Pub Date : 2023-07-16DOI: 10.15210/rmr.v15i29.24885
Anita Carneiro, C. Bauer
Este artigo reflete sobre a construção da memória social da ditadura civil-militar brasileira e as possibilidades de ensino e aprendizado a partir de iniciativas de reconhecimento de espaços que materializam determinados relatos sobre o período, notadamente as cartografias de memória. Analisa-se não somente as dinâmicas entre a lembrança e o esquecimento que permeiam as intencionalidades de diferentes agentes, mas também as formas de representação desse passado e para o ensino de história em espaços não-formais. O caso escolhido para estudo são as batalhas memoriais a respeito do centro clandestino de detenção Dopinha, localizado em Porto Alegre, Brasil, e sua definição como um dos pontos que compõem o projeto Caminhos da Ditadura em Porto Alegre. Argumenta-se que as disputas sobre a narrativa da ditadura são permanentes, e que iniciativas como o Caminhos contribuem na consolidação de direitos e na reparação histórica ao explicitar o potencial educativo das cidades.
{"title":"Disputa pelo passado e “efeito bumerangue”: um estudo sobre o ex-centro clandestino de detenção Dopinha (Porto Alegre, 1960-...)","authors":"Anita Carneiro, C. Bauer","doi":"10.15210/rmr.v15i29.24885","DOIUrl":"https://doi.org/10.15210/rmr.v15i29.24885","url":null,"abstract":"Este artigo reflete sobre a construção da memória social da ditadura civil-militar brasileira e as possibilidades de ensino e aprendizado a partir de iniciativas de reconhecimento de espaços que materializam determinados relatos sobre o período, notadamente as cartografias de memória. Analisa-se não somente as dinâmicas entre a lembrança e o esquecimento que permeiam as intencionalidades de diferentes agentes, mas também as formas de representação desse passado e para o ensino de história em espaços não-formais. O caso escolhido para estudo são as batalhas memoriais a respeito do centro clandestino de detenção Dopinha, localizado em Porto Alegre, Brasil, e sua definição como um dos pontos que compõem o projeto Caminhos da Ditadura em Porto Alegre. Argumenta-se que as disputas sobre a narrativa da ditadura são permanentes, e que iniciativas como o Caminhos contribuem na consolidação de direitos e na reparação histórica ao explicitar o potencial educativo das cidades. \u0000 \u0000 ","PeriodicalId":445739,"journal":{"name":"Revista Memória em Rede","volume":"45 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-07-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"127924607","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-07-16DOI: 10.15210/rmr.v15i29.24890
D. Neves
Escrito em um momento de avanço da extrema direita na Europa, Os amnésicos – História de uma família europeia (Les amnésiques, no original), de autoria de Géraldine Schwarz foi originalmente publicado na França em 2017 pela Éditions Flammarion e no Brasil em 2021 pela Editora Ayiné, com tradução de Ana Martini. Entre 2018 e 2021, o livro recebeu seis prêmios, entre eles o Prix du Livre Européen – que objetiva promover os valores europeus e contribuir com a difusão do “espírito europeu” como uma entidade cultural entre os cidadãos do continente – na categoria “romances e narrativas”.
写在一个进步的极端右翼在欧洲,欧洲的历史健忘症患者—家庭(Les amnésiques写在原始的),杰拉尔丁许瓦兹最初于2017年在法国出版的版本此书,并于2021年在巴西Ayiné的标签,和安妮·马蒂尼的翻译。在2018年至2021年期间,这本书获得了6个奖项,其中包括“小说和叙事”类别的“Prix du Livre europeen”——旨在促进欧洲价值观,并有助于在欧洲大陆公民中传播“欧洲精神”作为一种文化实体。
{"title":"A importância dos trabalhos de memória em Os amnésicos, de Géraldine Schwarz","authors":"D. Neves","doi":"10.15210/rmr.v15i29.24890","DOIUrl":"https://doi.org/10.15210/rmr.v15i29.24890","url":null,"abstract":"Escrito em um momento de avanço da extrema direita na Europa, Os amnésicos – História de uma família europeia (Les amnésiques, no original), de autoria de Géraldine Schwarz foi originalmente publicado na França em 2017 pela Éditions Flammarion e no Brasil em 2021 pela Editora Ayiné, com tradução de Ana Martini. Entre 2018 e 2021, o livro recebeu seis prêmios, entre eles o Prix du Livre Européen – que objetiva promover os valores europeus e contribuir com a difusão do “espírito europeu” como uma entidade cultural entre os cidadãos do continente – na categoria “romances e narrativas”.","PeriodicalId":445739,"journal":{"name":"Revista Memória em Rede","volume":"357 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-07-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122810291","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-07-16DOI: 10.15210/rmr.v15i29.24883
K. Tupinambá, Maria Lúcia Bastos Alves, Josenildo Campos Brussio
Este estudo versa sobre os erveiros do Mercado Ver-o-Peso, em Belém/PA, que dominam o saber das ervas,produzindo os produtos para cura dos males do corpo e da alma. Entretanto, o ofício das ervas tem seu valor enquanto alteridade local subjulgada, ao ser esse ofício representado como atrativo exótico autêntico, palatável ao fluxo turístico, visitado como uma vitrine do Ver-o-Peso, enquanto cartão postal. Portanto, este trabalho visa a rastrear a memória oral dos erveiros, bem como seus desdobramentos enquanto legado de resistência ao discurso hegemônico patrimonial e turístico do mercado. Metodologicamente, a pesquisa foi realizada antes e pós pandemia. Na primeira fase foi realizada análise qualitativa da natureza da arte dos erveiros, enquanto na segunda foi realizado um estudo etnográfico, concatenado com a história oral. Entre os resultados, foi possível discutir uma proposta alternativa de patrimônio, germinada pelos constructos antropológicos, em que o olhar dos erveiros enquanto “outros” é trazido para o centro do debate.
{"title":"O “silêncio” dos erveiros: patrimônio cultural e turismo no mercado Ver-o-Peso/Pa","authors":"K. Tupinambá, Maria Lúcia Bastos Alves, Josenildo Campos Brussio","doi":"10.15210/rmr.v15i29.24883","DOIUrl":"https://doi.org/10.15210/rmr.v15i29.24883","url":null,"abstract":"Este estudo versa sobre os erveiros do Mercado Ver-o-Peso, em Belém/PA, que dominam o saber das ervas,produzindo os produtos para cura dos males do corpo e da alma. Entretanto, o ofício das ervas tem seu valor enquanto alteridade local subjulgada, ao ser esse ofício representado como atrativo exótico autêntico, palatável ao fluxo turístico, visitado como uma vitrine do Ver-o-Peso, enquanto cartão postal. Portanto, este trabalho visa a rastrear a memória oral dos erveiros, bem como seus desdobramentos enquanto legado de resistência ao discurso hegemônico patrimonial e turístico do mercado. Metodologicamente, a pesquisa foi realizada antes e pós pandemia. Na primeira fase foi realizada análise qualitativa da natureza da arte dos erveiros, enquanto na segunda foi realizado um estudo etnográfico, concatenado com a história oral. Entre os resultados, foi possível discutir uma proposta alternativa de patrimônio, germinada pelos constructos antropológicos, em que o olhar dos erveiros enquanto “outros” é trazido para o centro do debate. ","PeriodicalId":445739,"journal":{"name":"Revista Memória em Rede","volume":"222 3 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-07-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122883467","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este ensaio analisa como o uso do tempo tem sido um mecanismo de violação dos direitos dos povos indígenas, desde a colonização até os dias atuais. Destaca a diferença na concepção de tempo entre os indígenas, que o veem como cíclico e interconectado com a ancestralidade e a natureza, e a compreensão ocidental linear do tempo, influenciada pelo pensamento grego e por Santo Agostinho. O eurocentrismo e o colonialismo estabeleceram a ideia de uma temporalidade única, progressista e eurocêntrica, posteriormente relativizada por Einstein. A colonialidade persiste ao desrespeitar as temporalidades indígenas nos dias de hoje, como nos projetos de infraestrutura, na consulta prévia, no reconhecimento de direitos territoriais, na justiça de transição e na reparação por violações passadas. Por fim, o julgamento da tese do marco temporal pelo Supremo Tribunal Federal também é abordado como um exemplo do uso do tempo para negar os direitos indígenas.
{"title":"O tempo como mecanismo da colonialidade: uma análise crítica do direito de consulta prévia, da justiça de transição e da tese do marco temporal à luz da temporalidade indígena","authors":"Natália Albuquerque Dino, Maíra Pankararu, Larissa Carvalho Furtado","doi":"10.15210/rmr.v15i29.24889","DOIUrl":"https://doi.org/10.15210/rmr.v15i29.24889","url":null,"abstract":"Este ensaio analisa como o uso do tempo tem sido um mecanismo de violação dos direitos dos povos indígenas, desde a colonização até os dias atuais. Destaca a diferença na concepção de tempo entre os indígenas, que o veem como cíclico e interconectado com a ancestralidade e a natureza, e a compreensão ocidental linear do tempo, influenciada pelo pensamento grego e por Santo Agostinho. O eurocentrismo e o colonialismo estabeleceram a ideia de uma temporalidade única, progressista e eurocêntrica, posteriormente relativizada por Einstein. A colonialidade persiste ao desrespeitar as temporalidades indígenas nos dias de hoje, como nos projetos de infraestrutura, na consulta prévia, no reconhecimento de direitos territoriais, na justiça de transição e na reparação por violações passadas. Por fim, o julgamento da tese do marco temporal pelo Supremo Tribunal Federal também é abordado como um exemplo do uso do tempo para negar os direitos indígenas.","PeriodicalId":445739,"journal":{"name":"Revista Memória em Rede","volume":"5 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-07-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123564300","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-07-15DOI: 10.15210/rmr.v15i29.24882
N. Alves
Buscamos apresentar uma reflexão acerca da iconoclastia antirracista das consequências trazidas pelo ativismo para os estudos e práticas patrimoniais. Situamos a discussão numa dimensão iconográfica. O título deste artigo traz por um lado a referência ao incêndio da figura colonial brasileira Borba Gato, ao mesmo tempo que evoca as discussões de Georges Didi-Huberman sobre as imagens que queimam, rasgam e nos afetam profundamente. Temos também o eco, enquanto parte das memórias dentro das imagens, e igualmente como metáfora para os limites deste movimento social. Acreditamos e argumentamos a fim de demonstrar que se trata de uma tomada do patrimônio pela sociedade cível, sua reação às imagens violentas do genocídio e da colonização, mais que a queima de uma materialidade, trata-se de despertar no povo o que Frantz Fanon chamou de dite de combat,que nos faz ver a história colonial mais claramente pondo-a em chamas.
{"title":"Ecos de um colonialismo em chamas: a iconoclastia antirracista em disputa pela memória","authors":"N. Alves","doi":"10.15210/rmr.v15i29.24882","DOIUrl":"https://doi.org/10.15210/rmr.v15i29.24882","url":null,"abstract":"Buscamos apresentar uma reflexão acerca da iconoclastia antirracista das consequências trazidas pelo ativismo para os estudos e práticas patrimoniais. Situamos a discussão numa dimensão iconográfica. O título deste artigo traz por um lado a referência ao incêndio da figura colonial brasileira Borba Gato, ao mesmo tempo que evoca as discussões de Georges Didi-Huberman sobre as imagens que queimam, rasgam e nos afetam profundamente. Temos também o eco, enquanto parte das memórias dentro das imagens, e igualmente como metáfora para os limites deste movimento social. Acreditamos e argumentamos a fim de demonstrar que se trata de uma tomada do patrimônio pela sociedade cível, sua reação às imagens violentas do genocídio e da colonização, mais que a queima de uma materialidade, trata-se de despertar no povo o que Frantz Fanon chamou de dite de combat,que nos faz ver a história colonial mais claramente pondo-a em chamas.","PeriodicalId":445739,"journal":{"name":"Revista Memória em Rede","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-07-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"130264298","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-07-15DOI: 10.15210/rmr.v15i29.24880
A. Brito, Letícia Julião
A preservação das memórias traumáticas da ditadura civil-militar no Brasil (1964-1985) tem suas primeiras ações ainda durante o período repressivo, com mobilizações de preservação de documentos, como o projeto Brasil Nunca Mais. Mas foi na democracia que as iniciativas de memorialização e patrimonialização ocuparam as vias públicas e foram paulatinamente sendo ressignificadas. Nesse processo, observa-se uma demanda crescente da contribuição da Museologia brasileira em benefício da ampliação do uso do passado dessas memórias traumáticas no presente. Sob esse prisma, a partir da análise da produção do conhecimento acadêmico brasileiro elaborado no campo da Museologia e de áreas congêneres, entre os anos 2014 e 2020, e de um mapeamento dos sítios de Memória e Consciência no Brasil dedicados à Ditadura, propõe-se a discussão sobre uma nova vertente de estudos museológicos: a Museologia de memórias traumáticas.
{"title":"Museologia de memórias traumáticas: a experiência brasileira e as memórias da ditadura","authors":"A. Brito, Letícia Julião","doi":"10.15210/rmr.v15i29.24880","DOIUrl":"https://doi.org/10.15210/rmr.v15i29.24880","url":null,"abstract":" \u0000A preservação das memórias traumáticas da ditadura civil-militar no Brasil (1964-1985) tem suas primeiras ações ainda durante o período repressivo, com mobilizações de preservação de documentos, como o projeto Brasil Nunca Mais. Mas foi na democracia que as iniciativas de memorialização e patrimonialização ocuparam as vias públicas e foram paulatinamente sendo ressignificadas. Nesse processo, observa-se uma demanda crescente da contribuição da Museologia brasileira em benefício da ampliação do uso do passado dessas memórias traumáticas no presente. Sob esse prisma, a partir da análise da produção do conhecimento acadêmico brasileiro elaborado no campo da Museologia e de áreas congêneres, entre os anos 2014 e 2020, e de um mapeamento dos sítios de Memória e Consciência no Brasil dedicados à Ditadura, propõe-se a discussão sobre uma nova vertente de estudos museológicos: a Museologia de memórias traumáticas.","PeriodicalId":445739,"journal":{"name":"Revista Memória em Rede","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-07-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"131277868","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-01-15DOI: 10.15210/rmr.v15i28.23876
Lucas Martinelli, Flávio Sacco Dos Anjos
Diante do cenário contemporâneo alimentar, a valorização das produções tradicionais e artesanais se torna objeto de análise para diferentes sinais distintivos de qualidade. O estudo do caso do queijo coalho artesanal, envolto neste contexto, expõe a necessidade de uma maior atenção por parte das instituições e da sociedade civil para uma questão fundamental: a manutenção dos saberes e fazeres tradicionais geracionalmente compartilhados. No Brasil, entre os dispositivos destinados a valorização e salvaguarda de artigos alimentares, os que melhor se relacionam às produções queijeiras artesanais, são três: a patrimonialização cultural imaterial, as indicações geográficas e o selo Arte. Buscando entender seus possíveis cruzamentos com o queijo coalho artesanal, a captação de relatos de especialistas sobre essas matérias se demonstrou de extrema importância para visualizar possíveis caminhos a serem traçados para o futuro deste artigo alimentar brasileiro. Desta maneira, empregando uma revisão de literatura sobre temas fundamentais e a captação de dados primários a partir da aplicação de análise de conteúdo ao material resultante de oito entrevistas qualitativas de roteiro semiestruturado, se tornou possível expandir as noções da aplicabilidade destes três sinais distintivos de qualidade ao caso do queijo coalho artesanal da região nordeste do Brasil. Ademais, se conclui que todos os três dispositivos, apesar de suas especificidades, detêm potenciais para a salvaguarda dos produtores, produtos e produções deste alimento, bem como se tornou possível visualizar possíveis limites para um futuro registro do coalho artesanal.
{"title":"Valorização dos queijos artesanais brasileiros: Aplicabilidade de três sinais distintivos de qualidade para o queijo coalho a partir da visão de especialistas.","authors":"Lucas Martinelli, Flávio Sacco Dos Anjos","doi":"10.15210/rmr.v15i28.23876","DOIUrl":"https://doi.org/10.15210/rmr.v15i28.23876","url":null,"abstract":"Diante do cenário contemporâneo alimentar, a valorização das produções tradicionais e artesanais se torna objeto de análise para diferentes sinais distintivos de qualidade. O estudo do caso do queijo coalho artesanal, envolto neste contexto, expõe a necessidade de uma maior atenção por parte das instituições e da sociedade civil para uma questão fundamental: a manutenção dos saberes e fazeres tradicionais geracionalmente compartilhados. No Brasil, entre os dispositivos destinados a valorização e salvaguarda de artigos alimentares, os que melhor se relacionam às produções queijeiras artesanais, são três: a patrimonialização cultural imaterial, as indicações geográficas e o selo Arte. Buscando entender seus possíveis cruzamentos com o queijo coalho artesanal, a captação de relatos de especialistas sobre essas matérias se demonstrou de extrema importância para visualizar possíveis caminhos a serem traçados para o futuro deste artigo alimentar brasileiro. Desta maneira, empregando uma revisão de literatura sobre temas fundamentais e a captação de dados primários a partir da aplicação de análise de conteúdo ao material resultante de oito entrevistas qualitativas de roteiro semiestruturado, se tornou possível expandir as noções da aplicabilidade destes três sinais distintivos de qualidade ao caso do queijo coalho artesanal da região nordeste do Brasil. Ademais, se conclui que todos os três dispositivos, apesar de suas especificidades, detêm potenciais para a salvaguarda dos produtores, produtos e produções deste alimento, bem como se tornou possível visualizar possíveis limites para um futuro registro do coalho artesanal.","PeriodicalId":445739,"journal":{"name":"Revista Memória em Rede","volume":"101 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"114892435","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-01-15DOI: 10.15210/rmr.v15i28.23916
Liliana Jimena Farfán Huebra, S. Gastal
Os vinhos e, em decorrência o enoturismo, apresentaram expansão em décadas recentes, em termos de produção e consumo. A produção destaca o terroir em termos de solo, clima e castas, além da tradição suposta nas formas de cultivo e vinificação, todos esses itens agregados ao marketing das vinícolas. O presente artigo tem por objetivo apresentar os vinhos de altura, a partir de sua presença na província argentina de Salta, considerando duas vinícolas que integram a roteirização enoturística Ruta del Vino. Por vinhos de altura entendem-se aqueles cujas videiras encontram-se situada a mais de 1.500 metros, o que contribui para composição do seu terroir e caracterização histórica cultural identitária, lidas como tradição. A metodologia, qualitativa-exploratória, apoia-se em revisão bibliográfica a partir dos termos , e ; pesquisa documental a partir de sites oficiais disponibilizados on-line por órgão público federal e provincial, e de páginas oficiais das vinícolas analisadas. O levantamento de dados leva a resultados que encaminham o entendimento de que memórias e seus correlatos tradição e tradições inventadas, radicadas em bens materiais ou imateriais decorrentes da presença de técnicas de produção consolidadas no território, são insumos essenciais para formatação de produtos enoturísticos, considerando os vinhos de altura.
近几十年来,葡萄酒和葡萄酒旅游在生产和消费方面都有所增长。生产突出了土壤、气候和葡萄品种方面的风土条件,以及所谓的种植和酿酒传统,所有这些都增加了酒厂的营销。本文的目的是介绍altura葡萄酒,从它在阿根廷萨尔塔省的存在,考虑两家酒厂整合了葡萄酒旅游路线Ruta del Vino。高海拔葡萄酒是指葡萄树海拔超过1500米的葡萄酒,这有助于其土壤的构成和身份的历史文化特征,被解读为传统。该方法,定性和探索性,是基于文献综述的术语,和;来自联邦和省级公共机构在线提供的官方网站的文献研究,以及分析的酒厂的官方页面。他凭玩家数据结果提出记忆及其相关的传统和传统有形或无形商品的根源之一,合并所带来的生产技术的存在的地盘上,输入格式enoturísticos产品至关重要,因为葡萄酒高。
{"title":"Os vinhos de altura em Salta, Argentina: um estudo sobre as bodegas Colomé e Domigo Hermanos","authors":"Liliana Jimena Farfán Huebra, S. Gastal","doi":"10.15210/rmr.v15i28.23916","DOIUrl":"https://doi.org/10.15210/rmr.v15i28.23916","url":null,"abstract":"Os vinhos e, em decorrência o enoturismo, apresentaram expansão em décadas recentes, em termos de produção e consumo. A produção destaca o terroir em termos de solo, clima e castas, além da tradição suposta nas formas de cultivo e vinificação, todos esses itens agregados ao marketing das vinícolas. O presente artigo tem por objetivo apresentar os vinhos de altura, a partir de sua presença na província argentina de Salta, considerando duas vinícolas que integram a roteirização enoturística Ruta del Vino. Por vinhos de altura entendem-se aqueles cujas videiras encontram-se situada a mais de 1.500 metros, o que contribui para composição do seu terroir e caracterização histórica cultural identitária, lidas como tradição. A metodologia, qualitativa-exploratória, apoia-se em revisão bibliográfica a partir dos termos , e ; pesquisa documental a partir de sites oficiais disponibilizados on-line por órgão público federal e provincial, e de páginas oficiais das vinícolas analisadas. O levantamento de dados leva a resultados que encaminham o entendimento de que memórias e seus correlatos tradição e tradições inventadas, radicadas em bens materiais ou imateriais decorrentes da presença de técnicas de produção consolidadas no território, são insumos essenciais para formatação de produtos enoturísticos, considerando os vinhos de altura. ","PeriodicalId":445739,"journal":{"name":"Revista Memória em Rede","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129825508","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-01-15DOI: 10.15210/rmr.v15i28.24169
D. M. Paz
O livro de Alois Riegl (1858-1905) Der moderne Denkmalkultus, sein Wesen und seine Entsehung (O Culto Moderno dos Monumentos: sua essência e sua gênese), de 1903, é uma das obras capitais nas Teorias da Conservação & Restauro. A principal contribuição da obra estava na sua teoria das Valores, onde realizava um giro copernicano e reconhecia no sujeito a fonte do significado sobre o patrimônio. O artigo rastreia a procedência da idéia dos valores historicamente mutáveis, conferidas pelo sujeito, na tradição germânica e, dentro da obra de Riegl, como os Valores têm como contraparte os Propósitos que orientam na História a manufatura dos artefatos e o necessário estudo da intencionalidade na História da Arte. Depois investiga-se as tensões entre as intenções, os seus conflitos lógicos e aqueles decorrentes de sua origem e difusão pela sociedade, como as tangências entre as vontades de épocas diferentes e seu papel central nas teorias rieglianas.
Alois Riegl(1858-1905) 1903年出版的《纪念碑的现代崇拜:它的本质和起源》(Der moderne Denkmalkultus, sein Wesen und seine Entsehung)是保护与修复理论的主要著作之一。这部作品的主要贡献在于它的价值理论,它实现了哥白尼式的转变,并在主体中认识到遗产意义的来源。文章追踪想法的起源历史值可变,在主体民族的传统,在工地的Riegl像值相较工件的制造历史上主要的目的和必要的艺术史研究的意向。然后研究意图之间的紧张关系,它们的逻辑冲突和那些由于它们的起源和在社会上的传播而产生的冲突,作为不同时代的意志之间的切线和它们在列格里安理论中的中心作用。
{"title":"Uma Revolução Copernicana no Patrimônio: Considerações sobre a Teoria dos Valores na obra de Alois Riegl","authors":"D. M. Paz","doi":"10.15210/rmr.v15i28.24169","DOIUrl":"https://doi.org/10.15210/rmr.v15i28.24169","url":null,"abstract":"O livro de Alois Riegl (1858-1905) Der moderne Denkmalkultus, sein Wesen und seine Entsehung (O Culto Moderno dos Monumentos: sua essência e sua gênese), de 1903, é uma das obras capitais nas Teorias da Conservação & Restauro. A principal contribuição da obra estava na sua teoria das Valores, onde realizava um giro copernicano e reconhecia no sujeito a fonte do significado sobre o patrimônio. O artigo rastreia a procedência da idéia dos valores historicamente mutáveis, conferidas pelo sujeito, na tradição germânica e, dentro da obra de Riegl, como os Valores têm como contraparte os Propósitos que orientam na História a manufatura dos artefatos e o necessário estudo da intencionalidade na História da Arte. Depois investiga-se as tensões entre as intenções, os seus conflitos lógicos e aqueles decorrentes de sua origem e difusão pela sociedade, como as tangências entre as vontades de épocas diferentes e seu papel central nas teorias rieglianas.","PeriodicalId":445739,"journal":{"name":"Revista Memória em Rede","volume":"60 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"126613030","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-01-15DOI: 10.15210/rmr.v15i28.23046
André Luiz Rocha Cardoso
Na segunda metade do século XX, a malha ferroviária de Pernambuco passou por um processo de desativações e consequente sucateamento, seguindo a tendência nacional. É justamente nesse contexto que toma forma o processo de patrimonialização da ferrovia no estado, quando diversas iniciativas são postas em prática em favor da proteção de uma memória ferroviária que está sob risco de se perder. Dessa maneira, a partir dessas ações, vai se desenhando a compreensão de um patrimônio ferroviário pernambucano que se consolida nos anos 2000. Partindo disto, o presente artigo tem por objetivo analisar o processo de patrimonialização da ferrovia no estado de Pernambuco, sinalizando alguns marcos temporais desse processo, mostrando a ressignificação de seus elementos e então a origem das políticas de preservação voltadas ao patrimônio ferroviário no estado.
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