Pub Date : 2022-03-08DOI: 10.15448/1983-4276.2022.1.41912
Marcos Lúcio de Sousa Góis, Noraci Cristiane Michel Braucks
Este trabalho problematiza a construção de identidades nestes tempos contemporâneos a partir de uma leitura do romance Todos os nomes, de José Saramago, pelo prisma teórico-metodológico dos estudos discursivos e culturais, centrando a discussão no personagem Sr. José. Este é um exercício analítico cujo desejo é contribuir para as discussões a respeito da relação entre discurso, literatura e identidade na chamada (pós)modernidade. Discutir “identidade” é também levantar pontos sobre “sujeito”, “subjetividade”, “história”, dentre outros termos nucleares a esse campo de estudo. O presente artigo, com base de modo especial em Stuart Hall e Zygmunt Bauman, inicia um percurso em busca por respostas para quem são os “anônimos” (ou Zés) na (pós)modernidade e como se constroem suas próprias significações na contemporaneidade. Fazem-se aqui perguntas; levantam-se algumas respostas.
本文通过对jose Saramago的小说《Todos os nomes》的阅读,通过话语和文化研究的理论和方法棱镜,聚焦于jose先生这个角色的讨论,探讨了当代身份的建构。这是一个分析练习,其目的是有助于讨论所谓(后)现代性中的话语、文学和身份之间的关系。讨论“身份”也提出了关于“主体”、“主体性”、“历史”等核心术语的观点。本文以Stuart Hall和Zygmunt Bauman为基础,开始了一段寻找(后)现代性中“匿名者”(或ze)是谁的答案的旅程,以及他们如何在当代构建自己的意义。这里有一些问题;一些答案出现了。
{"title":"Labirintos identitários em Todos os nomes, de Saramago","authors":"Marcos Lúcio de Sousa Góis, Noraci Cristiane Michel Braucks","doi":"10.15448/1983-4276.2022.1.41912","DOIUrl":"https://doi.org/10.15448/1983-4276.2022.1.41912","url":null,"abstract":"Este trabalho problematiza a construção de identidades nestes tempos contemporâneos a partir de uma leitura do romance Todos os nomes, de José Saramago, pelo prisma teórico-metodológico dos estudos discursivos e culturais, centrando a discussão no personagem Sr. José. Este é um exercício analítico cujo desejo é contribuir para as discussões a respeito da relação entre discurso, literatura e identidade na chamada (pós)modernidade. Discutir “identidade” é também levantar pontos sobre “sujeito”, “subjetividade”, “história”, dentre outros termos nucleares a esse campo de estudo. O presente artigo, com base de modo especial em Stuart Hall e Zygmunt Bauman, inicia um percurso em busca por respostas para quem são os “anônimos” (ou Zés) na (pós)modernidade e como se constroem suas próprias significações na contemporaneidade. Fazem-se aqui perguntas; levantam-se algumas respostas.","PeriodicalId":52736,"journal":{"name":"Navegacoes Revista de Cultura e Literaturas de Lingua Portuguesa","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-03-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67088047","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-16DOI: 10.15448/1983-4276.2021.2.40620
Moisés Carlos de Amorim, María Emilia Landaeta Silva
A poesia nacionalista de Casimiro de Abreu, influenciada pela 1ª geração romântica, configura-se numa linguagem simbólica em torno da terra natal, estabelecendo mitos e arquétipos que possibilitam representar o sentimento de “regresso ao lar”, entrevisto na sua produção lírica de exaltação “matriótica”, termo semanticamente mais adequado para ilustrar o nacionalismo. Este sentimento, instituído na tensão entre o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo, funda a imagem da Grande Mãe benfazeja como isomorfa à nação. Desde as primeiras recordações da infância sublimada pela imagem do berço, até o findar da existência, estabelecida pela imagem do sepulcro, os valores de intimidade maternal povoam o imaginário lírico de Casimiro de Abreu. Tais imagens, além de fortalecer o símbolo da Grande Mãe, também apontam uma reflexão de que a terra natal (isomorficamente materna) transmite paz ao sujeito lírico, tornando-se a cavidade uterina para onde voltará os seus despojos.
Casimiro de Abreu的民族主义诗歌受到第一代浪漫主义者的影响,在他的祖国周围用象征性语言进行配置,建立了神话和原型,使其有可能代表“回家”的感觉,在他抒情的“母系”提升作品中接受了采访,这个词在语义上更适合用来说明民族主义。这种感觉建立在个人无意识和集体无意识之间的紧张关系中,使仁慈的伟大母亲的形象与国家同构。从摇篮意象升华的童年最早记忆,到坟墓意象确立的存在终结,母亲亲密的价值观充斥着卡西米罗·德·阿布雷乌的抒情想象。这样的图像,除了强化了伟大母亲的象征,还指向了一种反映,即家园(同构的母性)将和平传递给抒情主体,成为其战利品将返回的子宫腔。
{"title":"Do exílio e do retorno ao útero materno","authors":"Moisés Carlos de Amorim, María Emilia Landaeta Silva","doi":"10.15448/1983-4276.2021.2.40620","DOIUrl":"https://doi.org/10.15448/1983-4276.2021.2.40620","url":null,"abstract":"A poesia nacionalista de Casimiro de Abreu, influenciada pela 1ª geração romântica, configura-se numa linguagem simbólica em torno da terra natal, estabelecendo mitos e arquétipos que possibilitam representar o sentimento de “regresso ao lar”, entrevisto na sua produção lírica de exaltação “matriótica”, termo semanticamente mais adequado para ilustrar o nacionalismo. Este sentimento, instituído na tensão entre o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo, funda a imagem da Grande Mãe benfazeja como isomorfa à nação. Desde as primeiras recordações da infância sublimada pela imagem do berço, até o findar da existência, estabelecida pela imagem do sepulcro, os valores de intimidade maternal povoam o imaginário lírico de Casimiro de Abreu. Tais imagens, além de fortalecer o símbolo da Grande Mãe, também apontam uma reflexão de que a terra natal (isomorficamente materna) transmite paz ao sujeito lírico, tornando-se a cavidade uterina para onde voltará os seus despojos. ","PeriodicalId":52736,"journal":{"name":"Navegacoes Revista de Cultura e Literaturas de Lingua Portuguesa","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49333245","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-16DOI: 10.15448/1983-4276.2021.2.39306
Benhur Bortolotto
O tópico central de O prisioneiro, novela de Erico Verissimo, é, segundo o autor, a estupidez humana em muitos aspectos. Sua declaração é categórica, mas vaga. O texto de Verissimo tem como temas principais o racismo e a guerra, com suas violências e violações. Mas se em aspectos valorativos ambos, a guerra e o racismo, mantém vizinhanças com a estupidez, sua unificação demanda menos subjetividade. A passagem daquilo que os aproxima para aquilo que os iguala é a função ética do libelo humanista do autor. Este artigo se dedica à sua contraparte literária, de caráter epistêmico; tento mostrar que a estrutura da novela permite delinear, para além da ilegitimidade das ações políticas em questão, a fragilidade e a insuficiência das próprias crenças com as quais se pretende fundamentá-las.
{"title":"As fronteiras do opaco","authors":"Benhur Bortolotto","doi":"10.15448/1983-4276.2021.2.39306","DOIUrl":"https://doi.org/10.15448/1983-4276.2021.2.39306","url":null,"abstract":"O tópico central de O prisioneiro, novela de Erico Verissimo, é, segundo o autor, a estupidez humana em muitos aspectos. Sua declaração é categórica, mas vaga. O texto de Verissimo tem como temas principais o racismo e a guerra, com suas violências e violações. Mas se em aspectos valorativos ambos, a guerra e o racismo, mantém vizinhanças com a estupidez, sua unificação demanda menos subjetividade. A passagem daquilo que os aproxima para aquilo que os iguala é a função ética do libelo humanista do autor. Este artigo se dedica à sua contraparte literária, de caráter epistêmico; tento mostrar que a estrutura da novela permite delinear, para além da ilegitimidade das ações políticas em questão, a fragilidade e a insuficiência das próprias crenças com as quais se pretende fundamentá-las.","PeriodicalId":52736,"journal":{"name":"Navegacoes Revista de Cultura e Literaturas de Lingua Portuguesa","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67087884","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-16DOI: 10.15448/1983-4276.2021.2.42146
Paulo Ricardo Kralik Angelini, A. Teixeiro
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{"title":"Apresentação","authors":"Paulo Ricardo Kralik Angelini, A. Teixeiro","doi":"10.15448/1983-4276.2021.2.42146","DOIUrl":"https://doi.org/10.15448/1983-4276.2021.2.42146","url":null,"abstract":"<jats:p>---</jats:p>","PeriodicalId":52736,"journal":{"name":"Navegacoes Revista de Cultura e Literaturas de Lingua Portuguesa","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67088373","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-16DOI: 10.15448/1983-4276.2021.2.41611
F. Breda
Escrita no fim dos anos 1960, a peça A lata de lixo da história se insere num momento da maior importância da vida social brasileira e, igualmente, da de seu autor, Roberto Schwarz. Seu contexto de produção foi, do ponto de vista nacional, de acirramento repressivo da ditadura civil-militar brasileira e, do ponto de vista pessoal de Schwarz, de sedimentação de uma virada crítica bastante significativa. Nesse sentido, é interesse deste trabalho analisar a peça à luz das transformações pelas quais passava o país em articulação com uma certa sedimentação de derrota histórica da ideia de formação nacional que ia se afigurando ao jovem Roberto Schwarz. No centro de nossa análise está a noção de dialética, tão central ao ponto de vista materialista de Schwarz. A despeito de variados estudos que têm sido feitos a respeito de sua obra, pouco tem se discutido, a não ser em chave celebratória, sobre o modo como a dialética se opera em seu trabalho. Refiro-me, sobretudo, ao modo como a luta de classes em sua acepção brasileira é figurada pelo crítico, levando em conta, sobretudo, sua visão sobre a margem de arbítrio praticamente absoluto das elites brasileiras e uma noção algo estática das relações escravistas. A escolha pela peça se deu justamente porque ela cristaliza uma convivência de temporalidades contraditórias que revela um certo sentimento de época diante do que significava a ascensão dos militares ao poder em 1964, bem como elucida aspectos contraditórios da produção schwarziana pouco comentados em sua fortuna crítica.
{"title":"Dialética, subjetividades e história, ou uma leitura de A lata de lixo da história de Roberto Schwarz","authors":"F. Breda","doi":"10.15448/1983-4276.2021.2.41611","DOIUrl":"https://doi.org/10.15448/1983-4276.2021.2.41611","url":null,"abstract":"Escrita no fim dos anos 1960, a peça A lata de lixo da história se insere num momento da maior importância da vida social brasileira e, igualmente, da de seu autor, Roberto Schwarz. Seu contexto de produção foi, do ponto de vista nacional, de acirramento repressivo da ditadura civil-militar brasileira e, do ponto de vista pessoal de Schwarz, de sedimentação de uma virada crítica bastante significativa. Nesse sentido, é interesse deste trabalho analisar a peça à luz das transformações pelas quais passava o país em articulação com uma certa sedimentação de derrota histórica da ideia de formação nacional que ia se afigurando ao jovem Roberto Schwarz. No centro de nossa análise está a noção de dialética, tão central ao ponto de vista materialista de Schwarz. A despeito de variados estudos que têm sido feitos a respeito de sua obra, pouco tem se discutido, a não ser em chave celebratória, sobre o modo como a dialética se opera em seu trabalho. Refiro-me, sobretudo, ao modo como a luta de classes em sua acepção brasileira é figurada pelo crítico, levando em conta, sobretudo, sua visão sobre a margem de arbítrio praticamente absoluto das elites brasileiras e uma noção algo estática das relações escravistas. A escolha pela peça se deu justamente porque ela cristaliza uma convivência de temporalidades contraditórias que revela um certo sentimento de época diante do que significava a ascensão dos militares ao poder em 1964, bem como elucida aspectos contraditórios da produção schwarziana pouco comentados em sua fortuna crítica.","PeriodicalId":52736,"journal":{"name":"Navegacoes Revista de Cultura e Literaturas de Lingua Portuguesa","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67088242","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-16DOI: 10.15448/1983-4276.2021.2.41146
A. Passos
Neste artigo, analisamos a construção do espaço em duas narrativas das literaturas de língua portuguesa – “O feto”, do autor angolano João Melo, e “Monólogo de Tuquinha Batista”, do autor brasileiro Aníbal Machado –, com ênfase na composição das zonas rural e urbana de Angola, no primeiro caso, e do subúrbio e zona sul da cidade do Rio de Janeiro, no segundo. Nossa hipótese é que esses espaços, tal como tecidos pelo trabalho autoral nos olhares e vozes das narradoras de cada conto, apresentam-se como diametralmente opostos: por um lado, o mato e o subúrbio seriam considerados de modos inteiramente positivos pelas referidas enunciadoras; por outro, a cidade e a zona sul seriam tratadas de formas completamente negativas pelas mesmas personagens. Para verificar se essa suposição interpretativa se sustenta ou não, recorremos, como referencial analítico específico, ao conceito de espaço como focalização, ponto de vista ou perspectiva, e ressaltamos, como princípios analíticos gerais, a condição das narradoras enquanto sujeitos literários e a natureza estética dos espaços em destaque.
{"title":"O mato e a cidade angolanos, o subúrbio e a zona sul cariocas","authors":"A. Passos","doi":"10.15448/1983-4276.2021.2.41146","DOIUrl":"https://doi.org/10.15448/1983-4276.2021.2.41146","url":null,"abstract":"Neste artigo, analisamos a construção do espaço em duas narrativas das literaturas de língua portuguesa – “O feto”, do autor angolano João Melo, e “Monólogo de Tuquinha Batista”, do autor brasileiro Aníbal Machado –, com ênfase na composição das zonas rural e urbana de Angola, no primeiro caso, e do subúrbio e zona sul da cidade do Rio de Janeiro, no segundo. Nossa hipótese é que esses espaços, tal como tecidos pelo trabalho autoral nos olhares e vozes das narradoras de cada conto, apresentam-se como diametralmente opostos: por um lado, o mato e o subúrbio seriam considerados de modos inteiramente positivos pelas referidas enunciadoras; por outro, a cidade e a zona sul seriam tratadas de formas completamente negativas pelas mesmas personagens. Para verificar se essa suposição interpretativa se sustenta ou não, recorremos, como referencial analítico específico, ao conceito de espaço como focalização, ponto de vista ou perspectiva, e ressaltamos, como princípios analíticos gerais, a condição das narradoras enquanto sujeitos literários e a natureza estética dos espaços em destaque.","PeriodicalId":52736,"journal":{"name":"Navegacoes Revista de Cultura e Literaturas de Lingua Portuguesa","volume":"23 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67088182","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-16DOI: 10.15448/1983-4276.2021.2.40702
Nuno Brito
O presente artigo surgiu de uma necessidade de pensar o tema da lentidão e do questionamento na obra de Carlos Drummond de Andrade, tomando como ponto de partida estes dois elementos enquanto geradores de uma ideia de diferença. Para isso é estudada a forma como a poesia de Drummond pensa a diferença através de um constante apelo à desaceleração que cruza a sua criação literária, desaceleração da escrita, mas também da leitura, do processo criativo e de um contacto mais intenso com a realidade. Para isso são estudados e alguns poemas de Carlos Drummond de Andrade em contacto com poetas como Manuel Bandeira, Wislawa Szymborska e Jorge Luís Borges.
{"title":"Façam completo silêncio","authors":"Nuno Brito","doi":"10.15448/1983-4276.2021.2.40702","DOIUrl":"https://doi.org/10.15448/1983-4276.2021.2.40702","url":null,"abstract":"O presente artigo surgiu de uma necessidade de pensar o tema da lentidão e do questionamento na obra de Carlos Drummond de Andrade, tomando como ponto de partida estes dois elementos enquanto geradores de uma ideia de diferença. Para isso é estudada a forma como a poesia de Drummond pensa a diferença através de um constante apelo à desaceleração que cruza a sua criação literária, desaceleração da escrita, mas também da leitura, do processo criativo e de um contacto mais intenso com a realidade. Para isso são estudados e alguns poemas de Carlos Drummond de Andrade em contacto com poetas como Manuel Bandeira, Wislawa Szymborska e Jorge Luís Borges.","PeriodicalId":52736,"journal":{"name":"Navegacoes Revista de Cultura e Literaturas de Lingua Portuguesa","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67087935","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-16DOI: 10.15448/1983-4276.2021.2.35687
Elizane Souza dos Santos Henriques, I. Rodrigues
Neste estudo, problematizamos as relações entre a história e a ficção em quatro, dos nove, contos que compõem a narrativa afro-brasileira Só as mulheres sangram, escrita por Lia Vieira (2017). A obra aponta à vulnerabilidade social da população negra no Brasil, e às heranças escravagista, colonial e patriarcal. Para desvendar tais questões a pesquisa, bibliográfica e analítica, tem como base teórica as relações entre a História e a Literatura (PESAVENTO, 2003; RICOUER, 1997; GINZBURG, 2007); a concepção de literatura afro-brasileira (DUARTE; 2016); e a Teoria do conto (GOTLIB, 2012; MARIA, 2004). A análise permitiu concluir que os contos mantêm diálogo constante com a realidade histórica na qual se inserem. Ao dar ênfase à afetividade e a ancestralidade do povo negro, bem como à emancipação feminina, tais narrativas valorizam a identidade e o lócus enunciativo desses sujeitos, fomentando, assim, reflexões sobre a necessidade de enfrentamento das desigualdades e dos fluxos hegemônicos.
在这项研究中,我们在Lia Vieira(2017)所写的非裔巴西人叙事so as mulheres sangram的9个故事中质疑历史和小说之间的关系。这部作品指出了巴西黑人的社会脆弱性,以及奴隶制、殖民和父权遗产。为了揭示这些问题,文献和分析研究的理论基础是历史和文学之间的关系(PESAVENTO, 2003; pRICOUER, 1997;GINZBURG, 2007);非裔巴西人文学的概念(DUARTE;2016);和故事理论(GOTLIB, 2012;玛丽,2004)。分析表明,这些故事与它们所处的历史现实保持着不断的对话。强调在影响和血统的黑人和妇女解放,这些身份叙事价值和委员会的关键主题,从而促进反思需要正常的不平等和hegemônicos流。
{"title":"O entrelaçar da história e da ficção em Só as mulheres sangram","authors":"Elizane Souza dos Santos Henriques, I. Rodrigues","doi":"10.15448/1983-4276.2021.2.35687","DOIUrl":"https://doi.org/10.15448/1983-4276.2021.2.35687","url":null,"abstract":"Neste estudo, problematizamos as relações entre a história e a ficção em quatro, dos nove, contos que compõem a narrativa afro-brasileira Só as mulheres sangram, escrita por Lia Vieira (2017). A obra aponta à vulnerabilidade social da população negra no Brasil, e às heranças escravagista, colonial e patriarcal. Para desvendar tais questões a pesquisa, bibliográfica e analítica, tem como base teórica as relações entre a História e a Literatura (PESAVENTO, 2003; RICOUER, 1997; GINZBURG, 2007); a concepção de literatura afro-brasileira (DUARTE; 2016); e a Teoria do conto (GOTLIB, 2012; MARIA, 2004). A análise permitiu concluir que os contos mantêm diálogo constante com a realidade histórica na qual se inserem. Ao dar ênfase à afetividade e a ancestralidade do povo negro, bem como à emancipação feminina, tais narrativas valorizam a identidade e o lócus enunciativo desses sujeitos, fomentando, assim, reflexões sobre a necessidade de enfrentamento das desigualdades e dos fluxos hegemônicos.","PeriodicalId":52736,"journal":{"name":"Navegacoes Revista de Cultura e Literaturas de Lingua Portuguesa","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67087828","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-16DOI: 10.15448/1983-4276.2021.2.41665
Gabriela Cristina Borborema Bozzo
O cidadão (português) medíocre é aquele que abdica da própria individualidade, se aliena, se rende ao sistema socioeconômico e é submisso. Assim, o cidadão (português) medíocre figura, em uma seção da obra de Dulce Maria Cardoso, um ser sem nome, sem identidade fixa, chamado de “funcionário”, que são todos parecidos uns com os outros, para desidentificar a humanidade deles. Nosso corpus, por sua vez, é composto por Campo de sangue e Os meus sentimentos, os dois primeiros romances publicados pela escritora portuguesa contemporânea. Objetivamos, no presente artigo, delinear o perfil desses ditos “funcionários”, bem como investigar sua presença e função no corpus. Para tanto, embasar-nos-emos em O que é a não pertença e como se dá a sua construção em Os meus sentimentos, de Dulce Maria Cardoso, de Gabriela Cristina Borborema Bozzo; Manifesto comunista, de Marx e Engels, Adorno e Freud em “Civilização e alienação: diálogo com Freud e Adorno” (2006), de Danelon e O romance português contemporâneo (1950-2010), de Miguel Real.
平庸的公民是一个放弃自己的个性,疏远自己,屈服于社会经济体系,是顺从的人。因此,在杜尔丝·玛丽亚·卡多索(Dulce Maria Cardoso)的作品中,一个普通公民的形象,一个没有名字的人,没有固定的身份,被称为“官员”,他们都很相似,以消除他们的人性。我们的语料库由当代葡萄牙作家出版的前两部小说《血场》和《我的感情》组成。在这篇文章中,我们的目的是概述这些所谓的“员工”的概况,并调查他们在语料库中的存在和功能。为此,我们将在杜尔丝·玛丽亚·卡多索、加布里埃拉·克里斯蒂娜·博尔博莱马·博佐的《我的感情》中,以什么是不属于以及它是如何构建的为基础;马克思和恩格斯的《共产主义宣言》、阿多诺和弗洛伊德的《文明与异化:与弗洛伊德和阿多诺的对话》(2006)和米格尔·雷亚尔的《葡萄牙当代小说》(1950-2010)。
{"title":"A representação do cidadão (português) medíocre em Dulce Maria Cardoso","authors":"Gabriela Cristina Borborema Bozzo","doi":"10.15448/1983-4276.2021.2.41665","DOIUrl":"https://doi.org/10.15448/1983-4276.2021.2.41665","url":null,"abstract":"O cidadão (português) medíocre é aquele que abdica da própria individualidade, se aliena, se rende ao sistema socioeconômico e é submisso. Assim, o cidadão (português) medíocre figura, em uma seção da obra de Dulce Maria Cardoso, um ser sem nome, sem identidade fixa, chamado de “funcionário”, que são todos parecidos uns com os outros, para desidentificar a humanidade deles. Nosso corpus, por sua vez, é composto por Campo de sangue e Os meus sentimentos, os dois primeiros romances publicados pela escritora portuguesa contemporânea. Objetivamos, no presente artigo, delinear o perfil desses ditos “funcionários”, bem como investigar sua presença e função no corpus. Para tanto, embasar-nos-emos em O que é a não pertença e como se dá a sua construção em Os meus sentimentos, de Dulce Maria Cardoso, de Gabriela Cristina Borborema Bozzo; Manifesto comunista, de Marx e Engels, Adorno e Freud em “Civilização e alienação: diálogo com Freud e Adorno” (2006), de Danelon e O romance português contemporâneo (1950-2010), de Miguel Real.","PeriodicalId":52736,"journal":{"name":"Navegacoes Revista de Cultura e Literaturas de Lingua Portuguesa","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67088286","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-16DOI: 10.15448/1983-4276.2021.2.40401
L. Leal
Este artigo apresenta leitura da obra poética de Virgílio de Lemos, ortônimo, considerando os ciclos representativos da escrita desse autor moçambicano, especialmente o que foi produzido entre 1944 e 1963. Para tanto, consideram-se os trânsitos e diásporas desse poeta e de sua poesia pelas ilhas moçambicanas e pelas águas do Oceano Índico. Analisam-se, ainda, outros trânsitos de Virgílio de Lemos, como a opção pelo barroco estético. Esses trânsitos revelam uma lírica rebelde e transgressora em relação ao modelo literário predominante em Moçambique, fortalecendo uma atitude estética que ecoa subversão e resistência à repressão colonialista.
本文介绍了Virgílio de Lemos的诗歌作品,考虑到这位莫桑比克作家的代表性写作周期,特别是1944年至1963年间的作品。因此,我们考虑这位诗人及其诗歌在莫桑比克群岛和印度洋水域的过境和流散。我们还分析了维吉利奥·德·莱莫斯的其他过渡,比如巴洛克美学的选择。这些过渡揭示了一种与莫桑比克主流文学模式有关的叛逆和越轨的抒情,强化了一种呼应颠覆和反抗殖民压迫的审美态度。
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