Pub Date : 2022-08-21DOI: 10.18542/ethnoscientia.v7i3.12075
Jeferson de Menezes Souza, André Santos Landim, Felipe Silva Ferreira
As interações do homem com a fauna são influenciadas por fatores ecológicos, sociais e culturais que ditam a magnitude da pressão exercida sobre os recursos faunísticos. Nesse ponto, variáveis utilitárias como a preferência pelo sabor, abundância da espécie, tamanho corporal e variáveis subjetivas como a satisfação, crença, folclore, mitos e tabus alimentares estão diretamente ligadas aos sistemas de caça. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo copilar o estado da arte atual relacionado à caça e fatores que influenciam os padrões de uso da fauna. Foram selecionados 61 trabalhos (1 tese, 1 dissertação, 1 livro, 2 capítulos de livro e 56 artigos), para levantamento das informações acerca da caça tradicional, que tem como objetivo garantir a subsistência e obter produtos de origem animal para diversas finalidades. É registrado que animais são usados em mais de uma categoria de uso, sendo utilizados na alimentação, tratamento, empregados em rituais religiosos, mágicos; na produção de ornamentos, amuletos, servem como animais de estimação e são comercializados. Percebe-se que a produção científica acerca dos sistemas de caça é vasta e contribui de forma significativa para compreender a pressão que cada espécie sofre, como também propor padrões de caça gerais que possam contribuir na formulação de políticas públicas de conservação da fauna. No entanto, é possível constatar lacunas que demandam mais estudos, sendo necessário desenvolver trabalhos para analisar a influência do folclore, mitos e crenças nas interações do ser humano com a fauna.
{"title":"A CAÇA E FATORES QUE INFLUENCIAM O USO DE ESPÉCIES CINEGÉTICAS: UMA REVISÃO","authors":"Jeferson de Menezes Souza, André Santos Landim, Felipe Silva Ferreira","doi":"10.18542/ethnoscientia.v7i3.12075","DOIUrl":"https://doi.org/10.18542/ethnoscientia.v7i3.12075","url":null,"abstract":"As interações do homem com a fauna são influenciadas por fatores ecológicos, sociais e culturais que ditam a magnitude da pressão exercida sobre os recursos faunísticos. Nesse ponto, variáveis utilitárias como a preferência pelo sabor, abundância da espécie, tamanho corporal e variáveis subjetivas como a satisfação, crença, folclore, mitos e tabus alimentares estão diretamente ligadas aos sistemas de caça. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo copilar o estado da arte atual relacionado à caça e fatores que influenciam os padrões de uso da fauna. Foram selecionados 61 trabalhos (1 tese, 1 dissertação, 1 livro, 2 capítulos de livro e 56 artigos), para levantamento das informações acerca da caça tradicional, que tem como objetivo garantir a subsistência e obter produtos de origem animal para diversas finalidades. É registrado que animais são usados em mais de uma categoria de uso, sendo utilizados na alimentação, tratamento, empregados em rituais religiosos, mágicos; na produção de ornamentos, amuletos, servem como animais de estimação e são comercializados. Percebe-se que a produção científica acerca dos sistemas de caça é vasta e contribui de forma significativa para compreender a pressão que cada espécie sofre, como também propor padrões de caça gerais que possam contribuir na formulação de políticas públicas de conservação da fauna. No entanto, é possível constatar lacunas que demandam mais estudos, sendo necessário desenvolver trabalhos para analisar a influência do folclore, mitos e crenças nas interações do ser humano com a fauna.","PeriodicalId":154983,"journal":{"name":"Ethnoscientia - Brazilian Journal of Ethnobiology and Ethnoecology","volume":"34 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"114910186","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-29DOI: 10.18542/ethnoscientia.v7i3.11736
Bibiana Vilá, J. Baldo, Verónica Rojo, R. Julian, Brenda I. Oxman, Yanina Arzamendia
{"title":"MIRADAS ETNOBIOLÓGICAS EN LA PUNA DE ARGENTINA","authors":"Bibiana Vilá, J. Baldo, Verónica Rojo, R. Julian, Brenda I. Oxman, Yanina Arzamendia","doi":"10.18542/ethnoscientia.v7i3.11736","DOIUrl":"https://doi.org/10.18542/ethnoscientia.v7i3.11736","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":154983,"journal":{"name":"Ethnoscientia - Brazilian Journal of Ethnobiology and Ethnoecology","volume":"62 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121466591","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-20DOI: 10.18542/ethnoscientia.v7i3.11813
M. A. Oliveira, A. P. V. Costa-Rodrigues, C. R. C. Doria, M. Messias
{"title":"THE INFLUENCE OF YOUTUBE OF CONSUMPTION OF Leptodactylus macrosternum IN THE STATE OF RONDÔNIA, SOUTHWERSTERN AMAZON","authors":"M. A. Oliveira, A. P. V. Costa-Rodrigues, C. R. C. Doria, M. Messias","doi":"10.18542/ethnoscientia.v7i3.11813","DOIUrl":"https://doi.org/10.18542/ethnoscientia.v7i3.11813","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":154983,"journal":{"name":"Ethnoscientia - Brazilian Journal of Ethnobiology and Ethnoecology","volume":"51 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122372174","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-12DOI: 10.18542/ethnoscientia.v7i2.12910
Carla Giovana Souza Rocha, Maria da Conceição de Azevedo Sousa, Mateus da Silva. Oliveira
O objetivo desse trabalho é representar as principais mudanças ocorridas nas atividades produtivas de agricultores familiares da microrregião de Altamira, Pará. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com sete famílias do Projeto de Assentamento Assurini, no município de Altamira, e em Pacajá, na comunidade São Sebastião. As famílias entrevistadas ocuparam os lotes em épocas distintas, três na década de 1980, duas nos anos de 1990 e uma em 2004. Foram destacadas as mudanças nas atividades econômicas principais, com a retirada do cultivo do arroz e inserção do gado bovino, do açaí plantado e do cacau, e com isso alteração no calendário pela diminuição de tempo de trabalho de trabalho dedicado às roças de anuais. A produção de farinha perdeu destaque, restrita ao consumo e com menor tempo de trabalho. As famílias que começaram a plantar açaí identificaram que houve mudança na época de sua colheita, estendida de junho a outubro. Em relação ao preparo de novas áreas para plantio, há mudança na escolha da época de queimada, passando de agosto/setembro para novembro no intuito de se controle melhor o fogo, dada a percepção do aumento do calor nos últimos anos e o aumento de casos de queimadas acidentais. As famílias optaram por sistemas de produção não diversificados e por produtos já consolidados no mercado regional, e as alterações nos calendários agrícolas estão relacionadas a mudanças nos tipos de atividades produtivas presentes, nas práticas de preparo e manejo das parcelas, e menor disponibilidade de força de trabalho familiar.
{"title":"MUDANÇAS NOS SISTEMAS PRODUTIVOS DE AGRICULTORES FAMILIARES NA MICRORREGIÃO DE ALTAMIRA, PARÁ","authors":"Carla Giovana Souza Rocha, Maria da Conceição de Azevedo Sousa, Mateus da Silva. Oliveira","doi":"10.18542/ethnoscientia.v7i2.12910","DOIUrl":"https://doi.org/10.18542/ethnoscientia.v7i2.12910","url":null,"abstract":"O objetivo desse trabalho é representar as principais mudanças ocorridas nas atividades produtivas de agricultores familiares da microrregião de Altamira, Pará. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com sete famílias do Projeto de Assentamento Assurini, no município de Altamira, e em Pacajá, na comunidade São Sebastião. As famílias entrevistadas ocuparam os lotes em épocas distintas, três na década de 1980, duas nos anos de 1990 e uma em 2004. Foram destacadas as mudanças nas atividades econômicas principais, com a retirada do cultivo do arroz e inserção do gado bovino, do açaí plantado e do cacau, e com isso alteração no calendário pela diminuição de tempo de trabalho de trabalho dedicado às roças de anuais. A produção de farinha perdeu destaque, restrita ao consumo e com menor tempo de trabalho. As famílias que começaram a plantar açaí identificaram que houve mudança na época de sua colheita, estendida de junho a outubro. Em relação ao preparo de novas áreas para plantio, há mudança na escolha da época de queimada, passando de agosto/setembro para novembro no intuito de se controle melhor o fogo, dada a percepção do aumento do calor nos últimos anos e o aumento de casos de queimadas acidentais. As famílias optaram por sistemas de produção não diversificados e por produtos já consolidados no mercado regional, e as alterações nos calendários agrícolas estão relacionadas a mudanças nos tipos de atividades produtivas presentes, nas práticas de preparo e manejo das parcelas, e menor disponibilidade de força de trabalho familiar.","PeriodicalId":154983,"journal":{"name":"Ethnoscientia - Brazilian Journal of Ethnobiology and Ethnoecology","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125901503","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-01DOI: 10.18542/ethnoscientia.v7i2.12749
I. Lopes, Laura Jane Gisloti
O presente artigo apresenta os saberes tradicionais e as práticas culturais associadas à atividade da caça desenvolvida pelo povo Kaiowá da aldeia Pirakua, município de Bela Vista, Mato Grosso do Sul. O texto se desenvolve a partir de uma perspectiva etnográfica e a metodologia de pesquisa se pautou na participação observante, aliada à técnica de entrevistas abertas, onde foram registrados aspectos relativos às práticas de caça, as cosmologias, os rituais e o processo de formação dos caçadores, a partir dos princípios da cultura Kaiowá. A caça representa papel vital na soberania e segurança alimentar das famílias indígenas, sendo o kurei (cateto) (Dicotyles tajacu) o animal mais comum de caça e a carne de mborevi (anta) (Tapirus terrestris) a favorita, tanto para a alimentação no dia-a-dia como para as festas e rituais. É importante considerar que a caça representa um universo que envolve questões de ordem material e simbólica, de forma que processos de recepção e compartilhamento de conhecimento ocorrem entre as gerações, sendo de fundamental importância na cultura e na vida do povo Kaiowá.
{"title":"A CAÇA E OS CAÇADORES KAIOWÁ DA ALDEIA PIRAKUA: UMA REFLEXÃO NA PERSPECTIVA DA ETNOBIOLOGIA","authors":"I. Lopes, Laura Jane Gisloti","doi":"10.18542/ethnoscientia.v7i2.12749","DOIUrl":"https://doi.org/10.18542/ethnoscientia.v7i2.12749","url":null,"abstract":"O presente artigo apresenta os saberes tradicionais e as práticas culturais associadas à atividade da caça desenvolvida pelo povo Kaiowá da aldeia Pirakua, município de Bela Vista, Mato Grosso do Sul. O texto se desenvolve a partir de uma perspectiva etnográfica e a metodologia de pesquisa se pautou na participação observante, aliada à técnica de entrevistas abertas, onde foram registrados aspectos relativos às práticas de caça, as cosmologias, os rituais e o processo de formação dos caçadores, a partir dos princípios da cultura Kaiowá. A caça representa papel vital na soberania e segurança alimentar das famílias indígenas, sendo o kurei (cateto) (Dicotyles tajacu) o animal mais comum de caça e a carne de mborevi (anta) (Tapirus terrestris) a favorita, tanto para a alimentação no dia-a-dia como para as festas e rituais. É importante considerar que a caça representa um universo que envolve questões de ordem material e simbólica, de forma que processos de recepção e compartilhamento de conhecimento ocorrem entre as gerações, sendo de fundamental importância na cultura e na vida do povo Kaiowá.","PeriodicalId":154983,"journal":{"name":"Ethnoscientia - Brazilian Journal of Ethnobiology and Ethnoecology","volume":"1192 ","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"113988299","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-23DOI: 10.18542/ethnoscientia.v7i1.12064
Larissa Trierveiler-Pereira, Amanda Prado-Elias
Oswaldo Fidalgo é um micólogo brasileiro que iniciou seus estudos com fungos de forma autônoma nos anos 1950. Fidalgo contribuiu de forma significativa para a história da micologia no país, realizando estudos em herbários nacionais e estrangeiros, além de participar ativamente da formação de uma nova geração de micólogos. Em 1965, Fidalgo publicou um estudo compilando informações etnomicológicas sobre diferentes grupos indígenas brasileiros, sendo que este trabalho representa um divisor de águas na história da etnomicologia no país. Na década de 1970, Fidalgo trabalhou com o botânico britânico Ghillean Prance, e juntos investigaram os fungos utilizados na dieta dos Yanomami. Com o intuito de resgatar informações sobre a carreira acadêmica de Fidalgo e os primórdios dos estudos etnomicológicos no país, realizamos entrevistas com Fidalgo e Prance. Os dados apresentados neste artigo são resultados dessas entrevistas e demais investigações em literatura.
{"title":"OSWALDO FIDALGO, PIONEIRO DA ETNOMICOLOGIA NO BRASIL","authors":"Larissa Trierveiler-Pereira, Amanda Prado-Elias","doi":"10.18542/ethnoscientia.v7i1.12064","DOIUrl":"https://doi.org/10.18542/ethnoscientia.v7i1.12064","url":null,"abstract":"Oswaldo Fidalgo é um micólogo brasileiro que iniciou seus estudos com fungos de forma autônoma nos anos 1950. Fidalgo contribuiu de forma significativa para a história da micologia no país, realizando estudos em herbários nacionais e estrangeiros, além de participar ativamente da formação de uma nova geração de micólogos. Em 1965, Fidalgo publicou um estudo compilando informações etnomicológicas sobre diferentes grupos indígenas brasileiros, sendo que este trabalho representa um divisor de águas na história da etnomicologia no país. Na década de 1970, Fidalgo trabalhou com o botânico britânico Ghillean Prance, e juntos investigaram os fungos utilizados na dieta dos Yanomami. Com o intuito de resgatar informações sobre a carreira acadêmica de Fidalgo e os primórdios dos estudos etnomicológicos no país, realizamos entrevistas com Fidalgo e Prance. Os dados apresentados neste artigo são resultados dessas entrevistas e demais investigações em literatura.","PeriodicalId":154983,"journal":{"name":"Ethnoscientia - Brazilian Journal of Ethnobiology and Ethnoecology","volume":"46 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"128431720","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-05-24DOI: 10.18542/ethnoscientia.v7i2.12139
F. D. O. Silva, Paulo Roberto Lopes
O estado do Pará possui um rico patrimônio cultural caracterizado pela pluralidade de manifestações. Em meio a esse acervo estão os saberes de mestres carpinteiros navais do município de Vigia, cujo ofício é a fabricação artesanal dos barcos usados cotidianamente pela população como principal meio de transporte de mercadorias e pessoas. Em Vigia ainda existe um número expressivo de estaleiros artesanais em funcionamento, sendo por isso um local onde fontes para pesquisas voltadas à cultura material e imaterial, que envolvem a atividade da carpintaria, também são amplas. O levantamento bibliográfico, documental e o trabalho de campo demonstram, através das narrativas dos mestres entrevistados, que as transformações econômicas e a penetração tecnológica têm impactado os dois estaleiros navais artesanais onde a pesquisa foi realizada. Através de suas falas, os mestres contam suas histórias de vida, falam do aprendizado da carpintaria, expressando também suas preocupações e expectativas em relação ao futuro dos estaleiros artesanais onde trabalham.
{"title":"SABERES DE MESTRES CARPINTEIROS NAVAIS DE VIGIA, NO PARÁ: PATRIMÔNIO CULTURAL AMEAÇADO","authors":"F. D. O. Silva, Paulo Roberto Lopes","doi":"10.18542/ethnoscientia.v7i2.12139","DOIUrl":"https://doi.org/10.18542/ethnoscientia.v7i2.12139","url":null,"abstract":"O estado do Pará possui um rico patrimônio cultural caracterizado pela pluralidade de manifestações. Em meio a esse acervo estão os saberes de mestres carpinteiros navais do município de Vigia, cujo ofício é a fabricação artesanal dos barcos usados cotidianamente pela população como principal meio de transporte de mercadorias e pessoas. Em Vigia ainda existe um número expressivo de estaleiros artesanais em funcionamento, sendo por isso um local onde fontes para pesquisas voltadas à cultura material e imaterial, que envolvem a atividade da carpintaria, também são amplas. O levantamento bibliográfico, documental e o trabalho de campo demonstram, através das narrativas dos mestres entrevistados, que as transformações econômicas e a penetração tecnológica têm impactado os dois estaleiros navais artesanais onde a pesquisa foi realizada. Através de suas falas, os mestres contam suas histórias de vida, falam do aprendizado da carpintaria, expressando também suas preocupações e expectativas em relação ao futuro dos estaleiros artesanais onde trabalham.","PeriodicalId":154983,"journal":{"name":"Ethnoscientia - Brazilian Journal of Ethnobiology and Ethnoecology","volume":"32 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"130395443","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-05-23DOI: 10.18542/ethnoscientia.v7i1.12187
L. Trierveiler-Pereira
{"title":"BOOK REVIEW: “MÉTODOS EN ETNOMICOLOGÍA”","authors":"L. Trierveiler-Pereira","doi":"10.18542/ethnoscientia.v7i1.12187","DOIUrl":"https://doi.org/10.18542/ethnoscientia.v7i1.12187","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":154983,"journal":{"name":"Ethnoscientia - Brazilian Journal of Ethnobiology and Ethnoecology","volume":"29 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"117273583","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-05-20DOI: 10.18542/ethnoscientia.v7i2.12227
C. Oliveira, Ana Paula Glinfskoi Thé
A etnobiologia é uma área interdisciplinar que estuda as práticas e os efeitos da relação do ser humano com o meio em que está inserido. Dessa forma, há um rol de estudos nos campos físico, biológico, metafísico e cultural, permitindo a valorização socioecossistêmica das sociedades. A etnobiologia pode permitir, por meio do diálogo entre academia e sociedade, o reconhecimento dos saberes locais e tradicionais e sua valorização para pensar a realidade além do que é considerado valioso pela modernidade. Além disso, a Etnobiologia carrega um potencial integrador de Ensino, Pesquisa e Extensão-EPE, capaz também de relacionar Ciência, Tecnologia, Sociedade e Meio Ambiente-CTSA. Nosso objetivo é investigar a perspectiva de acadêmicos na identificação e caracterização da Etnobiologia nas discussões das aulas da disciplina "Desenvolvimento e Meio Ambiente" do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social da Unimontes/MG. Usamos o formulário do Google para fazer perguntas aos alunos de mestrado e doutorado do programa. Eles foram questionados sobre seus interesses profissionais e suas aspirações na docência, seja na Educação Básica ou no Ensino Superior. Os acadêmicos mostraram que reconhecem a Etnobiologia superficialmente, sem compreender seu significado e área específica de atuação, mas abordaram questões ambientais que, em nossa análise, atravessam o eixo epistemológico da Etnobiologia. Por fim, a maioria dos entrevistados tem interesse em ensinar de alguma forma. Portanto, pode-se considerar que a Etnobiologia desempenha um papel importante no meio acadêmico e na sociedade, mas precisa ser melhor evidenciada e trabalhada, pois os alunos que se propõem a fazer relações com o tema e ensinar não se sentem confiantes em seus conhecimentos. Da mesma forma, indica que, em espaços interdisciplinares, há a possibilidade de enfatizar a relação do ser humano com o meio ambiente e a forma como estudamos essas interações.
{"title":"ETNOBIOLOGIA DIANTE UM OLHAR INTERDISCIPLINAR NA FORMAÇÃO CONTINUADA","authors":"C. Oliveira, Ana Paula Glinfskoi Thé","doi":"10.18542/ethnoscientia.v7i2.12227","DOIUrl":"https://doi.org/10.18542/ethnoscientia.v7i2.12227","url":null,"abstract":"A etnobiologia é uma área interdisciplinar que estuda as práticas e os efeitos da relação do ser humano com o meio em que está inserido. Dessa forma, há um rol de estudos nos campos físico, biológico, metafísico e cultural, permitindo a valorização socioecossistêmica das sociedades. A etnobiologia pode permitir, por meio do diálogo entre academia e sociedade, o reconhecimento dos saberes locais e tradicionais e sua valorização para pensar a realidade além do que é considerado valioso pela modernidade. Além disso, a Etnobiologia carrega um potencial integrador de Ensino, Pesquisa e Extensão-EPE, capaz também de relacionar Ciência, Tecnologia, Sociedade e Meio Ambiente-CTSA. Nosso objetivo é investigar a perspectiva de acadêmicos na identificação e caracterização da Etnobiologia nas discussões das aulas da disciplina \"Desenvolvimento e Meio Ambiente\" do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social da Unimontes/MG. Usamos o formulário do Google para fazer perguntas aos alunos de mestrado e doutorado do programa. Eles foram questionados sobre seus interesses profissionais e suas aspirações na docência, seja na Educação Básica ou no Ensino Superior. Os acadêmicos mostraram que reconhecem a Etnobiologia superficialmente, sem compreender seu significado e área específica de atuação, mas abordaram questões ambientais que, em nossa análise, atravessam o eixo epistemológico da Etnobiologia. Por fim, a maioria dos entrevistados tem interesse em ensinar de alguma forma. Portanto, pode-se considerar que a Etnobiologia desempenha um papel importante no meio acadêmico e na sociedade, mas precisa ser melhor evidenciada e trabalhada, pois os alunos que se propõem a fazer relações com o tema e ensinar não se sentem confiantes em seus conhecimentos. Da mesma forma, indica que, em espaços interdisciplinares, há a possibilidade de enfatizar a relação do ser humano com o meio ambiente e a forma como estudamos essas interações.","PeriodicalId":154983,"journal":{"name":"Ethnoscientia - Brazilian Journal of Ethnobiology and Ethnoecology","volume":"82 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115049903","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-05-17DOI: 10.18542/ethnoscientia.v7i1.11046
M. S. Pilnik, Clara de Carvalho Machado, Luana Fowler, Bianca Minink Villa, Ricardo Gomes Ribeiro, L. Ming
A Reserva Extrativista Chico Mendes (RESEX CM) surgiu em contraponto ao modelo de desenvolvimento agropecuário idealizado para a Amazônia na década de 1960. Possui como fundamento as reivindicações de populações extrativistas, cujo cerne é o uso e manejo adequado dos recursos naturais associado à geração de renda e à garantia de permanência nos territórios. Contudo, devido à falta de investimentos e infraestrutura para o escoamento e comercialização dos produtos da biodiversidade, moradores da RESEX implementaram a pecuária em parte das áreas produtivas. Além de gerar impactos negativos à paisagem florestal, esta atividade não condiz, a médio e longo prazo, com o modo de vida extrativista. Diante desta contradição, nosso estudo dedica-se a registrar como moradores de uma das comunidades da RESEX interpretam o cenário atual e quais as possíveis estratégias de inovação. O estudo foi desenvolvido por meio das metodologias participativas FOFA, “rio da vida” e mapa mental. Constatamos as transformações históricas, econômicas, socioculturais e ambientais que vêm ocorrendo desde o período da borracha (final do século XIX) até o momento. Quanto aos desafios enfrentados pela comunidade, destacamos a luta de alguns núcleos familiares contra a implementação da pecuária extensiva e consequente desmatamento exacerbado, assim como conflitos relacionados a retirada clandestina de madeira e caça ilegal por invasores. Já no que se refere às perspectivas dos comunitários participantes, observamos o interesse por uma organização socioeconômica estruturada, a partir de ferramentas como associativismo e cooperativismo. Junto aos comunitários, detectamos a importância do selo de identificação geográfica e do fortalecimento de cadeias de valor já existentes, como também a necessidade de fomentar novas oportunidades de renda através de produtos regionais agroecológicos e produtos florestais não-madeireiros.
{"title":"CONSERVAÇÃO DA SOCIOBIODIVERSIDADE NA RESEX CHICO MENDES, ACRE: DESAFIOS E PERSPECTIVAS","authors":"M. S. Pilnik, Clara de Carvalho Machado, Luana Fowler, Bianca Minink Villa, Ricardo Gomes Ribeiro, L. Ming","doi":"10.18542/ethnoscientia.v7i1.11046","DOIUrl":"https://doi.org/10.18542/ethnoscientia.v7i1.11046","url":null,"abstract":"A Reserva Extrativista Chico Mendes (RESEX CM) surgiu em contraponto ao modelo de desenvolvimento agropecuário idealizado para a Amazônia na década de 1960. Possui como fundamento as reivindicações de populações extrativistas, cujo cerne é o uso e manejo adequado dos recursos naturais associado à geração de renda e à garantia de permanência nos territórios. Contudo, devido à falta de investimentos e infraestrutura para o escoamento e comercialização dos produtos da biodiversidade, moradores da RESEX implementaram a pecuária em parte das áreas produtivas. Além de gerar impactos negativos à paisagem florestal, esta atividade não condiz, a médio e longo prazo, com o modo de vida extrativista. Diante desta contradição, nosso estudo dedica-se a registrar como moradores de uma das comunidades da RESEX interpretam o cenário atual e quais as possíveis estratégias de inovação. O estudo foi desenvolvido por meio das metodologias participativas FOFA, “rio da vida” e mapa mental. Constatamos as transformações históricas, econômicas, socioculturais e ambientais que vêm ocorrendo desde o período da borracha (final do século XIX) até o momento. Quanto aos desafios enfrentados pela comunidade, destacamos a luta de alguns núcleos familiares contra a implementação da pecuária extensiva e consequente desmatamento exacerbado, assim como conflitos relacionados a retirada clandestina de madeira e caça ilegal por invasores. Já no que se refere às perspectivas dos comunitários participantes, observamos o interesse por uma organização socioeconômica estruturada, a partir de ferramentas como associativismo e cooperativismo. Junto aos comunitários, detectamos a importância do selo de identificação geográfica e do fortalecimento de cadeias de valor já existentes, como também a necessidade de fomentar novas oportunidades de renda através de produtos regionais agroecológicos e produtos florestais não-madeireiros.","PeriodicalId":154983,"journal":{"name":"Ethnoscientia - Brazilian Journal of Ethnobiology and Ethnoecology","volume":"13 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"134464907","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}