O Concílio Vaticano II foi um evento que modificou o caminhar da Igreja. Como disse o Papa João XXIII na abertura, era necessário um aggiornamento, deixar bons ares circular na Igreja. A Vida Consagrada não ficou fora dessa revisão e precisou passar por uma renovação, concretamente desenvolvida no documento Perfectae Caritatis que, somado aos demais documentos conciliares e do pós-concílio, suscitaram um novo jeito de ser à Vida Consagrada. É deste cenário que surge o Irmão Basílio Rueda, eleito no pós-Concílio como Superior Geral do Instituto dos Irmãos Maristas, para a recepção da teologia dos carismas da Vida Consagrada e sua pertinência ao Instituto Marista. Alguns de seus métodos são destaques como as Cartas Circulares e os retiros de renovação, que o possibilitaram visitar todas as províncias do mundo. Iniciando assim, a recepção e a renovação dos Irmãos Maristas às propostas Conciliares.
{"title":"Carisma e missão renovados:","authors":"Marcial Maçaneiro, Alison Humberto Furlan","doi":"10.23925/rct.i100.51825","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/rct.i100.51825","url":null,"abstract":"O Concílio Vaticano II foi um evento que modificou o caminhar da Igreja. Como disse o Papa João XXIII na abertura, era necessário um aggiornamento, deixar bons ares circular na Igreja. A Vida Consagrada não ficou fora dessa revisão e precisou passar por uma renovação, concretamente desenvolvida no documento Perfectae Caritatis que, somado aos demais documentos conciliares e do pós-concílio, suscitaram um novo jeito de ser à Vida Consagrada. É deste cenário que surge o Irmão Basílio Rueda, eleito no pós-Concílio como Superior Geral do Instituto dos Irmãos Maristas, para a recepção da teologia dos carismas da Vida Consagrada e sua pertinência ao Instituto Marista. Alguns de seus métodos são destaques como as Cartas Circulares e os retiros de renovação, que o possibilitaram visitar todas as províncias do mundo. Iniciando assim, a recepção e a renovação dos Irmãos Maristas às propostas Conciliares.","PeriodicalId":369264,"journal":{"name":"Revista de Cultura Teológica","volume":"12 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133811822","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O intuito deste artigo é estabelecer um diálogo entre Xavier Zubiri e Anselm Grün. Parte-se de dois conceitos importantes da reflexão zubiriana, sentir e inteligir, como bases antropológicas fundamentais para construir um caminho místico. Zubiri tem a oferecer uma compreensão acerca do sentir e do inteligir, enquanto Grün parte da cotidianidade, das questões fundamentais e da simplicidade de linguagem para ajudar os interlocutores a fazerem a experiência e reflexão místicas. Os dois autores oferecem elementos substanciosos para quem deseja adentrar no campo da teologia espiritual, sobretudo, da mística.
{"title":"Sentir e inteligir na construção de um caminho místico","authors":"Rodrigo José Arnoso Santos, Rogério Gomes","doi":"10.23925/rct.i100.55319","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/rct.i100.55319","url":null,"abstract":"O intuito deste artigo é estabelecer um diálogo entre Xavier Zubiri e Anselm Grün. Parte-se de dois conceitos importantes da reflexão zubiriana, sentir e inteligir, como bases antropológicas fundamentais para construir um caminho místico. Zubiri tem a oferecer uma compreensão acerca do sentir e do inteligir, enquanto Grün parte da cotidianidade, das questões fundamentais e da simplicidade de linguagem para ajudar os interlocutores a fazerem a experiência e reflexão místicas. Os dois autores oferecem elementos substanciosos para quem deseja adentrar no campo da teologia espiritual, sobretudo, da mística.","PeriodicalId":369264,"journal":{"name":"Revista de Cultura Teológica","volume":"109 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"117185614","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O pensar e a Filosofia criaram uma arena de discórdias no lugar de uma ágora na polis mundial. A sociedade em crise se digladia inventando “novos saberes científicos”, que se fundamentam, porém, nos mesmos princípios conceituais que criticam, pretendendo enterrar a Metafísica. A Fenomenologia e a Física Quântica começaram a usar o método descritivo, deixando em segundo plano o explicativo; a experiência humana é anterior aos conceitos e às teorias. O século XX foi uma época de grandes interrogações, invenções e progresso, mas também de guerras e desigualdades. Xavier Zubiri, que viveu nesse século inseguro e criativo, não se limitou a repetir ou anexar saberes concipientes; ele teve a inspiração radical de que a realidade é anterior ao ser e identificou, como raiz da problemática de seu tempo, o dualismo da realidade humana e das formas representativas do real; na tentativa de enriquecer a essência, surgiram formas representacionais e subjetivas. Em sua inspiração, o filósofo espanhol, juntamente com as Ciências, provocou o giro da Filosofia concipiente: das ideias para o real, da representação do real para sua apresentação; ele abriu passo para um saber metafísico do real num caminho senciente apontando um horizonte intramundano, real e senciente do qual o ser humano não devia ter saído.
{"title":"“conflito” da Metafísica da realidade de Xavier Zubiri","authors":"José Fernández Tejada, Matheus Da Silva Bernardes","doi":"10.23925/rct.i100.55394","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/rct.i100.55394","url":null,"abstract":"O pensar e a Filosofia criaram uma arena de discórdias no lugar de uma ágora na polis mundial. A sociedade em crise se digladia inventando “novos saberes científicos”, que se fundamentam, porém, nos mesmos princípios conceituais que criticam, pretendendo enterrar a Metafísica. A Fenomenologia e a Física Quântica começaram a usar o método descritivo, deixando em segundo plano o explicativo; a experiência humana é anterior aos conceitos e às teorias. O século XX foi uma época de grandes interrogações, invenções e progresso, mas também de guerras e desigualdades. Xavier Zubiri, que viveu nesse século inseguro e criativo, não se limitou a repetir ou anexar saberes concipientes; ele teve a inspiração radical de que a realidade é anterior ao ser e identificou, como raiz da problemática de seu tempo, o dualismo da realidade humana e das formas representativas do real; na tentativa de enriquecer a essência, surgiram formas representacionais e subjetivas. Em sua inspiração, o filósofo espanhol, juntamente com as Ciências, provocou o giro da Filosofia concipiente: das ideias para o real, da representação do real para sua apresentação; ele abriu passo para um saber metafísico do real num caminho senciente apontando um horizonte intramundano, real e senciente do qual o ser humano não devia ter saído.","PeriodicalId":369264,"journal":{"name":"Revista de Cultura Teológica","volume":"22 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"131759459","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo tem a finalidade de refletir a Carta Encíclica Fratelli tutti, do Papa Francisco, partindo do seu apelo de se defender a fraternidade universal como elemento de um mundo melhor, mais justo e pacífico. Sob essa perspectiva, o título Fratelli tutti – “Todos irmãos” –, evoca uma reflexão profunda sobre a existência humana e, ao mesmo tempo, interpela à redescoberta do sentimento de pertença à mesma fraternidade. É nessa lógica que emana o grande apelo do bispo de Roma ao respeito, abertura e ao reconhecimento do outro como viabilidade da proposta fraternal. Francisco sonha e deseja uma nova “arte do encontro”, na qual seja possível pensar no outro “como rosto”, reconhecendo sua dignidade, sua liberdade e direitos fundamentais. Nesse escopo, justifica-se o desenvolvimento deste artigo a partir de um excurso pela noção de fraternidade, analisada sob as lentes do princípio de alteridade do pensamento de Levinas. Desse modo, este artigo se propõe a ler a Fratelli tutti, tendo como chave hermenêutica a via de Levinas, que desemboca em Francisco como sonho de uma nova humanidade ancorada na responsabilidade ética da fraternidade.
{"title":"Alteridade e fraternidade","authors":"T. Dias, D. Xavier","doi":"10.23925/rct.i100.56453","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/rct.i100.56453","url":null,"abstract":"Este artigo tem a finalidade de refletir a Carta Encíclica Fratelli tutti, do Papa Francisco, partindo do seu apelo de se defender a fraternidade universal como elemento de um mundo melhor, mais justo e pacífico. Sob essa perspectiva, o título Fratelli tutti – “Todos irmãos” –, evoca uma reflexão profunda sobre a existência humana e, ao mesmo tempo, interpela à redescoberta do sentimento de pertença à mesma fraternidade. É nessa lógica que emana o grande apelo do bispo de Roma ao respeito, abertura e ao reconhecimento do outro como viabilidade da proposta fraternal. Francisco sonha e deseja uma nova “arte do encontro”, na qual seja possível pensar no outro “como rosto”, reconhecendo sua dignidade, sua liberdade e direitos fundamentais. Nesse escopo, justifica-se o desenvolvimento deste artigo a partir de um excurso pela noção de fraternidade, analisada sob as lentes do princípio de alteridade do pensamento de Levinas. Desse modo, este artigo se propõe a ler a Fratelli tutti, tendo como chave hermenêutica a via de Levinas, que desemboca em Francisco como sonho de uma nova humanidade ancorada na responsabilidade ética da fraternidade. ","PeriodicalId":369264,"journal":{"name":"Revista de Cultura Teológica","volume":"59 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133350129","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo se propõe a refletir sobre alguns aspectos antropológicos e teológicos da liberdade humana. Um dos objetivos do artigo é refletir sobre os aspectos antropológicos da liberdade humana como a diferença entre a liberdade eletiva e a entitativa, a relação entre pessoa e liberdade humanas, a morte como consumação da história da liberdade e as correntes do pensamento contemporâneo que negam a existência da liberdade. O outro objetivo é meditar sobre os aspectos teológicos da liberdade humana, partindo de sua fundamentação bíblica, as suas principais dimensões cristãs, a relação entre a graça divina e a liberdade humana e sobre a possibilidade da liberdade se equivocar em suas decisões, fazendo uma opção infernal. O método usado é o de análise antropológica e teológica de algumas categorias que compõem a liberdade humana. As conclusões objetivam mostrar, contrariamente ao que foi defendido pela modernidade e por alguns teólogos contemporâneos, que Deus e a liberdade são duas magnitudes alérgicas, mas há uma reciprocidade entre ambos. A noção de Deus não fere a autonomia e o exercício da liberdade humana.
{"title":"Reflexões antropológicas e teológicas sobre a liberdade humana","authors":"Renato Alves de Oliveira","doi":"10.23925/rct.i100.56363","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/rct.i100.56363","url":null,"abstract":"Este artigo se propõe a refletir sobre alguns aspectos antropológicos e teológicos da liberdade humana. Um dos objetivos do artigo é refletir sobre os aspectos antropológicos da liberdade humana como a diferença entre a liberdade eletiva e a entitativa, a relação entre pessoa e liberdade humanas, a morte como consumação da história da liberdade e as correntes do pensamento contemporâneo que negam a existência da liberdade. O outro objetivo é meditar sobre os aspectos teológicos da liberdade humana, partindo de sua fundamentação bíblica, as suas principais dimensões cristãs, a relação entre a graça divina e a liberdade humana e sobre a possibilidade da liberdade se equivocar em suas decisões, fazendo uma opção infernal. O método usado é o de análise antropológica e teológica de algumas categorias que compõem a liberdade humana. As conclusões objetivam mostrar, contrariamente ao que foi defendido pela modernidade e por alguns teólogos contemporâneos, que Deus e a liberdade são duas magnitudes alérgicas, mas há uma reciprocidade entre ambos. A noção de Deus não fere a autonomia e o exercício da liberdade humana.","PeriodicalId":369264,"journal":{"name":"Revista de Cultura Teológica","volume":"29 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"134407454","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Revisitar a Gaudium et spes é oportunizar à Igreja um discernimento, sob a direção do Espírito, de dar testemunho da verdade, servir e não ser servida. No seio de uma sociedade multicultural, o presente artigo enfatiza a necessidade de formar um juízo sobre os “sinais dos tempos”, a partir de um exercício dialógico e de uma solidariedade intelectual. Num processo de continuidade com a tradição passada, o cuidado do bem comum demanda uma constante construção, no qual a mútua aprendizagem é salutar para lidar com as ambiguidades e manter uma postura fundamental da fé.
{"title":"Gaudium et Spes: uma construção em processo","authors":"Edson Donizete Toneti","doi":"10.23925/RCT.I99.54671","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/RCT.I99.54671","url":null,"abstract":"Revisitar a Gaudium et spes é oportunizar à Igreja um discernimento, sob a direção do Espírito, de dar testemunho da verdade, servir e não ser servida. No seio de uma sociedade multicultural, o presente artigo enfatiza a necessidade de formar um juízo sobre os “sinais dos tempos”, a partir de um exercício dialógico e de uma solidariedade intelectual. Num processo de continuidade com a tradição passada, o cuidado do bem comum demanda uma constante construção, no qual a mútua aprendizagem é salutar para lidar com as ambiguidades e manter uma postura fundamental da fé.","PeriodicalId":369264,"journal":{"name":"Revista de Cultura Teológica","volume":"11 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115191949","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Partindo do pressuposto de que o Concílio Vaticano II abriu uma era importante para a compreensão e enfoque da sexualidade por parte da Igreja, no presente artigo aborda-se a tentativa feita pelo Magistério de estender a perspectiva personalista promovida pelo Concílio a questões referentes à sexualidade, especialmente fora do contexto matrimonial. Servindo-se de uma leitura crítica sobre alguns elementos que comprometeram e continuam comprometendo o êxito do Magistério nessa tentativa, são evidenciadas as razões pelas quais assumir o princípio personalista do Concílio na antropologia sexual católica ainda se impõe como tarefa.
{"title":"urgência de uma antropologia sexual personalista: a dificuldade de incorporação do princípio conciliar na antropologia sexual católica","authors":"R. Zacharias","doi":"10.23925/RCT.I99.54230","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/RCT.I99.54230","url":null,"abstract":"Partindo do pressuposto de que o Concílio Vaticano II abriu uma era importante para a compreensão e enfoque da sexualidade por parte da Igreja, no presente artigo aborda-se a tentativa feita pelo Magistério de estender a perspectiva personalista promovida pelo Concílio a questões referentes à sexualidade, especialmente fora do contexto matrimonial. Servindo-se de uma leitura crítica sobre alguns elementos que comprometeram e continuam comprometendo o êxito do Magistério nessa tentativa, são evidenciadas as razões pelas quais assumir o princípio personalista do Concílio na antropologia sexual católica ainda se impõe como tarefa.","PeriodicalId":369264,"journal":{"name":"Revista de Cultura Teológica","volume":"56 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125023044","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O rigor com que Kant nega a possibilidade de demonstração teórica da existência de Deus, aliada a uma hermenêutica que focaliza o sistema kantiano a partir da teoria do conhecimento, induziu numerosos intérpretes a considerar a expressão “teologia kantiana” como um oximoro. Intérpretes prestigiados o veem como agnóstico ou, na melhor das hipóteses, deísta. Em todo caso, Kant não admitiria um fundamento racional para a religião e a teologia. O presente artigo tem a intenção de examinar os princípios e condições de legitimidade que viabilizam a teologia kantiana. A teologia encontra fundamento numa necessidade subjetiva da razão. Trata-se de uma necessidade moral de representação teleológica, sem a qual a vontade não pode ser determinada. Embora esteja fundamentada na moral, a teologia se constitui em uma disciplina autônoma. A fé está enraizada na racionalidade e não pode ser ignorada sem que a razão entre em contradição consigo mesma. A fé racional pura deve ser a bússola e o parâmetro seguro para a fé reflexionante, ou seja, para o pensamento sobre o incomensurável e obscuro espaço do suprassensível. Kant legitima o pensamento – por oposição a conhecimento – como alargamento do puro conceito do entendimento.
{"title":"A teologia crítica de Kant: da fé racional à fé reflexionante","authors":"F. D. C. O. Freire","doi":"10.23925/RCT.I99.53427","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/RCT.I99.53427","url":null,"abstract":"O rigor com que Kant nega a possibilidade de demonstração teórica da existência de Deus, aliada a uma hermenêutica que focaliza o sistema kantiano a partir da teoria do conhecimento, induziu numerosos intérpretes a considerar a expressão “teologia kantiana” como um oximoro. Intérpretes prestigiados o veem como agnóstico ou, na melhor das hipóteses, deísta. Em todo caso, Kant não admitiria um fundamento racional para a religião e a teologia. O presente artigo tem a intenção de examinar os princípios e condições de legitimidade que viabilizam a teologia kantiana. A teologia encontra fundamento numa necessidade subjetiva da razão. Trata-se de uma necessidade moral de representação teleológica, sem a qual a vontade não pode ser determinada. Embora esteja fundamentada na moral, a teologia se constitui em uma disciplina autônoma. A fé está enraizada na racionalidade e não pode ser ignorada sem que a razão entre em contradição consigo mesma. A fé racional pura deve ser a bússola e o parâmetro seguro para a fé reflexionante, ou seja, para o pensamento sobre o incomensurável e obscuro espaço do suprassensível. Kant legitima o pensamento – por oposição a conhecimento – como alargamento do puro conceito do entendimento.","PeriodicalId":369264,"journal":{"name":"Revista de Cultura Teológica","volume":"2009 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125629636","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O texto desenvolve alguns elementos da reestruturação conciliar promovida no campo da mariologia, investiga aspectos que o Concílio aponta acerca da relação de Maria com Deus, com o ser humano e, sobretudo, com a Igreja, para apresentar o círculo hermenêutico seguido pelo Concílio. Na mariologia conciliar, que equilibra os acentos cristotípicos e eclesiotípicos, com determinante no polo da Igreja, encontra-se uma chave para a tarefa teológica atual, cada vez mais desafiada a enfrentar extremismos ideológicos, pela busca da verdade, que sempre se encontra do lado de baixo, nas brechas da história, onde estão os pobres, a fim de costurar as relações, marcando-as pela unidade na diversidade.
{"title":"A Mariologia Conciliar, chave para a tarefa teológica atual","authors":"V. Feller","doi":"10.23925/RCT.I99.54227","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/RCT.I99.54227","url":null,"abstract":"O texto desenvolve alguns elementos da reestruturação conciliar promovida no campo da mariologia, investiga aspectos que o Concílio aponta acerca da relação de Maria com Deus, com o ser humano e, sobretudo, com a Igreja, para apresentar o círculo hermenêutico seguido pelo Concílio. Na mariologia conciliar, que equilibra os acentos cristotípicos e eclesiotípicos, com determinante no polo da Igreja, encontra-se uma chave para a tarefa teológica atual, cada vez mais desafiada a enfrentar extremismos ideológicos, pela busca da verdade, que sempre se encontra do lado de baixo, nas brechas da história, onde estão os pobres, a fim de costurar as relações, marcando-as pela unidade na diversidade.","PeriodicalId":369264,"journal":{"name":"Revista de Cultura Teológica","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122294580","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O objetivo geral do artigo é mostrar que o texto de Mc 7,24-30 é fruto de uma memória coletiva de retóricas de conflito cujo reflexo está no diálogo entre Jesus e uma mulher estrangeira, duplamente vítima de preconceitos, por sua condição de mulher e por não pertencer ao povo da aliança. Tentar-se-á mostrar como a hermenêutica, ao longo da história, ignorou as retóricas em conflito nesse relato. Para isso, serão percorridos os seguintes passos: primeiro será feita uma aproximação geral ao texto bíblico. Segundo, por meio de uma hermenêutica de gênero, são mostradas as relações de poder que eclodem dessa narrativa, dentro de um ambiente conflituoso que constitui o primeiro século do cristianismo. Terceiro, mostra-se que mesmo em situação conflitiva, os indivíduos criativamente construíram mecanismos de refazimento das práticas sociorreligiosas, e como a categoria gênero contribui para a compreensão das relações de poder vivenciadas pelas mulheres das primeiras comunidades cristãs.
{"title":"Jesus e a mulher siro-fenícia (Mc 7,24-30): ecos de uma memória coletiva","authors":"Aila Luzia Pinheiro De Andrade, Fernanda Lemos","doi":"10.23925/RCT.I99.51341","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/RCT.I99.51341","url":null,"abstract":"O objetivo geral do artigo é mostrar que o texto de Mc 7,24-30 é fruto de uma memória coletiva de retóricas de conflito cujo reflexo está no diálogo entre Jesus e uma mulher estrangeira, duplamente vítima de preconceitos, por sua condição de mulher e por não pertencer ao povo da aliança. Tentar-se-á mostrar como a hermenêutica, ao longo da história, ignorou as retóricas em conflito nesse relato. Para isso, serão percorridos os seguintes passos: primeiro será feita uma aproximação geral ao texto bíblico. Segundo, por meio de uma hermenêutica de gênero, são mostradas as relações de poder que eclodem dessa narrativa, dentro de um ambiente conflituoso que constitui o primeiro século do cristianismo. Terceiro, mostra-se que mesmo em situação conflitiva, os indivíduos criativamente construíram mecanismos de refazimento das práticas sociorreligiosas, e como a categoria gênero contribui para a compreensão das relações de poder vivenciadas pelas mulheres das primeiras comunidades cristãs.","PeriodicalId":369264,"journal":{"name":"Revista de Cultura Teológica","volume":"14 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"127089488","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}