Pub Date : 2022-01-11DOI: 10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p350-380
Andréa Portolomeos
Este artigo discute a produção de Benjamin Costallat como cronista de jornais cariocas nos anos de 1920 que, em diálogo discussões realizadas na Europa sobretudo pelo Futurismo, encampava um projeto para ampliação do público leitor de literatura entre nós, abrandando os efeitos de uma modernização conservadora praticada pelos governantes da República Velha. Costallat concebia que, ao lado da urbanização do início do século XX, registrava-se uma modificação na sensibilidade dos novos grandes aglomerados urbanos. Essa ideia configura seus textos, inaugurando em suas crônicas uma linguagem marcada pela velocidade e pela imagem do novo cenário citadino, sem precedentes no universo literário brasileiro. O artigo pretende abordar como o cronista trabalha à revelia de um conceito tradicional da cultura e do literário, dando origem a uma importante ruptura estética no Brasil que implicou - para além de uma exclusiva renovação da linguagem artística - a utilização de novos suportes, como o jornal e de novas tecnologias, como o cinema. A produção de Costallat constitui uma nova manifestação literária nos anos de 1920 que não deve ser avaliada estritamente segundo os critérios estéticos adotados pela crítica modernista canônica. É necessário analisar, a partir de outras perspectivas, esses textos que fogem ao convencionalismo das categorias de arte tradicional sob pena de negação da reinvenção de uma prática vanguardista no Brasil que lança luzes sobre as incongruências de um projeto autoritário de modernização entre nós.
{"title":"A crônica de Benjamim Costallat: uma nova ideia de literatura para a ampliação do público leitor por meio de jornais cariocas, nos anos de 1920","authors":"Andréa Portolomeos","doi":"10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p350-380","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p350-380","url":null,"abstract":"Este artigo discute a produção de Benjamin Costallat como cronista de jornais cariocas nos anos de 1920 que, em diálogo discussões realizadas na Europa sobretudo pelo Futurismo, encampava um projeto para ampliação do público leitor de literatura entre nós, abrandando os efeitos de uma modernização conservadora praticada pelos governantes da República Velha. Costallat concebia que, ao lado da urbanização do início do século XX, registrava-se uma modificação na sensibilidade dos novos grandes aglomerados urbanos. Essa ideia configura seus textos, inaugurando em suas crônicas uma linguagem marcada pela velocidade e pela imagem do novo cenário citadino, sem precedentes no universo literário brasileiro. O artigo pretende abordar como o cronista trabalha à revelia de um conceito tradicional da cultura e do literário, dando origem a uma importante ruptura estética no Brasil que implicou - para além de uma exclusiva renovação da linguagem artística - a utilização de novos suportes, como o jornal e de novas tecnologias, como o cinema. A produção de Costallat constitui uma nova manifestação literária nos anos de 1920 que não deve ser avaliada estritamente segundo os critérios estéticos adotados pela crítica modernista canônica. É necessário analisar, a partir de outras perspectivas, esses textos que fogem ao convencionalismo das categorias de arte tradicional sob pena de negação da reinvenção de uma prática vanguardista no Brasil que lança luzes sobre as incongruências de um projeto autoritário de modernização entre nós.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"193 6","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"72459262","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-11DOI: 10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p183-211
B. Lima
Mário de Andrade relembra, vinte anos após a Semana de Arte Moderna, o caráter de fundação de um espírito nacional ser atribuído ao modernismo, sem o qual a consciência da nacionalidade brasileira não teria se desenvolvido. A partir do pensamento de Benedict Anderson a respeito do conceito de nação e de consciência nacional, revisitamos alguns pontos nodais da obra andradina de modo a problematizar criticamente sua convicção da questão nacional ser tributária ao modernismo. Outro autor igualmente importante dentre os modernistas de primeira hora é Oswald de Andrade, que contribui com a tentativa de formação identitária do Brasil. O teor vanguardista do movimento de 22 é também colocado em xeque com o confronto entre o futurismo de Marinetti e a absorção do mesmo por Oswald, evidenciando os paradoxos modernistas nas suas nuances vanguardistas e nacionais. Próximo da comemoração do centenário da Semana, levantamos questões críticas importantes acerca do modernismo, sem com isso pretender desmerecer a qualidade estético-literária do movimento.
mario de Andrade回忆说,在现代艺术周20年后,民族精神的基础特征被归因于现代主义,没有现代主义,巴西民族意识就不会发展。从本尼迪克特·安德森关于国家和民族意识概念的思想出发,我们重新审视了安德拉迪纳作品的一些关键点,以批判性地质疑他对国家问题依赖于现代主义的信念。在早期现代主义者中,另一位同样重要的作家是奥斯瓦尔德·德·安德拉德,他对巴西身份的形成做出了贡献。22运动的前卫内容也受到马里内蒂未来主义与奥斯瓦尔德对未来主义的吸收之间的对抗的质疑,突出了现代主义在前卫和民族细微差别中的悖论。在这周的百年纪念之际,我们提出了关于现代主义的重要批评问题,同时又不想贬低这一运动的美学和文学品质。
{"title":"A construção de um Brasil imaginado estética e ideologicamente","authors":"B. Lima","doi":"10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p183-211","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p183-211","url":null,"abstract":"Mário de Andrade relembra, vinte anos após a Semana de Arte Moderna, o caráter de fundação de um espírito nacional ser atribuído ao modernismo, sem o qual a consciência da nacionalidade brasileira não teria se desenvolvido. A partir do pensamento de Benedict Anderson a respeito do conceito de nação e de consciência nacional, revisitamos alguns pontos nodais da obra andradina de modo a problematizar criticamente sua convicção da questão nacional ser tributária ao modernismo. Outro autor igualmente importante dentre os modernistas de primeira hora é Oswald de Andrade, que contribui com a tentativa de formação identitária do Brasil. O teor vanguardista do movimento de 22 é também colocado em xeque com o confronto entre o futurismo de Marinetti e a absorção do mesmo por Oswald, evidenciando os paradoxos modernistas nas suas nuances vanguardistas e nacionais. Próximo da comemoração do centenário da Semana, levantamos questões críticas importantes acerca do modernismo, sem com isso pretender desmerecer a qualidade estético-literária do movimento.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"27 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"87513591","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-11DOI: 10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p553-590
F. Breda, C. Berriel
{"title":"Entrevista com Carlos Berriel","authors":"F. Breda, C. Berriel","doi":"10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p553-590","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p553-590","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"17 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"81175705","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-11DOI: 10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p9-26
I. Walty, Paulo Roberto Tonani do Patrocínio
O centenário da Semana de Arte Moderna, evento consagrado pela crítica canônica como marco fundador do modernismo brasileiro, faz-se momento oportuno para a produção de um revisionismo crítico do movimento e de conceitos que o sustentaram. Nacionalismo, colonialismo, antropofagia, identidade, em diálogo com seus contrários como cosmopolitismo, antropoemia e alteridade, formam uma espécie de seara conceitual que revela o diálogo entre o discurso contemporâneo e as produções modernistas. Mais do que uma inspiração ou uma possível apropriação de modulações críticas, a presença de alguns conceitos-chave do modernismo na contemporaneidade deve ser compreendida como uma espécie de resíduo das questões propulsoras do pensamento modernista brasileiro. Além disso, é igualmente possível ratificarmos que a busca de identidade nacional figura no centro de tais reflexões, sempre marcada por relações de poder de várias naturezas.
{"title":"(Des)fazendo percursos do modernismo: revisão de conceitos","authors":"I. Walty, Paulo Roberto Tonani do Patrocínio","doi":"10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p9-26","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p9-26","url":null,"abstract":"O centenário da Semana de Arte Moderna, evento consagrado pela crítica canônica como marco fundador do modernismo brasileiro, faz-se momento oportuno para a produção de um revisionismo crítico do movimento e de conceitos que o sustentaram. Nacionalismo, colonialismo, antropofagia, identidade, em diálogo com seus contrários como cosmopolitismo, antropoemia e alteridade, formam uma espécie de seara conceitual que revela o diálogo entre o discurso contemporâneo e as produções modernistas. Mais do que uma inspiração ou uma possível apropriação de modulações críticas, a presença de alguns conceitos-chave do modernismo na contemporaneidade deve ser compreendida como uma espécie de resíduo das questões propulsoras do pensamento modernista brasileiro. Além disso, é igualmente possível ratificarmos que a busca de identidade nacional figura no centro de tais reflexões, sempre marcada por relações de poder de várias naturezas.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"16 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"86671065","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-11DOI: 10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p518-551
A. Alves, Jônata Alisson Ribeiro de Oliveira
Este artigo busca compreender experiências da colonialidade ou, mais precisamente, do que María Lugones (2008) caracteriza como colonialidade de gênero, mediante leitura do romance Eu, Tituba: bruxa negra de Salem, de Maryse Condé (2019). Como recorte necessário ao texto literário, partimos de um exame específico da narradora-protagonista Tituba, em passagens nas quais se observa seus deslocamentos entre fronteiras (físicas e imaginárias) de uma modernidade europeia recém-instalada nas ilhas caribenhas dos anos finais do século XVII e iniciais do século XVIII. Supomos que a mulher negra, uma vez reduzida à animalidade, ao sexo forçado e à escravização, se mostra parte constitutiva de um regime de violência próprio ao sistema colonial-moderno de gênero, ao que se mostraria relevante examinar, a partir das experiências de Tituba no contexto da primeira modernidade, como se constroem, de maneira hegemônica, o gênero e suas relações. Este trabalho fundamenta-se nas premissas teóricas da noção de colonialidade do gênero, de María Lugones (2005; 2008; 2014).
{"title":"Colonialidade e gênero no romance Eu, Tituba: bruxa negra de Salem, de Maryse Condé","authors":"A. Alves, Jônata Alisson Ribeiro de Oliveira","doi":"10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p518-551","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p518-551","url":null,"abstract":"Este artigo busca compreender experiências da colonialidade ou, mais precisamente, do que María Lugones (2008) caracteriza como colonialidade de gênero, mediante leitura do romance Eu, Tituba: bruxa negra de Salem, de Maryse Condé (2019). Como recorte necessário ao texto literário, partimos de um exame específico da narradora-protagonista Tituba, em passagens nas quais se observa seus deslocamentos entre fronteiras (físicas e imaginárias) de uma modernidade europeia recém-instalada nas ilhas caribenhas dos anos finais do século XVII e iniciais do século XVIII. Supomos que a mulher negra, uma vez reduzida à animalidade, ao sexo forçado e à escravização, se mostra parte constitutiva de um regime de violência próprio ao sistema colonial-moderno de gênero, ao que se mostraria relevante examinar, a partir das experiências de Tituba no contexto da primeira modernidade, como se constroem, de maneira hegemônica, o gênero e suas relações. Este trabalho fundamenta-se nas premissas teóricas da noção de colonialidade do gênero, de María Lugones (2005; 2008; 2014).","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"174 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"74442259","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-11DOI: 10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p457-486
L. Leal
Resumo: Este artigo propõe uma análise sobre diversas formas de antropofagia na lírica do poeta moçambicano Virgílio de Lemos, ortônimo, e de seus heterônimos, principalmente as feições que ecoam na voz do heterônimo Duarte Galvão, arauto da Revista Msaho (1952). Em sua proposta de “antropofagia delirante”, Virgílio de Lemos transita pelos movimentos das Vanguardas Europeias – especialmente, pelo Surrealismo, Cubismo e Dadaísmo –; pelas Vanguardas Latino-Americanas, pelo Modernismo Brasileiro, incorporando tais propostas, elaborando-as, para conceber sua voz inaugural no cenário dessa colônia portuguesa. A “antropofagia delirante” de Virgílio de Lemos propõe novos vieses para a lírica moçambicana. Esta atitude estética revela transgressão em relação ao modelo literário predominante em Moçambique, fortalecendo uma atitude estética que ecoa subversão e resistência à repressão colonialista. Palavras-chave: Virgílio de Lemos, antropofagia, modernismo, poesia moçambicana, resistência.
摘要:本文分析了莫桑比克诗人维吉尔·德·莱莫斯(virgilio de Lemos)的诗歌中各种形式的食人行为,以及他的异名,特别是在Msaho杂志(1952)的先驱Duarte galvao的异名声音中呼应的特征。在他的“妄想症食人症”提案中,virgilio de Lemos穿越了欧洲前卫运动,特别是超现实主义、立体主义和达达主义;拉丁美洲的先锋派,巴西的现代主义,结合这些建议,详细阐述它们,在这个葡萄牙殖民地的场景中构思它的首个声音。维吉尔·德·莱莫斯(virgil de Lemos)的《妄想症食人症》(delirante antropofagia)为莫桑比克歌词提出了新的偏见。这种审美态度揭示了莫桑比克盛行的文学模式的越界,加强了一种呼应颠覆和抵抗殖民压迫的审美态度。关键词:维吉尔·德·莱莫斯,食人,现代主义,莫桑比克诗歌,抵抗。
{"title":"Virgílio de Lemos e sua antropofagia delirante: estética e vertigem na lírica moçambicana","authors":"L. Leal","doi":"10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p457-486","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p457-486","url":null,"abstract":"Resumo: Este artigo propõe uma análise sobre diversas formas de antropofagia na lírica do poeta moçambicano Virgílio de Lemos, ortônimo, e de seus heterônimos, principalmente as feições que ecoam na voz do heterônimo Duarte Galvão, arauto da Revista Msaho (1952). Em sua proposta de “antropofagia delirante”, Virgílio de Lemos transita pelos movimentos das Vanguardas Europeias – especialmente, pelo Surrealismo, Cubismo e Dadaísmo –; pelas Vanguardas Latino-Americanas, pelo Modernismo Brasileiro, incorporando tais propostas, elaborando-as, para conceber sua voz inaugural no cenário dessa colônia portuguesa. A “antropofagia delirante” de Virgílio de Lemos propõe novos vieses para a lírica moçambicana. Esta atitude estética revela transgressão em relação ao modelo literário predominante em Moçambique, fortalecendo uma atitude estética que ecoa subversão e resistência à repressão colonialista. \u0000Palavras-chave: Virgílio de Lemos, antropofagia, modernismo, poesia moçambicana, resistência.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"35 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"77312437","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-11DOI: 10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p428-456
Leonardo Ferreira Aguiar
O presente artigo tem por objetivo trazer ao debate literário brasileiro a discussão em andamento na crítica literária italiana sobre o que críticos atuantes compreendem como Hipermodernismo, ou seja, uma literatura cujos escritores retomam as bases do modernismo de maneira a querer dar forma a uma experiência conturbada no século XXI. Para ilustrar o debate, apresentar-se-á a perspectiva de dois críticos italianos contemporâneos: Raffaele Donnarumma e Remo Ceserani, cujos textos conflitam em relação ao que se entende por termos como “modernidade”, “modernismo”, “pós-moderno”, “pós-modernismo” e, enfim, “hipermodernismo”. Acredita-se que essa discussão possa agregar aos estudos na área da literatura brasileira e oferecer novos pontos de vista que permitam analisar o Modernismo e a literatura contemporânea de nosso país.
{"title":"Modernismo/Hipermodernismo: o debate teórico italiano contemporâneo","authors":"Leonardo Ferreira Aguiar","doi":"10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p428-456","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p428-456","url":null,"abstract":"O presente artigo tem por objetivo trazer ao debate literário brasileiro a discussão em andamento na crítica literária italiana sobre o que críticos atuantes compreendem como Hipermodernismo, ou seja, uma literatura cujos escritores retomam as bases do modernismo de maneira a querer dar forma a uma experiência conturbada no século XXI. Para ilustrar o debate, apresentar-se-á a perspectiva de dois críticos italianos contemporâneos: Raffaele Donnarumma e Remo Ceserani, cujos textos conflitam em relação ao que se entende por termos como “modernidade”, “modernismo”, “pós-moderno”, “pós-modernismo” e, enfim, “hipermodernismo”. Acredita-se que essa discussão possa agregar aos estudos na área da literatura brasileira e oferecer novos pontos de vista que permitam analisar o Modernismo e a literatura contemporânea de nosso país.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"26 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"75466928","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-11DOI: 10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p122-150
Rodrigo Octávio Cardoso
Parte do projeto do modernismo brasileiro foi a afirmação de uma literatura nacional autêntica no espaço mundial da modernidade estabelecido como conjunto de Estados nacionais. Entretanto, a escrita do texto moderno foi marcada por aquilo que Denise Ferreira da Silva (2007) chama de globalidade, isto é, a atribuição de transparência ao sujeito europeu e de afetabilidade aos seus outros raciais, que ocupavam outros espaços. Essa separação se expressou como uma forma peculiar de angústia de influência em diversos textos literários modernistas que buscavam estabelecer sua autenticidade frente a uma tradição literária ocidental que, por sua vez, não os reconhecia. Neste artigo, proponho uma leitura de diferentes manifestações dessa angústia de influência e separação em alguns célebres poemas modernistas publicados originalmente na Revista de Antropofagia por Murilo Mendes, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Oswald de Andrade.
巴西现代主义计划的一部分是在现代性的世界空间中肯定一个真实的民族文学作为一组民族国家。然而,现代文本的写作以丹尼斯·费雷拉·达·席尔瓦(2007)所称的全球主义为标志,即将透明度分配给欧洲主体,并将可操作性分配给占据其他空间的其他种族。这种分离表现为对各种现代主义文学文本的一种特殊形式的影响焦虑,这些文本试图在西方文学传统面前建立自己的真实性,而西方文学传统又不承认它们。在这篇文章中,我建议阅读穆利洛·门德斯(Murilo Mendes)、mario德安德拉德(mario de Andrade)、曼努埃尔·班代拉(Manuel Bandeira)、卡洛斯·德拉蒙德·德安德拉德(Carlos Drummond de Andrade)和奥斯瓦尔德·德安德拉德(Oswald de Andrade)最初发表在《Antropofagia》杂志上的一些著名现代主义诗歌中这种影响和分离的痛苦的不同表现。
{"title":"Indigestão colonial em alguns poemas da Revista de Antropofagia","authors":"Rodrigo Octávio Cardoso","doi":"10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p122-150","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p122-150","url":null,"abstract":"Parte do projeto do modernismo brasileiro foi a afirmação de uma literatura nacional autêntica no espaço mundial da modernidade estabelecido como conjunto de Estados nacionais. Entretanto, a escrita do texto moderno foi marcada por aquilo que Denise Ferreira da Silva (2007) chama de globalidade, isto é, a atribuição de transparência ao sujeito europeu e de afetabilidade aos seus outros raciais, que ocupavam outros espaços. Essa separação se expressou como uma forma peculiar de angústia de influência em diversos textos literários modernistas que buscavam estabelecer sua autenticidade frente a uma tradição literária ocidental que, por sua vez, não os reconhecia. Neste artigo, proponho uma leitura de diferentes manifestações dessa angústia de influência e separação em alguns célebres poemas modernistas publicados originalmente na Revista de Antropofagia por Murilo Mendes, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Oswald de Andrade.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"4 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"78769493","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-11-30DOI: 10.5752/p.2358-3428.2021v25n54p296-322
Mariana Galdino Santana
Compreendemos que cabe à escola, e especialmente à docência de Língua Portuguesa, preparar alunos e alunas para uma leitura cuidadosa e responsiva da produção informacional e midiática, possibilitando um olhar crítico sobre a “objetividade” dos fatos, colaborando, desse modo, com a (re)construção e problematização de um sentimento de pertencimento a uma territorialidade, quando os textos para o ensino e a aprendizagem da linguagem têm como objeto de discurso uma região e seu povo. Assim, se sabemos que a disseminação de notícias falsas e de pós-verdades pode ocasionar vários danos à sociedade em geral e às pessoas especificamente, proponho-me, nesse artigo, à reflexão, em aulas de Língua Portuguesa, acerca da formação do letramento crítico de estudantes do Ensino Médio, a partir do trabalho com textos, informação midiática e a cultura do “pós-fato” em que a temática seja o Nordeste e o(a)s nordestino(a)s. Para tanto, sugere-se um Plano de Ensino mensal com fito de construir uma leitura crítica e fomentar a formação de opinião a partir da recepção de “pós-fatos” que tomam como referente o Nordeste e o(a)s nordestino(a)s. O plano em questão prevê discutir com os alunos questões éticas, sociais e de formação do sujeito contemporâneo, interessada nos processos de ensino e de aprendizagem, em aulas de Língua Portuguesa, para a formação de leitor(a) crítico(a) frente à (própria) territorialidade. Palavras-chave: Pós-verdade. Responsividade. Fake news. Letramento informacional e midiático. Ética.
{"title":"Letramento crítico no Ensino Médio: uma proposta didática sobre pós-fatos contra o Nordeste/nordestino(a) em aulas de Língua Portuguesa","authors":"Mariana Galdino Santana","doi":"10.5752/p.2358-3428.2021v25n54p296-322","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2021v25n54p296-322","url":null,"abstract":"Compreendemos que cabe à escola, e especialmente à docência de Língua Portuguesa, preparar alunos e alunas para uma leitura cuidadosa e responsiva da produção informacional e midiática, possibilitando um olhar crítico sobre a “objetividade” dos fatos, colaborando, desse modo, com a (re)construção e problematização de um sentimento de pertencimento a uma territorialidade, quando os textos para o ensino e a aprendizagem da linguagem têm como objeto de discurso uma região e seu povo. Assim, se sabemos que a disseminação de notícias falsas e de pós-verdades pode ocasionar vários danos à sociedade em geral e às pessoas especificamente, proponho-me, nesse artigo, à reflexão, em aulas de Língua Portuguesa, acerca da formação do letramento crítico de estudantes do Ensino Médio, a partir do trabalho com textos, informação midiática e a cultura do “pós-fato” em que a temática seja o Nordeste e o(a)s nordestino(a)s. Para tanto, sugere-se um Plano de Ensino mensal com fito de construir uma leitura crítica e fomentar a formação de opinião a partir da recepção de “pós-fatos” que tomam como referente o Nordeste e o(a)s nordestino(a)s. O plano em questão prevê discutir com os alunos questões éticas, sociais e de formação do sujeito contemporâneo, interessada nos processos de ensino e de aprendizagem, em aulas de Língua Portuguesa, para a formação de leitor(a) crítico(a) frente à (própria) territorialidade. \u0000 \u0000Palavras-chave: Pós-verdade. Responsividade. Fake news. Letramento informacional e midiático. Ética.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"197 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"77037639","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-11-30DOI: 10.5752/p.2358-3428.2021v25n54p207-234
Natália Coêlho Bagagim, M. Ribeiro, Lucinalva de Almeida Silva
Em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a explosão de informações nas mídias a respeito da doença tem intensificado a produção e disseminação de notícias falsas. Dessa forma, este trabalho, apoiado na abordagem qualitativa de pesquisa, objetivou analisar a formação crítica do leitor à reflexão dos fatores pragmáticos da textualidade na produção de fake news sobre a Covid-19. São objetos de análise três publicações sobre a cura do coronavírus mediante insumos caseiros. Essas publicações foram checadas pelo site do Ministério da Saúde e comprovadas como fake news. A pesquisa foi embasada na Linguística Textual sob os fundamentos teóricos de Costa Val (1991; 2008), Koch e Travaglia (1993; 2015), Marcuschi (2008), Koch (2014), Koch e Elias (2008), Rodrigues et al. (2009); Santaella (2018), Leite (2019) e Galhardi et al. (2020), Bauman (2001) sobre fake news e sua intensificação. Constatou-se que a formação crítica dos leitores ainda é limitada, pois os produtores de fake news se valem dos fatores pragmáticos da textualidade para atribuir sentidos ao que se enuncia sobre a Covid-19 e ganham à cooperação do leitor na aceitação dos seus conteúdos. Logo, essa interação autor/texto/leitor dificulta o combate à crise sanitária no Brasil.
在新型冠状病毒(Covid-19)大流行期间,媒体上有关该疾病的信息激增,加剧了假新闻的制作和传播。因此,本研究以定性研究方法为基础,旨在分析读者在新冠肺炎假新闻制作中对语用因素的反思的批判性训练。分析的对象是三份关于通过家庭用品治疗冠状病毒的出版物。这些出版物经过卫生部网站的检查,被证明是假新闻。本研究以语篇语言学为基础,以Costa Val (1991;2008),科赫和特拉瓦格里亚(1993;Marcuschi (2008), Koch (2014), Koch and Elias (2008), Rodrigues et al. (2009);Santaella (2018), Leite(2019)和Galhardi等人(2020),Bauman(2001)关于假新闻及其强化。研究发现,读者的批判性形成仍然是有限的,因为假新闻制作者利用文本的实用因素来赋予关于Covid-19的言论意义,并在接受其内容时获得读者的合作。因此,作者/文本/读者的这种互动使巴西的卫生危机难以解决。
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