Pub Date : 2023-10-19DOI: 10.20396/proa.v13i00.18392
Tayná Almeida
Feito Déjà Vu nasceu da experiência de pesquisa na cena contemporânea de Maceió, Alagoas. Movida pelo reconhecimento de assimetrias de gênero no campo da fotografia — categoria na qual estou inserida enquanto fotógrafa —, investiguei como as autorrepresentações de mulheres produzem fraturas na fotografia masculinista dominante. Caracterizada por operar em detrimento das mulheres fotógrafas e das mulheres fotografadas, a fotografia dominante além de promover a invisibilização feminina em campo de atuação artística e profissional, historicamente retrata o gênero sob o viés da objetificação sexual, estereótipo interseccionado às relações racistas e classistas. Na contramão desse pensamento, o ensaio emergiu do gesto artístico de aprender na prática com fotógrafas, parceiras de pesquisa, a como recriar imaginários e visualidades, ou seja, a como me autorrepresentar a partir de uma conscientização da prática fotográfica. Mais especialmente, através de uma experiência com afeto e educação em campo, o ensaio é um retrato do sentimento nostálgico que é ver, sob perspectiva da vida adulta, a infância de minha prima Alicia, tão semelhante a mim. Uma tentativa de me retratar em meus próprios termos, de retratar minha memória afetiva: a pesca, o pé na terra, o rastro no céu, o sítio, a carta de amor... Como num sonho, entrelaçando nossas vidas e os acervos imagéticos de nossas infâncias — sendo o dela fruto de meus registros —, evoco a experiência de ver a criança crescendo nela, ao passo em que morre em mim. Nesse sentido, como uma antropóloga-fotógrafa encarnada, esboço uma produção na qual as fronteiras entre racionalidade científica e emoção, sujeito e objeto, arte e ciência são postas em questão.
Feito Déjà Vu》诞生于对阿拉戈斯州马塞约当代场景的研究。在摄影领域(我作为一名摄影师也属于这一领域),我认识到了性别不对称的问题,受此触动,我研究了女性的自我表述是如何在占主导地位的男性主义摄影中产生裂痕的。主流摄影的特点是损害女性摄影师和被拍摄女性的利益,它不仅促进了女性在艺术和职业活动领域的隐形化,而且在历史上通过性物化的视角来描绘性别,这种刻板印象与种族主义和阶级主义关系交织在一起。与这种想法相反,这篇文章产生于与我的研究伙伴--女性摄影师一起在实践中学习如何再现想象和视觉的艺术姿态,换句话说,就是如何通过对摄影实践的认识来表现我自己。更具体地说,通过亲情体验和实地教育,这篇文章描绘了从成人生活的视角看到我的表妹艾丽西亚的童年的怀旧感,她与我是如此相似。试图以我的视角描绘我,描绘我的情感记忆:钓鱼、脚踏实地、天空中的足迹、农场、情书......就像在梦中,我们的生活和我们童年的意象交织在一起--她的童年是我的记录的结晶--我唤起了孩子在她身上成长的经历,而孩子在我身上死去。从这个意义上说,作为一名化身为人类学家的摄影师,我勾勒出一幅作品,在这幅作品中,科学理性与情感、主体与客体、艺术与科学之间的界限受到了质疑。
{"title":"Feito déjà vu","authors":"Tayná Almeida","doi":"10.20396/proa.v13i00.18392","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/proa.v13i00.18392","url":null,"abstract":"Feito Déjà Vu nasceu da experiência de pesquisa na cena contemporânea de Maceió, Alagoas. Movida pelo reconhecimento de assimetrias de gênero no campo da fotografia — categoria na qual estou inserida enquanto fotógrafa —, investiguei como as autorrepresentações de mulheres produzem fraturas na fotografia masculinista dominante. Caracterizada por operar em detrimento das mulheres fotógrafas e das mulheres fotografadas, a fotografia dominante além de promover a invisibilização feminina em campo de atuação artística e profissional, historicamente retrata o gênero sob o viés da objetificação sexual, estereótipo interseccionado às relações racistas e classistas. Na contramão desse pensamento, o ensaio emergiu do gesto artístico de aprender na prática com fotógrafas, parceiras de pesquisa, a como recriar imaginários e visualidades, ou seja, a como me autorrepresentar a partir de uma conscientização da prática fotográfica. Mais especialmente, através de uma experiência com afeto e educação em campo, o ensaio é um retrato do sentimento nostálgico que é ver, sob perspectiva da vida adulta, a infância de minha prima Alicia, tão semelhante a mim. Uma tentativa de me retratar em meus próprios termos, de retratar minha memória afetiva: a pesca, o pé na terra, o rastro no céu, o sítio, a carta de amor... Como num sonho, entrelaçando nossas vidas e os acervos imagéticos de nossas infâncias — sendo o dela fruto de meus registros —, evoco a experiência de ver a criança crescendo nela, ao passo em que morre em mim. Nesse sentido, como uma antropóloga-fotógrafa encarnada, esboço uma produção na qual as fronteiras entre racionalidade científica e emoção, sujeito e objeto, arte e ciência são postas em questão.","PeriodicalId":158674,"journal":{"name":"Proa: Revista de Antropologia e Arte","volume":"21 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139316733","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-22DOI: 10.20396/proa.v13i00.16718
Beatriz Silva Bogarim, G. Passamani
Este artigo faz parte de uma pesquisa maior que busca perceber modos de ocupação das ruas na cidade de Campo Grande - MS a partir de narrativas e experiências de artistas do lambe-lambe, grafite e teatro. Nesse sentido, por meio de uma pesquisa qualitativa com viés etnográfico, foram realizadas entrevistas online, em formato semiestruturado, e inserção no campo através das redes sociais dos interlocutores. A arte e as diferentes formas de ocupação nas ruas foram analisadas a partir das relações e das identificações desses sujeitos na e com a rua. Lançando mão da rua como diagnóstico fundamental da qualidade de vida urbana e característica de uma cidade. Em debate, as experimentações da arte nas diferentes modalidades que coexistem nas ruas de Campo Grande.
{"title":"“A rua é o lugar disso tudo”","authors":"Beatriz Silva Bogarim, G. Passamani","doi":"10.20396/proa.v13i00.16718","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/proa.v13i00.16718","url":null,"abstract":"Este artigo faz parte de uma pesquisa maior que busca perceber modos de ocupação das ruas na cidade de Campo Grande - MS a partir de narrativas e experiências de artistas do lambe-lambe, grafite e teatro. Nesse sentido, por meio de uma pesquisa qualitativa com viés etnográfico, foram realizadas entrevistas online, em formato semiestruturado, e inserção no campo através das redes sociais dos interlocutores. A arte e as diferentes formas de ocupação nas ruas foram analisadas a partir das relações e das identificações desses sujeitos na e com a rua. Lançando mão da rua como diagnóstico fundamental da qualidade de vida urbana e característica de uma cidade. Em debate, as experimentações da arte nas diferentes modalidades que coexistem nas ruas de Campo Grande.","PeriodicalId":158674,"journal":{"name":"Proa: Revista de Antropologia e Arte","volume":"2015 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"127789763","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-18DOI: 10.20396/proa.v12i00.17893
Inácio Saldanha, Jinx Vilhas, Júlia Vargas
A Proa: Revista de Antropologia e Arte foi criada em 2008 por estudantes do Departamento de Antropologia da Unicamp, a partir do GESTAA (Grupo de Estudos de Antropologia e Arte), iniciativa discente do mesmo ano (TRALDI et al., 2019). Seu primeiro número foi publicado em 2009 e, desde então, muita coisa tem mudado de forma constante e surpreendente. Mesmo com o fim do grupo original e o desligamento dos fundadores da revista, a Proa teve continuidade nas gerações seguintes de estudantes do departamento, com uma rotatividade característica dos periódicos discentes.
Proa: Revista de Antropologia e Arte于2008年由Unicamp人类学系的学生创建,来自GESTAA(人类学和艺术研究小组),同年的学生倡议(TRALDI et al., 2019)。它的第一期出版于2009年,从那时起,很多事情都在不断地、令人惊讶地发生变化。即使原来的小组结束了,杂志的创始人也被解散了,Proa在系里的下一代学生中延续了下来,学生期刊的轮换是典型的。
{"title":"Proa rumo a novos horizontes","authors":"Inácio Saldanha, Jinx Vilhas, Júlia Vargas","doi":"10.20396/proa.v12i00.17893","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/proa.v12i00.17893","url":null,"abstract":"A Proa: Revista de Antropologia e Arte foi criada em 2008 por estudantes do Departamento de Antropologia da Unicamp, a partir do GESTAA (Grupo de Estudos de Antropologia e Arte), iniciativa discente do mesmo ano (TRALDI et al., 2019). Seu primeiro número foi publicado em 2009 e, desde então, muita coisa tem mudado de forma constante e surpreendente. Mesmo com o fim do grupo original e o desligamento dos fundadores da revista, a Proa teve continuidade nas gerações seguintes de estudantes do departamento, com uma rotatividade característica dos periódicos discentes.","PeriodicalId":158674,"journal":{"name":"Proa: Revista de Antropologia e Arte","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121832231","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-02-27DOI: 10.20396/proa.v12i00.17587
L. Carvalho
Colher. Cortar. Raspar. Alisar. Tingir. Esperar. Bordar. Para ver e usar. Assim são as cuias, úteis e belas (PAZ, 1991), feitas para “infinitas, materiais e simbólicas coisas”, como frisou Mário de Andrade (1939, p. 2).
勺子。切。刮。总是。染了。等。刺绣。观看和使用。正如mario de Andrade (1939, p. 2)所强调的,cuias既有用又美丽(PAZ, 1991),是为“无限的、物质的和象征性的东西”而制作的。
{"title":"Cuidar em cuias, um ofício feminino","authors":"L. Carvalho","doi":"10.20396/proa.v12i00.17587","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/proa.v12i00.17587","url":null,"abstract":"Colher. Cortar. Raspar. Alisar. Tingir. Esperar. Bordar. Para ver e usar. Assim são as cuias, úteis e belas (PAZ, 1991), feitas para “infinitas, materiais e simbólicas coisas”, como frisou Mário de Andrade (1939, p. 2).","PeriodicalId":158674,"journal":{"name":"Proa: Revista de Antropologia e Arte","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129741406","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-02-26DOI: 10.20396/proa.v12i00.16717
R. Pereira, Isonete do Socorro Perna Pereira, E. Toutonge
O contexto rural-ribeirinho amazônico apresenta-se como um espaço de sociobiodiversidade e socioculturalidade em que homens e mulheres constroem suas culturas, modos de vidas e relações sociais, são, portanto, possuidores e transmissores de uma vasta experiência na utilização e conservação presente no/entre espaço/tempo da natureza, sobretudo, nos espaços dos rios e florestas, local onde essas populações vivem. Podemos dizer que constroem atrelada a cultura local, uma espécie de pedagogia relacional natureza, humanos e demais seres, esta embasada no ver, sentir, fazer.
{"title":"Crianças em um espaço rural-ribeirinho","authors":"R. Pereira, Isonete do Socorro Perna Pereira, E. Toutonge","doi":"10.20396/proa.v12i00.16717","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/proa.v12i00.16717","url":null,"abstract":"O contexto rural-ribeirinho amazônico apresenta-se como um espaço de sociobiodiversidade e socioculturalidade em que homens e mulheres constroem suas culturas, modos de vidas e relações sociais, são, portanto, possuidores e transmissores de uma vasta experiência na utilização e conservação presente no/entre espaço/tempo da natureza, sobretudo, nos espaços dos rios e florestas, local onde essas populações vivem. Podemos dizer que constroem atrelada a cultura local, uma espécie de pedagogia relacional natureza, humanos e demais seres, esta embasada no ver, sentir, fazer.","PeriodicalId":158674,"journal":{"name":"Proa: Revista de Antropologia e Arte","volume":"14 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"117122465","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-11DOI: 10.20396/proa.v9i1.16541
S. Figueroa
A análise ora apresentada trata de uma experiência de tradução ou transmutação intersemiótica de três pixos encontrados no bairro de Meireles, Fortaleza. É nessa passagem da forma que tem-se por objetivo rever conceitos de arte e obra de arte por meio de um diálogo entre autores da antropologia da arte, artistas e comunicadores. Trata-se de uma experiência que provoca repensar a apreensão estética que construímos dos objetos e as repercussões que isso pode significar na dinâmica social de uma cidade.
{"title":"Dos muros ao papel","authors":"S. Figueroa","doi":"10.20396/proa.v9i1.16541","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/proa.v9i1.16541","url":null,"abstract":"A análise ora apresentada trata de uma experiência de tradução ou transmutação intersemiótica de três pixos encontrados no bairro de Meireles, Fortaleza. É nessa passagem da forma que tem-se por objetivo rever conceitos de arte e obra de arte por meio de um diálogo entre autores da antropologia da arte, artistas e comunicadores. Trata-se de uma experiência que provoca repensar a apreensão estética que construímos dos objetos e as repercussões que isso pode significar na dinâmica social de uma cidade.","PeriodicalId":158674,"journal":{"name":"Proa: Revista de Antropologia e Arte","volume":"3 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123849524","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-11DOI: 10.20396/proa.v9i1.17332
Frederico Luiz Moreira
A prática de enfeitar as ruas para receber o sagrado manifesto remonta ao uso de oferendas ao divino e na representação do drama social. Os antigos tapetes eram ornamentações de cunho popular, realizadas como meio expressivo de crenças religiosas na Europa. Em períodos medievais tal prática contextualizava relações diretas entre a dádiva e a retribuição, estabelecendo influências no uso de calendários agrícolas para a manutenção e prática dessas tradições. Esse objeto (tapete) evidencia especificidades próprias da sociedade que o construiu. Prepara o caminho ao sagrado, contudo, numa via constituída por um meio efêmero, fugaz. Ele retrata de maneira primorosa o entendimento da comunidade sobre o rito, e por sua vez, sobre a festa. A partir de experiências antropológicas em campo foram observadas as feituras dos tapetes de serragens, que ornamentam a via da procissão na festa de Corpus Christi, em Sabará/MG.
{"title":"Na rua, o sentido da festa","authors":"Frederico Luiz Moreira","doi":"10.20396/proa.v9i1.17332","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/proa.v9i1.17332","url":null,"abstract":"A prática de enfeitar as ruas para receber o sagrado manifesto remonta ao uso de oferendas ao divino e na representação do drama social. Os antigos tapetes eram ornamentações de cunho popular, realizadas como meio expressivo de crenças religiosas na Europa. Em períodos medievais tal prática contextualizava relações diretas entre a dádiva e a retribuição, estabelecendo influências no uso de calendários agrícolas para a manutenção e prática dessas tradições. Esse objeto (tapete) evidencia especificidades próprias da sociedade que o construiu. Prepara o caminho ao sagrado, contudo, numa via constituída por um meio efêmero, fugaz. Ele retrata de maneira primorosa o entendimento da comunidade sobre o rito, e por sua vez, sobre a festa. A partir de experiências antropológicas em campo foram observadas as feituras dos tapetes de serragens, que ornamentam a via da procissão na festa de Corpus Christi, em Sabará/MG.","PeriodicalId":158674,"journal":{"name":"Proa: Revista de Antropologia e Arte","volume":"7 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115080362","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-11DOI: 10.20396/proa.v9i1.17278
Francisco Antonio Nunes Neto
O texto analisa como as Baianas se converteram em um poderoso ícone de nacionalidade brasileira. Para tanto, acionamos como principais referências as pistas encontradas em algumas pesquisas e alguns estudos, assim como as observadas em outros tipos de representações tais como os textos jornalísticos e as letras de músicas do cancioneiro popular nacionais. Neste sentido, este artigo apresenta em que contexto, em que medida e em quais sentidos as Baianas – mulheres negras egressas de Salvador e cidades do Recôncavo do estado da Bahia – desembarcam no Rio de Janeiro em meados do século XIX, então capital nacional, aí emergindo no imaginário coletivo como porta-vozes de uma ancestralidade que representa uma perspectiva de nacionalidade que anuncia, enuncia, integra e identifica socioculturalmente uma parcela significativa da população deste país. Presença marcante e inconfundível em algumas festas como o carnaval do Rio de Janeiro ou naquelas lidas como públicas e populares da Bahia como a de Santa Bárbara, a do Senhor do Bonfim e a de Yemanjá, as Baianas vetorizam e congregam tradição e modernidade em distintas temporalidades.
本文分析了巴伊亚人是如何成为巴西国籍的有力象征的。为此,我们将一些研究和研究中发现的线索作为主要参考,以及在其他类型的表现中观察到的线索,如新闻文本和国家流行歌曲的歌词。在这个意义上,本文介绍了在什么情况下,在多大程度上和感官的巴伊亚—黑人女性egressas Recôncavo萨尔瓦多和城市的巴伊亚州—只有在里约热内卢的19世纪中叶,意象的资本,在新兴国家集体就像一个祖先的的发言人宣布,国籍,代表一个视角整合并识别socioculturalmente这个国家人口的很大一部分。在一些节日中,如里约热内卢的狂欢节,或在那些被解读为公众和流行的巴伊亚,如圣巴巴拉,Senhor do Bonfim和yemanja,巴伊亚人在不同的时间矢量化和聚集传统和现代。
{"title":"A configuração de um ícone de nacionalidade","authors":"Francisco Antonio Nunes Neto","doi":"10.20396/proa.v9i1.17278","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/proa.v9i1.17278","url":null,"abstract":"O texto analisa como as Baianas se converteram em um poderoso ícone de nacionalidade brasileira. Para tanto, acionamos como principais referências as pistas encontradas em algumas pesquisas e alguns estudos, assim como as observadas em outros tipos de representações tais como os textos jornalísticos e as letras de músicas do cancioneiro popular nacionais. Neste sentido, este artigo apresenta em que contexto, em que medida e em quais sentidos as Baianas – mulheres negras egressas de Salvador e cidades do Recôncavo do estado da Bahia – desembarcam no Rio de Janeiro em meados do século XIX, então capital nacional, aí emergindo no imaginário coletivo como porta-vozes de uma ancestralidade que representa uma perspectiva de nacionalidade que anuncia, enuncia, integra e identifica socioculturalmente uma parcela significativa da população deste país. Presença marcante e inconfundível em algumas festas como o carnaval do Rio de Janeiro ou naquelas lidas como públicas e populares da Bahia como a de Santa Bárbara, a do Senhor do Bonfim e a de Yemanjá, as Baianas vetorizam e congregam tradição e modernidade em distintas temporalidades.","PeriodicalId":158674,"journal":{"name":"Proa: Revista de Antropologia e Arte","volume":"46 4","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"120902653","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-11DOI: 10.20396/proa.v9i1.17283
A. Lemos, Alice Dote
Este artigo constitui-se numa reflexão a partir das redes de criação do espetáculo Devorando heróis: a tragédia segundo os pícaros, do coletivo de teatro de rua Os Pícaros Incorrigíveis (Fortaleza/CE). Partindo da perspectiva do pensar/fazer do artista-pesquisador e apoiando-nos em recursos metodológicos da antropologia da performance, procuramos entender de que modo o carnaval é utilizado como dispositivo para a construção dramatúrgica e de que modo o ritual carnavalesco acontece nesse espetáculo de rua. Por fim, compreendemos que as escolhas estéticas do espetáculo apontam para uma poética de criação artística e de existência atravessadas pelo carnaval. O agenciamento entre os elementos festa, teatro, arte e vida encontra-se no carnaval picaresco do Devorando heróis e atravessa a ética do coletivo, que também pauta seu modo de existência na festa.
{"title":"O carnaval é hoje porque o amanhã é nunca","authors":"A. Lemos, Alice Dote","doi":"10.20396/proa.v9i1.17283","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/proa.v9i1.17283","url":null,"abstract":"Este artigo constitui-se numa reflexão a partir das redes de criação do espetáculo Devorando heróis: a tragédia segundo os pícaros, do coletivo de teatro de rua Os Pícaros Incorrigíveis (Fortaleza/CE). Partindo da perspectiva do pensar/fazer do artista-pesquisador e apoiando-nos em recursos metodológicos da antropologia da performance, procuramos entender de que modo o carnaval é utilizado como dispositivo para a construção dramatúrgica e de que modo o ritual carnavalesco acontece nesse espetáculo de rua. Por fim, compreendemos que as escolhas estéticas do espetáculo apontam para uma poética de criação artística e de existência atravessadas pelo carnaval. O agenciamento entre os elementos festa, teatro, arte e vida encontra-se no carnaval picaresco do Devorando heróis e atravessa a ética do coletivo, que também pauta seu modo de existência na festa.","PeriodicalId":158674,"journal":{"name":"Proa: Revista de Antropologia e Arte","volume":"31 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121497628","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-11DOI: 10.20396/proa.v9i1.17330
Ángela Nanni Álvarez, Maura Vázquez Vargas
Este ensayo visual presenta un acercamiento a las manifestaciones artísticas del ritual dedicado a los ancestros difuntos en una comunidad mazateca de la Sierra Negra de Puebla, México. En un esfuerzo por reivindicar las expresiones artísticas de las festividades indígenas, el registro fotográfico nos permite acercarnos a ellas y compartir su esplendor. En este caso particular, la creatividad individual y colectiva se condensa en la figura de los chonijmó, los muertos que bailan. Mediante la música, la danza y el disfraz, los mazatecos honran su memoria y ponen en marcha su ingenio ritual y performativo.
{"title":"Muertos que se crean a sí mismos","authors":"Ángela Nanni Álvarez, Maura Vázquez Vargas","doi":"10.20396/proa.v9i1.17330","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/proa.v9i1.17330","url":null,"abstract":"Este ensayo visual presenta un acercamiento a las manifestaciones artísticas del ritual dedicado a los ancestros difuntos en una comunidad mazateca de la Sierra Negra de Puebla, México. En un esfuerzo por reivindicar las expresiones artísticas de las festividades indígenas, el registro fotográfico nos permite acercarnos a ellas y compartir su esplendor. En este caso particular, la creatividad individual y colectiva se condensa en la figura de los chonijmó, los muertos que bailan. Mediante la música, la danza y el disfraz, los mazatecos honran su memoria y ponen en marcha su ingenio ritual y performativo.","PeriodicalId":158674,"journal":{"name":"Proa: Revista de Antropologia e Arte","volume":"38 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116458012","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}