Pub Date : 2023-02-28DOI: 10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p99-115
C. Coração
Como ler Terra em Transe (1967, Glauber Rocha), com todos os dados acumulados, 55 anos depois, neste momento de ascensão do fascismo no Brasil? Como compreender, desde sua gestão, esse objeto de tradução das nossas tragédias como povo e sociedade? Como se atentar ao seu aparato simbólico na tensão de sua própria propositura artística contraditória? Uma hipótese válida é pensar Terra em Transe como um filme-manifesto. Nesse sentido, algumas ligações parecem ser plausíveis. Se, em um primeiro momento, podemos associar o manifesto como um gênero discursivo calcado nos processos revolucionários e vanguardísticos, também poderíamos afirmar, em essência, que o tom do manifesto – e sua propulsão política – é quase sempre convocatório, disposto a propor níveis de enfrentamento contra determinadas tradições, querelas, imposições. Em outra perspectiva, o manifesto é uma ação configurada em gestos performáticos contundentes. Então, o ato do manifesto é um libelo que se traduz na força da voz, e que se encerra, em larga medida, no texto, na parede, no papel, na história etc. O registro do manifesto é o elemento estético preponderante disso que se fala, que se reivindica, que se aponta, que se imprime.
{"title":"Terra em Transe como filme-manifesto, uma abordagem possível","authors":"C. Coração","doi":"10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p99-115","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p99-115","url":null,"abstract":"Como ler Terra em Transe (1967, Glauber Rocha), com todos os dados acumulados, 55 anos depois, neste momento de ascensão do fascismo no Brasil? Como compreender, desde sua gestão, esse objeto de tradução das nossas tragédias como povo e sociedade? Como se atentar ao seu aparato simbólico na tensão de sua própria propositura artística contraditória? Uma hipótese válida é pensar Terra em Transe como um filme-manifesto. Nesse sentido, algumas ligações parecem ser plausíveis. Se, em um primeiro momento, podemos associar o manifesto como um gênero discursivo calcado nos processos revolucionários e vanguardísticos, também poderíamos afirmar, em essência, que o tom do manifesto – e sua propulsão política – é quase sempre convocatório, disposto a propor níveis de enfrentamento contra determinadas tradições, querelas, imposições. Em outra perspectiva, o manifesto é uma ação configurada em gestos performáticos contundentes. Então, o ato do manifesto é um libelo que se traduz na força da voz, e que se encerra, em larga medida, no texto, na parede, no papel, na história etc. O registro do manifesto é o elemento estético preponderante disso que se fala, que se reivindica, que se aponta, que se imprime.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"4 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"79101725","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-25DOI: 10.5752/p.2358-3428.2022v26n57p90-100
P. Martins, Rodrigo Nicolato
O presente artigo propõe uma reflexão sobre o problema da consciência à luz da fenomenologia. A abordagem fenomenológica parte da ideia de que a experiência subjetiva ocorre no momento em que sensações provenientes da interpretação de informações externas, advindas dos órgãos sensoriais e processadas pelo cérebro, geram sentimentos internos, ligados a estados afetivos. Assim eles são entendidos como experiências mentais de estados corporais e podem ser influenciados pelas memórias, experiências pessoais e crenças, fato que requer alguma redundância. Ao questionar se a consciência imanente contraria o princípio da parcimônia e porque isso ocorreria, o artigo avalia como se daria a manutenção da lucidez e de que forma alterações sensoperceptivas interferem no constructo da psicopatologia da consciência. Se a consciência precisa re-sentir para estar consciente de si mesma e do outro, o ressentimento, base da psicopatologia, figuraria como uma repetição de sentimentos baseada em operações mentais disfuncionais ou no desequilíbrio de processos internos e afetivos, sendo a redundância impeditiva do esquecimento e, com ele, do fluxo normal da vida.
{"title":"A consciência (re)sentida","authors":"P. Martins, Rodrigo Nicolato","doi":"10.5752/p.2358-3428.2022v26n57p90-100","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2022v26n57p90-100","url":null,"abstract":"O presente artigo propõe uma reflexão sobre o problema da consciência à luz da fenomenologia. A abordagem fenomenológica parte da ideia de que a experiência subjetiva ocorre no momento em que sensações provenientes da interpretação de informações externas, advindas dos órgãos sensoriais e processadas pelo cérebro, geram sentimentos internos, ligados a estados afetivos. Assim eles são entendidos como experiências mentais de estados corporais e podem ser influenciados pelas memórias, experiências pessoais e crenças, fato que requer alguma redundância. Ao questionar se a consciência imanente contraria o princípio da parcimônia e porque isso ocorreria, o artigo avalia como se daria a manutenção da lucidez e de que forma alterações sensoperceptivas interferem no constructo da psicopatologia da consciência. Se a consciência precisa re-sentir para estar consciente de si mesma e do outro, o ressentimento, base da psicopatologia, figuraria como uma repetição de sentimentos baseada em operações mentais disfuncionais ou no desequilíbrio de processos internos e afetivos, sendo a redundância impeditiva do esquecimento e, com ele, do fluxo normal da vida.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"240 2 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"72797820","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-25DOI: 10.5752/p.2358-3428.2022v26n57p9-32
Hugo Mari, José Carlos Cavalheiro Silveira
Não há.
没有。
{"title":"Polêmicas em torno da relação consciência e cognição","authors":"Hugo Mari, José Carlos Cavalheiro Silveira","doi":"10.5752/p.2358-3428.2022v26n57p9-32","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2022v26n57p9-32","url":null,"abstract":"<jats:p>Não há.</jats:p>","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"2000 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"78270993","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-21DOI: 10.5752/p.2358-3428.2022v26n57p66-89
A. Souza
O presente artigo relata uma análise reflexiva sobre a percepção, destacando seu nível consciente e inconsciente. Nesse sentido, tem-se a sensação como nível consciente da percepção e a intuição, como o nível inconsciente. Destaca-se, neste trabalho, que ambos os níveis da percepção são formas de alcance do conhecimento e da cognição humana, bem como avalia a importância cognitiva do corpo, argumentando que o conhecimento não é um processo que ocorre à margem da atividade corpórea. O trabalho se inicia com uma discussão sobre as relações e diferenças da dupla sensação-percepção, para depois, analisar a relação da intuição com os construtos sensação e percepção.
{"title":"Sensação e intuição: duas vertentes da percepção","authors":"A. Souza","doi":"10.5752/p.2358-3428.2022v26n57p66-89","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2022v26n57p66-89","url":null,"abstract":"O presente artigo relata uma análise reflexiva sobre a percepção, destacando seu nível consciente e inconsciente. Nesse sentido, tem-se a sensação como nível consciente da percepção e a intuição, como o nível inconsciente. Destaca-se, neste trabalho, que ambos os níveis da percepção são formas de alcance do conhecimento e da cognição humana, bem como avalia a importância cognitiva do corpo, argumentando que o conhecimento não é um processo que ocorre à margem da atividade corpórea. O trabalho se inicia com uma discussão sobre as relações e diferenças da dupla sensação-percepção, para depois, analisar a relação da intuição com os construtos sensação e percepção.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"4 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"88660979","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-21DOI: 10.5752/p.2358-3428.2022v26n57p222-242
A. A. Moura
Taking into consideration an intellectual atmosphere attentive to the interchanges between embodied cognition and literature, the objective of this paper is to introduce definitions, mechanisms, and functionalities of bodily reactions to human existence and the production of knowledge based mainly on the investigations of the Portuguese neuroscientist Antonio Damasio. He has published several books and is one of the most influential researchers on the reciprocity among body, brain, mind, and situated experiences. By analyzing his investigations, it becomes possible to develop theoretical and analytical repertoires capable of contemplating emotion resulting from contact with literary fictions as relevant to their understanding.
{"title":"On Emotion: Exchanges Between Neurosciences and Literary Studies","authors":"A. A. Moura","doi":"10.5752/p.2358-3428.2022v26n57p222-242","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2022v26n57p222-242","url":null,"abstract":"Taking into consideration an intellectual atmosphere attentive to the interchanges between embodied cognition and literature, the objective of this paper is to introduce definitions, mechanisms, and functionalities of bodily reactions to human existence and the production of knowledge based mainly on the investigations of the Portuguese neuroscientist Antonio Damasio. He has published several books and is one of the most influential researchers on the reciprocity among body, brain, mind, and situated experiences. By analyzing his investigations, it becomes possible to develop theoretical and analytical repertoires capable of contemplating emotion resulting from contact with literary fictions as relevant to their understanding.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"84 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"72444961","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-21DOI: 10.5752/p.2358-3428.2022v26n57p34-65
Alfredo Pereira Junior
The Online Workshop on Theories of Consciousness (OWTC), a set of live online (text only) discussions carried out in 2009 at the site Nature.com, was an attempt to organize and find minimal agreement on the epistemological bases for scientific and philosophical research on the Theory of Consciousness. This paper covers the guidelines I proposed to the group; some issues discussed after the presentation of the first seminars on “Models of Conscousness”, by Anil Seth, and “Cognitive Theories of Consciousness”, by Vincent de Gardelle; as well as some discussions with the participants about these topics. Following the Concluding Remarks, I added an Epilogue written some years after the Workshop.Keywords: Consciousness; brain; physiology; epistemology; neurons; astrocytes; explanatory models.
意识理论在线研讨会(OWTC)是2009年在Nature.com网站上进行的一组在线(纯文本)讨论,旨在组织并找到关于意识理论的科学和哲学研究的认识论基础的最小共识。这篇论文涵盖了我向小组提出的指导方针;在阿尼尔·赛斯(Anil Seth)的“意识模型”和文森特·德·加德勒(Vincent de Gardelle)的“意识认知理论”第一次研讨会之后讨论了一些问题;以及与参与者就这些话题进行的一些讨论。在结束语之后,我加了一篇在研讨会几年后写的后记。关键词:意识;大脑;生理学;认识论;神经元;星形胶质细胞;解释模型。
{"title":"Notes on the Guidelines of the 2009 Online Workshop on Theories of Consciousness","authors":"Alfredo Pereira Junior","doi":"10.5752/p.2358-3428.2022v26n57p34-65","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2022v26n57p34-65","url":null,"abstract":"The Online Workshop on Theories of Consciousness (OWTC), a set of live online (text only) discussions carried out in 2009 at the site Nature.com, was an attempt to organize and find minimal agreement on the epistemological bases for scientific and philosophical research on the Theory of Consciousness. This paper covers the guidelines I proposed to the group; some issues discussed after the presentation of the first seminars on “Models of Conscousness”, by Anil Seth, and “Cognitive Theories of Consciousness”, by Vincent de Gardelle; as well as some discussions with the participants about these topics. Following the Concluding Remarks, I added an Epilogue written some years after the Workshop.Keywords: Consciousness; brain; physiology; epistemology; neurons; astrocytes; explanatory models.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"17 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"74871313","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-21DOI: 10.5752/p.2358-3428.2022v26n57p193-221
P. Mendes, Daiman Oliveira da Costa
Neste artigo, abordaremos o “problema” da consciência pela via da intersubjetividade, com o objetivo de mapear e avaliar o funcionamento sociocognitivo de certos padrões de experienciação intersubjetiva que se manifestam por meio da linguagem e, mais especificamente, por meio da prática narrativa. Para tanto, selecionamos uma entrevista narrativa, gravada e transcrita em 2016 no âmbito das reuniões do GEDEM-UFOP, por meio da qual a narradora relata a sua experiência com o rompimento da Barragem de Fundão, em Bento Rodrigues (MG), e constrói, intersubjetivamente, a sua identidade como “atingida por barragem” a partir de três estágios: o não-pertencimento, a identificação e a militância. Em termos teóricos, nos apoiaremos principalmente nas contribuições de Damásio (2015; 2018), Abrantes (2010), Zlatev (2008) e Gallagher & Hutto (2008) para mostrar que a prática narrativa pode ser concebida como um dado de primeira pessoa do plural no âmbito dos estudos da consciência.
{"title":"A construção narrativa da identidade de uma “atingida por barragem”: investigando a experiência consciente pela via da intersubjetividade","authors":"P. Mendes, Daiman Oliveira da Costa","doi":"10.5752/p.2358-3428.2022v26n57p193-221","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2022v26n57p193-221","url":null,"abstract":"Neste artigo, abordaremos o “problema” da consciência pela via da intersubjetividade, com o objetivo de mapear e avaliar o funcionamento sociocognitivo de certos padrões de experienciação intersubjetiva que se manifestam por meio da linguagem e, mais especificamente, por meio da prática narrativa. Para tanto, selecionamos uma entrevista narrativa, gravada e transcrita em 2016 no âmbito das reuniões do GEDEM-UFOP, por meio da qual a narradora relata a sua experiência com o rompimento da Barragem de Fundão, em Bento Rodrigues (MG), e constrói, intersubjetivamente, a sua identidade como “atingida por barragem” a partir de três estágios: o não-pertencimento, a identificação e a militância. Em termos teóricos, nos apoiaremos principalmente nas contribuições de Damásio (2015; 2018), Abrantes (2010), Zlatev (2008) e Gallagher & Hutto (2008) para mostrar que a prática narrativa pode ser concebida como um dado de primeira pessoa do plural no âmbito dos estudos da consciência.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"5 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"88067792","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-21DOI: 10.5752/p.2358-3428.2022v26n57p349-374
N. D. F. Biavati, G. Carvalho
O presente trabalho apresenta os modos como mobilizamos sentidos sobre o tempo nos acontecimentos de dizeres típicos da pandemia do SARS-COV-2. Destacamos formações, como “novo normal” e “dia D” e “hora H”, que caracterizam o referencial histórico da pandemia, pelo olhar da Semântica da Enunciação. Propomos o foco à temporalidade do dizer a que se refere Guimarães (2002, 2018), uma vez que o acontecimento temporaliza. Nesse ponto, discutimos uma proposta de olhar de separação didática dos sentidos que construímos sobre o tempo, realçando como a temporalidade do dizer acontece e o modo como temporalizações reconstroem e redefinem sentidos, colocando a nossa visão às significações e como elas se (re)moldam, produzindo os acontecimentos do dizer sobre/ na pandemia, uma vez que os sujeitos são tomados pela linguagem na historicidade e constituem o Logos. Desse modo, observamos como os discursos se dão a partir de referenciais, moldando o mundo pela linguagem que ora se delineia nas emergências.
{"title":"Temporalizações e temporalidades: sobre o tempo no acontecimento do dizer","authors":"N. D. F. Biavati, G. Carvalho","doi":"10.5752/p.2358-3428.2022v26n57p349-374","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2022v26n57p349-374","url":null,"abstract":"O presente trabalho apresenta os modos como mobilizamos sentidos sobre o tempo nos acontecimentos de dizeres típicos da pandemia do SARS-COV-2. Destacamos formações, como “novo normal” e “dia D” e “hora H”, que caracterizam o referencial histórico da pandemia, pelo olhar da Semântica da Enunciação. Propomos o foco à temporalidade do dizer a que se refere Guimarães (2002, 2018), uma vez que o acontecimento temporaliza. Nesse ponto, discutimos uma proposta de olhar de separação didática dos sentidos que construímos sobre o tempo, realçando como a temporalidade do dizer acontece e o modo como temporalizações reconstroem e redefinem sentidos, colocando a nossa visão às significações e como elas se (re)moldam, produzindo os acontecimentos do dizer sobre/ na pandemia, uma vez que os sujeitos são tomados pela linguagem na historicidade e constituem o Logos. Desse modo, observamos como os discursos se dão a partir de referenciais, moldando o mundo pela linguagem que ora se delineia nas emergências. ","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"3 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"75363755","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-21DOI: 10.5752/p.2358-3428.2022v26n57p299-322
Susana L. M. Antunes
Pedro Almeida Maia nasceu em Ponta Delgada, Açores, a 29 de junho de 1979. É psicólogo organizacional e escritor. Cresceu na Canada dos Ingleses, frequentou escolas locais e a Universidade dos Açores, ondes se licenciou em Psicologia. Concluiu o Mestrado Europeu em Psicologia do Trabalho, das Organizações e dos Recursos Humanos nas universidades de Coimbra e de Barcelona, trabalhou na Irlanda e regressou a São Miguel, Açores, em 2017. Entre a família, a profissão e a escrita, Pedro Almeida Maia tem-se revelado um escritor que, ao longo de 10 anos de vida literária, tem surpreendido e desafiado os leitores. Escritor prolífico, amante das artes e das ilhas, a sua escrita concentra, em perfeita simbiose, criatividade e investigação, direcionando a sua sensibilidade para questões atuais e pertinentes. No ano em que celebra 10 anos de vida literária, Pedro Almeida Maia também é detentor de uma fortuna crítica que assegura a sua qualidade como autor singular da nova geração de escritores açorianos que se tem vindo a afirmar. A entrevista que se segue revela a singular universalidade de Pedro Almeida Maia.
佩德罗·阿尔梅达·迈亚于1979年6月29日出生在亚速尔群岛的蓬塔德尔加达。他是组织心理学家和作家。他在英国的加拿大长大,就读于当地的学校和亚速尔大学,毕业于心理学专业。她在科英布拉大学(university of Coimbra)和巴塞罗那大学(university of Barcelona)获得了欧洲工作、组织和人力资源心理学硕士学位,曾在爱尔兰工作,并于2017年回到亚速尔群岛的sao Miguel。在家庭、职业和写作之间,佩德罗·阿尔梅达·迈亚证明了自己是一位作家,在他10年的文学生涯中,他既给读者带来了惊喜,也给读者带来了挑战。多产的作家,艺术和岛屿的爱好者,他的写作集中在完美的共生,创造力和研究,指导他的敏感性当前和相关的问题。在庆祝文学生活10周年的这一年,佩德罗·阿尔梅达·迈亚也拥有一笔关键的财富,这确保了他作为新一代亚速尔作家的独特作家的品质,这一品质已经确立。下面的采访揭示了佩德罗·阿尔梅达·迈亚独特的普遍性。
{"title":"Da singularidade açoriana: entrevista a Pedro Almeida Maia","authors":"Susana L. M. Antunes","doi":"10.5752/p.2358-3428.2022v26n57p299-322","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2022v26n57p299-322","url":null,"abstract":"Pedro Almeida Maia nasceu em Ponta Delgada, Açores, a 29 de junho de 1979. É psicólogo organizacional e escritor. Cresceu na Canada dos Ingleses, frequentou escolas locais e a Universidade dos Açores, ondes se licenciou em Psicologia. Concluiu o Mestrado Europeu em Psicologia do Trabalho, das Organizações e dos Recursos Humanos nas universidades de Coimbra e de Barcelona, trabalhou na Irlanda e regressou a São Miguel, Açores, em 2017. Entre a família, a profissão e a escrita, Pedro Almeida Maia tem-se revelado um escritor que, ao longo de 10 anos de vida literária, tem surpreendido e desafiado os leitores. Escritor prolífico, amante das artes e das ilhas, a sua escrita concentra, em perfeita simbiose, criatividade e investigação, direcionando a sua sensibilidade para questões atuais e pertinentes. No ano em que celebra 10 anos de vida literária, Pedro Almeida Maia também é detentor de uma fortuna crítica que assegura a sua qualidade como autor singular da nova geração de escritores açorianos que se tem vindo a afirmar. A entrevista que se segue revela a singular universalidade de Pedro Almeida Maia. ","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"24 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"87530095","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}