Pub Date : 2022-12-18DOI: 10.29146/eco-ps.v25i3.27917
Janderson Jacques, Willian Fernandes Araújo
O artigo tem como objetivo estudar as dinâmicas acerca da identidade negra com base no ambiente digital e nas discussões do chamado Black Twitter brasileiro. Para isso, foi realizada uma pesquisa de caráter etnográfico no Twitter durante o ano de 2020, promovendo interação com eventos e temas de discussão na plataforma. Por meio da investigação, buscamos compreender como as vivências da nomeada black cyberculture colaboram para dinâmicas de constituição das diferentes identidades da negritude no Twitter. Como resultado, observamos a constituição do Black Twitter como um espaço volúvel e complexo, de dinâmicas de colaboração e disputa, essencial para entender a constituição das identidades negras na contemporaneidade.
{"title":"Pessoas negras seguindo pessoas negras:","authors":"Janderson Jacques, Willian Fernandes Araújo","doi":"10.29146/eco-ps.v25i3.27917","DOIUrl":"https://doi.org/10.29146/eco-ps.v25i3.27917","url":null,"abstract":"O artigo tem como objetivo estudar as dinâmicas acerca da identidade negra com base no ambiente digital e nas discussões do chamado Black Twitter brasileiro. Para isso, foi realizada uma pesquisa de caráter etnográfico no Twitter durante o ano de 2020, promovendo interação com eventos e temas de discussão na plataforma. Por meio da investigação, buscamos compreender como as vivências da nomeada black cyberculture colaboram para dinâmicas de constituição das diferentes identidades da negritude no Twitter. Como resultado, observamos a constituição do Black Twitter como um espaço volúvel e complexo, de dinâmicas de colaboração e disputa, essencial para entender a constituição das identidades negras na contemporaneidade.\u0000 ","PeriodicalId":286404,"journal":{"name":"Revista ECO-Pós","volume":"74 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"126274859","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-18DOI: 10.29146/eco-ps.v25i3.27973
D. Campos, Henrique Ferreira da Silva
O presente artigo analisa como se deu o engajamento dos usuários do Twitter a respeito do caso João Pedro, assassinado no dia 18 de Maio de 2020, por policiais, na cidade do Rio de Janeiro. O foco desta discussão se dá em compreender como a circulação da mensagem passada pelo primo da vítima através do Twitter se deslocou pelos nós da rede; analisar a participação dos usuários por meio de hashtags e verificar como esse engajamento pode ter contribuído para a elucidação do caso. Através de um mapeamento realizado dentro da plataforma Twitter, foram encontradas cinco hashtags principais, criadas e alimentadas pelos usuários a fim de obter resposta para a pergunta: onde estava João Pedro? Por meio de referencial teórico-metodológico que se apoiou principalmente em Recuero (2012), Mbembe (2016), Almeida (2019), Malini (2018), França (2012) e Heen (2013), realizou-se uma análise randômica de redes sociais com base em 50 tweets de dias próximos ao fato. Observou-se que o tweet primário do primo da vítima ultrapassou 3.000% de engajamento na rede social, e que os usuários gerais tiveram papel predominante na construção da narrativa, uma vez que foram os responsáveis por coordenar estratégias de circulação. Além disso, verificou-se aumento na busca por termos como “racismo” e “violência policial” na época do assassinato, evidenciando uma segunda-vida do fato fora do ambiente das redes sociais.
{"title":"#PROCURA-SEJOÃOPEDRO:","authors":"D. Campos, Henrique Ferreira da Silva","doi":"10.29146/eco-ps.v25i3.27973","DOIUrl":"https://doi.org/10.29146/eco-ps.v25i3.27973","url":null,"abstract":"O presente artigo analisa como se deu o engajamento dos usuários do Twitter a respeito do caso João Pedro, assassinado no dia 18 de Maio de 2020, por policiais, na cidade do Rio de Janeiro. O foco desta discussão se dá em compreender como a circulação da mensagem passada pelo primo da vítima através do Twitter se deslocou pelos nós da rede; analisar a participação dos usuários por meio de hashtags e verificar como esse engajamento pode ter contribuído para a elucidação do caso. Através de um mapeamento realizado dentro da plataforma Twitter, foram encontradas cinco hashtags principais, criadas e alimentadas pelos usuários a fim de obter resposta para a pergunta: onde estava João Pedro? Por meio de referencial teórico-metodológico que se apoiou principalmente em Recuero (2012), Mbembe (2016), Almeida (2019), Malini (2018), França (2012) e Heen (2013), realizou-se uma análise randômica de redes sociais com base em 50 tweets de dias próximos ao fato. Observou-se que o tweet primário do primo da vítima ultrapassou 3.000% de engajamento na rede social, e que os usuários gerais tiveram papel predominante na construção da narrativa, uma vez que foram os responsáveis por coordenar estratégias de circulação. Além disso, verificou-se aumento na busca por termos como “racismo” e “violência policial” na época do assassinato, evidenciando uma segunda-vida do fato fora do ambiente das redes sociais.","PeriodicalId":286404,"journal":{"name":"Revista ECO-Pós","volume":"4 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115351350","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-18DOI: 10.29146/eco-ps.v25i3.27500
Fábio Fonseca de Castro
O artigo reflete sobre as sensibilidades musicais presentes nos tradicionais “bailes da saudade” de Belém, Pará. Partido de dados produzidos por uma etnografia com sete meses de duração, procura-se discutir um dos aspectos centrais dessas sensibilidades: a sua disposição temporal. Relaciona-se etno-grafia e fenomenologia na compreensão dos fenômenos culturais relacionados a essa sensibilidade, identificando seus componentes nostálgicos por meio de uma categoria analítica: o semiotical blues. Parte-se do debate de Turner (2012) sobre liminaridades e liminoides para refletir sobre a relação entre música, temporalidade e emoção. Nesse trajeto recorre-se também Schutz (1967; 2012), utilizan-do-o para refletir a respeito dos processos intersubjetivos que compõem a cultura.
{"title":"Temporalidades liminares e liminoides","authors":"Fábio Fonseca de Castro","doi":"10.29146/eco-ps.v25i3.27500","DOIUrl":"https://doi.org/10.29146/eco-ps.v25i3.27500","url":null,"abstract":"O artigo reflete sobre as sensibilidades musicais presentes nos tradicionais “bailes da saudade” de Belém, Pará. Partido de dados produzidos por uma etnografia com sete meses de duração, procura-se discutir um dos aspectos centrais dessas sensibilidades: a sua disposição temporal. Relaciona-se etno-grafia e fenomenologia na compreensão dos fenômenos culturais relacionados a essa sensibilidade, identificando seus componentes nostálgicos por meio de uma categoria analítica: o semiotical blues. Parte-se do debate de Turner (2012) sobre liminaridades e liminoides para refletir sobre a relação entre música, temporalidade e emoção. Nesse trajeto recorre-se também Schutz (1967; 2012), utilizan-do-o para refletir a respeito dos processos intersubjetivos que compõem a cultura.","PeriodicalId":286404,"journal":{"name":"Revista ECO-Pós","volume":"18 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"114182211","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-18DOI: 10.29146/eco-ps.v25i3.27944
Gabriela Silva Meneses, Bruna Cunha Mastrella, Ana Beatriz Lemos da Costa
Partindo da intersecção entre antropologia e comunicação, este artigo discute as possibilidades da etnografia nos estudos do jornalismo. Com base na análise qualitativa de artigos apresentados no Grupo de Trabalho (GT) Estudos de Jornalismo nos congressos da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (Compós) entre os anos de 2011 e 2021, apresentamos pesquisas brasileiras produzidas nessa interface. A partir do mapeamento, procuramos demonstrar de que maneira a etnografia pode proporcionar olhares diferenciados para os estudos de jornalismo. A análise nos permitiu, ainda, a elaboração de quatro eixos temáticos de pesquisa que adotam a etnografia como referencial teórico-metodológico e analítico, contribuindo para a propagação de estudos alinhados à proposta da antropologia da mídia e ao paradigma sociocêntrico de estudos de jornalismo.
{"title":"Contribuições da etnografia para pesquisas em jornalismo","authors":"Gabriela Silva Meneses, Bruna Cunha Mastrella, Ana Beatriz Lemos da Costa","doi":"10.29146/eco-ps.v25i3.27944","DOIUrl":"https://doi.org/10.29146/eco-ps.v25i3.27944","url":null,"abstract":"Partindo da intersecção entre antropologia e comunicação, este artigo discute as possibilidades da etnografia nos estudos do jornalismo. Com base na análise qualitativa de artigos apresentados no Grupo de Trabalho (GT) Estudos de Jornalismo nos congressos da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (Compós) entre os anos de 2011 e 2021, apresentamos pesquisas brasileiras produzidas nessa interface. A partir do mapeamento, procuramos demonstrar de que maneira a etnografia pode proporcionar olhares diferenciados para os estudos de jornalismo. A análise nos permitiu, ainda, a elaboração de quatro eixos temáticos de pesquisa que adotam a etnografia como referencial teórico-metodológico e analítico, contribuindo para a propagação de estudos alinhados à proposta da antropologia da mídia e ao paradigma sociocêntrico de estudos de jornalismo.","PeriodicalId":286404,"journal":{"name":"Revista ECO-Pós","volume":"16 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"114716728","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-31DOI: 10.29146/ecops.v25i2.27975
João Freire Filho
Editorial: O Choque dos Acontecimentos: Retórica e Política das Comoções PúblicasRevista ECO-Pós v. 25, n. 2, 2022
社论:事件的冲击:公共骚乱的修辞和政治revista ECO- post v. 25, n. 2, 2022
{"title":"Comoção pública, modos de usar: A gênese do conceito e a estrutura do Dossiê","authors":"João Freire Filho","doi":"10.29146/ecops.v25i2.27975","DOIUrl":"https://doi.org/10.29146/ecops.v25i2.27975","url":null,"abstract":"Editorial: O Choque dos Acontecimentos: Retórica e Política das Comoções PúblicasRevista ECO-Pós v. 25, n. 2, 2022\u0000 ","PeriodicalId":286404,"journal":{"name":"Revista ECO-Pós","volume":"4 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"127866521","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-31DOI: 10.29146/ecops.v25i2.27946
Augusto Bozz
O terceiro volume da série “História das emoções” intitulado “Do final do século XIX até os dias atuais” é um projeto que toca a nervura de nosso tempo. Publicado no Brasil pela Editora Vozes, o volume pretende investigar como, em contrapelo à modernidade, as emoções se tornaram centrais para a maneira dos indivíduos compreendem a si mesmos e como o social passou a pulsar segundo a lógica do sensível. O livro possui vinte e seis capítulos que, apesar da pluralidade de filiações teóricas e metodológicas de cada autor, busca apreender as emoções lá onde se supõe que ela não tem história alguma. Sem dúvida, é um livro rico para a área da Comunicação, seja pela sua elucidação de caminhos investigativos, seja pela sua proposição de ferramentas conceituais.
{"title":"Pensar e escrever a história das emoções hoje e ontem","authors":"Augusto Bozz","doi":"10.29146/ecops.v25i2.27946","DOIUrl":"https://doi.org/10.29146/ecops.v25i2.27946","url":null,"abstract":"O terceiro volume da série “História das emoções” intitulado “Do final do século XIX até os dias atuais” é um projeto que toca a nervura de nosso tempo. Publicado no Brasil pela Editora Vozes, o volume pretende investigar como, em contrapelo à modernidade, as emoções se tornaram centrais para a maneira dos indivíduos compreendem a si mesmos e como o social passou a pulsar segundo a lógica do sensível. O livro possui vinte e seis capítulos que, apesar da pluralidade de filiações teóricas e metodológicas de cada autor, busca apreender as emoções lá onde se supõe que ela não tem história alguma. Sem dúvida, é um livro rico para a área da Comunicação, seja pela sua elucidação de caminhos investigativos, seja pela sua proposição de ferramentas conceituais.","PeriodicalId":286404,"journal":{"name":"Revista ECO-Pós","volume":"27 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"114753753","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O texto elabora uma reflexão crítica acerca do documentário A morte branca do feiticeiro negro (2020), de Rodrigo Ribeiro, buscando evidenciar a potência testemunhal de uma carta de suicídio escrita em 1861 por um homem negro escravizado. A escritura fílmica confere a esse documento a força de um grito que faz ecoar a dor, o sofrimento, o dizer e o rosto dos negros escravizados. Silenciados pela aniquilação da memória de sua existência e da dignidade que os tornam humanos e enlutáveis, a narrativa nos oferece a chance de produzir uma resposta à enunciação da violência pelos “sem nome” da história. A sobrevivência das palavras registradas nesse documento histórico reabre as chagas mais profundas da história secular do genocídio do povo negro no Brasil.
{"title":"morte branca do feiticeiro negro","authors":"Ricardo Lessa Filho, Ângela Cristina Salgueiro Marques, Frederico Vieira","doi":"10.29146/ecops.v25i2.27789","DOIUrl":"https://doi.org/10.29146/ecops.v25i2.27789","url":null,"abstract":"O texto elabora uma reflexão crítica acerca do documentário A morte branca do feiticeiro negro (2020), de Rodrigo Ribeiro, buscando evidenciar a potência testemunhal de uma carta de suicídio escrita em 1861 por um homem negro escravizado. A escritura fílmica confere a esse documento a força de um grito que faz ecoar a dor, o sofrimento, o dizer e o rosto dos negros escravizados. Silenciados pela aniquilação da memória de sua existência e da dignidade que os tornam humanos e enlutáveis, a narrativa nos oferece a chance de produzir uma resposta à enunciação da violência pelos “sem nome” da história. A sobrevivência das palavras registradas nesse documento histórico reabre as chagas mais profundas da história secular do genocídio do povo negro no Brasil.","PeriodicalId":286404,"journal":{"name":"Revista ECO-Pós","volume":"38 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"131601098","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-31DOI: 10.29146/ecops.v25i2.27888
Márcio Zanetti Negrini, Guilherme Fumeo Almeida
Este artigo pretende compreender como o documentário Excelentíssimos (Douglas Duarte, 2018) reflete a construção midiática da comoção social em apoio ao impeachment de Dilma Rousseff, considerando as ressonâncias para a ascensão de Jair Bolsonaro na eleição presidencial de 2018. A construção metodológica é constituída pela análise fílmica, sendo selecionadas sequências do longa-metragem a fim de destacar a inter-relação de suas imagens sob dois aspectos preponderantes e correspondentes entre si. O primeiro é desenvolvido a partir da análise das emoções em cena e as reconfigurações das imagens do inimigo, com base nas discussões de Comolli (2008) e Didi-Huberman (2018), enquanto o segundo, também a partir de Comolli, enfatiza elementos que apresentam a encenação performática e as emoções evocadas para a concretização de um golpe com semblante institucional.
{"title":"Reconfigurar as imagens e filmar o inimigo:","authors":"Márcio Zanetti Negrini, Guilherme Fumeo Almeida","doi":"10.29146/ecops.v25i2.27888","DOIUrl":"https://doi.org/10.29146/ecops.v25i2.27888","url":null,"abstract":"Este artigo pretende compreender como o documentário Excelentíssimos (Douglas Duarte, 2018) reflete a construção midiática da comoção social em apoio ao impeachment de Dilma Rousseff, considerando as ressonâncias para a ascensão de Jair Bolsonaro na eleição presidencial de 2018. A construção metodológica é constituída pela análise fílmica, sendo selecionadas sequências do longa-metragem a fim de destacar a inter-relação de suas imagens sob dois aspectos preponderantes e correspondentes entre si. O primeiro é desenvolvido a partir da análise das emoções em cena e as reconfigurações das imagens do inimigo, com base nas discussões de Comolli (2008) e Didi-Huberman (2018), enquanto o segundo, também a partir de Comolli, enfatiza elementos que apresentam a encenação performática e as emoções evocadas para a concretização de um golpe com semblante institucional. \u0000 ","PeriodicalId":286404,"journal":{"name":"Revista ECO-Pós","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122308368","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-31DOI: 10.29146/ecops.v25i2.27901
Milton Do Prado Franco Neto, Cristiane Freitas Gutfreind
O presente artigo propõe uma análise das cenas de explosões nucelares nas séries Twin Peaks (2017) e Chernobyl (2019), comparando-as com a representação das imagens nucleares em outros filmes, sejam documentários ou de ficção. O objetivo é entender como essas duas séries exploram e configuram o medo da destruição, de certa forma prenunciando o momento de tensão atômica atual decorrente das ameaças russas feitas após a invasão da Ucrânia. Para isso, iremos nos servir principalmente dos estudos de Evans (1998) e Puiseux (1998, 2009, 2020) para construirmos um panorama da representação da bomba no cinema, assim como nos apoiar no conceito de circuito de sensações de Jervis (2015) e da ideia de irrepresentabilidade da bomba defendida por Anders (2011).
{"title":"Volta do Medo Atômico","authors":"Milton Do Prado Franco Neto, Cristiane Freitas Gutfreind","doi":"10.29146/ecops.v25i2.27901","DOIUrl":"https://doi.org/10.29146/ecops.v25i2.27901","url":null,"abstract":"O presente artigo propõe uma análise das cenas de explosões nucelares nas séries Twin Peaks (2017) e Chernobyl (2019), comparando-as com a representação das imagens nucleares em outros filmes, sejam documentários ou de ficção. O objetivo é entender como essas duas séries exploram e configuram o medo da destruição, de certa forma prenunciando o momento de tensão atômica atual decorrente das ameaças russas feitas após a invasão da Ucrânia. Para isso, iremos nos servir principalmente dos estudos de Evans (1998) e Puiseux (1998, 2009, 2020) para construirmos um panorama da representação da bomba no cinema, assim como nos apoiar no conceito de circuito de sensações de Jervis (2015) e da ideia de irrepresentabilidade da bomba defendida por Anders (2011).\u0000 ","PeriodicalId":286404,"journal":{"name":"Revista ECO-Pós","volume":"34 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"130052436","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-31DOI: 10.29146/ecops.v25i2.27965
Ribamar José de Oliveira Junior, Beatriz Moreira da Gama Malcher, Lilian Tufvesson, Alexandre Kenichi Gouin, Etiene Pereira Martins, Iago Porfírio
Através de olhares cruzados para a leitura da obra Povo em lágrimas, povo em armas de Didi-Huberman, publicada em 2021 pela n-1 edições, procuramos acompanhar a dialética entre lágrimas e armas pelas emoções. Ao levarmos em conta o percurso que o autor traça entre emoção, dor, apelos, afecções, sobrevivências e sensibilidades, elaboramos uma reflexão sobre as linhas do afeto que escorrem pelos olhos no lacrimejar das imagens. Se a emoção em si mesma é uma imagem, a insurgência das lágrimas na relação entre estética e ética nos coloca para fora de nós mesmos. Desse gesto coletivo de escrita, desenhamos uma rota por essa política da emoção que diz “nós”.
{"title":"Didi-Huberman e Eisenstein","authors":"Ribamar José de Oliveira Junior, Beatriz Moreira da Gama Malcher, Lilian Tufvesson, Alexandre Kenichi Gouin, Etiene Pereira Martins, Iago Porfírio","doi":"10.29146/ecops.v25i2.27965","DOIUrl":"https://doi.org/10.29146/ecops.v25i2.27965","url":null,"abstract":"Através de olhares cruzados para a leitura da obra Povo em lágrimas, povo em armas de Didi-Huberman, publicada em 2021 pela n-1 edições, procuramos acompanhar a dialética entre lágrimas e armas pelas emoções. Ao levarmos em conta o percurso que o autor traça entre emoção, dor, apelos, afecções, sobrevivências e sensibilidades, elaboramos uma reflexão sobre as linhas do afeto que escorrem pelos olhos no lacrimejar das imagens. Se a emoção em si mesma é uma imagem, a insurgência das lágrimas na relação entre estética e ética nos coloca para fora de nós mesmos. Desse gesto coletivo de escrita, desenhamos uma rota por essa política da emoção que diz “nós”.","PeriodicalId":286404,"journal":{"name":"Revista ECO-Pós","volume":"72 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124240351","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}