Pub Date : 2022-07-07DOI: 10.22456/2238-8915.122560
Aline Rosinski, Giovana Ferreira-Gonçalves
Este artigo apresenta uma análise de /l/ do português brasileiro, produzida em uma comunidade influenciada pelo polonês como língua de imigração. O segmento no polonês caracteriza-se como menos velarizado (GUSSMANN, 2007) em início e final de sílaba. Assim, analisou-se se, no português de contato com o polonês, a consoante apresenta as mesmas características, em ambas as posições silábicas. Para a investigação, analisaram-se acusticamente produções de /l/ pré-vocálico de falantes de português e polonês como língua de imigração, habitantes da comunidade investigada. Para a análise, foram medidos os valores de F2, F1 e da sua diferença, para determinar o nível de velarização dos segmentos, seguindo Brod (2014) e Recasens (2004). Para comparação com os dados analisados neste estudo, foram retomadas as produções de /l/ pós-vocálico apresentadas em Rosinski (2019). A análise revelou que, tanto em posição pré-vocálica como pós-vocálica, o segmento caracteriza-se como menos velarizado, ainda que, em início de sílaba, os níveis de velarização tenham sido menores. Tem-se, portanto, uma caracterização específica da produção do segmento para a comunidade de fala investigada, cujas práticas sociais – como orações e cantigas recitadas e conversas informais –, realizadas especialmente em seus núcleos familiares, promovem o contato linguístico e tornam peculiar o português local.
{"title":"ANÁLISE ACÚSTICA DE /l/ PRÉ E PÓS-VOCÁLICO DO PORTUGUÊS BRASILEIRO: DESCRIÇÃO COM BASE NA INFLUÊNCIA DO POLONÊS COMO LÍNGUA DE IMIGRAÇÃO","authors":"Aline Rosinski, Giovana Ferreira-Gonçalves","doi":"10.22456/2238-8915.122560","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2238-8915.122560","url":null,"abstract":"Este artigo apresenta uma análise de /l/ do português brasileiro, produzida em uma comunidade influenciada pelo polonês como língua de imigração. O segmento no polonês caracteriza-se como menos velarizado (GUSSMANN, 2007) em início e final de sílaba. Assim, analisou-se se, no português de contato com o polonês, a consoante apresenta as mesmas características, em ambas as posições silábicas. Para a investigação, analisaram-se acusticamente produções de /l/ pré-vocálico de falantes de português e polonês como língua de imigração, habitantes da comunidade investigada. Para a análise, foram medidos os valores de F2, F1 e da sua diferença, para determinar o nível de velarização dos segmentos, seguindo Brod (2014) e Recasens (2004). Para comparação com os dados analisados neste estudo, foram retomadas as produções de /l/ pós-vocálico apresentadas em Rosinski (2019). A análise revelou que, tanto em posição pré-vocálica como pós-vocálica, o segmento caracteriza-se como menos velarizado, ainda que, em início de sílaba, os níveis de velarização tenham sido menores. Tem-se, portanto, uma caracterização específica da produção do segmento para a comunidade de fala investigada, cujas práticas sociais – como orações e cantigas recitadas e conversas informais –, realizadas especialmente em seus núcleos familiares, promovem o contato linguístico e tornam peculiar o português local.","PeriodicalId":82235,"journal":{"name":"Organon","volume":"116 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"88579080","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-07DOI: 10.22456/2238-8915.122804
Marcelo Alexandre Silva Lopes de Melo
Esse trabalho compara os resultados de um experimento de avaliação aplicado a quatro grupos de falantes da comunidade de fala do Rio de Janeiro com diferentes graus de inserção. Foram observadas duas variáveis sonoras: coda (s) e coda (r) interna. O objetivo era observar se os participantes dos quatro grupos compartilhavam as mesmas tendências e padrões de avaliação acerca das variáveis analisadas. A mesma tendência foi observada para o comportamento dos participantes, mas com diferentes padrões de avaliação para as variáveis: para a coda (s), observou-se um padrão binário de avaliação que coloca, de um lado, o grupo de participantes excluídos socialmente e, de outro, os demais grupos inseridos socialmente; para a coda (r) interna, observou-se uma gradualidade nas avaliações dos grupos, que partem da indistinta avaliação das variantes pelo grupo de participantes excluídos socialmente até a diferença bem marcada entre as variantes pelo grupo com maior inserção social. Assim, os resultados podem ser mais bem compreendidos à luz do conceito de sistema adaptativo complexo (BECKNER et al., 2009), segundo o qual assume-se que a língua não se desenvolve de maneira uniforme e ordenada, mas sim que dependente das interações específicas dos indivíduos (MUFWENE, 2008, p. 62, 2013, p. 207-208).
摘要本研究比较了一项评价实验的结果,该实验应用于里约热内卢里约热内卢不同插入程度的四组说话者。观察到两个声音变量:尾(s)和尾(r)内部。目的是观察四组的参与者是否对分析的变量有相同的趋势和评价模式。在参与者的行为中观察到相同的趋势,但对变量有不同的评价模式:在尾(s)中,观察到一种二元评价模式,一方面是被社会排斥的参与者群体,另一方面是被社会插入的其他群体;对于内部尾(r),观察到在组的评估中有一个渐进的过程,从被社会排斥的参与者组对变体的模糊评估开始,直到具有更大社会包容性的组的变体之间有明显的差异。,结果会更光明的概念理解复杂的自适应系统(BECKNER et al ., 2009),是语言发展不均匀有序,而是依赖于某个个体的特征(MUFWENE, 2008,第62页,2013年,p . 207 - -208)。
{"title":"PADRÕES DE AVALIAÇÃO DE DUAS VARIÁVEIS SONORAS NA COMUNIDADE DE FALA DO RIO DE JANEIRO: UNIFORMIDADE OU DIFERENTES TENDÊNCIAS?","authors":"Marcelo Alexandre Silva Lopes de Melo","doi":"10.22456/2238-8915.122804","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2238-8915.122804","url":null,"abstract":"Esse trabalho compara os resultados de um experimento de avaliação aplicado a quatro grupos de falantes da comunidade de fala do Rio de Janeiro com diferentes graus de inserção. Foram observadas duas variáveis sonoras: coda (s) e coda (r) interna. O objetivo era observar se os participantes dos quatro grupos compartilhavam as mesmas tendências e padrões de avaliação acerca das variáveis analisadas. A mesma tendência foi observada para o comportamento dos participantes, mas com diferentes padrões de avaliação para as variáveis: para a coda (s), observou-se um padrão binário de avaliação que coloca, de um lado, o grupo de participantes excluídos socialmente e, de outro, os demais grupos inseridos socialmente; para a coda (r) interna, observou-se uma gradualidade nas avaliações dos grupos, que partem da indistinta avaliação das variantes pelo grupo de participantes excluídos socialmente até a diferença bem marcada entre as variantes pelo grupo com maior inserção social. Assim, os resultados podem ser mais bem compreendidos à luz do conceito de sistema adaptativo complexo (BECKNER et al., 2009), segundo o qual assume-se que a língua não se desenvolve de maneira uniforme e ordenada, mas sim que dependente das interações específicas dos indivíduos (MUFWENE, 2008, p. 62, 2013, p. 207-208).","PeriodicalId":82235,"journal":{"name":"Organon","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"89530210","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-07DOI: 10.22456/2238-8915.122586
M. Siqueira, Raquel Meister Ko. Freitag
In this paper, a study about the presence of the definite article before possessed NP (D-presence) in Brazilian Portuguese is carried out with a sample constituted by sociolinguistic interviews with students from the Federal University of Sergipe (UFS), Brazil, to observe whether the distribution pattern of the variable suggests an effect of mobility in the students’ speech. An analysis is carried out with a sample from the Deslocamentos 2020 dataset, composed of sociolinguistic interviews with college students from Universidade Federal de Sergipe (UFS), balanced for degree of mobility (students from Sergipe, Alagoas, and Bahia), time in the undergraduate program, and sex (n = 60). Results show that D-presence is sensitive to dialectal factor, with D-absence predominating in data from Sergipe and Alagoas, and D-presence predominating in data from Bahia, but it is not sensitive to the integration into the new community considering speakers’ time in the undergraduate program. This result contributes to revealing how mobility affects grammar at the morphosyntactic level.
{"title":"CAN MOBILITY AFFECT GRAMMAR AT THE MORPHOSYNTACTIC LEVEL? A STUDY IN BRAZILIAN PORTUGUESE","authors":"M. Siqueira, Raquel Meister Ko. Freitag","doi":"10.22456/2238-8915.122586","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2238-8915.122586","url":null,"abstract":"In this paper, a study about the presence of the definite article before possessed NP (D-presence) in Brazilian Portuguese is carried out with a sample constituted by sociolinguistic interviews with students from the Federal University of Sergipe (UFS), Brazil, to observe whether the distribution pattern of the variable suggests an effect of mobility in the students’ speech. An analysis is carried out with a sample from the Deslocamentos 2020 dataset, composed of sociolinguistic interviews with college students from Universidade Federal de Sergipe (UFS), balanced for degree of mobility (students from Sergipe, Alagoas, and Bahia), time in the undergraduate program, and sex (n = 60). Results show that D-presence is sensitive to dialectal factor, with D-absence predominating in data from Sergipe and Alagoas, and D-presence predominating in data from Bahia, but it is not sensitive to the integration into the new community considering speakers’ time in the undergraduate program. This result contributes to revealing how mobility affects grammar at the morphosyntactic level.","PeriodicalId":82235,"journal":{"name":"Organon","volume":"23 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"83736936","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-07DOI: 10.22456/2238-8915.122231
Daiane Sandra Savoldi Curioletti, Elisa Battisti
O artigo investiga a variação de /r/ em onset silábico ([r]ápido::[h]ápido::[ɾ]ápido; ca[r]o::ca[h]o::ca[ɾ]o) no português de contato com o talian em Planalto, interior de Concórdia (SC). Assumindo a perspectiva sociolinguística variacionista laboviana (LABOV, 2008 [1972]) da variação linguística como prática social (ECKERT, 2000) e dos significados sociais das variantes linguísticas (IRVINE, 2001; ECKERT, 2003, 2016; GAL, 2016), fez-se pesquisa etnográfica, análise de produção, análise de percepção e avaliação linguística. Na pesquisa etnográfica, observou-se o uso de tepe alveolar [ɾ] mais frequentemente na fala de homens e idosos, e da variante fricativa (glotal [h, ɦ] ou velar [x, ɣ]), nas práticas sociais de mulheres e de jovens. Na análise de produção, nos 1.334 contextos de /r/ levantados de 24 entrevistas sociolinguísticas, foi de 78,8% a proporção de tepe, 12% de fricativa e 9,2% de vibrante alveolar [r]. A vibrante é favorecida pelos falantes de meia-idade e idosos, e por sílabas mediais; o tepe, pelo gênero masculino. Vibrante e tepe são desfavorecidos pelos jovens; a fricativa é favorecida por jovens e por mulheres com maior mobilidade geográfica. Na análise de percepção e avaliação linguística, o tepe é menos prestigiado e mais rural; a fricativa, mais urbana e mais prestigiada.
{"title":"A REALIZAÇÃO VARIÁVEL DE /R/ EM ONSET SILÁBICO NO PORTUGUÊS BRASILEIRO DE CONTATO COM O TALIAN: DIFERENCIAÇÃO LINGUÍSTICA E CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE EM UMA COMUNIDADE DO OESTE CATARINENSE","authors":"Daiane Sandra Savoldi Curioletti, Elisa Battisti","doi":"10.22456/2238-8915.122231","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2238-8915.122231","url":null,"abstract":"O artigo investiga a variação de /r/ em onset silábico ([r]ápido::[h]ápido::[ɾ]ápido; ca[r]o::ca[h]o::ca[ɾ]o) no português de contato com o talian em Planalto, interior de Concórdia (SC). Assumindo a perspectiva sociolinguística variacionista laboviana (LABOV, 2008 [1972]) da variação linguística como prática social (ECKERT, 2000) e dos significados sociais das variantes linguísticas (IRVINE, 2001; ECKERT, 2003, 2016; GAL, 2016), fez-se pesquisa etnográfica, análise de produção, análise de percepção e avaliação linguística. Na pesquisa etnográfica, observou-se o uso de tepe alveolar [ɾ] mais frequentemente na fala de homens e idosos, e da variante fricativa (glotal [h, ɦ] ou velar [x, ɣ]), nas práticas sociais de mulheres e de jovens. Na análise de produção, nos 1.334 contextos de /r/ levantados de 24 entrevistas sociolinguísticas, foi de 78,8% a proporção de tepe, 12% de fricativa e 9,2% de vibrante alveolar [r]. A vibrante é favorecida pelos falantes de meia-idade e idosos, e por sílabas mediais; o tepe, pelo gênero masculino. Vibrante e tepe são desfavorecidos pelos jovens; a fricativa é favorecida por jovens e por mulheres com maior mobilidade geográfica. Na análise de percepção e avaliação linguística, o tepe é menos prestigiado e mais rural; a fricativa, mais urbana e mais prestigiada.","PeriodicalId":82235,"journal":{"name":"Organon","volume":"225 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"77897401","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-07DOI: 10.22456/2238-8915.122795
Kamilla Oliveira Do Amaral
Com base em uma articulação teórica entre Sociolinguística Variacionista, Antropologia Linguística e Sociologia (LABOV, 2008 [1972]; ECKERT, 2005, 2012, 2016, 2018, 2019; SILVERSTEIN, 2003; KIESLING, 2013; BOURDIEU, 1983), o objetivo deste artigo é refletir sobre os significados sociais das práticas linguísticas dos sujeitos e em que medida tais significados podem expressar suas identidades, atitudes e ideologias. Para subsidiar esta reflexão, analisamos o item (-STE) usado na comunidade de práticas virtual (CPV) Tal Qual Dublagens. Exploramos o uso desse item a partir de como os membros e não membros dessa CPV o avaliam Considerando o diálogo entre os dados e a articulação teórica, chegamos ao entendimento de que os significados sociais potencialmente indexicalizados por (-STE) são múltiplos e dinâmicos e constituídos por diferentes camadas, que podem se articular e se organizar de forma dialética: (i) uma relacionada a macrocategorias; (ii) outra a relação de grupo, seja de grupo regional, seja de grupo social; e (iii) outra a comportamentos e escolhas individuais. Essas camadas estão intimamente correlacionadas com uma noção de identidade que é plural e múltipla, sendo esta também constituída por camadas que se articulam dialeticamente e que estão assentadas em um contexto sociocultural e ideológico mais amplo.
{"title":"PRÁTICAS LINGUÍSTICAS, SIGNIFICADOS SOCIAIS E EXPRESSÃO DE IDENTIDADES: O CASO DE (-STE)","authors":"Kamilla Oliveira Do Amaral","doi":"10.22456/2238-8915.122795","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2238-8915.122795","url":null,"abstract":"Com base em uma articulação teórica entre Sociolinguística Variacionista, Antropologia Linguística e Sociologia (LABOV, 2008 [1972]; ECKERT, 2005, 2012, 2016, 2018, 2019; SILVERSTEIN, 2003; KIESLING, 2013; BOURDIEU, 1983), o objetivo deste artigo é refletir sobre os significados sociais das práticas linguísticas dos sujeitos e em que medida tais significados podem expressar suas identidades, atitudes e ideologias. Para subsidiar esta reflexão, analisamos o item (-STE) usado na comunidade de práticas virtual (CPV) Tal Qual Dublagens. Exploramos o uso desse item a partir de como os membros e não membros dessa CPV o avaliam Considerando o diálogo entre os dados e a articulação teórica, chegamos ao entendimento de que os significados sociais potencialmente indexicalizados por (-STE) são múltiplos e dinâmicos e constituídos por diferentes camadas, que podem se articular e se organizar de forma dialética: (i) uma relacionada a macrocategorias; (ii) outra a relação de grupo, seja de grupo regional, seja de grupo social; e (iii) outra a comportamentos e escolhas individuais. Essas camadas estão intimamente correlacionadas com uma noção de identidade que é plural e múltipla, sendo esta também constituída por camadas que se articulam dialeticamente e que estão assentadas em um contexto sociocultural e ideológico mais amplo.\u0000 ","PeriodicalId":82235,"journal":{"name":"Organon","volume":"27 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"85373870","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-07DOI: 10.22456/2238-8915.122646
Felipe Flores Kupske, Ronaldo Mangueira Lima Jr
Adotando a Teoria dos Sistemas Dinâmicos Complexos, este trabalho investiga o relacionamento entre padrões de integração à língua e ao país hospedeiro e a adaptabilidade fonológica de L1. Uma análise da produção do VOT do PB, originalmente curto (short lag), por imigrantes brasileiros de primeira geração no Reino Unido (N = 24), contexto de inglês dominante, língua de VOT longo (long lag) foi conduzida. A análise acústica, medição de VOT em milissegundos, é reportada. Para análise estatística inferencial, foram ajustados três modelos bayesianos de regressão linear com efeitos mistos. Os modelos preveem, com alta credibilidade, aumentos na duração de VOT do PB ao passar do tempo, sendo que um aumento maior é previsto para o grupo de falantes afiliados ao contexto de L2 dominante. Os dados apontam que há consistência lógica para a hipótese de que a fonologia é impulsionada/afetada pelo uso e, consequentemente, é sensível ao contexto/ambiente.
{"title":"INTEGRAÇÃO A CONTEXTOS DE L2 DOMINANTES E ADAPTABILIDADE FONOLÓGICA DE L1: UMA ANÁLISE DA PRODUÇÃO DAS PLOSIVAS SURDAS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO","authors":"Felipe Flores Kupske, Ronaldo Mangueira Lima Jr","doi":"10.22456/2238-8915.122646","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2238-8915.122646","url":null,"abstract":"Adotando a Teoria dos Sistemas Dinâmicos Complexos, este trabalho investiga o relacionamento entre padrões de integração à língua e ao país hospedeiro e a adaptabilidade fonológica de L1. Uma análise da produção do VOT do PB, originalmente curto (short lag), por imigrantes brasileiros de primeira geração no Reino Unido (N = 24), contexto de inglês dominante, língua de VOT longo (long lag) foi conduzida. A análise acústica, medição de VOT em milissegundos, é reportada. Para análise estatística inferencial, foram ajustados três modelos bayesianos de regressão linear com efeitos mistos. Os modelos preveem, com alta credibilidade, aumentos na duração de VOT do PB ao passar do tempo, sendo que um aumento maior é previsto para o grupo de falantes afiliados ao contexto de L2 dominante. Os dados apontam que há consistência lógica para a hipótese de que a fonologia é impulsionada/afetada pelo uso e, consequentemente, é sensível ao contexto/ambiente.","PeriodicalId":82235,"journal":{"name":"Organon","volume":"17 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"75159147","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-07DOI: 10.22456/2238-8915.122628
Letícia Gaspar Pinto, Rosane de Andrade Berlinck
Este estudo analisa, com base na Teoria da Variação e Mudança Linguísticas (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 1968 e LABOV, 1972, 1994, 2001), a variação/mudança na expressão da 1ª pessoa do plural no falar de duas cidades vizinhas, Cabo Verde-MG e Muzambinho-MG, que se caracterizam como comunidades rurbanas (BORTONI-RICARDO, 2004). Constatamos que o processo não segue as tendências gerais já atestadas em grandes centros urbanos: a gente não se apresenta como a variante dominante, nem está mais presente na fala dos mais jovens. Esse cenário se correlaciona com o conjunto específico de variantes (nós, nóis, nói, a gente) presentes no falar dessas comunidades e com os significados sociais vinculados localmente a essas formas: ruralidade (nói e nóis) e urbanidade (a gente), acessados por meio de um questionário de reações subjetivas.
{"title":"“O QUE QUE NÓI VAMO FALÁ?\": SIGNIFICADOS SOCIAIS NA VARIAÇÃO/MUDANÇA DA EXPRESSÃO DE 1a PESSOA PLURAL EM DUAS COMUNIDADES RURBANAS MINEIRAS","authors":"Letícia Gaspar Pinto, Rosane de Andrade Berlinck","doi":"10.22456/2238-8915.122628","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2238-8915.122628","url":null,"abstract":"Este estudo analisa, com base na Teoria da Variação e Mudança Linguísticas (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 1968 e LABOV, 1972, 1994, 2001), a variação/mudança na expressão da 1ª pessoa do plural no falar de duas cidades vizinhas, Cabo Verde-MG e Muzambinho-MG, que se caracterizam como comunidades rurbanas (BORTONI-RICARDO, 2004). Constatamos que o processo não segue as tendências gerais já atestadas em grandes centros urbanos: a gente não se apresenta como a variante dominante, nem está mais presente na fala dos mais jovens. Esse cenário se correlaciona com o conjunto específico de variantes (nós, nóis, nói, a gente) presentes no falar dessas comunidades e com os significados sociais vinculados localmente a essas formas: ruralidade (nói e nóis) e urbanidade (a gente), acessados por meio de um questionário de reações subjetivas.","PeriodicalId":82235,"journal":{"name":"Organon","volume":"48 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"84870071","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-07DOI: 10.22456/2238-8915.122974
Livia Oushiro, Gabriel Catani
{"title":"SIGNIFICADO E VARIAÇÃO SOB A TERCEIRA ONDA","authors":"Livia Oushiro, Gabriel Catani","doi":"10.22456/2238-8915.122974","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2238-8915.122974","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":82235,"journal":{"name":"Organon","volume":"46 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"80972020","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-07DOI: 10.22456/2238-8915.122962
Samuel Gomes de Oliveira, Lívia Majolo Rockenbach, Athany Gutierres
O tratamento do significado social na variação sociolinguística organizou-se em três ondas de prática analítica. A primeira onda de estudos de variação estabeleceu amplas correlações entre as variáveis linguísticas e as categorias macrossociológicas de classe socioeconômica, sexo, classe, etnia e idade. A segunda onda empregou métodos etnográficos para explorar as categorias e configurações locais que habitam ou constituem essas categorias mais amplas. Em ambas as ondas, a variação era vista como marca de categorias sociais. Este artigo estabelece uma fundamentação teórica para a terceira onda, argumentando que (a) a variação constitui um sistema semiótico social robusto, que potencialmente expressa toda a gama de questões sociais em uma determinada comunidade; (b) os significados das variáveis são subespecificados, ganham significados mais específicos no contexto dos estilos; e (c) a variação não apenas reflete, mas também constrói o significado social e, portanto, é uma força na mudança social.
{"title":"TRÊS ONDAS DO ESTUDO DA VARIAÇÃO","authors":"Samuel Gomes de Oliveira, Lívia Majolo Rockenbach, Athany Gutierres","doi":"10.22456/2238-8915.122962","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2238-8915.122962","url":null,"abstract":"O tratamento do significado social na variação sociolinguística organizou-se em três ondas de prática analítica. A primeira onda de estudos de variação estabeleceu amplas correlações entre as variáveis linguísticas e as categorias macrossociológicas de classe socioeconômica, sexo, classe, etnia e idade. A segunda onda empregou métodos etnográficos para explorar as categorias e configurações locais que habitam ou constituem essas categorias mais amplas. Em ambas as ondas, a variação era vista como marca de categorias sociais. Este artigo estabelece uma fundamentação teórica para a terceira onda, argumentando que (a) a variação constitui um sistema semiótico social robusto, que potencialmente expressa toda a gama de questões sociais em uma determinada comunidade; (b) os significados das variáveis são subespecificados, ganham significados mais específicos no contexto dos estilos; e (c) a variação não apenas reflete, mas também constrói o significado social e, portanto, é uma força na mudança social.\u0000 ","PeriodicalId":82235,"journal":{"name":"Organon","volume":"2677 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"74875320","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-07DOI: 10.22456/2238-8915.122710
Bruna Brasil Albuquerque de Carvalho, Célia Regina Dos Santos Lopes
Neste artigo, apresentamos os resultados de uma pesquisa sobre a percepção das formas tu e você na variedade carioca do PB. Para tanto, utilizamos uma metodologia experimental, por meio da aplicação de um teste de julgamento de adequação sociolinguística (CARVALHO, 2019). Nossa hipótese inicial era a de que existem diferenças quanto à percepção do uso de tu e você, relacionadas ao valor social das variantes e da ausência da concordância canônica de 2SG com tu (tu faz) na fala carioca. Adotamos, como pressupostos teóricos, a Sociolinguística Laboviana e a Pragmática Sociocultural. Os resultados evidenciaram julgamentos positivos para a forma você, independentemente do tipo de relação ou tipo de frase empregados, reforçando o caráter neutro de tal variante. O mesmo não se verificou para o tu, que recebeu julgamentos mais positivos nas relações simétricas do que nas relações assimétricas. Contrariando nossas expectativas, os resultados indicaram que a percepção sobre a forma tu parece não estar relacionada à ausência de concordância canônica.
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