Pub Date : 2021-10-01DOI: 10.35699/2317-2096.2021.26766
Amaury Garcia dos Santos Neto
Este artigo analisa representações da experiência de lazer de personagens jovens pertencentes às classes trabalhistas da Escócia, nos romances Trainspotting e Cola, de Irvine Welsh, considerando o contexto histórico em que as narrativas se situam: a era Thatcher. Tal experiência, em meio a uma realidade de diminuição do estado de bem-estar, escassez de oportunidades e desemprego em massa, é atravessada por dois fatores: escapismo, evidenciado pelo uso de heroína; e violência, evidenciado pelo abuso de álcool e por disputas de torcidas organizadas de clubes de futebol, o chamado hooliganismo. Busco demonstrar de que forma as políticas do governo Thatcher, assim como o pensamento e agenda neoliberais por ela seguidos, são representados como fator relevante para moldar a experiência de lazer da juventude de classes menos favorecidas da Escócia nos romances selecionados.
{"title":"Violência e escapismo como lazer para os desvalidos em Trainspotting e Cola de Irvine Welsh","authors":"Amaury Garcia dos Santos Neto","doi":"10.35699/2317-2096.2021.26766","DOIUrl":"https://doi.org/10.35699/2317-2096.2021.26766","url":null,"abstract":"Este artigo analisa representações da experiência de lazer de personagens jovens pertencentes às classes trabalhistas da Escócia, nos romances Trainspotting e Cola, de Irvine Welsh, considerando o contexto histórico em que as narrativas se situam: a era Thatcher. Tal experiência, em meio a uma realidade de diminuição do estado de bem-estar, escassez de oportunidades e desemprego em massa, é atravessada por dois fatores: escapismo, evidenciado pelo uso de heroína; e violência, evidenciado pelo abuso de álcool e por disputas de torcidas organizadas de clubes de futebol, o chamado hooliganismo. Busco demonstrar de que forma as políticas do governo Thatcher, assim como o pensamento e agenda neoliberais por ela seguidos, são representados como fator relevante para moldar a experiência de lazer da juventude de classes menos favorecidas da Escócia nos romances selecionados.","PeriodicalId":30786,"journal":{"name":"Aletria Revista de Estudos de Literatura","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43600909","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-10-01DOI: 10.35699/2317-2096.2021.27030
Suene Honorato
No romance Canumã: a travessia, de Ytanajé Coelho Cardoso (2019), uma família munduruku migra da aldeia para a cidade. A decisão é motivada pelas alterações no modo de vida tradicional, provocadas pelo estreitamento das relações com o mundo não-indígena. Nesse contexto, a educação formal é ressignificada como arma indígena, inscrita na continuidade das lutas contra o etnocídio. A partir dos movimentos entre aldeia e cidade, conhecimento tradicional e acadêmico, vida e literatura, discutirei as imagens dos processos formativos inscritas no romance e as possibilidades de se construir um diálogo entre culturas, saberes, mundos, em que as diferenças não sejam hierarquizadas.
{"title":"caderno e o lápis, armas indígenas contemporâneas","authors":"Suene Honorato","doi":"10.35699/2317-2096.2021.27030","DOIUrl":"https://doi.org/10.35699/2317-2096.2021.27030","url":null,"abstract":"No romance Canumã: a travessia, de Ytanajé Coelho Cardoso (2019), uma família munduruku migra da aldeia para a cidade. A decisão é motivada pelas alterações no modo de vida tradicional, provocadas pelo estreitamento das relações com o mundo não-indígena. Nesse contexto, a educação formal é ressignificada como arma indígena, inscrita na continuidade das lutas contra o etnocídio. A partir dos movimentos entre aldeia e cidade, conhecimento tradicional e acadêmico, vida e literatura, discutirei as imagens dos processos formativos inscritas no romance e as possibilidades de se construir um diálogo entre culturas, saberes, mundos, em que as diferenças não sejam hierarquizadas.","PeriodicalId":30786,"journal":{"name":"Aletria Revista de Estudos de Literatura","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49112009","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-10-01DOI: 10.35699/2317-2096.2021.29253
Rodrigo de Albuquerque Marques
O presente artigo descreve um trecho da viagem de Mário de Andrade ao Norte e Nordeste do país em 1927. Refere-se às passagens e iconografias de O Turista aprendiz: (Viagens pelo Amazonas até o Peru, pelo Madeira até a Bolívia e por Marajó até dizer chega), diário de viagem do modernista, nas quais o estado do Ceará e a sua capital Fortaleza aparecem não só como espaço geográfico, mas como espaço simbólico e literário. O artigo reflete como um dia de passeio de Mário de Andrade na capital cearense, levou-o a refletir sobre a poesia de Castro Alves e a prosa de José de Alencar, revisando, no curso do diário, concepções românticas acerca da relação entre as forçasde nossa natureza tropical e uma literatura nacional autêntica.
本文摘录了Mário de Andrade 1927年前往该国北部和东北部的旅程。它指的是现代主义者的旅行日记O Turista aprendiz(穿越亚马逊到秘鲁,马德拉到玻利维亚,据说是Marajó到达)的段落和图像,其中塞阿拉州及其首都福塔莱萨不仅作为地理空间,而且作为象征和文学空间出现。这篇文章反映了Mário de Andrade在首都Ceará散步的一天,如何让他反思Castro Alves的诗歌和Joséde Alencar的散文,并在日记中回顾了关于我们热带自然力量与真正的民族文学之间关系的浪漫概念。
{"title":"verdes mares bravios do Turista aprendiz","authors":"Rodrigo de Albuquerque Marques","doi":"10.35699/2317-2096.2021.29253","DOIUrl":"https://doi.org/10.35699/2317-2096.2021.29253","url":null,"abstract":"O presente artigo descreve um trecho da viagem de Mário de Andrade ao Norte e Nordeste do país em 1927. Refere-se às passagens e iconografias de O Turista aprendiz: (Viagens pelo Amazonas até o Peru, pelo Madeira até a Bolívia e por Marajó até dizer chega), diário de viagem do modernista, nas quais o estado do Ceará e a sua capital Fortaleza aparecem não só como espaço geográfico, mas como espaço simbólico e literário. O artigo reflete como um dia de passeio de Mário de Andrade na capital cearense, levou-o a refletir sobre a poesia de Castro Alves e a prosa de José de Alencar, revisando, no curso do diário, concepções românticas acerca da relação entre as forçasde nossa natureza tropical e uma literatura nacional autêntica.","PeriodicalId":30786,"journal":{"name":"Aletria Revista de Estudos de Literatura","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44352186","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-10-01DOI: 10.35699/2317-2096.2021.33566
M. Torre
{"title":"VERUNSCHK, Micheliny. O som do rugido da onça. São Paulo: Companhia das Letras, 2021. 168 p.","authors":"M. Torre","doi":"10.35699/2317-2096.2021.33566","DOIUrl":"https://doi.org/10.35699/2317-2096.2021.33566","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":30786,"journal":{"name":"Aletria Revista de Estudos de Literatura","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49304435","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-06-30DOI: 10.35699/2317-2096.2021.24907
M. E. Castillo-García
El escritor santafesino, Juan José Saer (1937-2005), nos propone en su novela El Entenado (2000) un viaje en busca de los orígenes a través de una exploración estilística en donde retoma ideas y abandona otras en una larga tradición literaria en donde reaparece la imagen del náufrago. Los términos y los objetivos de la fábula se circunscriben al origen de una aventura “real”, cuya materialidad es la palabra. En tanto gesto fundacional, esta ‘Poética de desplazamiento’ enuncia el trayecto de una travesía autorreflexiva, relativa a la causa, el efecto y la presencia de un hombre que describe e inventa la entelequia de su vida Para fundamentar el qué de la urgencia de una errancia sobre el ser y el proceso escriturario consideramos referentes teóricos mínimos (Onfray, Ricoœur, Cabo, entre otros) que nos permitan incursionar en la novela de Saer como una de esas robinsonadas virtuales o encubiertas.
{"title":"naufragio poético","authors":"M. E. Castillo-García","doi":"10.35699/2317-2096.2021.24907","DOIUrl":"https://doi.org/10.35699/2317-2096.2021.24907","url":null,"abstract":"El escritor santafesino, Juan José Saer (1937-2005), nos propone en su novela El Entenado (2000) un viaje en busca de los orígenes a través de una exploración estilística en donde retoma ideas y abandona otras en una larga tradición literaria en donde reaparece la imagen del náufrago. Los términos y los objetivos de la fábula se circunscriben al origen de una aventura “real”, cuya materialidad es la palabra. En tanto gesto fundacional, esta ‘Poética de desplazamiento’ enuncia el trayecto de una travesía autorreflexiva, relativa a la causa, el efecto y la presencia de un hombre que describe e inventa la entelequia de su vida \u0000Para fundamentar el qué de la urgencia de una errancia sobre el ser y el proceso escriturario consideramos referentes teóricos mínimos (Onfray, Ricoœur, Cabo, entre otros) que nos permitan incursionar en la novela de Saer como una de esas robinsonadas virtuales o encubiertas. \u0000 ","PeriodicalId":30786,"journal":{"name":"Aletria Revista de Estudos de Literatura","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41471158","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-06-30DOI: 10.35699/2317-2096.2021.26043
Eurídice Figueiredo
Neste artigo busco ler o romance A peste de Albert Camus colocando-o em diálogo com o presente e com outras obras. Ao imaginar a cidade de Orã, na Argélia (então francesa), tomada pela peste, Camus faz uma alegoria do sentimento de aprisionamento e exílio vivido pela população francesa durante os anos da ocupação alemã na Segunda Grande Guerra. Vivendo confinados e isolados durante os meses da COVID-19, podemos ter uma sensibilidade aguçada para ler este romance hoje.
{"title":"A peste de Camus em diálogo","authors":"Eurídice Figueiredo","doi":"10.35699/2317-2096.2021.26043","DOIUrl":"https://doi.org/10.35699/2317-2096.2021.26043","url":null,"abstract":"Neste artigo busco ler o romance A peste de Albert Camus colocando-o em diálogo com o presente e com outras obras. Ao imaginar a cidade de Orã, na Argélia (então francesa), tomada pela peste, Camus faz uma alegoria do sentimento de aprisionamento e exílio vivido pela população francesa durante os anos da ocupação alemã na Segunda Grande Guerra. Vivendo confinados e isolados durante os meses da COVID-19, podemos ter uma sensibilidade aguçada para ler este romance hoje.","PeriodicalId":30786,"journal":{"name":"Aletria Revista de Estudos de Literatura","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44375140","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-06-30DOI: 10.35699/2317-2096.2021.26194
Daniel Lago Monteiro
O objetivo deste artigo é investigar o papel da linguagem em Robinson Crusoé e em Foe. Neste, as relações de dominação são minadas pela quase completa ausência de comunicação verbal entre Cruso e Sexta-Feira, que é mudo, aliado ao fracasso da personagem e narradora, Susan Barton, em tramar um enredo para sua história; naquele, o personagem e narrador habilmente manipula os signos verbais de modo a atribuir um novo significado à ilha deserta, assumindo controle sobre ela, semelhante ao domínio que irá exercer sobre os demais habitantes, sobretudo Sexta-Feira. Assim, neste artigo, procuraremos ligar alguns pontos entre o uso descritivo e denotativo da linguagem, próprio do realismo formal de Robinson Crusoé, e da missão colonizadora. Do mesmo modo, ao colocar a própria linguagem referencial em jogo, Foe oferece uma alternativa original e desafiadora sobre as possibilidades de se contrapor à herança colonial e suas formas narrativas.
{"title":"\"Combinação possível de palavras\"","authors":"Daniel Lago Monteiro","doi":"10.35699/2317-2096.2021.26194","DOIUrl":"https://doi.org/10.35699/2317-2096.2021.26194","url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é investigar o papel da linguagem em Robinson Crusoé e em Foe. Neste, as relações de dominação são minadas pela quase completa ausência de comunicação verbal entre Cruso e Sexta-Feira, que é mudo, aliado ao fracasso da personagem e narradora, Susan Barton, em tramar um enredo para sua história; naquele, o personagem e narrador habilmente manipula os signos verbais de modo a atribuir um novo significado à ilha deserta, assumindo controle sobre ela, semelhante ao domínio que irá exercer sobre os demais habitantes, sobretudo Sexta-Feira. Assim, neste artigo, procuraremos ligar alguns pontos entre o uso descritivo e denotativo da linguagem, próprio do realismo formal de Robinson Crusoé, e da missão colonizadora. Do mesmo modo, ao colocar a própria linguagem referencial em jogo, Foe oferece uma alternativa original e desafiadora sobre as possibilidades de se contrapor à herança colonial e suas formas narrativas.","PeriodicalId":30786,"journal":{"name":"Aletria Revista de Estudos de Literatura","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46403987","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-06-30DOI: 10.35699/2317-2096.2021.26023
H. Galle
O artigo descreve o lugar histórico do romance Insel Felsenburg de Johann Gottfried Schnabel como robinsonada e utopia no contexto do iluminismo e do pietismo alemães, com ênfase na primeira parte, de 1731. Além de ser um importante passo na evolução da utopia burguesa mediante ficção romanesca, o livro ocupa uma posição interessante no surgimento do romance moderno em língua alemã e na consolidação da ficcionalidade. No prefácio, o editor fictício apresenta um discurso irônico e ambíguo que, por um lado, defende a legitimidade da ficção e, por outro, nega que o texto que segue não seja verdadeiro. Esses aspectos receberam cada vez mais atenção por parte da germanística nas últimas décadas.
{"title":"Insel Felsenburg de J. G. Schnabel","authors":"H. Galle","doi":"10.35699/2317-2096.2021.26023","DOIUrl":"https://doi.org/10.35699/2317-2096.2021.26023","url":null,"abstract":"O artigo descreve o lugar histórico do romance Insel Felsenburg de Johann Gottfried Schnabel como robinsonada e utopia no contexto do iluminismo e do pietismo alemães, com ênfase na primeira parte, de 1731. Além de ser um importante passo na evolução da utopia burguesa mediante ficção romanesca, o livro ocupa uma posição interessante no surgimento do romance moderno em língua alemã e na consolidação da ficcionalidade. No prefácio, o editor fictício apresenta um discurso irônico e ambíguo que, por um lado, defende a legitimidade da ficção e, por outro, nega que o texto que segue não seja verdadeiro. Esses aspectos receberam cada vez mais atenção por parte da germanística nas últimas décadas.","PeriodicalId":30786,"journal":{"name":"Aletria Revista de Estudos de Literatura","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46572896","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-06-30DOI: 10.35699/2317-2096.2021.25822
Lainister de Oliveira Esteves
Este artigo analisa os artifícios narrativos que caracterizam a trama de Robinson Crusoé, romance publicado em 1719 e considerado um dos textos fundadores da ficção moderna. O exame das estratégias de dissimulação da autoria, que considera a recepção setecentista das três obras relacionadas ao personagem, permite investigar as relações entre narração e ficcionalidade nos textos escritos por Daniel Defoe. A análise destes elementos constitutivos do romance como gênero letrado relacionado ao livro sugere uma história da literatura interessada nos efeitos produzidos pelos dispositivos editoriais e nas diferentes estratégias de atribuição de sentido potencializadas pela ampliação do escopo da crítica a partir do século XVIII.
{"title":"As ficções editoriais e narrativas de Robinson Crusoé","authors":"Lainister de Oliveira Esteves","doi":"10.35699/2317-2096.2021.25822","DOIUrl":"https://doi.org/10.35699/2317-2096.2021.25822","url":null,"abstract":"Este artigo analisa os artifícios narrativos que caracterizam a trama de Robinson Crusoé, romance publicado em 1719 e considerado um dos textos fundadores da ficção moderna. O exame das estratégias de dissimulação da autoria, que considera a recepção setecentista das três obras relacionadas ao personagem, permite investigar as relações entre narração e ficcionalidade nos textos escritos por Daniel Defoe. A análise destes elementos constitutivos do romance como gênero letrado relacionado ao livro sugere uma história da literatura interessada nos efeitos produzidos pelos dispositivos editoriais e nas diferentes estratégias de atribuição de sentido potencializadas pela ampliação do escopo da crítica a partir do século XVIII.","PeriodicalId":30786,"journal":{"name":"Aletria Revista de Estudos de Literatura","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46421694","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-06-30DOI: 10.35699/2317-2096.2021.26553
L. Villas-Boas
Este ensaio argumenta que a imaginação histórica do romance Foe (1987), de J. M. Coetzee, extrapola a noção de metaficção histórica. Mostra que o entrelaçamento entre o literário e o histórico reside na ficção de um futuro do passado, anterior à publicação das obras de Daniel Defoe, Robinson Crusoé (1719) e Roxana: The Fortunate Mistress (1724). É a ficção de um futuro do passado aberto, ainda indeterminado, que possibilita ao romance contrapor-se às narrativas fixadas posteriormente por Defoe. A partir de reflexões sobre a teoria da história, sugere-se que a disputa em torno da autoria e da narrativa romanesca pressupõe a diferença entre experiência histórica e representação literária. Além de evocar e contestar modelos e códigos da comunicação literária setecentista, Foe reflete sobre os limites da representação e a incomensurabilidade da história.
{"title":"“Uma questão de despertar vozes contrárias”","authors":"L. Villas-Boas","doi":"10.35699/2317-2096.2021.26553","DOIUrl":"https://doi.org/10.35699/2317-2096.2021.26553","url":null,"abstract":"Este ensaio argumenta que a imaginação histórica do romance Foe (1987), de J. M. Coetzee, extrapola a noção de metaficção histórica. Mostra que o entrelaçamento entre o literário e o histórico reside na ficção de um futuro do passado, anterior à publicação das obras de Daniel Defoe, Robinson Crusoé (1719) e Roxana: The Fortunate Mistress (1724). É a ficção de um futuro do passado aberto, ainda indeterminado, que possibilita ao romance contrapor-se às narrativas fixadas posteriormente por Defoe. A partir de reflexões sobre a teoria da história, sugere-se que a disputa em torno da autoria e da narrativa romanesca pressupõe a diferença entre experiência histórica e representação literária. Além de evocar e contestar modelos e códigos da comunicação literária setecentista, Foe reflete sobre os limites da representação e a incomensurabilidade da história.","PeriodicalId":30786,"journal":{"name":"Aletria Revista de Estudos de Literatura","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47431310","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}