Lizbeth Núñez-Carrasco, Jorge Cladera, Pablo José Cruz, Nancy Egan, Gabriela Andrea Figlioli, Gaston Godoy-Garraza, Celeste Golsberg, Ximena Quiñones-Díáz, Luís Sáez-Tonacca, Manuela Vieira-Pak, Thierry Winkel
{"title":"Social capital, biocultural heritage, and commoning for inclusive sustainability of peasant agriculture: three case studies in Argentina, Bolivia, and Chile","authors":"Lizbeth Núñez-Carrasco, Jorge Cladera, Pablo José Cruz, Nancy Egan, Gabriela Andrea Figlioli, Gaston Godoy-Garraza, Celeste Golsberg, Ximena Quiñones-Díáz, Luís Sáez-Tonacca, Manuela Vieira-Pak, Thierry Winkel","doi":"10.5380/dma.v62i0.90418","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/dma.v62i0.90418","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":55619,"journal":{"name":"Desenvolvimento e Meio Ambiente","volume":" February","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135186673","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Ana Paula Fracalanza, Mariana Gutierres Arteiro Da Paz, Estela Macedo Alves
Este artigo aborda os conflitos pelo uso da água e as apropriações do setor de saneamento por novos atores, a partir do novo arcabouço legal e do contexto de mudanças climáticas, sob a ótica do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6: “Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos”. O setor do saneamento básico no Brasil tem sido afetado por constantes modificações no Marco Legal, ocorridas na última década. Na medida em que não se atingiu ainda a universalização dos serviços de abastecimento público de água e de esgotamento sanitário, e que a distribuição do saneamento no território se dá de forma desigual entre as populações e regiões, prevalecendo o acesso nos centros urbanos, em detrimento de populações que vivem às margens das cidades, faz-se necessário compreender essas questões à luz da teoria dos conflitos pelo uso da água. Somam-se a esses problemas eventos de seca e crise de governança da água que, associados à injustiça climática, tornam fundamental a inserção das mudanças climáticas e da adaptação climática na agenda do saneamento, para que o acesso à água e ao saneamento possa ser garantido para todos.
{"title":"Água e saneamento no Brasil: conflitos, apropriação e injustiça climática","authors":"Ana Paula Fracalanza, Mariana Gutierres Arteiro Da Paz, Estela Macedo Alves","doi":"10.5380/dma.v62i0.89421","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/dma.v62i0.89421","url":null,"abstract":"Este artigo aborda os conflitos pelo uso da água e as apropriações do setor de saneamento por novos atores, a partir do novo arcabouço legal e do contexto de mudanças climáticas, sob a ótica do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6: “Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos”. O setor do saneamento básico no Brasil tem sido afetado por constantes modificações no Marco Legal, ocorridas na última década. Na medida em que não se atingiu ainda a universalização dos serviços de abastecimento público de água e de esgotamento sanitário, e que a distribuição do saneamento no território se dá de forma desigual entre as populações e regiões, prevalecendo o acesso nos centros urbanos, em detrimento de populações que vivem às margens das cidades, faz-se necessário compreender essas questões à luz da teoria dos conflitos pelo uso da água. Somam-se a esses problemas eventos de seca e crise de governança da água que, associados à injustiça climática, tornam fundamental a inserção das mudanças climáticas e da adaptação climática na agenda do saneamento, para que o acesso à água e ao saneamento possa ser garantido para todos.","PeriodicalId":55619,"journal":{"name":"Desenvolvimento e Meio Ambiente","volume":" July","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135186656","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Gesmar Rosa Santos, Ana Lizete Farias, Luiz Augusto Bronzatto
A Agenda ONU (Organização das Nações Unidas) 2030 reconhece, no conjunto de seus 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), a presença de conflitos de distintos graus, natureza e tipologia. Seguindo o debate acadêmico, a Agenda considera importante o registro de conflitos e a promoção de ações de mitigação em foros participativos e com amplo diálogo. Neste contexto, o objetivo deste artigo é apresentar distintas concepções, dados e formas de manifestação dos conflitos pela água no cenário internacional e, particularmente, no Brasil. Faz-se também uma reflexão sobre possibilidades de aprimoramentos nos registros com o advento dos ODS. São destacados dados históricos de plataformas, instituições gestoras e outros registros públicos de conflitos pela água. Entre os resultados para o Brasil, destaca-se que os levantamentos são aperiódicos, com metodologias em desenvolvimento e foco no meio rural. Os registros da Comissão Pastoral da Terra (CPT) apontam trajetória de aumento do número e tipos de conflitos pela água no campo, majoritariamente causados por atividades produtivas (mineração, energia e agricultura). Entre as lacunas por parte do Estado, encontra-se a falta de estratégia para registro e monitoramento dos conflitos, com dependência de levantamentos voluntários de organizações sociais e da academia.
{"title":"Conflitos pela água, leis nacionais e os ODS: monitoramento para uma governança democrática","authors":"Gesmar Rosa Santos, Ana Lizete Farias, Luiz Augusto Bronzatto","doi":"10.5380/dma.v62i0.86826","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/dma.v62i0.86826","url":null,"abstract":"A Agenda ONU (Organização das Nações Unidas) 2030 reconhece, no conjunto de seus 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), a presença de conflitos de distintos graus, natureza e tipologia. Seguindo o debate acadêmico, a Agenda considera importante o registro de conflitos e a promoção de ações de mitigação em foros participativos e com amplo diálogo. Neste contexto, o objetivo deste artigo é apresentar distintas concepções, dados e formas de manifestação dos conflitos pela água no cenário internacional e, particularmente, no Brasil. Faz-se também uma reflexão sobre possibilidades de aprimoramentos nos registros com o advento dos ODS. São destacados dados históricos de plataformas, instituições gestoras e outros registros públicos de conflitos pela água. Entre os resultados para o Brasil, destaca-se que os levantamentos são aperiódicos, com metodologias em desenvolvimento e foco no meio rural. Os registros da Comissão Pastoral da Terra (CPT) apontam trajetória de aumento do número e tipos de conflitos pela água no campo, majoritariamente causados por atividades produtivas (mineração, energia e agricultura). Entre as lacunas por parte do Estado, encontra-se a falta de estratégia para registro e monitoramento dos conflitos, com dependência de levantamentos voluntários de organizações sociais e da academia.","PeriodicalId":55619,"journal":{"name":"Desenvolvimento e Meio Ambiente","volume":" November","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135186664","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
William Adrian Clavijo Vitto, Helder Queiroz Pinto Jr.
O seguinte trabalho analisa as rotas de política pública para conduzir a transição energética de baixo carbono a partir de uma perspectiva comparada dos casos da Alemanha e Japão. Para isso, foi realizada uma pesquisa qualitativa a partir do estudo comparativo de ambos os países com base na literatura sobre policy mix. Dessa forma, foi realizado um mapeamento dos pacotes de política pública adotados em cada país para conduzir a descarbonização da matriz elétrica, permitindo identificar os tipos de instrumentos considerados, o escopo dos esforços governamentais implementados e as opções tecnológicas contempladas para substituir as fontes fósseis. Entre os principais resultados, encontrou-se que as políticas de incentivo ao aumento da capacidade de geração de eletricidade a partir de fontes renováveis estão transitando de esquemas de precificação com impacto na tarifa dos consumidores para o estabelecimento de esquemas de precificação que respondam a sinais de mercado, em decorrência da redução dos custos de instalação e geração de eletricidade a partir das fontes renováveis variáveis. O estudo identificou diferenças nas opções tecnológicas consideradas para impulsionar a descarbonização, tendo como elemento notável, a desativação da geração de energia nuclear na Alemanha e a reativação dessa fonte no Japão. Em ambos os casos, identificou-se que as políticas públicas também caminham para a adaptação dos sistemas elétricos à dinâmica das fontes renováveis variáveis. Finalmente, o escopo das políticas governamentais dos dois países almeja o impulso do desenvolvimento econômico por meio da construção de nova capacidade produtiva e tecnológica.
{"title":"As rotas para conduzir o processo de transição energética de baixo carbono no setor elétrico: uma análise comparativa da Alemanha e o Japão","authors":"William Adrian Clavijo Vitto, Helder Queiroz Pinto Jr.","doi":"10.5380/dma.v62i0.83619","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/dma.v62i0.83619","url":null,"abstract":"O seguinte trabalho analisa as rotas de política pública para conduzir a transição energética de baixo carbono a partir de uma perspectiva comparada dos casos da Alemanha e Japão. Para isso, foi realizada uma pesquisa qualitativa a partir do estudo comparativo de ambos os países com base na literatura sobre policy mix. Dessa forma, foi realizado um mapeamento dos pacotes de política pública adotados em cada país para conduzir a descarbonização da matriz elétrica, permitindo identificar os tipos de instrumentos considerados, o escopo dos esforços governamentais implementados e as opções tecnológicas contempladas para substituir as fontes fósseis. Entre os principais resultados, encontrou-se que as políticas de incentivo ao aumento da capacidade de geração de eletricidade a partir de fontes renováveis estão transitando de esquemas de precificação com impacto na tarifa dos consumidores para o estabelecimento de esquemas de precificação que respondam a sinais de mercado, em decorrência da redução dos custos de instalação e geração de eletricidade a partir das fontes renováveis variáveis. O estudo identificou diferenças nas opções tecnológicas consideradas para impulsionar a descarbonização, tendo como elemento notável, a desativação da geração de energia nuclear na Alemanha e a reativação dessa fonte no Japão. Em ambos os casos, identificou-se que as políticas públicas também caminham para a adaptação dos sistemas elétricos à dinâmica das fontes renováveis variáveis. Finalmente, o escopo das políticas governamentais dos dois países almeja o impulso do desenvolvimento econômico por meio da construção de nova capacidade produtiva e tecnológica.","PeriodicalId":55619,"journal":{"name":"Desenvolvimento e Meio Ambiente","volume":" November","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135186676","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
João Paulo Borges Pedro, Cássio Augusto da Silva Oliveira, Maria Cecília Rosinski Lima Gomes, Ana Claudeíse Silva do Nascimento, Dávila Suelen Souza Corrêa, Marcos Von Sperling
Na Amazônia brasileira, quase 4 milhões de pessoas não têm acesso a um serviço de tratamento de esgoto adequado, e parte dessa população ainda pratica a defecação a céu aberto. Para contribuir com políticas públicas de sucesso, este artigo explora os fatores que motivaram os ribeirinhos rurais da Amazônia Central a adotarem e/ou usarem sanitários de forma continuada. A partir de entrevistas, grupos focais de discussão e análise de conteúdo, verificou-se que as principais motivações são o conforto e comodidade em usar um sanitário, a proteção que ele oferece contra animais perigosos ou durante a chuva. Constatou-se também que a privacidade é uma motivação forte e autêntica trazida pelas mulheres, e que vai ao encontro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Esses resultados contribuem para programas de saneamento regionalizados, que devem considerar a opinião dos beneficiários na implementação de tecnologias sociais de tratamento de esgoto.
{"title":"O que motiva ribeirinhos rurais a adotarem sanitários? Achados da Amazônia Central","authors":"João Paulo Borges Pedro, Cássio Augusto da Silva Oliveira, Maria Cecília Rosinski Lima Gomes, Ana Claudeíse Silva do Nascimento, Dávila Suelen Souza Corrêa, Marcos Von Sperling","doi":"10.5380/dma.v62i0.82997","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/dma.v62i0.82997","url":null,"abstract":"Na Amazônia brasileira, quase 4 milhões de pessoas não têm acesso a um serviço de tratamento de esgoto adequado, e parte dessa população ainda pratica a defecação a céu aberto. Para contribuir com políticas públicas de sucesso, este artigo explora os fatores que motivaram os ribeirinhos rurais da Amazônia Central a adotarem e/ou usarem sanitários de forma continuada. A partir de entrevistas, grupos focais de discussão e análise de conteúdo, verificou-se que as principais motivações são o conforto e comodidade em usar um sanitário, a proteção que ele oferece contra animais perigosos ou durante a chuva. Constatou-se também que a privacidade é uma motivação forte e autêntica trazida pelas mulheres, e que vai ao encontro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Esses resultados contribuem para programas de saneamento regionalizados, que devem considerar a opinião dos beneficiários na implementação de tecnologias sociais de tratamento de esgoto.","PeriodicalId":55619,"journal":{"name":"Desenvolvimento e Meio Ambiente","volume":"49 4","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136234266","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Claudia Regina Dos Santos, João De Deus Medeiros, Rodrigo Rodrigues De Freitas
O bioma Mata Atlântica é o quinto mais ameaçado do mundo e, no Brasil, foi declarado Patrimônio Nacional pela Constituição Federal de 1988, momento em que vigorava o Novo Código Florestal de 1965. Em seguida, o bioma recebeu proteção normativa específica, condicionando seu uso ao cumprimento de critérios que assegurem sua conservação. Santa Catarina tem seu território integralmente inserido na Mata Atlântica onde predominam os ecossistemas florestais representados pela Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional Decidual, Campos de Altitude e Vegetação Litorânea. As ameaças ao bioma se intensificaram com a publicação do Despacho MMA nº 4.410/2020, que obrigou todos os seus órgãos e entidades vinculadas a autorizar atividades econômicas em Área de Preservação Permanente (APP) irregularmente degradadas até 2008, e não a partir de 1990, conforme previsto na Lei da Mata Atlântica. Apesar de ter sido revogado posteriormente, em Santa Catarina o órgão ambiental manteve orientação balizada nos termos do despacho do Ministério do Meio Ambiente de 2020. Neste artigo são analisados os efeitos e as consequências desta mudança institucional para a conservação da Mata Atlântica no Estado. Os dados foram obtidos por meio de pesquisa em fontes documentais e legislação, coletados entre janeiro e julho de 2021. O marco temporal para análise inicia em 1965 com a publicação do Novo Código Florestal e segue até junho de 2021. Os dados levantados foram analisados a partir de quatro “corredores de claridade”, termo utilizado para tratar da tomada de ação política baseada em evidências científicas. A desconsideração pelo marco temporal (1990 - 2008) para a restauração das APPs em Santa Catarina é caracterizado como um retrocesso, tendo em vista a relevância da conservação das zonas costeiras para prevenir desastres e demais efeitos das mudanças no clima, como a viabilidade das economias no Antropoceno.
{"title":"Conservação da Mata Atlântica no Antropoceno: retrocessos legais em Santa Catarina, Brasil","authors":"Claudia Regina Dos Santos, João De Deus Medeiros, Rodrigo Rodrigues De Freitas","doi":"10.5380/dma.v62i0.84688","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/dma.v62i0.84688","url":null,"abstract":"O bioma Mata Atlântica é o quinto mais ameaçado do mundo e, no Brasil, foi declarado Patrimônio Nacional pela Constituição Federal de 1988, momento em que vigorava o Novo Código Florestal de 1965. Em seguida, o bioma recebeu proteção normativa específica, condicionando seu uso ao cumprimento de critérios que assegurem sua conservação. Santa Catarina tem seu território integralmente inserido na Mata Atlântica onde predominam os ecossistemas florestais representados pela Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional Decidual, Campos de Altitude e Vegetação Litorânea. As ameaças ao bioma se intensificaram com a publicação do Despacho MMA nº 4.410/2020, que obrigou todos os seus órgãos e entidades vinculadas a autorizar atividades econômicas em Área de Preservação Permanente (APP) irregularmente degradadas até 2008, e não a partir de 1990, conforme previsto na Lei da Mata Atlântica. Apesar de ter sido revogado posteriormente, em Santa Catarina o órgão ambiental manteve orientação balizada nos termos do despacho do Ministério do Meio Ambiente de 2020. Neste artigo são analisados os efeitos e as consequências desta mudança institucional para a conservação da Mata Atlântica no Estado. Os dados foram obtidos por meio de pesquisa em fontes documentais e legislação, coletados entre janeiro e julho de 2021. O marco temporal para análise inicia em 1965 com a publicação do Novo Código Florestal e segue até junho de 2021. Os dados levantados foram analisados a partir de quatro “corredores de claridade”, termo utilizado para tratar da tomada de ação política baseada em evidências científicas. A desconsideração pelo marco temporal (1990 - 2008) para a restauração das APPs em Santa Catarina é caracterizado como um retrocesso, tendo em vista a relevância da conservação das zonas costeiras para prevenir desastres e demais efeitos das mudanças no clima, como a viabilidade das economias no Antropoceno.","PeriodicalId":55619,"journal":{"name":"Desenvolvimento e Meio Ambiente","volume":"13 5","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136234713","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Daiana Souza de Lima, Ednilson Viana, Deusmaque Carneiro Ferreira
Um dos elementos cruciais que definem o sucesso ou fracasso dos Programas de Coleta Seletiva (PCS) nos municípios consiste na participação popular, já que esse processo tem dependência direta da segregação na fonte geradora. Por essa razão, estudos que identifiquem condições favoráveis ou desfavoráveis a esta participação apresentam grande relevância no planejamento do PCS. Entretanto, há uma lacuna desse tipo de pesquisa no contexto brasileiro. Nesse cenário, este estudo visou identificar, com base na percepção dos moradores, os fatores demográficos, de motivação e de barreira que influenciam na decisão quanto à segregação na fonte dos resíduos sólidos na área urbana de uma cidade de médio porte, para, fundamentado neles, propor alternativas para aumento da eficiência dos PCS. Para tanto, foi realizada pesquisa quantitativa, com aplicação de questionário estruturado, sendo a amostra definida por método probabilístico de amostragem aleatória. Foram consideradas 850 entrevistas válidas, com nível de confiança de 95%, probabilidade de 3% de erro e variabilidade máxima de 78%. Constatou-se que os fatores mais significativos para a tomada de decisão quanto à segregação dos resíduos sólidos nas residências consistem na faixa etária, escolaridade, qualidade ambiental, infraestrutura da residência e das áreas públicas, falta de tempo e quantidade de resíduos sólidos gerada. Observou-se ainda que 82% da população já realiza algum tipo de segregação dos resíduos sólidos e que 86,82% está disposta a participar do PCS. Assim sendo, recomenda-se a adequação da linguagem e dos meios de comunicação utilizados no programa conforme público-alvo, tendo em vista a acessibilidade e entendimento de cada um. O presente estudo corrobora a aplicabilidade futura de programas de coleta seletiva como um instrumento de sustentabilidade para a gestão de resíduos sólidos, incentivo a novas pesquisas na área e base para estruturação de programas de educação ambiental com foco na coleta seletiva.
{"title":"Coleta seletiva: fatores norteadores do processo a partir de um estudo de caso de cidade de médio porte em Minas Gerais","authors":"Daiana Souza de Lima, Ednilson Viana, Deusmaque Carneiro Ferreira","doi":"10.5380/dma.v62i0.82725","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/dma.v62i0.82725","url":null,"abstract":"Um dos elementos cruciais que definem o sucesso ou fracasso dos Programas de Coleta Seletiva (PCS) nos municípios consiste na participação popular, já que esse processo tem dependência direta da segregação na fonte geradora. Por essa razão, estudos que identifiquem condições favoráveis ou desfavoráveis a esta participação apresentam grande relevância no planejamento do PCS. Entretanto, há uma lacuna desse tipo de pesquisa no contexto brasileiro. Nesse cenário, este estudo visou identificar, com base na percepção dos moradores, os fatores demográficos, de motivação e de barreira que influenciam na decisão quanto à segregação na fonte dos resíduos sólidos na área urbana de uma cidade de médio porte, para, fundamentado neles, propor alternativas para aumento da eficiência dos PCS. Para tanto, foi realizada pesquisa quantitativa, com aplicação de questionário estruturado, sendo a amostra definida por método probabilístico de amostragem aleatória. Foram consideradas 850 entrevistas válidas, com nível de confiança de 95%, probabilidade de 3% de erro e variabilidade máxima de 78%. Constatou-se que os fatores mais significativos para a tomada de decisão quanto à segregação dos resíduos sólidos nas residências consistem na faixa etária, escolaridade, qualidade ambiental, infraestrutura da residência e das áreas públicas, falta de tempo e quantidade de resíduos sólidos gerada. Observou-se ainda que 82% da população já realiza algum tipo de segregação dos resíduos sólidos e que 86,82% está disposta a participar do PCS. Assim sendo, recomenda-se a adequação da linguagem e dos meios de comunicação utilizados no programa conforme público-alvo, tendo em vista a acessibilidade e entendimento de cada um. O presente estudo corrobora a aplicabilidade futura de programas de coleta seletiva como um instrumento de sustentabilidade para a gestão de resíduos sólidos, incentivo a novas pesquisas na área e base para estruturação de programas de educação ambiental com foco na coleta seletiva.","PeriodicalId":55619,"journal":{"name":"Desenvolvimento e Meio Ambiente","volume":"13 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136235006","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Jordano Roma Buzati, Cristina Adams, Luciana Gomes de Araujo, Rosely Alvim Sanches, Célia Regina Tomiko Futemma, Vitor Hirata Sanches, Helena De Queiroz Carrascosa Von Glehn, Tatiana Motta Grillo Guimarães, Mariana Oliveira
As florestas tropicais são historicamente afetadas por ações de desmatamento, degradação ambiental e transformações socioambientais, o que faz desses ecossistemas áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade e a restauração de paisagens e florestas. A Mata Atlântica reúne condições sociais, ambientais e institucionais para a implementação de compromissos pela restauração, em particular no Vale do Paraíba Paulista. O objetivo do artigo é descrever o histórico de iniciativas, a rede de atores sociais e as interações que configuram a governança da restauração de paisagens e florestas no Vale do Paraíba Paulista. Entrevistas semiestruturadas e o mapeamento da paisagem social foram utilizados para levantamento de dados, além de análises de conteúdo e de redes sociais. As ações de restauração de paisagens e florestas (RPF)estão ocorrendo no Vale do Paraíba Paulista há pelo menos 15 anos, envolvendo atualmente cerca de 100 atores sociais em diferentes níveis. Entende-se que a paisagem social do Vale do Paraíba Paulista oferece condições favoráveis ao avanço de iniciativas de RPF dada a multiplicidade de atores e interações entre níveis. Os resultados sugerem que tomadores de decisão de projetos e programas devem priorizar os papéis sociais de intermediação, disseminação e de agentes de mudança com o objetivo de integrar atores periféricos na rede da RPF.
热带森林历来受到森林砍伐、环境退化和社会环境变化的影响,这使这些生态系统成为生物多样性保护和景观和森林恢复的优先领域。大西洋森林满足了执行恢复承诺的社会、环境和体制条件,特别是在paraiba保利斯塔山谷。本文的目的是描述在paraiba保利斯塔山谷的景观和森林恢复治理中,倡议、社会行动者网络和相互作用的历史。除了内容分析和社交网络分析外,还采用半结构化访谈和社会景观地图进行数据收集。景观和森林恢复行动(RPF)在paraiba保利斯塔山谷已经进行了至少15年,目前涉及大约100个不同层次的社会行动者。据了解,Vale do paraiba Paulista的社会景观为RPF倡议的推进提供了有利的条件,因为行动者的多样性和层次之间的相互作用。结果表明,项目和方案的决策者应优先考虑中介、传播和变革推动者的社会作用,以便将外围行动者纳入RPF网络。
{"title":"Governança da restauração de paisagens e florestas: iniciativas e a rede de atores sociais do Vale do Paraíba paulista","authors":"Jordano Roma Buzati, Cristina Adams, Luciana Gomes de Araujo, Rosely Alvim Sanches, Célia Regina Tomiko Futemma, Vitor Hirata Sanches, Helena De Queiroz Carrascosa Von Glehn, Tatiana Motta Grillo Guimarães, Mariana Oliveira","doi":"10.5380/dma.v62i0.83891","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/dma.v62i0.83891","url":null,"abstract":"As florestas tropicais são historicamente afetadas por ações de desmatamento, degradação ambiental e transformações socioambientais, o que faz desses ecossistemas áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade e a restauração de paisagens e florestas. A Mata Atlântica reúne condições sociais, ambientais e institucionais para a implementação de compromissos pela restauração, em particular no Vale do Paraíba Paulista. O objetivo do artigo é descrever o histórico de iniciativas, a rede de atores sociais e as interações que configuram a governança da restauração de paisagens e florestas no Vale do Paraíba Paulista. Entrevistas semiestruturadas e o mapeamento da paisagem social foram utilizados para levantamento de dados, além de análises de conteúdo e de redes sociais. As ações de restauração de paisagens e florestas (RPF)estão ocorrendo no Vale do Paraíba Paulista há pelo menos 15 anos, envolvendo atualmente cerca de 100 atores sociais em diferentes níveis. Entende-se que a paisagem social do Vale do Paraíba Paulista oferece condições favoráveis ao avanço de iniciativas de RPF dada a multiplicidade de atores e interações entre níveis. Os resultados sugerem que tomadores de decisão de projetos e programas devem priorizar os papéis sociais de intermediação, disseminação e de agentes de mudança com o objetivo de integrar atores periféricos na rede da RPF.","PeriodicalId":55619,"journal":{"name":"Desenvolvimento e Meio Ambiente","volume":"18 2","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136234567","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Juliana Cardozo de Farias, Irlaine Rodrigues Vieira, Simon Joseph Mayo, Ivanilza Moreira de Andrade
{"title":"“Wild cashew brings many benefits and even beauty”: use and extraction of Anacardium occidentale L. (cajuí) by communities in the Parnaíba River Delta, Northeast Brazil","authors":"Juliana Cardozo de Farias, Irlaine Rodrigues Vieira, Simon Joseph Mayo, Ivanilza Moreira de Andrade","doi":"10.5380/dma.v62i0.82153","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/dma.v62i0.82153","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":55619,"journal":{"name":"Desenvolvimento e Meio Ambiente","volume":"165 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136234115","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Rosa Livia Gonçalves Montenegro, Amanda Rodrigues Leone, Ricardo Andersom Ventura
A literatura sobre sistemas nacionais de inovação (SNIs) destaca que os investimentos em inovação ambiental são influenciados pela magnitude das características multidimensionais de cada nação. Para construírem as bases possíveis ao desenvolvimento tecnológico ambiental, os países precisam avançar em várias questões referentes à infraestrutura científica, tecnológica, educacional e sanitária. Nesse contexto, o presente artigo teve como objetivo investigar a evolução de diferentes características de 40 países (desenvolvidos e em desenvolvimento), no período de 1990 a 2015, considerando um conjunto de variáveis extraído dos bancos de dados da OCDE e do Banco Mundial. Para tanto, a metodologia aplicada baseou-se em Análise de Componentes Principais (ACP) e em um modelo de regressão com dados em painel. Os resultados revelaram que as características científicas e as emissões de gases foram fatores determinantes para o desempenho inovativo ambiental dos países, especialmente os países desenvolvidos, ao longo dos anos. Ademais, observou-se esforços dos países em desenvolvimento, como por exemplo, Brasil, China e Índia, em prol de um novo paradigma tecnológico ambiental.
{"title":"Dinâmica da capacidade tecnológica ambiental: uma análise entre países desenvolvidos e em desenvolvimento (1990-2015)","authors":"Rosa Livia Gonçalves Montenegro, Amanda Rodrigues Leone, Ricardo Andersom Ventura","doi":"10.5380/dma.v62i0.84233","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/dma.v62i0.84233","url":null,"abstract":"A literatura sobre sistemas nacionais de inovação (SNIs) destaca que os investimentos em inovação ambiental são influenciados pela magnitude das características multidimensionais de cada nação. Para construírem as bases possíveis ao desenvolvimento tecnológico ambiental, os países precisam avançar em várias questões referentes à infraestrutura científica, tecnológica, educacional e sanitária. Nesse contexto, o presente artigo teve como objetivo investigar a evolução de diferentes características de 40 países (desenvolvidos e em desenvolvimento), no período de 1990 a 2015, considerando um conjunto de variáveis extraído dos bancos de dados da OCDE e do Banco Mundial. Para tanto, a metodologia aplicada baseou-se em Análise de Componentes Principais (ACP) e em um modelo de regressão com dados em painel. Os resultados revelaram que as características científicas e as emissões de gases foram fatores determinantes para o desempenho inovativo ambiental dos países, especialmente os países desenvolvidos, ao longo dos anos. Ademais, observou-se esforços dos países em desenvolvimento, como por exemplo, Brasil, China e Índia, em prol de um novo paradigma tecnológico ambiental.","PeriodicalId":55619,"journal":{"name":"Desenvolvimento e Meio Ambiente","volume":"165 4","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136235003","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}