Pub Date : 2024-11-01DOI: 10.1016/j.bjid.2024.104479
Bruno Gaia Bernardes , Andrew Douglas Moura , João Paulo de Oliveira Guarnieri , Carlos Fernando Macedo da Silva , Hernan Hermes M. da Costa , Ingrid Gracielle Martins da Silva , Karine Brenda Barros Cordeiro , Sônia Nair Báo , Carlos Roberto Prudêncio , Marcelo Lancellotti
The global impact of the SARS-CoV-2 (severe acute respiratory syndrome coronavirus 2) pandemic in 2019–2020 has led to significant changes in worldwide vaccination and immune prophylactic approaches. In this study, our research delves into a new immunization strategy that does not involve the use of additional adjuvants or preservatives, focusing on the effects of virus fusion with a bacterial nanostructure. The experimental procedures outlined in this paper involved the cultivation of SARS-CoV-2, the production, extraction, and nanocharacterization of outer membrane vesicles (OMV) from Neisseria meningitidis, immunization of mice with two doses of OMV combined with SARS-CoV-2, and the use of mesoporous silica SBa15 and SBa16 adsorbed to the same virus. The immune response was assessed through an indirect elisa method, analysis of cytokine expression profiles, and seroneutralization of the SARS-CoV-2 strain. The characterizations of associated OMV - SARS-CoV-2 and adsorption SBa15 and SBa16 were performed using Nanosight Tracking Analysis (NTA), which showed a high density of particles in the formulation. mice were then immunized, resulting in an immune response that produced high levels of neutralizing antibodies in IgG and IgG1 mouse immunoglobulins. In addition, expressions of IL-2, IL-4, and IL-23 in spleen cells were reinforced after the vaccination process. The comparative study of these three vaccine formulations has shown that the development of new vaccines for SARS-CoV-2 should take into consideration the production of neutralizing antibodies and the maintenance of immunological memory.
{"title":"Vaccination with outer membrane vesicles from Neisseria Meningitidis and SBa15, SBa16 mesoporous silica associated with SARS-CoV-2 induces protective humoral and cellular response against COVID-19 in mice","authors":"Bruno Gaia Bernardes , Andrew Douglas Moura , João Paulo de Oliveira Guarnieri , Carlos Fernando Macedo da Silva , Hernan Hermes M. da Costa , Ingrid Gracielle Martins da Silva , Karine Brenda Barros Cordeiro , Sônia Nair Báo , Carlos Roberto Prudêncio , Marcelo Lancellotti","doi":"10.1016/j.bjid.2024.104479","DOIUrl":"10.1016/j.bjid.2024.104479","url":null,"abstract":"<div><div>The global impact of the SARS-CoV-2 (severe acute respiratory syndrome coronavirus 2) pandemic in 2019–2020 has led to significant changes in worldwide vaccination and immune prophylactic approaches. In this study, our research delves into a new immunization strategy that does not involve the use of additional adjuvants or preservatives, focusing on the effects of virus fusion with a bacterial nanostructure. The experimental procedures outlined in this paper involved the cultivation of SARS-CoV-2, the production, extraction, and nanocharacterization of outer membrane vesicles (OMV) from Neisseria meningitidis, immunization of mice with two doses of OMV combined with SARS-CoV-2, and the use of mesoporous silica SBa15 and SBa16 adsorbed to the same virus. The immune response was assessed through an indirect elisa method, analysis of cytokine expression profiles, and seroneutralization of the SARS-CoV-2 strain. The characterizations of associated OMV - SARS-CoV-2 and adsorption SBa15 and SBa16 were performed using Nanosight Tracking Analysis (NTA), which showed a high density of particles in the formulation. mice were then immunized, resulting in an immune response that produced high levels of neutralizing antibodies in IgG and IgG1 mouse immunoglobulins. In addition, expressions of IL-2, IL-4, and IL-23 in spleen cells were reinforced after the vaccination process. The comparative study of these three vaccine formulations has shown that the development of new vaccines for SARS-CoV-2 should take into consideration the production of neutralizing antibodies and the maintenance of immunological memory.</div></div>","PeriodicalId":56327,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"28 6","pages":"Article 104479"},"PeriodicalIF":3.0,"publicationDate":"2024-11-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142640103","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"医学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-11-01DOI: 10.1016/j.bjid.2024.104417
Nizia Railbolt Ferreira, Beatriz Christine Boueri Rossi, Maria Chiara Chindamo
Introdução
A sífilis é uma doença infecciosa sistêmica causada pelo Treponema pallidum, adquirida por transmissão sexual ou vertical. A apresentação mais comum é o cancro duro. Na forma anorretal, a doença manifesta-se como enantema, ulceração e, raramente, como pseudotumor. Apesar de possuir tratamento altamente eficaz e acessível, permanece como desafio para a saúde. O presente trabalho consiste em um relato de caso de um paciente internado em um hospital do Rio de Janeiro, com apresentação de sífilis aguda mimetizando tumor anorretal.
Relato do caso
Paciente, 45 anos, gênero masculino, hipertenso, tabagista, praticante de sexo com homens e em uso regular de PREP. Procurou atendimento na emergência com relato de dor abdominal difusa, febre, mialgia e hematoquezia iniciados quatro dias antes. Laboratório de admissão evidenciou anemia normocítica e normocrômica, aumento de aminotransferases e proteína C reativa. Tomografia de entrada evidenciou espessamento irregular do reto e linfonodomegalias pélvica. Realizada ressonância magnética, que evidenciou lesão com 4,5cm comprometendo a camada muscular do reto e infiltração da gordura mesorretal, sugerindo estadio T3a/b. Submetido à retossigmoidoscopia rígida, evidenciando lesão vegetante a 12 centímetros da margem anal, friável, impedindo a progressão do aparelho. Prosseguida investigação com colonoscopia, que demonstrou grande lesão ulcerada de reto, de fundo necroexsudativo e bordas elevadas, rombas, sem padrão infiltrativo neoplásico e sim inflamatório.Microscopia evidenciando infiltrado inflamatório agudo com coloração especial positiva para espiroquetas morfologicamente consistentes com Treponema pallidum. Exames laboratoriais com VDRL 1:4, FTA - ABS IGG e IGM positivos, sem histórico conhecido de sífilis.Anti HIV e demais sorologias para infecções sexualmente transmissíveis negativas. Iniciado esquema com ceftriaxona e doxiciclina, seguido de 3 doses semanais de penicilina benzatina 2,4 milhões de UI IM.Recebeu alta hospitalar com melhora clínica e laboratorial para acompanhamento ambulatorial.RM de controle, cerca de dois meses após a alta, evidenciando importante redução do espessamento parietal do reto e da infiltração da gordura mesoretal, além de redução do tamanho dos linfonodos mesorretais. Comentários: A sífilis é uma doença altamente prevalente em nosso meio.A apresentação pseudotumoral deve ser considerada no diagnóstico diferencial de lesões anoretais em homens que fazem sexo com homens.
{"title":"SÍFILIS AGUDA COM APRESENTAÇÃO ATÍPICA DE PSEUDOTUMOR ANORETAL: UM RELATO DE CASO","authors":"Nizia Railbolt Ferreira, Beatriz Christine Boueri Rossi, Maria Chiara Chindamo","doi":"10.1016/j.bjid.2024.104417","DOIUrl":"10.1016/j.bjid.2024.104417","url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução</h3><div>A sífilis é uma doença infecciosa sistêmica causada pelo Treponema pallidum, adquirida por transmissão sexual ou vertical. A apresentação mais comum é o cancro duro. Na forma anorretal, a doença manifesta-se como enantema, ulceração e, raramente, como pseudotumor. Apesar de possuir tratamento altamente eficaz e acessível, permanece como desafio para a saúde. O presente trabalho consiste em um relato de caso de um paciente internado em um hospital do Rio de Janeiro, com apresentação de sífilis aguda mimetizando tumor anorretal.</div></div><div><h3>Relato do caso</h3><div>Paciente, 45 anos, gênero masculino, hipertenso, tabagista, praticante de sexo com homens e em uso regular de PREP. Procurou atendimento na emergência com relato de dor abdominal difusa, febre, mialgia e hematoquezia iniciados quatro dias antes. Laboratório de admissão evidenciou anemia normocítica e normocrômica, aumento de aminotransferases e proteína C reativa. Tomografia de entrada evidenciou espessamento irregular do reto e linfonodomegalias pélvica. Realizada ressonância magnética, que evidenciou lesão com 4,5cm comprometendo a camada muscular do reto e infiltração da gordura mesorretal, sugerindo estadio T3a/b. Submetido à retossigmoidoscopia rígida, evidenciando lesão vegetante a 12 centímetros da margem anal, friável, impedindo a progressão do aparelho. Prosseguida investigação com colonoscopia, que demonstrou grande lesão ulcerada de reto, de fundo necroexsudativo e bordas elevadas, rombas, sem padrão infiltrativo neoplásico e sim inflamatório.Microscopia evidenciando infiltrado inflamatório agudo com coloração especial positiva para espiroquetas morfologicamente consistentes com Treponema pallidum. Exames laboratoriais com VDRL 1:4, FTA - ABS IGG e IGM positivos, sem histórico conhecido de sífilis.Anti HIV e demais sorologias para infecções sexualmente transmissíveis negativas. Iniciado esquema com ceftriaxona e doxiciclina, seguido de 3 doses semanais de penicilina benzatina 2,4 milhões de UI IM.Recebeu alta hospitalar com melhora clínica e laboratorial para acompanhamento ambulatorial.RM de controle, cerca de dois meses após a alta, evidenciando importante redução do espessamento parietal do reto e da infiltração da gordura mesoretal, além de redução do tamanho dos linfonodos mesorretais. Comentários: A sífilis é uma doença altamente prevalente em nosso meio.A apresentação pseudotumoral deve ser considerada no diagnóstico diferencial de lesões anoretais em homens que fazem sexo com homens.</div></div><div><h3>Palavras-chave</h3><div>Sífilis, Pseudotumor Inflamatório, Infecções Sexualmente Transmissíveis.</div></div><div><h3>Conflitos de interesse</h3><div>Os autores informam a ausência de conflito de interesse na elaboração e publicação do presente trabalho.</div></div><div><h3>Ética e financiamentos: Declarações de interesse</h3><div>Nenhum.</div></div>","PeriodicalId":56327,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"28 ","pages":"Article 104417"},"PeriodicalIF":3.0,"publicationDate":"2024-11-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142657301","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"医学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-11-01DOI: 10.1016/j.bjid.2024.104445
Bernardo Jorge Rodrigues Marques, Carla Alexandra Gama Carrilho da Costa Sousa, Luzia Augusta Pires Gonçalves, Rosa Maria Figueiredo Teodósio
Introdução
Em 2005 foram detetados, pela primeira vez, mosquitos da espécie Aedes aegypti em Portugal, na Região Autónoma da Madeira. Em 2012 a região sofreu um surto de dengue, sendo registados 1084 casos. É consensual a necessidade do envolvimento das comunidades nas intervenções de controlo vetorial.
Objetivos do estudo
Caracterizar conhecimentos da população da Madeira sobre a utilização de mosquitos geneticamente modificados (MGM) como estratégia de controlo vetorial. Materiais e métodos: Foi aplicado um questionário a adultos residentes nas freguesias do município do Funchal com cota abaixo dos 200 metros (São Martinho, Santa Maria Maior, Sé, São Pedro, Santa Luzia, Imaculado Coração de Maria) em março-abril 2019. Selecionaram-se aleatoriamente as residências para aplicação do questionário; em cada residência foi selecionado aleatoriamente um indivíduo; utilizou-se uma amostragem estratificada por sexo.
Resultados
Participaram no estudo 1270 indivíduos, idade média 53,5 anos, 44,6% do género masculino, 29% com 12° ano de escolaridade, 23,4% com licenciatura/mestrado. No subgrupo (11,9%, IC a 95% [10,2; 13,8] 151/1270) que ouviu falar/leu sobre MGM, 42% conhecem as técnicas de supressão e 36% as de substituição; Fontes de informação: TV 57,6%, internet 51%, jornais 40,4%.
Respostas
“Os MGM não são compatíveis com uso de estratégias tradicionais” Desconheço (D) 15,2%, verdade (V) 16,5%, falso (F) 56,3%, possível (P) 6,6%; “Libertar MGM pode não ser suficiente para controlar o número de mosquitos e de doentes” D 5,3%, V 61,5%, F 3,3%, P 25,2%; “Utilizar MGM diminui o número de mosquitos e doentes apenas em situações/lugares específicos” D 13,9%, V 43%, F 11,3%, P 25,8%; “Com o tempo os MGM perdem eficácia” D 35,7%, V 15,2%, F 23,2%, P 17,2%; “Os custos de libertação de MGM são superiores aos das estratégias tradicionais” D 32%, V 43%, F 16%. Quem tem maior nível de escolaridade ouviu falar/leu sobre MGM (p < 0,001) e responde mais vezes adequadamente às questões colocadas (p < 0,005). Conclusões: A grande maioria da população da Madeira nunca ouviu falar/leu sobre MGM. Verifica-se elevado nível de desconhecimento do possível controlo de vetores com utilização de MGM e compatibilidade com as estratégias tradicionais. Torna-se essencial aumentar a informação da população para garantir os pressupostos de transparência, entendimento mútuo e envolvimento ativo da comunidade se no futuro se desejar utilizar esta abordagem de controlo de vetores no território.
Palavras-chave
Dengue, Ilha da Madeira, Controlo Vetorial, Conhecimentos.
Conflito de interesse
Sem qualquer conflito de interesses para nenhum dos autores.
Ética e financiamentos
Sem qualquer conflito de interesses para nenhum dos autores.
{"title":"CONHECIMENTOS SOBRE A AÇÃO DOS MOSQUITOS GENETICAMENTE MODIFICADOS NO CONTROLO DA DENGUE E OUTRAS ARBOVIROSES, NA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA, PORTUGAL","authors":"Bernardo Jorge Rodrigues Marques, Carla Alexandra Gama Carrilho da Costa Sousa, Luzia Augusta Pires Gonçalves, Rosa Maria Figueiredo Teodósio","doi":"10.1016/j.bjid.2024.104445","DOIUrl":"10.1016/j.bjid.2024.104445","url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução</h3><div>Em 2005 foram detetados, pela primeira vez, mosquitos da espécie Aedes aegypti em Portugal, na Região Autónoma da Madeira. Em 2012 a região sofreu um surto de dengue, sendo registados 1084 casos. É consensual a necessidade do envolvimento das comunidades nas intervenções de controlo vetorial.</div></div><div><h3>Objetivos do estudo</h3><div>Caracterizar conhecimentos da população da Madeira sobre a utilização de mosquitos geneticamente modificados (MGM) como estratégia de controlo vetorial. Materiais e métodos: Foi aplicado um questionário a adultos residentes nas freguesias do município do Funchal com cota abaixo dos 200 metros (São Martinho, Santa Maria Maior, Sé, São Pedro, Santa Luzia, Imaculado Coração de Maria) em março-abril 2019. Selecionaram-se aleatoriamente as residências para aplicação do questionário; em cada residência foi selecionado aleatoriamente um indivíduo; utilizou-se uma amostragem estratificada por sexo.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>Participaram no estudo 1270 indivíduos, idade média 53,5 anos, 44,6% do género masculino, 29% com 12° ano de escolaridade, 23,4% com licenciatura/mestrado. No subgrupo (11,9%, IC a 95% [10,2; 13,8] 151/1270) que ouviu falar/leu sobre MGM, 42% conhecem as técnicas de supressão e 36% as de substituição; Fontes de informação: TV 57,6%, internet 51%, jornais 40,4%.</div></div><div><h3>Respostas</h3><div>“Os MGM não são compatíveis com uso de estratégias tradicionais” Desconheço (D) 15,2%, verdade (V) 16,5%, falso (F) 56,3%, possível (P) 6,6%; “Libertar MGM pode não ser suficiente para controlar o número de mosquitos e de doentes” D 5,3%, V 61,5%, F 3,3%, P 25,2%; “Utilizar MGM diminui o número de mosquitos e doentes apenas em situações/lugares específicos” D 13,9%, V 43%, F 11,3%, P 25,8%; “Com o tempo os MGM perdem eficácia” D 35,7%, V 15,2%, F 23,2%, P 17,2%; “Os custos de libertação de MGM são superiores aos das estratégias tradicionais” D 32%, V 43%, F 16%. Quem tem maior nível de escolaridade ouviu falar/leu sobre MGM (p < 0,001) e responde mais vezes adequadamente às questões colocadas (p < 0,005). Conclusões: A grande maioria da população da Madeira nunca ouviu falar/leu sobre MGM. Verifica-se elevado nível de desconhecimento do possível controlo de vetores com utilização de MGM e compatibilidade com as estratégias tradicionais. Torna-se essencial aumentar a informação da população para garantir os pressupostos de transparência, entendimento mútuo e envolvimento ativo da comunidade se no futuro se desejar utilizar esta abordagem de controlo de vetores no território.</div></div><div><h3>Palavras-chave</h3><div>Dengue, Ilha da Madeira, Controlo Vetorial, Conhecimentos.</div></div><div><h3>Conflito de interesse</h3><div>Sem qualquer conflito de interesses para nenhum dos autores.</div></div><div><h3>Ética e financiamentos</h3><div>Sem qualquer conflito de interesses para nenhum dos autores.</div></div>","PeriodicalId":56327,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"28 ","pages":"Article 104445"},"PeriodicalIF":3.0,"publicationDate":"2024-11-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142657802","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"医学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-11-01DOI: 10.1016/j.bjid.2024.104443
Lucas Chiarella Khalil, Luiz Felipe Abreu Guimarães
<div><h3>Introdução</h3><div>Aneurismas infecciosos são decorrentes de um processo tromboembólico, seja de etiologia bacteriana, fúngica e até mesmo viral. Os agentes etiológicos mais comuns são S. aureus, S. epidermidis; e Salmonella spp. Outras causas incluem S. pneumoniae. Os fatores de risco incluem: aneurisma pré-existente, injúria arterial prévia, histórico de patologias infecciosas, imunossupressão, aterosclerose. A fisiopatologia pode estar relacionada à inoculação direta do microrganismo; infecções contíguas; inoculação por bacteremia transitória e embolo séptico. A artéria mais acometida é a aorta por ser frequentemente acometido por aterosclerose. Por ser uma patologia rara e sintomas inespecíficos, a aortite por pneumococo é de difícil diagnóstico e a experiência de seu manejo clínico é limitado. O aneurisma infeccioso por pneumococo pode ser resultado de uma pneumonia adquirida da comunidade prévia, por meio de bacteremia e inoculação bacteriana no local. Os meios diagnósticos incluem hemoculturas e exames de imagem como AngioTC, PET-TC, AngioRM do vaso suspeito.</div></div><div><h3>Relato de caso</h3><div>Paciente de 66 anos, masculino, hipertenso, com histórico de acidente vascular encefálico isquêmico em 2020 com sequela de disartria leve, tabagista 8 cigarros ao dia vem a emergência com dor abdominal iniciada cerca de 10 dias antes, em barra, infraumbilical e associada a vômitos. Relatou constipação há cerca de 15 dias, oligúria há 8 dias e uso de antibióticos (não informado) sem melhora clínica. Negou febre, hipotensão ou alergias. - Abdome: plano, peristáltico, depressível, indolor e sem visceromegalias. Restante do exame físico sem alterações. Exames complementares: - Hemoculturas (13/05/2024): 3 amostras de 4 positivas com isolamento de S.pneumoniae resistente às penicilinas e sensível a ceftriaxona. O paciente recebeu tratamento com Ceftriaxona IV 2g uma vez ao dia com duração programada de seis semanas. Os aneurismas infecciosos são complicações associadas a alta mortalidade (90% com tratamento conservador) e morbidade, sendo um grande desafio terapêutico. O tratamento de eleição consiste em antibioticoterapia guiada por teste de sensibilidade associada a desbridamento cirúrgico do tecido infectado com reconstrução vascular. A abordagem cirúrgica é de crucial importância para o sucesso terapêutico. Com intervenção cirúrgica, a letalidade é de cerca de 50%. Apesar de raros, os aneurismas infecciosos devem ser lembrados como diagnóstico diferencial de vasculites de grandes vasos.</div></div><div><h3>Palavras-chave</h3><div>Aneurisma micótico, Pneumococo, Ceftriaxona, Aorta abdominal, Streptococcus pneumoniae.</div></div><div><h3>Conflitos de interesse</h3><div>: Não houve conflitos de interesse. Não há quaisquer relações financeiras e pessoais com outras pessoas ou organizações que possam influenciar indevidamente o seu trabalho.</div></div><div><h3>Ética e financiamentos</h3><div>Não houve conflito de interesse. Não há quais
{"title":"MANEJO DE ANEURISMA INFECCIOSO DE AORTA ABDOMINAL POR S. PNEUMONIAE","authors":"Lucas Chiarella Khalil, Luiz Felipe Abreu Guimarães","doi":"10.1016/j.bjid.2024.104443","DOIUrl":"10.1016/j.bjid.2024.104443","url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução</h3><div>Aneurismas infecciosos são decorrentes de um processo tromboembólico, seja de etiologia bacteriana, fúngica e até mesmo viral. Os agentes etiológicos mais comuns são S. aureus, S. epidermidis; e Salmonella spp. Outras causas incluem S. pneumoniae. Os fatores de risco incluem: aneurisma pré-existente, injúria arterial prévia, histórico de patologias infecciosas, imunossupressão, aterosclerose. A fisiopatologia pode estar relacionada à inoculação direta do microrganismo; infecções contíguas; inoculação por bacteremia transitória e embolo séptico. A artéria mais acometida é a aorta por ser frequentemente acometido por aterosclerose. Por ser uma patologia rara e sintomas inespecíficos, a aortite por pneumococo é de difícil diagnóstico e a experiência de seu manejo clínico é limitado. O aneurisma infeccioso por pneumococo pode ser resultado de uma pneumonia adquirida da comunidade prévia, por meio de bacteremia e inoculação bacteriana no local. Os meios diagnósticos incluem hemoculturas e exames de imagem como AngioTC, PET-TC, AngioRM do vaso suspeito.</div></div><div><h3>Relato de caso</h3><div>Paciente de 66 anos, masculino, hipertenso, com histórico de acidente vascular encefálico isquêmico em 2020 com sequela de disartria leve, tabagista 8 cigarros ao dia vem a emergência com dor abdominal iniciada cerca de 10 dias antes, em barra, infraumbilical e associada a vômitos. Relatou constipação há cerca de 15 dias, oligúria há 8 dias e uso de antibióticos (não informado) sem melhora clínica. Negou febre, hipotensão ou alergias. - Abdome: plano, peristáltico, depressível, indolor e sem visceromegalias. Restante do exame físico sem alterações. Exames complementares: - Hemoculturas (13/05/2024): 3 amostras de 4 positivas com isolamento de S.pneumoniae resistente às penicilinas e sensível a ceftriaxona. O paciente recebeu tratamento com Ceftriaxona IV 2g uma vez ao dia com duração programada de seis semanas. Os aneurismas infecciosos são complicações associadas a alta mortalidade (90% com tratamento conservador) e morbidade, sendo um grande desafio terapêutico. O tratamento de eleição consiste em antibioticoterapia guiada por teste de sensibilidade associada a desbridamento cirúrgico do tecido infectado com reconstrução vascular. A abordagem cirúrgica é de crucial importância para o sucesso terapêutico. Com intervenção cirúrgica, a letalidade é de cerca de 50%. Apesar de raros, os aneurismas infecciosos devem ser lembrados como diagnóstico diferencial de vasculites de grandes vasos.</div></div><div><h3>Palavras-chave</h3><div>Aneurisma micótico, Pneumococo, Ceftriaxona, Aorta abdominal, Streptococcus pneumoniae.</div></div><div><h3>Conflitos de interesse</h3><div>: Não houve conflitos de interesse. Não há quaisquer relações financeiras e pessoais com outras pessoas ou organizações que possam influenciar indevidamente o seu trabalho.</div></div><div><h3>Ética e financiamentos</h3><div>Não houve conflito de interesse. Não há quais","PeriodicalId":56327,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"28 ","pages":"Article 104443"},"PeriodicalIF":3.0,"publicationDate":"2024-11-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142657873","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"医学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-11-01DOI: 10.1016/j.bjid.2024.104434
Roberta Freitas Momenté, Caio de Azevedo Pessanha, Gabriela Leite de Camargo, Clarissa Reis do Valle, João Alberto de Sá Soares Bittencourt, Anna Caryna Cabral, Marcio Neves Boia
Introdução
A paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica de maior prevalência na América Latina. É causada por fungos do gênero Paracoccidioides spp. A forma crônica é a de maior prevalência representado de 74-96% dos casos, sendo o pulmão o órgão mais acometido.Lesões anais são raras, acometendo apenas 1,3 a 2,4% dos casos.
Relato de caso
Paciente de 59 anos, sexo masculino, pardo, casado, natural do Rio de Janeiro e residente da área rural de Maricá-RJ, trabalhador de lavoura, refere contato com diversos animais, sem nenhum relato de acidente. Mora em região com água de poço, higiene precária com utilização de folhas de árvore para higienização anal. Histórico de lesão perianal com evolução aproximada de três anos, associada a dor intensa ao evacuar e caminhar. Nega sangramento ou drenagem de secreção no local da lesão, nega mudança de hábitos intestinais. Presença de múltiplas lesões planas em tronco. À inspeção anal visualizou-se lesão em quadrante lateral direito úlcerada e rosada, com fundo limpo. Exame digital com esfíncter hipertônico. Foi realizada videocolonoscopia que demonstrou lesão ulcerada perianal e diverticulose de cólon esquerdo não complicada. Foi realizada biópsia da lesão, cujo resultado microscópico foi o de quadro morfológico compatível com paracoccidioidomicose associada a hiperplasia escamosa pseudoepiteliomatosa. As colorações pelo Grocott e PAS revelaram elementos redondos de tamanhos variados e figuras de gemulação múltipla. Realizada ressonância de pelve com contraste cujo resultado foi área de marcado sinal hipointenso, póstero lateral distal no canal anal à direita, medindo cerca de 2,6 cm no maior eixo transverso. Nota-se pequena e discreta imagem linear, também hipointensa inferiormente a esta área, estendo-se até a pele da prega interglútea deste lado não se podendo afastar trajeto fistuloso com atividade inflamatória. Paciente encontra-se atualmente em uso de sulfametoxazol /trimetoprima na dose de 800/160mg de 8/8h no décimo mês de tratamento com previsão de 12 meses. Melhora importante da lesão e cessação da dor.
Comentários
Lesões anais por paraccocidioidomicose são raras, sendo descritas em 1,3 a 2,4% dos casos. Sua patogênese não está claramente estabelecida, podendo ser secundária à doença disseminada ou primária. No caso demonstra ocorrência de PCM em canal anal que simula doença neoplásica, uma apresentação rara, mesmo em casos de regiões endêmicas.
{"title":"PARACOCCIDIOIDOMICOSE ANAL: APRESENTAÇÃO INCOMUM DE DOENÇA FÚNGICA","authors":"Roberta Freitas Momenté, Caio de Azevedo Pessanha, Gabriela Leite de Camargo, Clarissa Reis do Valle, João Alberto de Sá Soares Bittencourt, Anna Caryna Cabral, Marcio Neves Boia","doi":"10.1016/j.bjid.2024.104434","DOIUrl":"10.1016/j.bjid.2024.104434","url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução</h3><div>A paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica de maior prevalência na América Latina. É causada por fungos do gênero Paracoccidioides spp. A forma crônica é a de maior prevalência representado de 74-96% dos casos, sendo o pulmão o órgão mais acometido.Lesões anais são raras, acometendo apenas 1,3 a 2,4% dos casos.</div></div><div><h3>Relato de caso</h3><div>Paciente de 59 anos, sexo masculino, pardo, casado, natural do Rio de Janeiro e residente da área rural de Maricá-RJ, trabalhador de lavoura, refere contato com diversos animais, sem nenhum relato de acidente. Mora em região com água de poço, higiene precária com utilização de folhas de árvore para higienização anal. Histórico de lesão perianal com evolução aproximada de três anos, associada a dor intensa ao evacuar e caminhar. Nega sangramento ou drenagem de secreção no local da lesão, nega mudança de hábitos intestinais. Presença de múltiplas lesões planas em tronco. À inspeção anal visualizou-se lesão em quadrante lateral direito úlcerada e rosada, com fundo limpo. Exame digital com esfíncter hipertônico. Foi realizada videocolonoscopia que demonstrou lesão ulcerada perianal e diverticulose de cólon esquerdo não complicada. Foi realizada biópsia da lesão, cujo resultado microscópico foi o de quadro morfológico compatível com paracoccidioidomicose associada a hiperplasia escamosa pseudoepiteliomatosa. As colorações pelo Grocott e PAS revelaram elementos redondos de tamanhos variados e figuras de gemulação múltipla. Realizada ressonância de pelve com contraste cujo resultado foi área de marcado sinal hipointenso, póstero lateral distal no canal anal à direita, medindo cerca de 2,6 cm no maior eixo transverso. Nota-se pequena e discreta imagem linear, também hipointensa inferiormente a esta área, estendo-se até a pele da prega interglútea deste lado não se podendo afastar trajeto fistuloso com atividade inflamatória. Paciente encontra-se atualmente em uso de sulfametoxazol /trimetoprima na dose de 800/160mg de 8/8h no décimo mês de tratamento com previsão de 12 meses. Melhora importante da lesão e cessação da dor.</div></div><div><h3>Comentários</h3><div>Lesões anais por paraccocidioidomicose são raras, sendo descritas em 1,3 a 2,4% dos casos. Sua patogênese não está claramente estabelecida, podendo ser secundária à doença disseminada ou primária. No caso demonstra ocorrência de PCM em canal anal que simula doença neoplásica, uma apresentação rara, mesmo em casos de regiões endêmicas.</div></div><div><h3>Palavras-chave</h3><div>Paracoccidioidomicose, Lesão anal, doença fúngica.</div></div><div><h3>Conflitos de interesse</h3><div>Não houve conflitos de interesse.</div></div><div><h3>Ética e financiamentos</h3><div>Não houve conflitos de interesse.</div></div>","PeriodicalId":56327,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"28 ","pages":"Article 104434"},"PeriodicalIF":3.0,"publicationDate":"2024-11-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142657943","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"医学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-11-01DOI: 10.1016/j.bjid.2024.104407
Yanina Lagala, Mara Maydana, Maria Ines Sormani, Fiorella Lovano, Micaela Pichinenda, Federico Ploszaj, Marcio Fagnani, Mariel García
Purpose
To describe a Trichinosis outbreak in the town of Berisso, La Plata. We described epidemiological, clinical and laboratory characteristics of pediatric patients treated in our center.
Material and methods
Retrospective evaluation of clinical cases from medical records from 10 pediatric patients who shared contaminated food at an event held in Berisso (La Plata). The clinical history, physical examination and complementary studies were evaluated.
Results
All patients consumed meat (sausage) from wild pork and all of them presented symptoms. 40% presented gastrointestinal symptoms and 90% had systemic symptoms. Myalgia, fever and periorbital edema were the predominant symptoms. 50% had eosinophilia. No patient required hospitalization and all were treated as outpatients with antiparasitics. Albendazol was indicated in all cases, with good tolerance. 80% presented positive serology for Trichinella sp.
Conclusions
Trichinosis is a zoonosis present in Argentina and other Latin American countries. The most frequent presentation is in outbreaks, affecting people who ingest a common infectious source. A high clinical suspicion must be maintained and the epidemiological history of consumption of raw or undercooked meat, obtained from home farms or with few bromatological controls, should always be investigated. Fever, myalgia, facial edema and gastrointestinal symptoms are the most frequent clinical manifestations. Eosinophilia is the earliest and most guiding laboratory finding.
{"title":"TRICHINOSIS OUTBREAK IN LA PLATA. CLINICAL AND EPIDEMIOLOGICAL CHARACTERISTICS OF 10 PEDIATRIC CASES","authors":"Yanina Lagala, Mara Maydana, Maria Ines Sormani, Fiorella Lovano, Micaela Pichinenda, Federico Ploszaj, Marcio Fagnani, Mariel García","doi":"10.1016/j.bjid.2024.104407","DOIUrl":"10.1016/j.bjid.2024.104407","url":null,"abstract":"<div><h3>Purpose</h3><div>To describe a Trichinosis outbreak in the town of Berisso, La Plata. We described epidemiological, clinical and laboratory characteristics of pediatric patients treated in our center.</div></div><div><h3>Material and methods</h3><div>Retrospective evaluation of clinical cases from medical records from 10 pediatric patients who shared contaminated food at an event held in Berisso (La Plata). The clinical history, physical examination and complementary studies were evaluated.</div></div><div><h3>Results</h3><div>All patients consumed meat (sausage) from wild pork and all of them presented symptoms. 40% presented gastrointestinal symptoms and 90% had systemic symptoms. Myalgia, fever and periorbital edema were the predominant symptoms. 50% had eosinophilia. No patient required hospitalization and all were treated as outpatients with antiparasitics. Albendazol was indicated in all cases, with good tolerance. 80% presented positive serology for Trichinella sp.</div></div><div><h3>Conclusions</h3><div>Trichinosis is a zoonosis present in Argentina and other Latin American countries. The most frequent presentation is in outbreaks, affecting people who ingest a common infectious source. A high clinical suspicion must be maintained and the epidemiological history of consumption of raw or undercooked meat, obtained from home farms or with few bromatological controls, should always be investigated. Fever, myalgia, facial edema and gastrointestinal symptoms are the most frequent clinical manifestations. Eosinophilia is the earliest and most guiding laboratory finding.</div></div><div><h3>Keywords</h3><div>Trichinosis, Children, Outbreak.</div></div><div><h3>Conflicts of interest</h3><div>There was no conflicts of interest.</div></div><div><h3>Ethics and financing</h3><div>None.</div></div>","PeriodicalId":56327,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"28 ","pages":"Article 104407"},"PeriodicalIF":3.0,"publicationDate":"2024-11-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142657891","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"医学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-11-01DOI: 10.1016/j.bjid.2024.104395
Pedro Emmanuel Alvarenga Americano do Brasil , Vinicius Lins Costa Melo
<div><h3>Introdução</h3><div>A COVID-19 já não é uma emergência de saúde global, mas continua a ser uma questão de saúde presente em todo o mundo, e o desafio dos cuidados hospitalares da COVID-19 permanece. Instrumentos prognósticos para a progressão da COVID-19 para estado crítico podem auxiliar na tomada de decisões para pacientes hospitalizados com COVID-19, como manter hospitalizados os pacientes com maior risco de se tornarem críticos.</div></div><div><h3>Objetivo</h3><div>Desenvolver e validar um instrumento para prever a progressão de condição crítica em pacientes hospitalizados com COVID-19 em uma população durante o curso da pandemia.</div></div><div><h3>Metodologia</h3><div>Estudo observacional com seguimento. Os participantes foram internados em unidades não críticas para tratamento, entre janeiro e abril de 2021 e entre setembro de 2021 e fevereiro de 2022 e recrutados sequencialmente de 2 unidades de internação em Niterói/RJ. Foram incluídos adultos, com resultado de RT-PCR positivo, histórico de exposição ou achados de imagem clínica ou radiológica compatíveis com COVID-19. O desfecho foi definido como transferência para terapia intensiva ou óbito. Preditores como dados demográficos, clínicos, comorbidades, testes laboratoriais e de imagem foram coletados à internação. Um modelo de regressão “Random forest” (dentre modelos alternativos) foi desenvolvido e validado para estimar o risco de progressão. Resultados: A prevalência geral do desfecho foi de 41,8% em 301 participantes. A maioria dos pacientes estudados não foi imunizada contra a COVID-19. As comorbidades mais prevalentes foram hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus. Após o desenvolvimento do modelo e validação cruzada, foram mantidos os seguintes oito preditores: D-dímero, Uréia, Índice de comorbidade de Charlson, oximetria de pulso, frequência respiratória, desidrogenase láctica, RDW e escore radiológico RALE. O intercepto e a inclinação corrigidas pelo viés foram de -0,0004 e 1,079, respectivamente, e o erro médio de previsão foi de 0,028. A área sob curva ROC foi de 0,795 e a variância explicada foi de 0,289. Conclusão: O modelo prognóstico foi considerado bom o suficiente para ser recomendado para uso clínico em pacientes internados. Foi desenvolvido uma calculadora que permite o usuário fazer previsões (QR code). O benefício clínico e o desempenho em diferentes cenários ainda não são conhecidos.</div></div><div><h3>Palavras chaves</h3><div>COVID-19, Prognóstico, Estado Terminal.</div></div><div><h3>Palavras-chave</h3><div>COVID-19, Prognóstico, Estado Terminal, Mortalidade, Modelos de previsão.</div></div><div><h3>Conflitos de interesse</h3><div>Os autores informam que não há conflito de interesses.</div></div><div><h3>Ética e financiamentos</h3><div>O registro e aprovação do Comitê de Ética do INI-Fiocruz pode ser acessado em https://plataformabrasil.saude.gov.br/login.jsf com número CAAE 39520820.7.0000.5262. Não houve financiamento específico para este p
导言COVID-19 已不再是全球紧急卫生事件,但它仍然是全球范围内的一个健康问题,COVID-19 医院护理的挑战依然存在。COVID-19发展为危重症的预测工具可帮助COVID-19住院病人做出决策,如保留危重症风险较高的住院病人。研究对象于 2021 年 1 月至 4 月以及 2021 年 9 月至 2022 年 2 月期间入住非重症监护病房,从新泽西州尼泰罗伊市的两家住院部依次招募。RT-PCR结果呈阳性、有接触史或临床或放射影像学检查结果与COVID-19相符的成人均被纳入其中。结果定义为转入重症监护或死亡。入院时收集了人口统计学数据、临床数据、合并症、实验室和影像学检查等预测因素。开发并验证了 "随机森林 "回归模型(可供选择的模型之一),以估计病情恶化的风险。结果显示在 301 名参与者中,该结果的总发生率为 41.8%。所研究的大多数患者未接种 COVID-19 疫苗。最常见的合并症是系统性动脉高血压和糖尿病。在建立模型并进行交叉验证后,保留了以下 8 个预测因子:D-二聚体、尿素、Charlson 合并症指数、脉搏血氧饱和度、呼吸频率、乳酸脱氢酶、RDW 和 RALE 放射学评分。偏差校正后的截距和斜率分别为-0.0004和1.079,平均预测误差为0.028。ROC 曲线下面积为 0.795,解释方差为 0.289。结论:该预后模型效果良好,可推荐用于住院患者的临床治疗。我们开发了一个计算器,允许用户进行预测(二维码)。KeywordsCOVID-19, Prognosis, Terminal condition.KeywordsCOVID-19, Prognosis, Terminal condition, Mortality, Prediction models.Conflicts of interestThe authors report that there are no conflicts of interest.Ethics and fundingThe registration and approval of the Ethics Committee of INI-Fiocruz can be accessed at https://plataformabrasil.saude.gov.br/login.jsf with CAAE number 39520820.7.0000.5262。本项目没有专项资金。
{"title":"ACCREDIT: VALIDATION OF A CLINICAL SCORE FOR PROGRESSION OF COVID-19 WHILE HOSPITALIZED","authors":"Pedro Emmanuel Alvarenga Americano do Brasil , Vinicius Lins Costa Melo","doi":"10.1016/j.bjid.2024.104395","DOIUrl":"10.1016/j.bjid.2024.104395","url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução</h3><div>A COVID-19 já não é uma emergência de saúde global, mas continua a ser uma questão de saúde presente em todo o mundo, e o desafio dos cuidados hospitalares da COVID-19 permanece. Instrumentos prognósticos para a progressão da COVID-19 para estado crítico podem auxiliar na tomada de decisões para pacientes hospitalizados com COVID-19, como manter hospitalizados os pacientes com maior risco de se tornarem críticos.</div></div><div><h3>Objetivo</h3><div>Desenvolver e validar um instrumento para prever a progressão de condição crítica em pacientes hospitalizados com COVID-19 em uma população durante o curso da pandemia.</div></div><div><h3>Metodologia</h3><div>Estudo observacional com seguimento. Os participantes foram internados em unidades não críticas para tratamento, entre janeiro e abril de 2021 e entre setembro de 2021 e fevereiro de 2022 e recrutados sequencialmente de 2 unidades de internação em Niterói/RJ. Foram incluídos adultos, com resultado de RT-PCR positivo, histórico de exposição ou achados de imagem clínica ou radiológica compatíveis com COVID-19. O desfecho foi definido como transferência para terapia intensiva ou óbito. Preditores como dados demográficos, clínicos, comorbidades, testes laboratoriais e de imagem foram coletados à internação. Um modelo de regressão “Random forest” (dentre modelos alternativos) foi desenvolvido e validado para estimar o risco de progressão. Resultados: A prevalência geral do desfecho foi de 41,8% em 301 participantes. A maioria dos pacientes estudados não foi imunizada contra a COVID-19. As comorbidades mais prevalentes foram hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus. Após o desenvolvimento do modelo e validação cruzada, foram mantidos os seguintes oito preditores: D-dímero, Uréia, Índice de comorbidade de Charlson, oximetria de pulso, frequência respiratória, desidrogenase láctica, RDW e escore radiológico RALE. O intercepto e a inclinação corrigidas pelo viés foram de -0,0004 e 1,079, respectivamente, e o erro médio de previsão foi de 0,028. A área sob curva ROC foi de 0,795 e a variância explicada foi de 0,289. Conclusão: O modelo prognóstico foi considerado bom o suficiente para ser recomendado para uso clínico em pacientes internados. Foi desenvolvido uma calculadora que permite o usuário fazer previsões (QR code). O benefício clínico e o desempenho em diferentes cenários ainda não são conhecidos.</div></div><div><h3>Palavras chaves</h3><div>COVID-19, Prognóstico, Estado Terminal.</div></div><div><h3>Palavras-chave</h3><div>COVID-19, Prognóstico, Estado Terminal, Mortalidade, Modelos de previsão.</div></div><div><h3>Conflitos de interesse</h3><div>Os autores informam que não há conflito de interesses.</div></div><div><h3>Ética e financiamentos</h3><div>O registro e aprovação do Comitê de Ética do INI-Fiocruz pode ser acessado em https://plataformabrasil.saude.gov.br/login.jsf com número CAAE 39520820.7.0000.5262. Não houve financiamento específico para este p","PeriodicalId":56327,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"28 ","pages":"Article 104395"},"PeriodicalIF":3.0,"publicationDate":"2024-11-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142657894","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"医学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-11-01DOI: 10.1016/j.bjid.2024.104435
Rafaela Galdino do Nascimento, Izabela Stroligo de Souza, Amanda Maria Milos Menusier, Pathrick Migueles Faé, Guilherme Marins Lima Sousa, Rachel Barcelos Gallas, Ana Cecilia Sartori Ferruzzi, Raphaela dos Santos Lima
<div><h3>Introdução</h3><div>A Paracoccidioidomicose (PCM), é uma micose endêmica na América Latina, sobretudo no Brasil. Tipicamente rural, atualmente ocorre também na zona urbana. Causa sintomas respiratórios e sistêmicos, como tosse, dispneia, febre, sudorese noturna, perda de peso, astenia, lesões cutâneas, linfonodomegalias e visceromegalias. O objetivo do relato é abordar um caso de PCM grave associado à síndrome colestática.</div></div><div><h3>Relato</h3><div>T.E.L.V, feminino, 26 anos, branca, natural e residente de Niterói, previamente hígida, estoquista em hortifruti. Iniciou o quadro com astenia sem dispneia. Posteriormente, evoluiu com dor intermitente em hipocôndrio direito e febre vespertina diária de 39 °C, associada a sudorese noturna, calafrios, perda ponderal, icterícia, acolia fecal, colúria, náuseas e vômitos amarelo-esverdeados. Passou por três hospitais, nos quais realizou exames de imagem inconclusivos, apesar de sugerirem linfonodomegalia próximo ao hilo hepático. Foi transferida para o hospital de referência, onde realizou ecoendoscopia com biópsia linfonodal que diagnosticou PMC na Forma Juvenil Subaguda. Iniciou o tratamento com Cotrimoxazol EV, que causou pancitopenia, sendo substituído por Anfotericina B. Realizou-se CPRE, com instalação de stent plástico. A paciente, que já apresentava ascite, evoluiu com efeito compressivo da massa linfonodal necrótica, com necessidade de múltiplas paracenteses de alívio. Apesar de desnutrição grave e hipocalemia devido ao uso de diurético e Anfotericina B, substituída por Itraconazol, houve recuperação do peso, controle da ascite e dos distúrbios eletrolíticos. Mais tarde, foi submetida a nova CPRE para resolução completa da compressão extrínseca. Seguiu em acompanhamento pela infectologia, sob uso de Itraconazol e diurético. Atualmente, está em bom estado geral e sem sequelas.</div></div><div><h3>Comentários</h3><div>O quadro é compatível com a forma aguda/subaguda da PMC, com síndrome colestática e hipertensão portal por compressão extrínseca ocasionada pela linfonodomegalia periportal. Nesta forma clínica, há grande comprometimento do sistema fagocítico-monocitário, cursando com linfadenomegalias e visceromegalias. Além disso, a hipertrofia dos linfonodos mesentéricos pode levar à obstrução intestinal que, somada à colestase, contribui para má absorção intestinal, com piora do estado nutricional e menor absorção de fármacos orais, assim como no caso. A gravidade da forma juvenil subaguda da PMC atribui complexidade e dificuldade diagnóstica ao caso.</div></div><div><h3>Palavras-chave</h3><div>Paracoccidioidomicose, Hipertensão Portal, Relatos de Casos, Colestase.</div></div><div><h3>Conflitos de interesse</h3><div>Os autores declaram não haver conflitos de interesse relacionados a este estudo.</div></div><div><h3>Ética e financiamentos</h3><div>Não foi obtido consentimento escrito da paciente, pois o caso ocorreu aproximadamente um ano antes da redação deste trabalho. Entretant
{"title":"RELATO DE CASO: PARACOCCIDIOIDOMICOSE NA FORMA JUVENIL SUBAGUDA COMPLICADA EM SÍNDROME COLESTÁTICA","authors":"Rafaela Galdino do Nascimento, Izabela Stroligo de Souza, Amanda Maria Milos Menusier, Pathrick Migueles Faé, Guilherme Marins Lima Sousa, Rachel Barcelos Gallas, Ana Cecilia Sartori Ferruzzi, Raphaela dos Santos Lima","doi":"10.1016/j.bjid.2024.104435","DOIUrl":"10.1016/j.bjid.2024.104435","url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução</h3><div>A Paracoccidioidomicose (PCM), é uma micose endêmica na América Latina, sobretudo no Brasil. Tipicamente rural, atualmente ocorre também na zona urbana. Causa sintomas respiratórios e sistêmicos, como tosse, dispneia, febre, sudorese noturna, perda de peso, astenia, lesões cutâneas, linfonodomegalias e visceromegalias. O objetivo do relato é abordar um caso de PCM grave associado à síndrome colestática.</div></div><div><h3>Relato</h3><div>T.E.L.V, feminino, 26 anos, branca, natural e residente de Niterói, previamente hígida, estoquista em hortifruti. Iniciou o quadro com astenia sem dispneia. Posteriormente, evoluiu com dor intermitente em hipocôndrio direito e febre vespertina diária de 39 °C, associada a sudorese noturna, calafrios, perda ponderal, icterícia, acolia fecal, colúria, náuseas e vômitos amarelo-esverdeados. Passou por três hospitais, nos quais realizou exames de imagem inconclusivos, apesar de sugerirem linfonodomegalia próximo ao hilo hepático. Foi transferida para o hospital de referência, onde realizou ecoendoscopia com biópsia linfonodal que diagnosticou PMC na Forma Juvenil Subaguda. Iniciou o tratamento com Cotrimoxazol EV, que causou pancitopenia, sendo substituído por Anfotericina B. Realizou-se CPRE, com instalação de stent plástico. A paciente, que já apresentava ascite, evoluiu com efeito compressivo da massa linfonodal necrótica, com necessidade de múltiplas paracenteses de alívio. Apesar de desnutrição grave e hipocalemia devido ao uso de diurético e Anfotericina B, substituída por Itraconazol, houve recuperação do peso, controle da ascite e dos distúrbios eletrolíticos. Mais tarde, foi submetida a nova CPRE para resolução completa da compressão extrínseca. Seguiu em acompanhamento pela infectologia, sob uso de Itraconazol e diurético. Atualmente, está em bom estado geral e sem sequelas.</div></div><div><h3>Comentários</h3><div>O quadro é compatível com a forma aguda/subaguda da PMC, com síndrome colestática e hipertensão portal por compressão extrínseca ocasionada pela linfonodomegalia periportal. Nesta forma clínica, há grande comprometimento do sistema fagocítico-monocitário, cursando com linfadenomegalias e visceromegalias. Além disso, a hipertrofia dos linfonodos mesentéricos pode levar à obstrução intestinal que, somada à colestase, contribui para má absorção intestinal, com piora do estado nutricional e menor absorção de fármacos orais, assim como no caso. A gravidade da forma juvenil subaguda da PMC atribui complexidade e dificuldade diagnóstica ao caso.</div></div><div><h3>Palavras-chave</h3><div>Paracoccidioidomicose, Hipertensão Portal, Relatos de Casos, Colestase.</div></div><div><h3>Conflitos de interesse</h3><div>Os autores declaram não haver conflitos de interesse relacionados a este estudo.</div></div><div><h3>Ética e financiamentos</h3><div>Não foi obtido consentimento escrito da paciente, pois o caso ocorreu aproximadamente um ano antes da redação deste trabalho. Entretant","PeriodicalId":56327,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"28 ","pages":"Article 104435"},"PeriodicalIF":3.0,"publicationDate":"2024-11-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142657944","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"医学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-11-01DOI: 10.1016/j.bjid.2024.104422
Ru Han , Adriana Guzman-Holst , Bruna M.G. de Veras , Lessandra Michelin , Otavio Cintra , Désirée Van Oorschot , Jorge A. Gomez
<div><h3>Introdução/objetivos</h3><div>Dados brasileiros sobre a carga do vírus sincicial respiratório (VSR) em adultos são limitados. As vacinas contra o VSR recentemente aprovadas visam reduzir a carga do VSR em adultos mais velhos. Este estudo tem como objetivo usar uma abordagem de modelagem para estimar a carga do VSR e projetar o potencial impacto na saúde pública da introdução da Vacina VSR Adjuvantada (RSVPreF3) para imunização de adultos com 60 anos ou mais no Brasil.</div></div><div><h3>Materiais e métodos</h3><div>Um modelo de Markov estático de ciclo mensal foi desenvolvido para avaliar o número de casos sintomáticos de VSR com e sem vacinação. O modelo captura casos de VSR em pacientes com doença respiratória aguda (DRA-VSR), doença do trato respiratório inferior (DTRI-VSR), doença do trato respiratório superior (DTRS-VSR), complicações de pneumonia devido à DTRI-VSR, hospitalizações (assumidas conservadoramente apenas às DTRI-VSR) e mortes em um período de três anos. A cobertura vacinal para uma dose única considerada no modelo foi de 30% a 70%. Os dados demográficos são valores específicos do Brasil (2024) provenientes das Nações Unidas. Os dados epidemiológicos foram recuperados de banco de dados público (FluNet) e complementados por revisão sistemática da literatura. A eficácia da vacina foi obtida do estudo clínico de fase 3 AReSVi-006 (NCT04886596).</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>No Brasil, a coorte incluiu 33.859.754 adultos ≥ 60 anos. Na ausência de vacinação, o modelo projetou 6.641.784 casos de DRA-VSR (3.480.113 de DTRS-VSR e 3.161.671 de DTRI- VSR), 243.205 casos de pneumonia, 264.214 hospitalizações e 25.083 mortes por VSR em três anos. Com a cobertura aumentando de 30% para 70%, o modelo projetou que a vacinação pode prevenir de 780.189 a 1.820.442 casos de DRA-VSR (264.146 a 616.341 de DTRS-VSR e 516.043 a 1.204.101 de DTRI-VSR), 39.696 a 92.623 casos de pneumonia, 43.125 a 100.624 hospitalizações e 4.094 a 9.553 mortes por VSR. O número necessário para vacinar para prevenir um caso de DRA-VSR e um caso de DTRI-VSR foi estimado em 13 e 20, respectivamente.</div></div><div><h3>Conclusões</h3><div>Os resultados revelam que aproximadamente 20% da população brasileira com idade ≥ 60 anos está em risco de infecção por VSR nos próximos três anos, e a carga ao sistema de saúde é substancial. A prevenção por meio da vacinação com RSVPreF3 tem o potencial de produzir consideráveis benefícios, reduzindo a morbidade, a utilização de serviços de saúde e a mortalidade associadas às infecções por VSR.</div></div><div><h3>Palavras-chave</h3><div>Vírus Sincicial Respiratório, Vacina VSR Adjuvantada, ≥ 60 anos.</div></div><div><h3>Conflitos de interesse</h3><div>RH, AG, BdV, LM, OC, DVO and JG are GSK employees. AG and JG hold shares in GSK. These authors declare no other financial and non-financial relationships and activities.</div></div><div><h3>Ética e financiamentos</h3><div>Estudo financiado por: GlaxoSmithKline Biologic
{"title":"MODELAGEM DA CARGA DE SAÚDE PÚBLICA DO VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO E O IMPACTO DA VACINA VSR ADJUVANTADA (RSVPREF3) EM ADULTOS COM 60 ANOS OU MAIS NO BRASIL","authors":"Ru Han , Adriana Guzman-Holst , Bruna M.G. de Veras , Lessandra Michelin , Otavio Cintra , Désirée Van Oorschot , Jorge A. Gomez","doi":"10.1016/j.bjid.2024.104422","DOIUrl":"10.1016/j.bjid.2024.104422","url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução/objetivos</h3><div>Dados brasileiros sobre a carga do vírus sincicial respiratório (VSR) em adultos são limitados. As vacinas contra o VSR recentemente aprovadas visam reduzir a carga do VSR em adultos mais velhos. Este estudo tem como objetivo usar uma abordagem de modelagem para estimar a carga do VSR e projetar o potencial impacto na saúde pública da introdução da Vacina VSR Adjuvantada (RSVPreF3) para imunização de adultos com 60 anos ou mais no Brasil.</div></div><div><h3>Materiais e métodos</h3><div>Um modelo de Markov estático de ciclo mensal foi desenvolvido para avaliar o número de casos sintomáticos de VSR com e sem vacinação. O modelo captura casos de VSR em pacientes com doença respiratória aguda (DRA-VSR), doença do trato respiratório inferior (DTRI-VSR), doença do trato respiratório superior (DTRS-VSR), complicações de pneumonia devido à DTRI-VSR, hospitalizações (assumidas conservadoramente apenas às DTRI-VSR) e mortes em um período de três anos. A cobertura vacinal para uma dose única considerada no modelo foi de 30% a 70%. Os dados demográficos são valores específicos do Brasil (2024) provenientes das Nações Unidas. Os dados epidemiológicos foram recuperados de banco de dados público (FluNet) e complementados por revisão sistemática da literatura. A eficácia da vacina foi obtida do estudo clínico de fase 3 AReSVi-006 (NCT04886596).</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>No Brasil, a coorte incluiu 33.859.754 adultos ≥ 60 anos. Na ausência de vacinação, o modelo projetou 6.641.784 casos de DRA-VSR (3.480.113 de DTRS-VSR e 3.161.671 de DTRI- VSR), 243.205 casos de pneumonia, 264.214 hospitalizações e 25.083 mortes por VSR em três anos. Com a cobertura aumentando de 30% para 70%, o modelo projetou que a vacinação pode prevenir de 780.189 a 1.820.442 casos de DRA-VSR (264.146 a 616.341 de DTRS-VSR e 516.043 a 1.204.101 de DTRI-VSR), 39.696 a 92.623 casos de pneumonia, 43.125 a 100.624 hospitalizações e 4.094 a 9.553 mortes por VSR. O número necessário para vacinar para prevenir um caso de DRA-VSR e um caso de DTRI-VSR foi estimado em 13 e 20, respectivamente.</div></div><div><h3>Conclusões</h3><div>Os resultados revelam que aproximadamente 20% da população brasileira com idade ≥ 60 anos está em risco de infecção por VSR nos próximos três anos, e a carga ao sistema de saúde é substancial. A prevenção por meio da vacinação com RSVPreF3 tem o potencial de produzir consideráveis benefícios, reduzindo a morbidade, a utilização de serviços de saúde e a mortalidade associadas às infecções por VSR.</div></div><div><h3>Palavras-chave</h3><div>Vírus Sincicial Respiratório, Vacina VSR Adjuvantada, ≥ 60 anos.</div></div><div><h3>Conflitos de interesse</h3><div>RH, AG, BdV, LM, OC, DVO and JG are GSK employees. AG and JG hold shares in GSK. These authors declare no other financial and non-financial relationships and activities.</div></div><div><h3>Ética e financiamentos</h3><div>Estudo financiado por: GlaxoSmithKline Biologic","PeriodicalId":56327,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"28 ","pages":"Article 104422"},"PeriodicalIF":3.0,"publicationDate":"2024-11-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142657470","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"医学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-11-01DOI: 10.1016/j.bjid.2024.104405
Iasmin Vitória Sandri Almicci , Maria Carolina Ramos Póvoa , Rafaela Giglio Di Lêu , Bruna Caroline Simonatto , Sofia Zulianeli Carvalho Andrade
Introdução
A febre maculosa é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii e transmitida aos seres humanos por picadas de carrapatos infectados, tendo como principal vetor Amblyomma cajennense. Essa doença apresenta um quadro clínico desafiador, uma vez que nas fases iniciais, os sintomas são inespecíficos, como febre, cefaleia, mialgia, mal-estar e vômitos. A ausência de tratamento precoce pode acarretar complicações graves, como insuficiência renal, problemas respiratórios, danos cerebrais e óbito. As crianças estão em maior risco devido a atividades ao ar livre e menor consciência sobre medidas preventivas, dificultando o reconhecimento dos sintomas. Em alguns casos, a febre maculosa pode ser confundida com doenças comuns na infância, atrasando o diagnóstico e o tratamento. Os estudos sobre esse tema são incipientes, justificando a necessidade de mais investigações.
Objetivos
Analisar as notificações e óbitos por febre maculosa em pacientes pediátricos na região sudeste de 2018 a 2022.
Materiais e métodos
Estudo ecológico transversal retrospectivo com análise quantitativa e descritiva por meio de dados secundários do SINAN pelo DATASUS, avaliando variáveis como faixa etária, raça, sexo, evolução em relação ao ano de notificação e óbito.
Resultados
Foram notificados 202 casos na Região Sudeste, com destaque para Minas Gerais (n = 85) e São Paulo (n = 83). Na faixa etária de 1 a 19 anos, o maior número de casos (n = 59) e óbitos (n = 14) ocorreu entre 1 a 4 anos. O número de casos na população parda foi mais alarmante (n = 97), embora o número de óbitos tenha sido maior na raça branca (n = 21). O sexo masculino apresentou maior número de casos (n = 138) e óbitos (n = 32) em comparação ao feminino (casos n = 64, óbitos n = 14). A maioria dos casos evoluiu para cura (n = 138), mas houve um considerável número de óbitos (n = 72).
Conclusões
Os dados destacam um número maior de casos no estado de Minas Gerais além de um maior acometimento de pacientes entre 1 a 4 anos, sendo esta, também, a faixa etária com maior número de óbitos. Houve disparidade nos casos entre grupos raciais, com maior proporção entre a população parda, enquanto os óbitos foram mais comuns entre os brancos. A análise reforça a importância da vigilância epidemiológica e estratégias de prevenção, incluindo controle de carrapatos e orientação comunitária a respeito dos sintomas da febre maculosa. A identificação precoce e tratamento adequado são essenciais para reduzir a morbimortalidade associada à doença.
{"title":"ESTUDO ECOLÓGICO DAS NOTIFICAÇÕES E ÓBITOS POR FEBRE MACULOSA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS NA REGIÃO SUDESTE NO BRASIL ENTRE OS ANOS DE 2018 A 2022","authors":"Iasmin Vitória Sandri Almicci , Maria Carolina Ramos Póvoa , Rafaela Giglio Di Lêu , Bruna Caroline Simonatto , Sofia Zulianeli Carvalho Andrade","doi":"10.1016/j.bjid.2024.104405","DOIUrl":"10.1016/j.bjid.2024.104405","url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução</h3><div>A febre maculosa é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii e transmitida aos seres humanos por picadas de carrapatos infectados, tendo como principal vetor Amblyomma cajennense. Essa doença apresenta um quadro clínico desafiador, uma vez que nas fases iniciais, os sintomas são inespecíficos, como febre, cefaleia, mialgia, mal-estar e vômitos. A ausência de tratamento precoce pode acarretar complicações graves, como insuficiência renal, problemas respiratórios, danos cerebrais e óbito. As crianças estão em maior risco devido a atividades ao ar livre e menor consciência sobre medidas preventivas, dificultando o reconhecimento dos sintomas. Em alguns casos, a febre maculosa pode ser confundida com doenças comuns na infância, atrasando o diagnóstico e o tratamento. Os estudos sobre esse tema são incipientes, justificando a necessidade de mais investigações.</div></div><div><h3>Objetivos</h3><div>Analisar as notificações e óbitos por febre maculosa em pacientes pediátricos na região sudeste de 2018 a 2022.</div></div><div><h3>Materiais e métodos</h3><div>Estudo ecológico transversal retrospectivo com análise quantitativa e descritiva por meio de dados secundários do SINAN pelo DATASUS, avaliando variáveis como faixa etária, raça, sexo, evolução em relação ao ano de notificação e óbito.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>Foram notificados 202 casos na Região Sudeste, com destaque para Minas Gerais (n = 85) e São Paulo (n = 83). Na faixa etária de 1 a 19 anos, o maior número de casos (n = 59) e óbitos (n = 14) ocorreu entre 1 a 4 anos. O número de casos na população parda foi mais alarmante (n = 97), embora o número de óbitos tenha sido maior na raça branca (n = 21). O sexo masculino apresentou maior número de casos (n = 138) e óbitos (n = 32) em comparação ao feminino (casos n = 64, óbitos n = 14). A maioria dos casos evoluiu para cura (n = 138), mas houve um considerável número de óbitos (n = 72).</div></div><div><h3>Conclusões</h3><div>Os dados destacam um número maior de casos no estado de Minas Gerais além de um maior acometimento de pacientes entre 1 a 4 anos, sendo esta, também, a faixa etária com maior número de óbitos. Houve disparidade nos casos entre grupos raciais, com maior proporção entre a população parda, enquanto os óbitos foram mais comuns entre os brancos. A análise reforça a importância da vigilância epidemiológica e estratégias de prevenção, incluindo controle de carrapatos e orientação comunitária a respeito dos sintomas da febre maculosa. A identificação precoce e tratamento adequado são essenciais para reduzir a morbimortalidade associada à doença.</div></div><div><h3>Palavras-chave</h3><div>Crianças, Febre maculosa, Rickettsia rickettsii.</div></div><div><h3>Conflitos de interesse</h3><div>Não houve conflito de interesse.</div></div><div><h3>Ética e financiamentos</h3><div>Não houve conflito de interesse.</div></div>","PeriodicalId":56327,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"28 ","pages":"Article 104405"},"PeriodicalIF":3.0,"publicationDate":"2024-11-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142657937","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"医学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}