Pub Date : 2020-12-21DOI: 10.34019/2318-3446.2020.v8.31784
Willamy Fernandes Gonçalves
A despeito da ideia amplamente difundida de que os estoicos romanos teriam deixado de lado física e lógica e se dedicado em caráter praticamente exclusivo ao terceiro elemento da tríade estoica, a ética, conhecemos diversos títulos de Sêneca relacionados ao estudo da natureza, a física. Esses estudos abarcam temas ligados a diversas áreas de estudos, como biologia, geologia e cosmologia. Também permeiam toda a vida do filósofo, desde a sua juventude até sua velhice. Por fim, as Naturales Quaestiones são o tratado mais longo de Sêneca e sua obra mais longa, se excetuarmos a coletânea de cartas a Lucílio. No prefácio que ora traduzimos, Sêneca expõe sua visão acerca da importância do estudo da natureza e, longe de considerá-lo secundário, argumenta que se trata do sumo bem da vida humana, sem o qual mesmo uma vida perfeitamente ética deixa de ter valor.
{"title":"A contemplação da natureza e o sumo bem segundo Sêneca: tradução comentada do prefácio do livro I das Naturales Quaestiones","authors":"Willamy Fernandes Gonçalves","doi":"10.34019/2318-3446.2020.v8.31784","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-3446.2020.v8.31784","url":null,"abstract":"A despeito da ideia amplamente difundida de que os estoicos romanos teriam deixado de lado física e lógica e se dedicado em caráter praticamente exclusivo ao terceiro elemento da tríade estoica, a ética, conhecemos diversos títulos de Sêneca relacionados ao estudo da natureza, a física. Esses estudos abarcam temas ligados a diversas áreas de estudos, como biologia, geologia e cosmologia. Também permeiam toda a vida do filósofo, desde a sua juventude até sua velhice. Por fim, as Naturales Quaestiones são o tratado mais longo de Sêneca e sua obra mais longa, se excetuarmos a coletânea de cartas a Lucílio. No prefácio que ora traduzimos, Sêneca expõe sua visão acerca da importância do estudo da natureza e, longe de considerá-lo secundário, argumenta que se trata do sumo bem da vida humana, sem o qual mesmo uma vida perfeitamente ética deixa de ter valor.","PeriodicalId":386005,"journal":{"name":"Rónai – Revista de Estudos Clássicos e Tradutórios","volume":"600 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123197600","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-21DOI: 10.34019/2318-3446.2020.v8.32398
Juarez Oliveira
Este trabalho discute a figura do ἥρως na poesia hesiódica a fim de entender em que consistem o herói e a chamada linhagem dos heróis na cosmologia apresentada por Hesíodo. Para isso, partindo da definição de herói, proposta por Gregory Nagy, como alguém, homem ou mulher, que descende de deuses e mortais, realiza-se uma análise filológica das passagens da Teogonia, do Catálogo das Mulheres e de Trabalhos e Dias em que o termo ἥρως é usado. Mostra-se que o herói é um personagem que pode exercer as funções de fundador, rei e guerreiro, sem que elas sejam mutuamente excludentes, vive em cidades e pratica guerra e navegação, além da agricultura. Enquanto membro da chamada linhagem dos heróis, ele está destinado a morrer, especialmente nas guerras de Tebas e de Troia.
{"title":"A linhagem dos heróis na cosmologia hesiódica","authors":"Juarez Oliveira","doi":"10.34019/2318-3446.2020.v8.32398","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-3446.2020.v8.32398","url":null,"abstract":"Este trabalho discute a figura do ἥρως na poesia hesiódica a fim de entender em que consistem o herói e a chamada linhagem dos heróis na cosmologia apresentada por Hesíodo. Para isso, partindo da definição de herói, proposta por Gregory Nagy, como alguém, homem ou mulher, que descende de deuses e mortais, realiza-se uma análise filológica das passagens da Teogonia, do Catálogo das Mulheres e de Trabalhos e Dias em que o termo ἥρως é usado. Mostra-se que o herói é um personagem que pode exercer as funções de fundador, rei e guerreiro, sem que elas sejam mutuamente excludentes, vive em cidades e pratica guerra e navegação, além da agricultura. Enquanto membro da chamada linhagem dos heróis, ele está destinado a morrer, especialmente nas guerras de Tebas e de Troia.","PeriodicalId":386005,"journal":{"name":"Rónai – Revista de Estudos Clássicos e Tradutórios","volume":"26 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"131733456","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-21DOI: 10.34019/2318-3446.2020.v8.30858
Sheila Maria dos Santos
Selon André Gide, la traduction serait la manière la plus parfaite de lire un texte, aphorisme retrouvé aussi chez Muntaner, Plassard, entre autres. En effet, la lecture effectuée dans le but de servir à la traduction d’une œuvre ne possède pas les mêmes caractéristiques que la lecture pratiquée par un lecteur commun. Ainsi, en ayant conscience de l’importance de la lecture approfondie pour la traduction, ce travail se penchera sur l’analyse des deux traductions françaises de l’œuvre Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, intitulées Diadorim, dans le but d’identifier les différentes lectures faites du texte-source. Pour ce faire, l’on utilisera comme base théorique les œuvres de Plassard, Walter Benjamin, Ladmiral, Wuilmart, entre autres.
{"title":"Traduction ou la lecture en profondeur : analyse des traductions françaises de Grande Sertão : Veredas de João Guimarães Rosa","authors":"Sheila Maria dos Santos","doi":"10.34019/2318-3446.2020.v8.30858","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-3446.2020.v8.30858","url":null,"abstract":"Selon André Gide, la traduction serait la manière la plus parfaite de lire un texte, aphorisme retrouvé aussi chez Muntaner, Plassard, entre autres. En effet, la lecture effectuée dans le but de servir à la traduction d’une œuvre ne possède pas les mêmes caractéristiques que la lecture pratiquée par un lecteur commun. Ainsi, en ayant conscience de l’importance de la lecture approfondie pour la traduction, ce travail se penchera sur l’analyse des deux traductions françaises de l’œuvre Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, intitulées Diadorim, dans le but d’identifier les différentes lectures faites du texte-source. Pour ce faire, l’on utilisera comme base théorique les œuvres de Plassard, Walter Benjamin, Ladmiral, Wuilmart, entre autres.","PeriodicalId":386005,"journal":{"name":"Rónai – Revista de Estudos Clássicos e Tradutórios","volume":"23 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"128471434","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-21DOI: 10.34019/2318-3446.2020.v8.30360
Vanessa Silva Almeida, Orlando Luiz De Araújo
Este trabalho objetiva fazer uma breve análise do lamento enlutado das mães argivas no coro de Suplicantes, de Eurípides, e verificar como as imagens e os sentidos desse lamento construídos no texto-fonte podem ser reconstruídos na tradução para o português brasileiro. Para isso, traduzimos opárodo da peça (v. 42-86), bem como o trecho entre os versos 798 e 836, em que o luto e as manifestações de lamento são mais visíveis. Considerou-se como ponto de partida o emprego das palavras thrḗnos, góos e kommós na literatura grega para então desenvolvermos a análise do lamento na peça em questão. Embasamo-nos, principalmente, em Alexiou (2002) e Loraux (1994). Ao final, conclui-se que são as escolhas lexicais feitas que asseguram a percepção dos sentidos e imagens do texto-fonte no texto traduzido através da análise de elementos cênicos.
{"title":"Traduzindo o luto: o lamento materno em Suplicantes de Eurípides","authors":"Vanessa Silva Almeida, Orlando Luiz De Araújo","doi":"10.34019/2318-3446.2020.v8.30360","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-3446.2020.v8.30360","url":null,"abstract":"Este trabalho objetiva fazer uma breve análise do lamento enlutado das mães argivas no coro de Suplicantes, de Eurípides, e verificar como as imagens e os sentidos desse lamento construídos no texto-fonte podem ser reconstruídos na tradução para o português brasileiro. Para isso, traduzimos opárodo da peça (v. 42-86), bem como o trecho entre os versos 798 e 836, em que o luto e as manifestações de lamento são mais visíveis. Considerou-se como ponto de partida o emprego das palavras thrḗnos, góos e kommós na literatura grega para então desenvolvermos a análise do lamento na peça em questão. Embasamo-nos, principalmente, em Alexiou (2002) e Loraux (1994). Ao final, conclui-se que são as escolhas lexicais feitas que asseguram a percepção dos sentidos e imagens do texto-fonte no texto traduzido através da análise de elementos cênicos.","PeriodicalId":386005,"journal":{"name":"Rónai – Revista de Estudos Clássicos e Tradutórios","volume":"588 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"132828072","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-21DOI: 10.34019/2318-3446.2020.v8.29954
A. Ribeiro
Apresenta-se aqui a tradução coletiva da peça O azul da ilha (Le bleu de l’île), escrita originalmente em francês pela haitiana Évelyne Trouilot em 2005. Em uma breve introdução, o público leitor será apresentado à autora, a seu contexto e ao ponto de partida do trabalho da tradução, realizado no âmbito da disciplina “Iniciação à prática da tradução francês-português” ministrada no curso de Letras da Universidade Federal de São Paulo em 2017. A própria Trouillot, em uma apresentação que também traduzimos, explica o contexto de escrita da peça.
这里是戏剧《岛屿的蓝色》(Le bleu de l ' ile)的集体翻译,最初由海地evelyne Trouilot在2005年用法语写成。在一个简短的介绍中,读者将被介绍作者,她的背景和翻译工作的起点,这是在2017年sao保罗联邦大学文学课程“法语-葡萄牙语翻译实践入门”的背景下进行的。Trouillot自己,在一个我们也翻译的演示中,解释了剧本的写作背景。
{"title":"O azul da ilha, de Évelyne Trouillot","authors":"A. Ribeiro","doi":"10.34019/2318-3446.2020.v8.29954","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-3446.2020.v8.29954","url":null,"abstract":"Apresenta-se aqui a tradução coletiva da peça O azul da ilha (Le bleu de l’île), escrita originalmente em francês pela haitiana Évelyne Trouilot em 2005. Em uma breve introdução, o público leitor será apresentado à autora, a seu contexto e ao ponto de partida do trabalho da tradução, realizado no âmbito da disciplina “Iniciação à prática da tradução francês-português” ministrada no curso de Letras da Universidade Federal de São Paulo em 2017. A própria Trouillot, em uma apresentação que também traduzimos, explica o contexto de escrita da peça.","PeriodicalId":386005,"journal":{"name":"Rónai – Revista de Estudos Clássicos e Tradutórios","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"130992722","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-21DOI: 10.34019/2318-3446.2020.v8.30899
Matheus Trevizam
Neste artigo, a partir do conceito de “modo” (FOWLER, 1982, p. 107), analisamos trechos de Virgílio em que se dão misturas de gêneros. Em Ecl. 6.31-81, a fala de Sileno faz ver alguns elementos didáticos (ou épicos); em Geórgicas 3.8-39 e 3.322-338, encontram-se traços épicos e bucólicos em meio ao didatismo; por fim, podendo-se considerar a Eneida como uma espécie de súmula de vários gêneros literários (HARRISON, 2007, p. 207 et seq.), nela há inclusive traços bucólicos e didáticos (6.713-892). Intentamos, assim, apresentar exemplos que permitam entender a variabilidade dos recursos genéricos que Virgílio empregou em suas obras. Os dados obtidos apontam para a difusão do processo de “modulação”, ou mistura genérica parcial, ao longo dessas três obras virgilianas.
本文从“模式”的概念(福勒,1982,第107页)出发,分析了维吉尔的一些混合体裁的片段。在Ecl 6.31-81中,西勒努斯的演讲显示了一些说教(或史诗)元素;在《地理学》3.8-39和3322 -338中,在说教中发现了史诗和田园的痕迹;最后,《埃涅伊德》可以被认为是各种文学流派的一种总结(HARRISON, 2007, p. 207 et seq.),其中甚至有田园和说教的痕迹(6.713-892)。因此,我们试图通过例子来理解维吉尔在他的作品中使用的通用资源的可变性。所获得的数据表明,在这三部维吉尔作品中,“调制”或部分通用混合过程的扩散。
{"title":"Modulações genéricas em Virgílio","authors":"Matheus Trevizam","doi":"10.34019/2318-3446.2020.v8.30899","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-3446.2020.v8.30899","url":null,"abstract":"Neste artigo, a partir do conceito de “modo” (FOWLER, 1982, p. 107), analisamos trechos de Virgílio em que se dão misturas de gêneros. Em Ecl. 6.31-81, a fala de Sileno faz ver alguns elementos didáticos (ou épicos); em Geórgicas 3.8-39 e 3.322-338, encontram-se traços épicos e bucólicos em meio ao didatismo; por fim, podendo-se considerar a Eneida como uma espécie de súmula de vários gêneros literários (HARRISON, 2007, p. 207 et seq.), nela há inclusive traços bucólicos e didáticos (6.713-892). Intentamos, assim, apresentar exemplos que permitam entender a variabilidade dos recursos genéricos que Virgílio empregou em suas obras. Os dados obtidos apontam para a difusão do processo de “modulação”, ou mistura genérica parcial, ao longo dessas três obras virgilianas. ","PeriodicalId":386005,"journal":{"name":"Rónai – Revista de Estudos Clássicos e Tradutórios","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122353110","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-21DOI: 10.34019/2318-3446.2020.v8.32433
Lucas Angioni
O propósito deste artigo é discutir um difícil trecho da Metafísica de Aristóteles (V. 4, 1015a11-13), no qual o filósofo parece identificar um uso metafórico do termo “natureza” (physis) para se referir às entidades que, em sua filosofia, são denominadas de “substância” (ousia). Defendo que Aristóteles, no referido trecho, se vale da noção exata de metáfora baseada em uma analogia (definida na Poética e na Retórica), a qual se funda na semelhança (ainda que tênue) entre duas relações (cada uma delas envolvendo dois itens relacionados). No trecho 1015a11-13, temos sentenças do tipo que usualmente empregamos, no nível da metalinguagem, para esclarecer o uso metafórico dos termos. Aristóteles pressupõe a seguinte semelhança: tanto a natureza como a substância são, em seus respectivos domínios, um princípio que garante (entre outras coisas) certas condições de persistência para aquilo de que são princípio. E isso basta para o uso metafórico de “natureza” para se referir a substâncias.
{"title":"“Natureza”, “substância” e metáfora em Aristóteles","authors":"Lucas Angioni","doi":"10.34019/2318-3446.2020.v8.32433","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-3446.2020.v8.32433","url":null,"abstract":"O propósito deste artigo é discutir um difícil trecho da Metafísica de Aristóteles (V. 4, 1015a11-13), no qual o filósofo parece identificar um uso metafórico do termo “natureza” (physis) para se referir às entidades que, em sua filosofia, são denominadas de “substância” (ousia). Defendo que Aristóteles, no referido trecho, se vale da noção exata de metáfora baseada em uma analogia (definida na Poética e na Retórica), a qual se funda na semelhança (ainda que tênue) entre duas relações (cada uma delas envolvendo dois itens relacionados). No trecho 1015a11-13, temos sentenças do tipo que usualmente empregamos, no nível da metalinguagem, para esclarecer o uso metafórico dos termos. Aristóteles pressupõe a seguinte semelhança: tanto a natureza como a substância são, em seus respectivos domínios, um princípio que garante (entre outras coisas) certas condições de persistência para aquilo de que são princípio. E isso basta para o uso metafórico de “natureza” para se referir a substâncias.","PeriodicalId":386005,"journal":{"name":"Rónai – Revista de Estudos Clássicos e Tradutórios","volume":"13 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"114949989","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-18DOI: 10.34019/2318-3446.2020.v8.28285
Gabriela Canazart, Christian Werner
Este artigo, partindo de uma argumentação narratológica, discute as alocuções dirigidas ao narratário primário na Ilíada buscando determinar se elas podem ser consideradas apóstrofes, ou seja, se são poeticamente homólogas às apóstrofes a personagens. Seu objetivo secundário é explorar se e como essas alocuções, levando-se em conta seu contexto, sugerem ao narratário outros caminhos para a narrativa se desenvolver.
{"title":"“Então não verias o divino Agamêmnon com preguiça” (Il. 4. 223): um caso de apóstrofe na Ilíada?","authors":"Gabriela Canazart, Christian Werner","doi":"10.34019/2318-3446.2020.v8.28285","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-3446.2020.v8.28285","url":null,"abstract":"Este artigo, partindo de uma argumentação narratológica, discute as alocuções dirigidas ao narratário primário na Ilíada buscando determinar se elas podem ser consideradas apóstrofes, ou seja, se são poeticamente homólogas às apóstrofes a personagens. Seu objetivo secundário é explorar se e como essas alocuções, levando-se em conta seu contexto, sugerem ao narratário outros caminhos para a narrativa se desenvolver.","PeriodicalId":386005,"journal":{"name":"Rónai – Revista de Estudos Clássicos e Tradutórios","volume":"171 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133787344","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-07-02DOI: 10.34019/2318-3446.2020.v8.27256
Cristóvão José Dos Santos Júnior, José Amarante Santos Sobrinho
A presente pesquisa aborda o processo tradutório do primeiro livro (Ausente A) da obra De aetatibus mundi et hominis, creditada ao autor norte-africano e tardo-antigo Fábio Plancíades Fulgêncio. Nesta primeira seção da obra, aqui traduzida, Fulgêncio narra o mito do pecado original relativo a Adão e Eva. Ocorre que, em sua descrição, o Mitógrafo adota o mecanismo esteticamente inusitado de supressão de letras (lipograma), evitando palavras que apresentem registro em ‘a’, o que foi mantido na proposta de tradução.
{"title":"Adão, Eva, Caim e Abel sem a letra 'a', por Fulgêncio, o Mitógrafo: tradução do Livro I do lipograma De aetatibus mundi et hominis","authors":"Cristóvão José Dos Santos Júnior, José Amarante Santos Sobrinho","doi":"10.34019/2318-3446.2020.v8.27256","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-3446.2020.v8.27256","url":null,"abstract":"A presente pesquisa aborda o processo tradutório do primeiro livro (Ausente A) da obra De aetatibus mundi et hominis, creditada ao autor norte-africano e tardo-antigo Fábio Plancíades Fulgêncio. Nesta primeira seção da obra, aqui traduzida, Fulgêncio narra o mito do pecado original relativo a Adão e Eva. Ocorre que, em sua descrição, o Mitógrafo adota o mecanismo esteticamente inusitado de supressão de letras (lipograma), evitando palavras que apresentem registro em ‘a’, o que foi mantido na proposta de tradução.","PeriodicalId":386005,"journal":{"name":"Rónai – Revista de Estudos Clássicos e Tradutórios","volume":"146 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-07-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133870681","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-10-05DOI: 10.34019/2318-3446.2019.v7.23288
Simone Sales Marasco Franco
A intertextualidade é largamente utilizada por Petrônio como um recurso a mais para a construção de uma sociedade decadente, uma vez que a configuração e a caracterização de cada personagem são feitas de modo a confundir o leitor e levá-lo à reflexão. Com base nesses preceitos, alicerçados pelas contribuições acerca da intertextualidade de Bakhtin (1981) faremos uma leitura da obra de Petrônio à luz da intertextualidade para verificarmos seu processo de construção metapoética e suas contribuições para a crítica literária.
{"title":"Intertextualidade e metapoesia no Satyricon, de Petrônio","authors":"Simone Sales Marasco Franco","doi":"10.34019/2318-3446.2019.v7.23288","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-3446.2019.v7.23288","url":null,"abstract":"A intertextualidade é largamente utilizada por Petrônio como um recurso a mais para a construção de uma sociedade decadente, uma vez que a configuração e a caracterização de cada personagem são feitas de modo a confundir o leitor e levá-lo à reflexão. Com base nesses preceitos, alicerçados pelas contribuições acerca da intertextualidade de Bakhtin (1981) faremos uma leitura da obra de Petrônio à luz da intertextualidade para verificarmos seu processo de construção metapoética e suas contribuições para a crítica literária.","PeriodicalId":386005,"journal":{"name":"Rónai – Revista de Estudos Clássicos e Tradutórios","volume":"32 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-10-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"132341085","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}