Pub Date : 2022-12-29DOI: 10.22409/contracampo.v41i3.53494
Luís Mauro Sá Martino, Carolina Tonussi
O que propagandas de produtos para bebês dizem sobre o lugar de pais e mães no cuidado com os filhos? Este texto delineia alguns aspectos da questão a partir de uma perspectiva de gênero, pautado no trabalho de Corrêa (2011). Foram analisadas 423 postagens de produtos das marcas Huggies e Neslac na rede social Instagram, entre janeiro de 2020 e dezembro de 2021, destacando a representação de pais e mães. A análise sugere que (a) pais aparecem em 19 posts, 4,49% do total; (b) sua presença está associada à diversão; (c) apenas uma imagem mostra o pai cuidando do bebê. Embora o lugar de mulheres e homens esteja mudando, a adaptação da publicidade a esse contexto ainda é tímida. Esses dados são analisados a partir de estudos de gênero e identidade.
{"title":"“Não basta ser pai, tem que participar”? Presenças e ausências do masculino no cuidado com os filhos em anúncios de produtos para bebês no Instagram","authors":"Luís Mauro Sá Martino, Carolina Tonussi","doi":"10.22409/contracampo.v41i3.53494","DOIUrl":"https://doi.org/10.22409/contracampo.v41i3.53494","url":null,"abstract":"O que propagandas de produtos para bebês dizem sobre o lugar de pais e mães no cuidado com os filhos? Este texto delineia alguns aspectos da questão a partir de uma perspectiva de gênero, pautado no trabalho de Corrêa (2011). Foram analisadas 423 postagens de produtos das marcas Huggies e Neslac na rede social Instagram, entre janeiro de 2020 e dezembro de 2021, destacando a representação de pais e mães. A análise sugere que (a) pais aparecem em 19 posts, 4,49% do total; (b) sua presença está associada à diversão; (c) apenas uma imagem mostra o pai cuidando do bebê. Embora o lugar de mulheres e homens esteja mudando, a adaptação da publicidade a esse contexto ainda é tímida. Esses dados são analisados a partir de estudos de gênero e identidade.","PeriodicalId":53281,"journal":{"name":"Revista Contracampo","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41517137","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-29DOI: 10.22409/contracampo.v41i3.54174
Sandra Fischer, Aline Vaz
O estudo ocupa-se da segunda parte da telenovela brasileira Amor de mãe (Manuela Dias; 2019/2021, Rede Globo de Televisão), retomada quase um ano após sua interrupção, devido à pandemia Covid-19. Concentra-se nos laços maternos firmados pelas personagens e nos arranjos estéticos de convívios domésticos instalados em casas-conchas/casas-calabouços, cujas configurações são transformadas por apropriações sensíveis que ressignificam enlaces e aprisionamentos físicos e afetivos. Funcionando como campo do sintoma, os enquadramentos e consequentes imagens televisuais em análise exibem encenações alusivas a quadriculamentos sociais em múltiplos contextos de relações de poder.
这项研究涉及巴西肥皂剧《Amor de mãe》(Manuela Dias;2019/2021,Rede Globo de Televisão)的第二部分,该剧在因新冠肺炎疫情中断近一年后恢复。它关注的是角色建立的母性纽带,以及安装在贝壳屋/地牢里的家庭欢乐的美学安排,它们的配置被敏感的拨款所改变,这些拨款放弃了身体和情感上的联系和监禁。作为一个症状领域,分析中的帧和随后的电视图像显示了在多种权力关系背景下暗指社会四胞胎的场景。
{"title":"AMORES DE MÃE, AMORES DEMAIS, AMORES DE MAL: imagens da telenovela Amor de Mãe","authors":"Sandra Fischer, Aline Vaz","doi":"10.22409/contracampo.v41i3.54174","DOIUrl":"https://doi.org/10.22409/contracampo.v41i3.54174","url":null,"abstract":"O estudo ocupa-se da segunda parte da telenovela brasileira Amor de mãe (Manuela Dias; 2019/2021, Rede Globo de Televisão), retomada quase um ano após sua interrupção, devido à pandemia Covid-19. Concentra-se nos laços maternos firmados pelas personagens e nos arranjos estéticos de convívios domésticos instalados em casas-conchas/casas-calabouços, cujas configurações são transformadas por apropriações sensíveis que ressignificam enlaces e aprisionamentos físicos e afetivos. Funcionando como campo do sintoma, os enquadramentos e consequentes imagens televisuais em análise exibem encenações alusivas a quadriculamentos sociais em múltiplos contextos de relações de poder.","PeriodicalId":53281,"journal":{"name":"Revista Contracampo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44729098","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-08-31DOI: 10.22409/contracampo.v41i2.52825
Marina Solon, Márcia Vidal Nunes
Este artigo analisa a atuação do Instituto AzMina, Organização Não-Governamental (ONG) feminista que mobiliza pautas dos feminismos nas redes sociais. Nossa análise aborda sete postagens produzidas pela ONG sobre o tema violência doméstica no Instagram durante a pandemia de Covid-19. O conteúdo foi publicado entre de março e junho de 2020. Neste estudo, a atuação do Instituto é avaliada como pauta feminista trabalhada por meio do Ciberativismo (LEMOS, 2003). O artigo analisa se a iniciativa de informar e mobilizar mulheres no combate à violência doméstica constrói um espaço de informação e conscientização dos seguidores no perfil da ONG no Instagram. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa é de caráter qualitativo (STRAUSS e CORBIN, 2008), fazendo análise de imagem, texto e comentários das postagens de forma a identificar o ciberativismo feminista mobilizado pelo Instituto AzMina em torno do tema da violência doméstica.
{"title":"Ciberativismo feminista em combate à violência doméstica durante a pandemia de Covid-19","authors":"Marina Solon, Márcia Vidal Nunes","doi":"10.22409/contracampo.v41i2.52825","DOIUrl":"https://doi.org/10.22409/contracampo.v41i2.52825","url":null,"abstract":"Este artigo analisa a atuação do Instituto AzMina, Organização Não-Governamental (ONG) feminista que mobiliza pautas dos feminismos nas redes sociais. Nossa análise aborda sete postagens produzidas pela ONG sobre o tema violência doméstica no Instagram durante a pandemia de Covid-19. O conteúdo foi publicado entre de março e junho de 2020. Neste estudo, a atuação do Instituto é avaliada como pauta feminista trabalhada por meio do Ciberativismo (LEMOS, 2003). O artigo analisa se a iniciativa de informar e mobilizar mulheres no combate à violência doméstica constrói um espaço de informação e conscientização dos seguidores no perfil da ONG no Instagram. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa é de caráter qualitativo (STRAUSS e CORBIN, 2008), fazendo análise de imagem, texto e comentários das postagens de forma a identificar o ciberativismo feminista mobilizado pelo Instituto AzMina em torno do tema da violência doméstica.","PeriodicalId":53281,"journal":{"name":"Revista Contracampo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44563665","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-08-31DOI: 10.22409/contracampo.v41i2.51490
J. Castro, R. Brito
O presente trabalho busca compreender de que maneira os moradores do bairro da Terra Firme, na periferia de Belém, capital do Estado do Pará apreendem a narrativa do minidocumentário “Poderia ter sido você”, produzido pelo coletivo de mídia alternativa Tela Firme, após a chacina em 2014. O vídeo tece uma contranarrativa, ao recriar uma realidade partilhada de maneira trágica pelos moradores, buscando despertar neles identificação, em contraste com a representação hegemônica e estigmatizante do bairro e de seus moradores, que circulou massivamente no discurso midiático à época da chacina. O minidocumentário se insere em um vigoroso movimento de produção audiovisual surgido nas periferias brasileiras desde a década passada, que ultrapassa a dimensão artística e assume contornos políticos, em que a autorrepresentação desponta como uma ideia central. Essas produções buscam restituir a fala historicamente negada a esta parcela da população no espaço público. A pesquisa tem como ponto de partida a dimensão intersubjetiva da experiência na produção de sentidos nesse contexto de violência urbana. De natureza qualitativa, a pesquisa alia a observação participante, sob uma perspectiva autoetnográfica e entrevistas com moradores do bairro, membros do coletivo que produziu o vídeo e mães de jovens assassinados na chacina. Investigou-se até que ponto estes sujeitos se reconhecem e veem sua realidade projetada na narrativa do minidocumentário e se ela consegue deslocar o olhar que têm de si próprios, na contramão das representações hegemônicas do discurso midiático. Logo, o que se percebeu é que a produção audiovisual do “Poderia ter sido você” se destaca como instrumento de produção e posicionamentos discursivos do Coletivo Tela Firme diante das chacinas ocorridas nas periferias de Belém em 2014, em que os moradores se reconhecem.
{"title":"Vidas que importam","authors":"J. Castro, R. Brito","doi":"10.22409/contracampo.v41i2.51490","DOIUrl":"https://doi.org/10.22409/contracampo.v41i2.51490","url":null,"abstract":"O presente trabalho busca compreender de que maneira os moradores do bairro da Terra Firme, na periferia de Belém, capital do Estado do Pará apreendem a narrativa do minidocumentário “Poderia ter sido você”, produzido pelo coletivo de mídia alternativa Tela Firme, após a chacina em 2014. O vídeo tece uma contranarrativa, ao recriar uma realidade partilhada de maneira trágica pelos moradores, buscando despertar neles identificação, em contraste com a representação hegemônica e estigmatizante do bairro e de seus moradores, que circulou massivamente no discurso midiático à época da chacina. O minidocumentário se insere em um vigoroso movimento de produção audiovisual surgido nas periferias brasileiras desde a década passada, que ultrapassa a dimensão artística e assume contornos políticos, em que a autorrepresentação desponta como uma ideia central. Essas produções buscam restituir a fala historicamente negada a esta parcela da população no espaço público. A pesquisa tem como ponto de partida a dimensão intersubjetiva da experiência na produção de sentidos nesse contexto de violência urbana. De natureza qualitativa, a pesquisa alia a observação participante, sob uma perspectiva autoetnográfica e entrevistas com moradores do bairro, membros do coletivo que produziu o vídeo e mães de jovens assassinados na chacina. Investigou-se até que ponto estes sujeitos se reconhecem e veem sua realidade projetada na narrativa do minidocumentário e se ela consegue deslocar o olhar que têm de si próprios, na contramão das representações hegemônicas do discurso midiático. Logo, o que se percebeu é que a produção audiovisual do “Poderia ter sido você” se destaca como instrumento de produção e posicionamentos discursivos do Coletivo Tela Firme diante das chacinas ocorridas nas periferias de Belém em 2014, em que os moradores se reconhecem.\u0000 ","PeriodicalId":53281,"journal":{"name":"Revista Contracampo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41693306","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-08-31DOI: 10.22409/contracampo.v41i2.52819
Dayane Do Carmo Barretos, Joana Ziller, Marco Aurélio Máximo Prado
As produções que abordam as violências que acometem pessoas trans e travestis contribuem para a configuração social de imaginários acerca desses corpos. A partir desse pressuposto, apresentamos nesse artigo a constituição da dissidência de gênero a partir das diferenças inscritas em uma matriz subalternizante, criadas no interior do projeto colonial e moderno de poder, com o intuito de refletir como tal dinâmica atravessa as violências a que esses sujeitos estão submetidos diariamente. Para além, observamos nuances nas produções, assim como contraproduções que promovem um enfrentamento, a fim de compreender as disputas que estão presentes nesse contexto de violências.
{"title":"Da constituição da diferença à indiferença do morrer:","authors":"Dayane Do Carmo Barretos, Joana Ziller, Marco Aurélio Máximo Prado","doi":"10.22409/contracampo.v41i2.52819","DOIUrl":"https://doi.org/10.22409/contracampo.v41i2.52819","url":null,"abstract":"As produções que abordam as violências que acometem pessoas trans e travestis contribuem para a configuração social de imaginários acerca desses corpos. A partir desse pressuposto, apresentamos nesse artigo a constituição da dissidência de gênero a partir das diferenças inscritas em uma matriz subalternizante, criadas no interior do projeto colonial e moderno de poder, com o intuito de refletir como tal dinâmica atravessa as violências a que esses sujeitos estão submetidos diariamente. Para além, observamos nuances nas produções, assim como contraproduções que promovem um enfrentamento, a fim de compreender as disputas que estão presentes nesse contexto de violências. ","PeriodicalId":53281,"journal":{"name":"Revista Contracampo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45952732","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-08-31DOI: 10.22409/contracampo.v41i2.52839
Ricardo Duarte Filho
Nesse ensaio, analiso como a obra Assentamento, de Rosana Paulino, trabalha com imagens de arquivo diretamente ligadas à escravidão de maneira a questionar uma lógica visual calcada em processos de racialização. Ao intervir nesse arquivo através de seu uso magistral de técnicas de colagem e costura, Paulino ressalta a continuidade desse passado através da ligação das teses eugênicas das fotografias originais com o nosso presente necropolítico. Também investigo a história das fotografias eugênicas e a representação imagética de corpos pretos na história brasileira para então discutir como a obra de Paulino almeja dobrar o olhar colonial sobre si. Argumento, enfim, que Assentamentonão nega a precariedade do corpo retratado na fotografia de arquivo usada pela obra, mas que, a partir de suas colagens e costuras, ilustra a possibilidade de evasão de códigos visuais racializantes.
{"title":"A tessitura do espectro","authors":"Ricardo Duarte Filho","doi":"10.22409/contracampo.v41i2.52839","DOIUrl":"https://doi.org/10.22409/contracampo.v41i2.52839","url":null,"abstract":"Nesse ensaio, analiso como a obra Assentamento, de Rosana Paulino, trabalha com imagens de arquivo diretamente ligadas à escravidão de maneira a questionar uma lógica visual calcada em processos de racialização. Ao intervir nesse arquivo através de seu uso magistral de técnicas de colagem e costura, Paulino ressalta a continuidade desse passado através da ligação das teses eugênicas das fotografias originais com o nosso presente necropolítico. Também investigo a história das fotografias eugênicas e a representação imagética de corpos pretos na história brasileira para então discutir como a obra de Paulino almeja dobrar o olhar colonial sobre si. Argumento, enfim, que Assentamentonão nega a precariedade do corpo retratado na fotografia de arquivo usada pela obra, mas que, a partir de suas colagens e costuras, ilustra a possibilidade de evasão de códigos visuais racializantes.","PeriodicalId":53281,"journal":{"name":"Revista Contracampo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41744748","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-08-31DOI: 10.22409/contracampo.v41i2.52128
Gabriela Machado Ramos de Almeida, Dieison Marconi
Nesse artigo propomos a noção de “romantismo de artifício” para designar modos de fabulação identificáveis em filmes queer brasileiros contemporâneos que são marcados, em sua narrativa e estética, por traços como o recurso ao clichê, a intertextualidade, a afetação, o exagero visual e a apropriação de repertórios audiovisuais populares e hegemônicos. Trabalhamos com os curtas-metragens Os últimos românticos do mundo (Henrique Arruda, 2020) e Looping (Maick Hannder, 2019), com o objetivo de situar o romantismo de artifício, em parte legível e em parte inominável, como rasura na ordem consensual do ideal do amor romântico, produzindo uma brecha para o político que se constrói: 1) como ação de microrresistência capaz de apontar para um lugar além da violência contra corpos queer e 2) pelas formas como os filmes colocam impasses nas clivagens entre Norte e Sul Global.
{"title":"“And I need you now tonight, and I need you more than ever”","authors":"Gabriela Machado Ramos de Almeida, Dieison Marconi","doi":"10.22409/contracampo.v41i2.52128","DOIUrl":"https://doi.org/10.22409/contracampo.v41i2.52128","url":null,"abstract":"Nesse artigo propomos a noção de “romantismo de artifício” para designar modos de fabulação identificáveis em filmes queer brasileiros contemporâneos que são marcados, em sua narrativa e estética, por traços como o recurso ao clichê, a intertextualidade, a afetação, o exagero visual e a apropriação de repertórios audiovisuais populares e hegemônicos. Trabalhamos com os curtas-metragens Os últimos românticos do mundo (Henrique Arruda, 2020) e Looping (Maick Hannder, 2019), com o objetivo de situar o romantismo de artifício, em parte legível e em parte inominável, como rasura na ordem consensual do ideal do amor romântico, produzindo uma brecha para o político que se constrói: 1) como ação de microrresistência capaz de apontar para um lugar além da violência contra corpos queer e 2) pelas formas como os filmes colocam impasses nas clivagens entre Norte e Sul Global.","PeriodicalId":53281,"journal":{"name":"Revista Contracampo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44064913","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-08-31DOI: 10.22409/contracampo.v41i2.52835
Ana Clara Gomes Costa
A partir de uma perspectiva descolonial, esse artigo se coloca a pensar a colonialidade como base do feminismo universalizante, que desconsidera mulheres negras em seus discursos, em suas lutas e abordagens. A universalização da mulher nos leva à colonialidade de gênero, segundo um feminismo branco e acadêmico, que contribui para a manutenção de relações de opressão direcionadas a mulheres negras. O objetivo dessa análise é evidenciar que a descolonização do feminismo pode começar por estratégias metodológicas de valorização da escuta e da fala de mulheres negras. Trago um texto-existência que se propõe a refletir sua própria prática de escrita na luta pela descolonização do feminismo.
{"title":"Mulheres negras em busca de metodologias para a descolonização do feminismo","authors":"Ana Clara Gomes Costa","doi":"10.22409/contracampo.v41i2.52835","DOIUrl":"https://doi.org/10.22409/contracampo.v41i2.52835","url":null,"abstract":"A partir de uma perspectiva descolonial, esse artigo se coloca a pensar a colonialidade como base do feminismo universalizante, que desconsidera mulheres negras em seus discursos, em suas lutas e abordagens. A universalização da mulher nos leva à colonialidade de gênero, segundo um feminismo branco e acadêmico, que contribui para a manutenção de relações de opressão direcionadas a mulheres negras. O objetivo dessa análise é evidenciar que a descolonização do feminismo pode começar por estratégias metodológicas de valorização da escuta e da fala de mulheres negras. Trago um texto-existência que se propõe a refletir sua própria prática de escrita na luta pela descolonização do feminismo.","PeriodicalId":53281,"journal":{"name":"Revista Contracampo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43518533","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-08-31DOI: 10.22409/contracampo.v41i2.52968
Danilo Andrade Bittencourt
Este artigo tem por objetivo refletir sobre a representação nas histórias em quadrinhos a partir de uma perspectiva fenomenológica. Também se propõe a fornecer subsídios teóricos para aqueles pesquisadores que, interessados pelas histórias em quadrinhos, sua produção e recepção enquanto objetos de estudo, desejam examiná-las enquanto fenômeno estético-comunicacional, capaz de provocar, em seus leitores, o desejo de representar, junto à obra, aspectos da realidade empírica. Para tal, enumeramos alguns princípios norteadores para a análise a partir das teorias estéticas de caráter fenomenológico, sobretudo aquelas de Mikel Dufrenne (1973; 2015) e Wolfgang Iser (1978; 1989; 2000), e tomamos enquanto corpus empírico, a título de demonstração de nossa incursão teórica, a história em quadrinhos Um Pedaço de Madeira e Aço, de autoria do artista francês Christophe Chabouté.
{"title":"Fenomenologia da representação nas histórias em quadrinhos, ou, como representar Um Pedaço de Madeira e Aço","authors":"Danilo Andrade Bittencourt","doi":"10.22409/contracampo.v41i2.52968","DOIUrl":"https://doi.org/10.22409/contracampo.v41i2.52968","url":null,"abstract":"Este artigo tem por objetivo refletir sobre a representação nas histórias em quadrinhos a partir de uma perspectiva fenomenológica. Também se propõe a fornecer subsídios teóricos para aqueles pesquisadores que, interessados pelas histórias em quadrinhos, sua produção e recepção enquanto objetos de estudo, desejam examiná-las enquanto fenômeno estético-comunicacional, capaz de provocar, em seus leitores, o desejo de representar, junto à obra, aspectos da realidade empírica. Para tal, enumeramos alguns princípios norteadores para a análise a partir das teorias estéticas de caráter fenomenológico, sobretudo aquelas de Mikel Dufrenne (1973; 2015) e Wolfgang Iser (1978; 1989; 2000), e tomamos enquanto corpus empírico, a título de demonstração de nossa incursão teórica, a história em quadrinhos Um Pedaço de Madeira e Aço, de autoria do artista francês Christophe Chabouté.","PeriodicalId":53281,"journal":{"name":"Revista Contracampo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44862112","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-08-31DOI: 10.22409/contracampo.v41i2.52113
Aline Lisboa, Osvando José De Morais
Argumentar sobre modos de pensar os feminismos latino-americanos se faz necessário a partir de um viés decolonial formado por autoras do Sul Global. Aliar tais saberes teóricos às práticas ativistas de mulheres dentro e fora das redes torna-se salutar para compreender como suas realidades violentas vêm sendo combatidas. Deste modo, em nosso trabalho propomos refletir sobre usos e repercussões do ativismo digital no combate ao assédio sexual sofrido por mulheres na América Latina. Para tanto, selecionamos as campanhas brasileiras #ChegadeFiuFiu e #MexeuComUmaMexeuComTodas com o intuito de examinar se as ações por elas realizadas resultaram em efeitos significativos diante da pauta em questão. Os resultados preliminares apontam que o intercruzamento entre práticas e saberes reverberaram em novas formas de organização política de mulheres, por vezes eficientes no enfrentamento à violência sexual em espaços públicos.
{"title":"#ChegadeAssedio","authors":"Aline Lisboa, Osvando José De Morais","doi":"10.22409/contracampo.v41i2.52113","DOIUrl":"https://doi.org/10.22409/contracampo.v41i2.52113","url":null,"abstract":"Argumentar sobre modos de pensar os feminismos latino-americanos se faz necessário a partir de um viés decolonial formado por autoras do Sul Global. Aliar tais saberes teóricos às práticas ativistas de mulheres dentro e fora das redes torna-se salutar para compreender como suas realidades violentas vêm sendo combatidas. Deste modo, em nosso trabalho propomos refletir sobre usos e repercussões do ativismo digital no combate ao assédio sexual sofrido por mulheres na América Latina. Para tanto, selecionamos as campanhas brasileiras #ChegadeFiuFiu e #MexeuComUmaMexeuComTodas com o intuito de examinar se as ações por elas realizadas resultaram em efeitos significativos diante da pauta em questão. Os resultados preliminares apontam que o intercruzamento entre práticas e saberes reverberaram em novas formas de organização política de mulheres, por vezes eficientes no enfrentamento à violência sexual em espaços públicos.","PeriodicalId":53281,"journal":{"name":"Revista Contracampo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43042689","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}