O presente texto é um ensaio cujo objetivo principal é problematizar a atual política de alfabetização no Brasil. Para tanto, apresentam-se, primeiro, algumas premissas e perspectivas que ancoram as discussões, fundamentalmente a ideia da alfabetização na sua relação com a soberania nacional, a justiça social e os direitos humanos. Na segunda seção, discute-se a alfabetização baseada em evidências históricas, tecendo considerações gerais em torno da importância da história para compreensão da alfabetização na atualidade e apresentando as aprendizagens disso decorrentes. Por fim, na terceira e última seção, elencam-se dez mitos da alfabetização da atualidade que precisam ser derrubados.
{"title":"DO QUE APRENDEMOS AO QUE COMBATEMOS","authors":"Eliane Teresinha Peres","doi":"10.47249/rba2022588","DOIUrl":"https://doi.org/10.47249/rba2022588","url":null,"abstract":"O presente texto é um ensaio cujo objetivo principal é problematizar a atual política de alfabetização no Brasil. Para tanto, apresentam-se, primeiro, algumas premissas e perspectivas que ancoram as discussões, fundamentalmente a ideia da alfabetização na sua relação com a soberania nacional, a justiça social e os direitos humanos. Na segunda seção, discute-se a alfabetização baseada em evidências históricas, tecendo considerações gerais em torno da importância da história para compreensão da alfabetização na atualidade e apresentando as aprendizagens disso decorrentes. Por fim, na terceira e última seção, elencam-se dez mitos da alfabetização da atualidade que precisam ser derrubados.","PeriodicalId":137180,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Alfabetização","volume":"15 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-03-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123678899","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O objetivo deste artigo é apresentar o princípio educativo da leitura, em desenvolvimento nas turmas de primeiro segmento (anos iniciais) da EJA da rede municipal de ensino de Florianópolis/SC. Tratase da explicitação do modelo pedagógico próprio da EJA municipal, conforme prevê o artigo 37 da LDB 9.394/96. São enunciados argumentos que levaram à construção da diretriz, explicitada na Proposta Curricular do Município (2016). A leitura orienta o processo de alfabetização dos estudantes do primeiro segmento partindo da premissa de que ler é mais fácil do que escrever e o ato de ler traz, com rapidez, autonomia aos jovens, adultos e idosos no processo de alfabetização, tendo em vista que as pessoas lêem muito mais do que escrevem. Apresenta-se também breve histórico da EJA municipal. São apontados, ainda, aspectos que evidenciam as dificuldades dos professores em aderir ao princípio.
{"title":"A LEITURA COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NO PRIMEIRO SEGMENTO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DE FLORIANÓPOLIS/SC","authors":"Deisi Cord","doi":"10.47249/rba2022592","DOIUrl":"https://doi.org/10.47249/rba2022592","url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é apresentar o princípio educativo da leitura, em desenvolvimento nas turmas de primeiro segmento (anos iniciais) da EJA da rede municipal de ensino de Florianópolis/SC. Tratase da explicitação do modelo pedagógico próprio da EJA municipal, conforme prevê o artigo 37 da LDB 9.394/96. São enunciados argumentos que levaram à construção da diretriz, explicitada na Proposta Curricular do Município (2016). A leitura orienta o processo de alfabetização dos estudantes do primeiro segmento partindo da premissa de que ler é mais fácil do que escrever e o ato de ler traz, com rapidez, autonomia aos jovens, adultos e idosos no processo de alfabetização, tendo em vista que as pessoas lêem muito mais do que escrevem. Apresenta-se também breve histórico da EJA municipal. São apontados, ainda, aspectos que evidenciam as dificuldades dos professores em aderir ao princípio.","PeriodicalId":137180,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Alfabetização","volume":"177 12","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-03-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133970062","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O presente artigo polemiza o imperativo de continuidade imediata do trabalho educativo durante a pandemia de Covid-19 e destaca a importância da autonomia docente também neste momento histórico. Fundamentado no materialismo histórico-dialético, o trabalho centra a discussão em aspectos praxiológicos centralmente implicados nesse processo e na necessária (re)tomada da alfabetização como uma questão política, especialmente quando documentos oficiais e políticas públicas no país apontam para suposta neutralidade/cientificidade que seria basilar à definição de projetos educacionais e à escolha de métodos para os processos de alfabetização. A autonomia de alfabetizadores seria movimento de resistência e de possibilidade de manutenção do compromisso com a humanização e com a luta de classes.
{"title":"A AUTONOMIA DOCENTE COMO FOCO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA ALFABETIZAÇÃO","authors":"Rosângela Pedralli","doi":"10.47249/rba2022590","DOIUrl":"https://doi.org/10.47249/rba2022590","url":null,"abstract":"O presente artigo polemiza o imperativo de continuidade imediata do trabalho educativo durante a pandemia de Covid-19 e destaca a importância da autonomia docente também neste momento histórico. Fundamentado no materialismo histórico-dialético, o trabalho centra a discussão em aspectos praxiológicos centralmente implicados nesse processo e na necessária (re)tomada da alfabetização como uma questão política, especialmente quando documentos oficiais e políticas públicas no país apontam para suposta neutralidade/cientificidade que seria basilar à definição de projetos educacionais e à escolha de métodos para os processos de alfabetização. A autonomia de alfabetizadores seria movimento de resistência e de possibilidade de manutenção do compromisso com a humanização e com a luta de classes.","PeriodicalId":137180,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Alfabetização","volume":"53 13 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-03-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125665883","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O objetivo do artigo é comunicar discussões sobre a reprodução de concepções que estruturam o edifício do método e configuram o espaço alfabetizador. Como procedimento metodológico foram utilizados fragmentos de memórias e de material de pesquisa provenientes de Pesquisa Participante. Mesmo considerando o pressuposto dos métodos sintéticos e analíticos, de que a língua é um produto a ser repassado através de sua fragmentação em parcelas mínimas, os resultados do estudo apontam que os métodos não se restringem a tais procedimentos mecanicistas, pois que suas concepções também produzem relações sociais que configuram o espaço escolar e as consciências. A fragmentação, homogeneização e hierarquização passam a regular o que se passa, sufocando os processos criativos e autorais.
{"title":"OS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO NA PRODUÇÃO DO ESPAÇO ESCOLAR","authors":"Mitsi Pinheiro de Lacerda","doi":"10.47249/rba2021505","DOIUrl":"https://doi.org/10.47249/rba2021505","url":null,"abstract":"O objetivo do artigo é comunicar discussões sobre a reprodução de concepções que estruturam o edifício do método e configuram o espaço alfabetizador. Como procedimento metodológico foram utilizados fragmentos de memórias e de material de pesquisa provenientes de Pesquisa Participante. Mesmo considerando o pressuposto dos métodos sintéticos e analíticos, de que a língua é um produto a ser repassado através de sua fragmentação em parcelas mínimas, os resultados do estudo apontam que os métodos não se restringem a tais procedimentos mecanicistas, pois que suas concepções também produzem relações sociais que configuram o espaço escolar e as consciências. A fragmentação, homogeneização e hierarquização passam a regular o que se passa, sufocando os processos criativos e autorais.","PeriodicalId":137180,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Alfabetização","volume":"22 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"132482992","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O estudo, de natureza bibliográfica, problematiza as políticas de financiamento da educação básica no Brasil, abordando suas dimensões legal, socioeconômica e implicações para a alfabetização de crianças, jovens, adultos e idosos. Realiza-se um breve levantamento bibliográfico nos anais da Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação (FINEDUCA) à luz da perspectiva teórico-metodológica crítico-dialética. Constata-se que, entre conquistas e retrocessos, o fundo público de financiamento da educação vem sendo bastante disputado, com fortes implicações no direcionamento da política educacional brasileira. Nesse contexto, o processo de alfabetização está implicado em fortes determinações históricas, culturais e socioeconômicas em um movimento político de rupturas, resistências e tensionamentos.
{"title":"POLÍTICA DE FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL","authors":"Lourival José Martins Filho, Fabrício Sprícigo","doi":"10.47249/rba2021536","DOIUrl":"https://doi.org/10.47249/rba2021536","url":null,"abstract":"O estudo, de natureza bibliográfica, problematiza as políticas de financiamento da educação básica no Brasil, abordando suas dimensões legal, socioeconômica e implicações para a alfabetização de crianças, jovens, adultos e idosos. Realiza-se um breve levantamento bibliográfico nos anais da Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação (FINEDUCA) à luz da perspectiva teórico-metodológica crítico-dialética. Constata-se que, entre conquistas e retrocessos, o fundo público de financiamento da educação vem sendo bastante disputado, com fortes implicações no direcionamento da política educacional brasileira. Nesse contexto, o processo de alfabetização está implicado em fortes determinações históricas, culturais e socioeconômicas em um movimento político de rupturas, resistências e tensionamentos.","PeriodicalId":137180,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Alfabetização","volume":"124 11","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"120824269","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Josélia Gomes Neves, Alberto Júnior Ihv Kuhj Gavião, Vanubia Sampaio dos Santos
O ingresso das sociedades indígenas na cultura escrita constitui o objeto deste estudo no âmbito da Educação Intercultural. O artigo analisa as concepções de alfabetização da docência indígena evidenciadas em cadernos escolares de crianças de uma escola da Amazônia. O estudo de caráter qualitativo adotou como fonte de dados a pesquisa documental. Os resultados apontam que no trabalho de alfabetização há atividades significativas com orientações construtivistas e algumas empiristas. Embora a história da aquisição da leitura e escrita na etnia Gavião Ikolen tenha ocorrido por meio da atuação missionária e suas cartilhas, atualmente é realizada por docentes indígenas que utilizam materiais diferenciados que sugerem processos próprios de ensinar/aprender com aproximações construtivistas.
{"title":"ALFABETIZAÇÃO INTERCULTURAL NA ESCOLA GAVIÃO IKOLEN","authors":"Josélia Gomes Neves, Alberto Júnior Ihv Kuhj Gavião, Vanubia Sampaio dos Santos","doi":"10.47249/rba2021501","DOIUrl":"https://doi.org/10.47249/rba2021501","url":null,"abstract":"O ingresso das sociedades indígenas na cultura escrita constitui o objeto deste estudo no âmbito da Educação Intercultural. O artigo analisa as concepções de alfabetização da docência indígena evidenciadas em cadernos escolares de crianças de uma escola da Amazônia. O estudo de caráter qualitativo adotou como fonte de dados a pesquisa documental. Os resultados apontam que no trabalho de alfabetização há atividades significativas com orientações construtivistas e algumas empiristas. Embora a história da aquisição da leitura e escrita na etnia Gavião Ikolen tenha ocorrido por meio da atuação missionária e suas cartilhas, atualmente é realizada por docentes indígenas que utilizam materiais diferenciados que sugerem processos próprios de ensinar/aprender com aproximações construtivistas.","PeriodicalId":137180,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Alfabetização","volume":"69 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125228490","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo analisa os discursos adotados pela Política Nacional de Alfabetização (PNA), instituída pelo Decreto n° 9765 de 11 de abril de 2019. Para isso, realizou-se um estudo documental do Caderno da Política Nacional de Alfabetização seguindo a perspectiva teórica dos Estudos Culturais. O objetivo deste estudo é entender quais são os discursos na Política Nacional de Alfabetização e como são representados. Tomando como referência o artefato acima citado constata-se que através dos discursos: estatístico, normativo, da ciência e da psicologia cognitiva, os especialistas responsáveis pela elaboração da PNA procuram dar visibilidade a uma verdade científica buscando apagar conceitos muito difundidos nas pesquisas de alfabetização produzidas em nosso país e ainda retomar abordagens já refutadas. Nota-se ainda a busca pela homogeneização do ensino, por meio de um discurso científico, como mecanismo para alcançar o tão esperado sucesso na alfabetização das crianças passa pela legitimação da instrução fônica.
{"title":"OS DISCURSOS DA POLÍTICA NACIONAL DE ALFABETIZAÇÃO E SUAS REPRESENTAÇÕES","authors":"L. Teixeira, Thais Meirelles Rodrigues Da Silva","doi":"10.47249/rba2021507","DOIUrl":"https://doi.org/10.47249/rba2021507","url":null,"abstract":"Este artigo analisa os discursos adotados pela Política Nacional de Alfabetização (PNA), instituída pelo Decreto n° 9765 de 11 de abril de 2019. Para isso, realizou-se um estudo documental do Caderno da Política Nacional de Alfabetização seguindo a perspectiva teórica dos Estudos Culturais. O objetivo deste estudo é entender quais são os discursos na Política Nacional de Alfabetização e como são representados. Tomando como referência o artefato acima citado constata-se que através dos discursos: estatístico, normativo, da ciência e da psicologia cognitiva, os especialistas responsáveis pela elaboração da PNA procuram dar visibilidade a uma verdade científica buscando apagar conceitos muito difundidos nas pesquisas de alfabetização produzidas em nosso país e ainda retomar abordagens já refutadas. Nota-se ainda a busca pela homogeneização do ensino, por meio de um discurso científico, como mecanismo para alcançar o tão esperado sucesso na alfabetização das crianças passa pela legitimação da instrução fônica.","PeriodicalId":137180,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Alfabetização","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125391742","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Neste artigo, apresento uma análise de aplicativos voltados para apoiar o processo de alfabetização, os quais foram citados por 84 respondentes de questionário endereçado a pais, mães e responsáveis por crianças que frequentavam o 1o ano do Ensino Fundamental, em duas escolas particulares de Salvador, no ano de 2019. O texto traz dados quantitativos e qualitativos, com enfoque maior nestes últimos, tendo como objetivo analisar as concepções de alfabetização que subjazem à oferta desses produtos, bem como refletir sobre a relação entre jogos digitais e práticas de linguagem na contemporaneidade. Como resultado, identifiquei uma prevalência de concepções de alfabetização centradas em modelos sintéticos, com ênfase na relação fonema-grafema, e um processo de gamificação que coloca a língua como um objeto de aprendizagem afastado dos seus contextos de uso, predominando o uso de mecânicas de jogo que não articulam de forma significativa as reflexões sobre o sistema alfabético com a jogabilidade.
{"title":"APLICATIVOS PARA ALFABETIZAÇÃO","authors":"Giselly Lima de Moraes","doi":"10.47249/rba2021503","DOIUrl":"https://doi.org/10.47249/rba2021503","url":null,"abstract":"Neste artigo, apresento uma análise de aplicativos voltados para apoiar o processo de alfabetização, os quais foram citados por 84 respondentes de questionário endereçado a pais, mães e responsáveis por crianças que frequentavam o 1o ano do Ensino Fundamental, em duas escolas particulares de Salvador, no ano de 2019. O texto traz dados quantitativos e qualitativos, com enfoque maior nestes últimos, tendo como objetivo analisar as concepções de alfabetização que subjazem à oferta desses produtos, bem como refletir sobre a relação entre jogos digitais e práticas de linguagem na contemporaneidade. Como resultado, identifiquei uma prevalência de concepções de alfabetização centradas em modelos sintéticos, com ênfase na relação fonema-grafema, e um processo de gamificação que coloca a língua como um objeto de aprendizagem afastado dos seus contextos de uso, predominando o uso de mecânicas de jogo que não articulam de forma significativa as reflexões sobre o sistema alfabético com a jogabilidade.\u0000 \u0000 ","PeriodicalId":137180,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Alfabetização","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129701302","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Para o desenvolvimento do presente artigo, partiu-se de uma investigação de natureza qualitativa por meio de uma revisão bibliográfica, construindo reflexões sobre as concepções de língua(gem) desenvolvidas historicamente, desde a “língua(gem) como a representação do pensamento”, perpassando pela “língua(gem) como instrumento de comunicação” à concepção de língua(gem), como processo de interação (atividade discursiva)”. Elas têm o objetivo de identificar aspectos educativos e políticos que influenciaram a educação de surdos. A língua(gem) como expressão do pensamento, desde a tradição grega até o século XX, não favoreceu o reconhecimento da língua de sinais, desenvolvendo uma educação oralista, pensava-se que o surdo necessitava de oralidade para que seu pensamento não fosse deficiente. A concepção de língua(gem) como instrumento de comunicação (elaborada por Saussure, 1916), que desconsiderou a língua de sinais, porque não estabelecia um padrão, fortaleceu o ensino de Português para surdos como um código linguístico, porém, com o desenvolvimento da estrutura linguística da Libras (código) e das pesquisas na área de neurolinguística sobre a língua de sinais, fortaleceu o reconhecimento linguístico da Libras. Logo, a concepção de língua(gem) como processo de interação, com bases em estudos psicológicos (Vygotsky) e linguísticos (Bakhtin), contribuíram para o fortalecimento social e cultural dos surdos e para a implementação da política educacional bilíngue.
{"title":"EFEITOS HISTÓRICOS NA EDUCAÇÃO DE SURDOS NO BRASIL","authors":"R. Rocha, D. M. Silva","doi":"10.47249/rba2021515","DOIUrl":"https://doi.org/10.47249/rba2021515","url":null,"abstract":"Para o desenvolvimento do presente artigo, partiu-se de uma investigação de natureza qualitativa por meio de uma revisão bibliográfica, construindo reflexões sobre as concepções de língua(gem) desenvolvidas historicamente, desde a “língua(gem) como a representação do pensamento”, perpassando pela “língua(gem) como instrumento de comunicação” à concepção de língua(gem), como processo de interação (atividade discursiva)”. Elas têm o objetivo de identificar aspectos educativos e políticos que influenciaram a educação de surdos. A língua(gem) como expressão do pensamento, desde a tradição grega até o século XX, não favoreceu o reconhecimento da língua de sinais, desenvolvendo uma educação oralista, pensava-se que o surdo necessitava de oralidade para que seu pensamento não fosse deficiente. A concepção de língua(gem) como instrumento de comunicação (elaborada por Saussure, 1916), que desconsiderou a língua de sinais, porque não estabelecia um padrão, fortaleceu o ensino de Português para surdos como um código linguístico, porém, com o desenvolvimento da estrutura linguística da Libras (código) e das pesquisas na área de neurolinguística sobre a língua de sinais, fortaleceu o reconhecimento linguístico da Libras. Logo, a concepção de língua(gem) como processo de interação, com bases em estudos psicológicos (Vygotsky) e linguísticos (Bakhtin), contribuíram para o fortalecimento social e cultural dos surdos e para a implementação da política educacional bilíngue.","PeriodicalId":137180,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Alfabetização","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"132517593","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O artigo apresenta resultados de uma pesquisa desenvolvida com crianças do segundo ano do Ensino Fundamental, em uma escola pública municipal do Rio de Janeiro, durante o ano de 2019, tendo por objetivo geral evidenciar, nos textos escritos por crianças, indícios que caracterizam marcas de um estilo de escrita relacionadas à autoria infantil. A análise dos discursos escritos dos sujeitos participantes se fundamentou na teoria da enunciação de Bakhtin, adotando como fundamentação teórico-metodológica para a investigação uma articulação entre as dimensões discursiva e indiciária. Os resultados nos encaminham a afirmar que as crianças, desde o início do processo de alfabetização, trabalham com a linguagem, operando com diferentes recursos linguísticos e expressivos, que revelam marcas singulares, já apontando para um estilo próprio de escrita.
{"title":"O TEXTO ESCRITO COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE E DO ESTILO DE ESCRITA NA FASE INICIAL DA ALFABETIZAÇÃO","authors":"Iara Maravalha Freire","doi":"10.47249/rba2021516","DOIUrl":"https://doi.org/10.47249/rba2021516","url":null,"abstract":"O artigo apresenta resultados de uma pesquisa desenvolvida com crianças do segundo ano do Ensino Fundamental, em uma escola pública municipal do Rio de Janeiro, durante o ano de 2019, tendo por objetivo geral evidenciar, nos textos escritos por crianças, indícios que caracterizam marcas de um estilo de escrita relacionadas à autoria infantil. A análise dos discursos escritos dos sujeitos participantes se fundamentou na teoria da enunciação de Bakhtin, adotando como fundamentação teórico-metodológica para a investigação uma articulação entre as dimensões discursiva e indiciária. Os resultados nos encaminham a afirmar que as crianças, desde o início do processo de alfabetização, trabalham com a linguagem, operando com diferentes recursos linguísticos e expressivos, que revelam marcas singulares, já apontando para um estilo próprio de escrita.","PeriodicalId":137180,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Alfabetização","volume":"32 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124172265","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}