mais utilizados foram a tradução literal e a adaptação, recursos opostos em termos de intervenção tradutorial. A tradução direta (empréstimo, decalque e tradução literal) é bem mais recursiva no PP, visto que computa 42% do total de títulos, contra 24% no PB. A análise dos dados indica que as traduções no PP têm mais observância ao título matricial, enquanto no PB se privilegia o aspecto publicitário em detrimento da precisão conteudística.
{"title":"A tradução de títulos fílmicos em horizonte comparatista: Brasil e Portugal","authors":"Raimundo Expedito dos Santos Sousa, Hugo Domínguez Silva","doi":"10.22409/gragoata.v24i49.34113","DOIUrl":"https://doi.org/10.22409/gragoata.v24i49.34113","url":null,"abstract":"Este artigo examina procedimentos linguísticos utilizados em traduções de títulos de filmes em dois países lusófonos, com vistas a verificar que técnicas são empregadas e em que medida modificam o efeito pretendido em cada título. Cem títulos em inglês estadunidense e respectivas traduções para o Português do Brasil (PB) e para o Português de Portugal (PP) foram examinados quantitativa e qualitativamente. O exame evidencia que os processos mais utilizados foram a tradução literal e a adaptação, recursos opostos em termos de intervenção tradutorial. A tradução direta (empréstimo, decalque e tradução literal) é bem mais recursiva no PP, visto que computa 42% do total de títulos, contra 24% no PB. A análise dos dados indica que as traduções no PP têm mais observância ao título matricial, enquanto no PB se privilegia o aspecto publicitário em detrimento da precisão conteudística.","PeriodicalId":40605,"journal":{"name":"Gragoata-UFF","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2019-08-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42774852","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-08-27DOI: 10.22409/gragoata.v24i49.34108
B. Barboza, Meritxell Hernando Marsal
Este artigo se debruça sobre o processo de tradução de Desglaç (2017[1989]), da poeta catalã Maria-Mercè Marçal, para o português brasileiro, realizado pelas autoras do mesmo (2019). A tradução é entendida como parceria de experiências, de procuras acadêmicas e pessoais, além de uma militância, nos Estudos Feministas de Tradução. O próprio percurso tradutório de Maria-Mercè Marçal (GODAYOL, 2011; RIBA, 2015b) é tomado como ponto de partida para explicar a intervenção no sistema literário patriarcal que a escolha da autora a traduzir convoca e a incorporação de várias vozes na obra literária. Essa atividade, tal qual a de Marçal, faz parte de uma proposta de resgate da literatura feita por mulheres por meio da tradução, conforme trabalhada por Adrienne Rich (2017[1971]), que foi uma das teóricas e poetas que mais a inspirou (JULIÀ, 2017). Por fim, são comentados dois poemas traduzidos, que expõem os acordos e as distâncias que o percurso em parceria motivou.
{"title":"“Pren-me, desfes-me, refes-me”: Maria-Mercè Marçal traduzida em/como parceria","authors":"B. Barboza, Meritxell Hernando Marsal","doi":"10.22409/gragoata.v24i49.34108","DOIUrl":"https://doi.org/10.22409/gragoata.v24i49.34108","url":null,"abstract":"Este artigo se debruça sobre o processo de tradução de Desglaç (2017[1989]), da poeta catalã Maria-Mercè Marçal, para o português brasileiro, realizado pelas autoras do mesmo (2019). A tradução é entendida como parceria de experiências, de procuras acadêmicas e pessoais, além de uma militância, nos Estudos Feministas de Tradução. O próprio percurso tradutório de Maria-Mercè Marçal (GODAYOL, 2011; RIBA, 2015b) é tomado como ponto de partida para explicar a intervenção no sistema literário patriarcal que a escolha da autora a traduzir convoca e a incorporação de várias vozes na obra literária. Essa atividade, tal qual a de Marçal, faz parte de uma proposta de resgate da literatura feita por mulheres por meio da tradução, conforme trabalhada por Adrienne Rich (2017[1971]), que foi uma das teóricas e poetas que mais a inspirou (JULIÀ, 2017). Por fim, são comentados dois poemas traduzidos, que expõem os acordos e as distâncias que o percurso em parceria motivou.","PeriodicalId":40605,"journal":{"name":"Gragoata-UFF","volume":"264 2","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2019-08-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41287028","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-04-30DOI: 10.22409/GRAGOATA.V24I48.33623
Branca Falabella Fabrício, L. Moita‐Lopes
Queer rap has been shining in the homophobic world of hip-hop lately, especially in the contemporary New York music scene. Considered by many as the new kids on the block, queer rappers have been breaking down mainstream ways of composing, delivering and enacting rap tunes by working on more outwardly feminine performances characterized by ambivalence, hybridity and defiance. In this paper, we focus on how Rico Dalasam, a contemporary Brazilian rap performer, radicalizes this type of rupture, engaging in what we have termed ‘abject aesthetics’. The latter constitutes a spectacular semiotic landscape, in which mixed sexualities, genders, races, ethnicities, clothing styles, hair styles, rhythms, languages and registers interact. In fact, transperformances and transidiomaticity dominate his work, which we approach through a scalar sensitive lens (CARR; LEMPERT, 2016) and metapragmatic indexicality (SILVERSTEIN, 1993) as we analyze the artist’s lyrics, performances and their reception by different audiences. In doing so, we shed light on the smuggling of semiotic resources which subverts the usual circulation of linguistic and non-linguistic goods across borders. In particular, we discuss how Dalasam’s deterritorializing-multisemiotic enactments confront modernist epistemological and linguistic regimes by subverting logocentrism. The analysis focuses on the transit between the so-called margin and center and on the enigmatic meanings generated by the mixture of languages and performances. As a whole, these aspects leave interactants in a state of uncertainty since the assembled resources are not directly intelligible in a conventional sense, most often preventing straightforward object-designation associations. However, this sense of indetermination does not necessarily prevent communication from taking place. We therefore argue that Rico Dalasam, by forging faltering ways with signs, orients to constant movement as a way of inhabiting the border and formulating alternative rules for re-existence.----------------------------------------------------------------------------------TRANSISIOMATICIDADE E TRANSPERFORMANCES NO RAP QUEER BRASILEIRO: POR UMA ESTÉTICA ABJETAO rap queer tem tido grande repercussão no mundo homofóbico do hip-hop nos últimos tempos, especialmente no cenário contemporâneo musical de Nova York. Considerado por muitos como a nova sensação, os rappers queer têm desconstruído os modos considerados tradicionais de compor, falar e apresentar o rap ao fazerem uso mais abertamente de performances femininas, caracterizadas por ambivalência, hibridismo e resistência. Neste artigo, focalizamos como Rico Dalasam, um performer brasileiro contemporâneo, radicaliza esse tipo de ruptura, ao se engajar no que chamamos de “estética abjeta” Ela compõe uma paisagem semiótica espetacular, na qual sexualidades, gêneros, raças, etnias, estilos de roupa, cortes de cabelos, ritmos, línguas e registros se entrecruzam. Na verdade, transperformances e transi
近来,酷儿说唱在仇视同性恋的嘻哈世界中闪耀,尤其是在当代纽约音乐界。酷儿说唱歌手被许多人视为新来的孩子,他们一直在打破主流的作曲、演唱和演绎说唱曲调的方式,他们的表演更加女性化,其特点是矛盾、混杂和反抗。在本文中,我们关注的是Rico Dalasam,一位当代巴西说唱歌手,如何将这种类型的破裂激进化,参与我们所谓的“卑鄙美学”。后者构成了一个壮观的符号学景观,其中混合了性、性别、种族、民族、服装风格、发型、节奏、语言和寄存器。事实上,表演和过渡性主导着他的作品,我们通过标量敏感透镜(CARR;LEMPERT, 2016)和元语用索引性(SILVERSTEIN, 1993),因为我们分析了艺术家的歌词、表演和不同观众的接受程度。在这样做的过程中,我们揭示了符号资源的走私,这种走私破坏了语言和非语言商品的跨境流通。特别地,我们讨论了达拉桑的去地域化-多符号学立法如何通过颠覆符号中心主义来对抗现代主义认识论和语言制度。分析的重点是所谓的边缘和中心之间的过渡,以及语言和表演的混合所产生的神秘意义。总的来说,这些方面使交互者处于一种不确定的状态,因为在传统意义上,组装的资源不是直接可理解的,大多数情况下会阻止直接的对象指定关联。然而,这种不确定感并不一定会阻止交流的进行。因此,我们认为,Rico Dalasam通过用标志锻造摇摇晃晃的道路,将不断的运动作为一种居住在边界上的方式,并为重新存在制定替代规则。----------------------------------------------------------------------------------TRANSISIOMATICIDADE E表演NO RAP QUEER BRASILEIRO: POR UMA ESTÉTICA ABJETAO RAP QUEER tem tido grande recuss o NO mundo homofóbico do hip-hop nos últimos tempo,特别是NO cenário当代新音乐de Nova York。考虑到贫穷的女性,也考虑到新感觉的女性,考虑到说唱歌手酷儿têm desconstruído考虑到贫穷的女性,考虑到贫穷的女性,考虑到贫穷的女性,考虑到贫穷的女性,考虑到贫穷的女性resistência。Neste artigo, focalizamos科莫Rico Dalasam,表演者巴甲contemporaneo, radicaliza存在蒂波德ruptura ao se engajar没有什么chamamos de”estetica abjeta“濒危语言联盟compoe乌玛paisagem semiotica espetacular, na战sexualidades, generos,一文不值的,etnias, estilos de roupa议会de cabelos ritmos通用e registros se entrecruzam。在verdade,表演是过渡的,过渡的领域是seu trabalho,或同等的土著贫穷的媒体noções de escala (CARR;LEMPERT, 2016) e indexicalidade metapragmática (SILVERSTEIN,1993)不同的分析,不同的音乐,不同的音乐,不同的音乐,不同的音乐,不同的音乐,不同的音乐接收 audiências。O movimento analítico gera visbilidade para O avavessamento de recursos semióticos que subvertem a circular O de artefatos linguísticos e nãolinguísticos pelas fronteiras。特别是,讨论的主题是desempenho multissemiótico-desterritorializador de Dalasam对抗政权epistemológicos e linguísticos现代主义者,对逻各斯中心主义的颠覆。O中心做estudo esta没有transito之间os chamados centro e periferia e nos的enigmaticos gerados佩拉mistura de通用e表演。Em sua totalidade, es aspectas deixam os interactantes Em estado de interinterteza, uma vez que os recursos reunidos n o directamente inteligíveis Em sentido常规,jque, muito frequentemente, evitam associações参考,directas和对象。因此,不确定的或或必要的偏见与沟通的。关于Rico Dalasam的争论,关于usar符号的不稳定模式,关于coloca运动的争论,关于恒定的como,关于习惯模式和前沿模式的争论,以及关于公式替代方案reexistência的争论。——原件inglês。
{"title":"Transidiomaticity and transperformances in Brazilian queer rap: toward an abject aesthetics","authors":"Branca Falabella Fabrício, L. Moita‐Lopes","doi":"10.22409/GRAGOATA.V24I48.33623","DOIUrl":"https://doi.org/10.22409/GRAGOATA.V24I48.33623","url":null,"abstract":"Queer rap has been shining in the homophobic world of hip-hop lately, especially in the contemporary New York music scene. Considered by many as the new kids on the block, queer rappers have been breaking down mainstream ways of composing, delivering and enacting rap tunes by working on more outwardly feminine performances characterized by ambivalence, hybridity and defiance. In this paper, we focus on how Rico Dalasam, a contemporary Brazilian rap performer, radicalizes this type of rupture, engaging in what we have termed ‘abject aesthetics’. The latter constitutes a spectacular semiotic landscape, in which mixed sexualities, genders, races, ethnicities, clothing styles, hair styles, rhythms, languages and registers interact. In fact, transperformances and transidiomaticity dominate his work, which we approach through a scalar sensitive lens (CARR; LEMPERT, 2016) and metapragmatic indexicality (SILVERSTEIN, 1993) as we analyze the artist’s lyrics, performances and their reception by different audiences. In doing so, we shed light on the smuggling of semiotic resources which subverts the usual circulation of linguistic and non-linguistic goods across borders. In particular, we discuss how Dalasam’s deterritorializing-multisemiotic enactments confront modernist epistemological and linguistic regimes by subverting logocentrism. The analysis focuses on the transit between the so-called margin and center and on the enigmatic meanings generated by the mixture of languages and performances. As a whole, these aspects leave interactants in a state of uncertainty since the assembled resources are not directly intelligible in a conventional sense, most often preventing straightforward object-designation associations. However, this sense of indetermination does not necessarily prevent communication from taking place. We therefore argue that Rico Dalasam, by forging faltering ways with signs, orients to constant movement as a way of inhabiting the border and formulating alternative rules for re-existence.----------------------------------------------------------------------------------TRANSISIOMATICIDADE E TRANSPERFORMANCES NO RAP QUEER BRASILEIRO: POR UMA ESTÉTICA ABJETAO rap queer tem tido grande repercussão no mundo homofóbico do hip-hop nos últimos tempos, especialmente no cenário contemporâneo musical de Nova York. Considerado por muitos como a nova sensação, os rappers queer têm desconstruído os modos considerados tradicionais de compor, falar e apresentar o rap ao fazerem uso mais abertamente de performances femininas, caracterizadas por ambivalência, hibridismo e resistência. Neste artigo, focalizamos como Rico Dalasam, um performer brasileiro contemporâneo, radicaliza esse tipo de ruptura, ao se engajar no que chamamos de “estética abjeta” Ela compõe uma paisagem semiótica espetacular, na qual sexualidades, gêneros, raças, etnias, estilos de roupa, cortes de cabelos, ritmos, línguas e registros se entrecruzam. Na verdade, transperformances e transi","PeriodicalId":40605,"journal":{"name":"Gragoata-UFF","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2019-04-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46346034","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-04-30DOI: 10.22409/GRAGOATA.2019N48A33617
A. Scherer
Temos problematizado, já faz um certo tempo, dois eixos de pesquisa que se manifestam em um entremeio teórico e de objeto, a saber, a compreensão do processo de disciplinarização de um conteúdo científico no fazer acadêmico, pedagógico e - ou escolar e, o outro, a relação (in)suspeita do sujeito e da língua pelo viés da historicidade e da ideologia. O presente artigo tem por objetivo, portanto, apresentar as reflexões decorrentes da relação entre esses dois eixos as quais serão construídas em cinco pontos. No que lhes concerne, eles darão sustentação ao movimento discursivo que estamos empreendendo na atualidade sobre a língua e o nome dado a ela no entrelaçamento em uma rede de memória, proporcionando uma paisagem mais figurativa do que a habitual.
{"title":"O nome da língua... Um modo de fazer...","authors":"A. Scherer","doi":"10.22409/GRAGOATA.2019N48A33617","DOIUrl":"https://doi.org/10.22409/GRAGOATA.2019N48A33617","url":null,"abstract":"Temos problematizado, já faz um certo tempo, dois eixos de pesquisa que se manifestam em um entremeio teórico e de objeto, a saber, a compreensão do processo de disciplinarização de um conteúdo científico no fazer acadêmico, pedagógico e - ou escolar e, o outro, a relação (in)suspeita do sujeito e da língua pelo viés da historicidade e da ideologia. O presente artigo tem por objetivo, portanto, apresentar as reflexões decorrentes da relação entre esses dois eixos as quais serão construídas em cinco pontos. No que lhes concerne, eles darão sustentação ao movimento discursivo que estamos empreendendo na atualidade sobre a língua e o nome dado a ela no entrelaçamento em uma rede de memória, proporcionando uma paisagem mais figurativa do que a habitual.","PeriodicalId":40605,"journal":{"name":"Gragoata-UFF","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2019-04-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49269224","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-04-30DOI: 10.22409/GRAGOATA.V24I48.33620
J. Dias
Este trabalho tem como objetivo compreender como, pelas diferentes posições sujeito tomadas pelo autor da Grammatica da Língua Nacional, Antonio Alvares Pereira Coruja, inscrevem-se os sentidos sobre a língua nacional e o seu ensino, em meio a disputas e tensões, no processo de produção do conhecimento e das políticas de línguas. Filiado à Análise de Discurso (PÊCHEUX, 1975, 1982; ORLANDI, 1998, 2002; MARIANI, 2003, 2004), o trabalho traz contribuições para as pesquisas em história das ideias linguísticas no Brasil, voltadas para a temática da constituição da gramatização brasileira no século XIX, base da relação Língua-Estado-Nação brasileira.
{"title":"O ensino da língua nacional no século XIX e a constituição da gramatização brasileira: a produção de Antonio Alvares Pereira Coruja","authors":"J. Dias","doi":"10.22409/GRAGOATA.V24I48.33620","DOIUrl":"https://doi.org/10.22409/GRAGOATA.V24I48.33620","url":null,"abstract":"Este trabalho tem como objetivo compreender como, pelas diferentes posições sujeito tomadas pelo autor da Grammatica da Língua Nacional, Antonio Alvares Pereira Coruja, inscrevem-se os sentidos sobre a língua nacional e o seu ensino, em meio a disputas e tensões, no processo de produção do conhecimento e das políticas de línguas. Filiado à Análise de Discurso (PÊCHEUX, 1975, 1982; ORLANDI, 1998, 2002; MARIANI, 2003, 2004), o trabalho traz contribuições para as pesquisas em história das ideias linguísticas no Brasil, voltadas para a temática da constituição da gramatização brasileira no século XIX, base da relação Língua-Estado-Nação brasileira.","PeriodicalId":40605,"journal":{"name":"Gragoata-UFF","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2019-04-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43483913","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-04-30DOI: 10.22409/GRAGOATA.V24I48.33625
Fernando Zolin-Vesz, Alinee Silva Dos Santos, M. Cardoso
Este artigo analisa a celebração da língua portuguesa, constante da edição brasileira n. 479 da revista Vogue, de julho de 2018, tanto na capa da referida edição quanto no texto Português na veia, escrito por Nizan Guanaes e publicado em suas páginas. Tomando por base a concepção de discurso monolíngue, conforme delineada por Zolin-Vesz e Santos (2017), intenta-se retratar o posicionamento monolíngue, sugerido na capa e no texto mencionados, como tentativa de construir uma concepção/uma visão de língua portuguesa “essencializada”, ou seja, uma instituição monocêntrica que contribui para engendrar a noção de “pátria” e que precisa ser injetada “na veia” dos brasileiros, como parte inerente ao processo de composição do eixo território-língua-identidade-literatura nacionais. Os resultados da análise sugerem que o discurso monolíngue, o qual conduz à celebração da língua portuguesa na referida edição da revista Vogue, contribui para o engessamento da concepção de língua (nacional).
{"title":"'Minha pátria é minha língua': a celebração do discurso monolíngue na revista Vogue","authors":"Fernando Zolin-Vesz, Alinee Silva Dos Santos, M. Cardoso","doi":"10.22409/GRAGOATA.V24I48.33625","DOIUrl":"https://doi.org/10.22409/GRAGOATA.V24I48.33625","url":null,"abstract":"Este artigo analisa a celebração da língua portuguesa, constante da edição brasileira n. 479 da revista Vogue, de julho de 2018, tanto na capa da referida edição quanto no texto Português na veia, escrito por Nizan Guanaes e publicado em suas páginas. Tomando por base a concepção de discurso monolíngue, conforme delineada por Zolin-Vesz e Santos (2017), intenta-se retratar o posicionamento monolíngue, sugerido na capa e no texto mencionados, como tentativa de construir uma concepção/uma visão de língua portuguesa “essencializada”, ou seja, uma instituição monocêntrica que contribui para engendrar a noção de “pátria” e que precisa ser injetada “na veia” dos brasileiros, como parte inerente ao processo de composição do eixo território-língua-identidade-literatura nacionais. Os resultados da análise sugerem que o discurso monolíngue, o qual conduz à celebração da língua portuguesa na referida edição da revista Vogue, contribui para o engessamento da concepção de língua (nacional).","PeriodicalId":40605,"journal":{"name":"Gragoata-UFF","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2019-04-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45184210","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-04-30DOI: 10.22409/gragoata.v24i48.33624
F. d’Olivo, Raphael de Morais Trajano
Neste artigo, buscamos compreender os sentidos produzidos pela língua na sua relação com os sujeitos em duas situações: ensino de português como língua materna na periferia de uma grande cidade e ensino de português como língua de acolhimento. A partir da perspectiva da Análise de Discurso Materialista e de trabalhos que consideram a língua com base em uma visão discursiva, iremos refletir sobre processos de tensão e resistência dos sujeitos – sejam eles advindos de periferias ou de situações de refúgio – em relação à língua que lhes é ensinada.
{"title":"Língua de acolhimento e ensino de língua materna em periferias urbanas: uma reflexão discursiva","authors":"F. d’Olivo, Raphael de Morais Trajano","doi":"10.22409/gragoata.v24i48.33624","DOIUrl":"https://doi.org/10.22409/gragoata.v24i48.33624","url":null,"abstract":"Neste artigo, buscamos compreender os sentidos produzidos pela língua na sua relação com os sujeitos em duas situações: ensino de português como língua materna na periferia de uma grande cidade e ensino de português como língua de acolhimento. A partir da perspectiva da Análise de Discurso Materialista e de trabalhos que consideram a língua com base em uma visão discursiva, iremos refletir sobre processos de tensão e resistência dos sujeitos – sejam eles advindos de periferias ou de situações de refúgio – em relação à língua que lhes é ensinada.","PeriodicalId":40605,"journal":{"name":"Gragoata-UFF","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2019-04-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42088029","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-04-30DOI: 10.22409/GRAGOATA.V24I48.33618
Phellipe Marcel da Silva Esteves
Neste artigo, ancorados na Análise do Discurso (AD), pretendemos apresentar um panorama propositivo de nossas últimas reflexões e desenvolvimentos teórico-analíticos sobre as relações entre discurso, língua e cultura. Discurso, história, política, inconsciente e ideologia têm sido, todos, termos que fazem parte do aparato teórico da Análise do Discurso, que (se) reinterpreta (n)as contradições e lições de outros campos de estudo, pesquisa e reflexão, como o materialismo histórico, a psicanálise e a linguística, todos em profunda inter-relação nas décadas de 1960, 1970 e 1980. Aqui talvez materializemos mais um sintoma de que a Análise do Discurso tem se interessado, nos últimos tempos, pela noção de cultura. Nossa principal questão é: que noção de cultura para a AD, e que relações apresenta com a noção de língua? Para responder aos questionamentos, nos debruçamos sobre um fenômeno fundador das subjetividades nas diferentes formações sociais: o gesto de nomear sujeitos.
{"title":"Língua, discurso, cultura: reflexões discursivas sobre o processo linguístico de atribuições de nomes (próprios?)","authors":"Phellipe Marcel da Silva Esteves","doi":"10.22409/GRAGOATA.V24I48.33618","DOIUrl":"https://doi.org/10.22409/GRAGOATA.V24I48.33618","url":null,"abstract":"Neste artigo, ancorados na Análise do Discurso (AD), pretendemos apresentar um panorama propositivo de nossas últimas reflexões e desenvolvimentos teórico-analíticos sobre as relações entre discurso, língua e cultura. Discurso, história, política, inconsciente e ideologia têm sido, todos, termos que fazem parte do aparato teórico da Análise do Discurso, que (se) reinterpreta (n)as contradições e lições de outros campos de estudo, pesquisa e reflexão, como o materialismo histórico, a psicanálise e a linguística, todos em profunda inter-relação nas décadas de 1960, 1970 e 1980. Aqui talvez materializemos mais um sintoma de que a Análise do Discurso tem se interessado, nos últimos tempos, pela noção de cultura. Nossa principal questão é: que noção de cultura para a AD, e que relações apresenta com a noção de língua? Para responder aos questionamentos, nos debruçamos sobre um fenômeno fundador das subjetividades nas diferentes formações sociais: o gesto de nomear sujeitos.","PeriodicalId":40605,"journal":{"name":"Gragoata-UFF","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2019-04-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42874904","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-04-30DOI: 10.22409/GRAGOATA.2019N48A33621
E. R. Sturza
Portunhol se define como uma língua resultante do contato linguístico entre o Português e o Espanhol e é identificada como uma língua de contato, mas também como uma língua étnica de falantes de comunidades fronteiriças da região norte do Uruguai com o extremo sul do Brasil. Este artigo busca esclarecer que aspectos sociais, políticos e identitários contribuem para diferenciar o Portunhol língua étnica do Portunhol como interlíngua, do Portunhol língua de interação social e do Portunhol Selvagem de textos literários, este usado como recurso estético. Portanto, considera-se também os aspectos históricos e políticos que levaram o Portunhol a ser inclusive reivindicado como patrimônio cultural.
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Pub Date : 2019-04-30DOI: 10.22409/GRAGOATA.2019N48A33628
Dante Lucchesi
Com base em dados socioeconômicos, este artigo busca explicar por que a crioulização aconteceu de forma ampla no Caribe e não aconteceu de forma representativa e duradoura no Brasil. A partir daí, o artigo procura fazer algumas generalizações acerca da formação histórica dos chamados crioulos do Atlântico e da própria concepção do que sejam as línguas crioulas. A posição que orienta essa análise é a de que, para que ocorra a crioulização, é preciso que haja uma ruptura na transmissão linguística, o que possibilita uma forte redução e a reestruturação profunda de uma variedade de segunda língua, um pidgin, que, ao se nativizar, dá origem à língua crioula. Para que a pidginização ocorra, é preciso que a comunidade de falantes que vai desenvolver o pidgin seja submetida a um violento processo de segregação e isolamento, como aconteceu no Caribe, e, ao que tudo indica, não aconteceu no Brasil, em função da maior complexidade e das mediações que se observam na estrutura social do Brasil Colônia. Ao final, o artigo faz uma breve descrição dos aspectos linguísticos que diferenciam a crioulização de processos mais leves de transmissão linguística irregular, como o que aconteceu no Brasil.
{"title":"Por que a crioulização aconteceu no Caribe e não no Brasil? Condicionamentos sócio-históricos","authors":"Dante Lucchesi","doi":"10.22409/GRAGOATA.2019N48A33628","DOIUrl":"https://doi.org/10.22409/GRAGOATA.2019N48A33628","url":null,"abstract":"Com base em dados socioeconômicos, este artigo busca explicar por que a crioulização aconteceu de forma ampla no Caribe e não aconteceu de forma representativa e duradoura no Brasil. A partir daí, o artigo procura fazer algumas generalizações acerca da formação histórica dos chamados crioulos do Atlântico e da própria concepção do que sejam as línguas crioulas. A posição que orienta essa análise é a de que, para que ocorra a crioulização, é preciso que haja uma ruptura na transmissão linguística, o que possibilita uma forte redução e a reestruturação profunda de uma variedade de segunda língua, um pidgin, que, ao se nativizar, dá origem à língua crioula. Para que a pidginização ocorra, é preciso que a comunidade de falantes que vai desenvolver o pidgin seja submetida a um violento processo de segregação e isolamento, como aconteceu no Caribe, e, ao que tudo indica, não aconteceu no Brasil, em função da maior complexidade e das mediações que se observam na estrutura social do Brasil Colônia. Ao final, o artigo faz uma breve descrição dos aspectos linguísticos que diferenciam a crioulização de processos mais leves de transmissão linguística irregular, como o que aconteceu no Brasil.","PeriodicalId":40605,"journal":{"name":"Gragoata-UFF","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2019-04-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45146346","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}