Pub Date : 2023-02-28DOI: 10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p79-98
I. Rebello
A Semana de Arte Moderna, realizada em fevereiro de 1922, em São Paulo, continua sendo referência para reflexões estéticas e para a crítica de arte do Brasil, passados cem anos do evento. Podemos considerar o evento como uma espécie de discurso fundador do movimento modernista brasileiro, pois mesmo que identifiquemos diferentes leituras da modernidade e diferentes modernismos, e ainda que reconheçamos o caráter excludente e pouco representativo da arte nacional ali exposta, a data ficou marcada como o início do processo de atualização da arte brasileira. Consideramos como efeito imediato do festival a estratégia do escândalo e o discurso radical de ruptura com o passado e a forte presença do humor, que passa a ser a linguagem com a qual se tentou outros caminhos, para nossa expressão artística.
{"title":"O traço e a troça: o riso como metáfora da Semana de Arte Moderna","authors":"I. Rebello","doi":"10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p79-98","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p79-98","url":null,"abstract":"A Semana de Arte Moderna, realizada em fevereiro de 1922, em São Paulo, continua sendo referência para reflexões estéticas e para a crítica de arte do Brasil, passados cem anos do evento. Podemos considerar o evento como uma espécie de discurso fundador do movimento modernista brasileiro, pois mesmo que identifiquemos diferentes leituras da modernidade e diferentes modernismos, e ainda que reconheçamos o caráter excludente e pouco representativo da arte nacional ali exposta, a data ficou marcada como o início do processo de atualização da arte brasileira. Consideramos como efeito imediato do festival a estratégia do escândalo e o discurso radical de ruptura com o passado e a forte presença do humor, que passa a ser a linguagem com a qual se tentou outros caminhos, para nossa expressão artística.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"83 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"80714499","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-02-28DOI: 10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p282-305
Wélida Cristina de Souza Muniz Assunção, Manoel Barreto Júnior
Na dicção poética de Marianne Moore (1887-1972), a natureza conflitante da condição humana encontra espaço para exaltação, celebração e recolhimento audaz que serve como subterfúgio, tornando-se “centros de vida”. Nos seus versos os dramas humanos desenrolam-se entre metáforas e conotações simbólicas através de uma linguagem cifrada e impiedosamente reveladora. Dessa forma: vida e morte, materialidade e artificialidade, antropomorfização e desantropormorfização sempre recorrem a vias ímpares — pelos receptáculos indagativos de um eu lírico intenso. Assim, o arrebatamento da escrita de Moore cativa pela maneira sensível e nubilosa em detalhar o mundo; aspecto fundamental e moderno na poesia de Língua Inglesa que reclama revisão. Para tanto, a metodologia bibliográfico-documental sedimenta esta pesquisa através de leituras contextuais de poemas representativos desta poeta estadunidense que evidencia, sobretudo, que as contradições revelam em sua essência sentidos possíveis e capazes de humanizar. Para o desenvolvimento da pesquisa foram produzidas análises acerca da aplicação do elemento poético que firme o contraditório através de figuras de linguagem na poética de Marianne Moore mediando com o aporte teórico-metodológico de PAZ (2014; 2015), BOSI (1990), BRASILEIRO (2012), BIRMAN (2013), FREUD (2010), HEIDEGGER (2003) e PESSOA (1997), a fim de evidenciar reflexões dilatadas da condição humana, através das experiências de leituras de poemas escolhidos.
{"title":"Contradições e (des)alentos do existir: a modernidade poética de Marianne Moore","authors":"Wélida Cristina de Souza Muniz Assunção, Manoel Barreto Júnior","doi":"10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p282-305","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p282-305","url":null,"abstract":"Na dicção poética de Marianne Moore (1887-1972), a natureza conflitante da condição humana encontra espaço para exaltação, celebração e recolhimento audaz que serve como subterfúgio, tornando-se “centros de vida”. Nos seus versos os dramas humanos desenrolam-se entre metáforas e conotações simbólicas através de uma linguagem cifrada e impiedosamente reveladora. Dessa forma: vida e morte, materialidade e artificialidade, antropomorfização e desantropormorfização sempre recorrem a vias ímpares — pelos receptáculos indagativos de um eu lírico intenso. Assim, o arrebatamento da escrita de Moore cativa pela maneira sensível e nubilosa em detalhar o mundo; aspecto fundamental e moderno na poesia de Língua Inglesa que reclama revisão. Para tanto, a metodologia bibliográfico-documental sedimenta esta pesquisa através de leituras contextuais de poemas representativos desta poeta estadunidense que evidencia, sobretudo, que as contradições revelam em sua essência sentidos possíveis e capazes de humanizar. Para o desenvolvimento da pesquisa foram produzidas análises acerca da aplicação do elemento poético que firme o contraditório através de figuras de linguagem na poética de Marianne Moore mediando com o aporte teórico-metodológico de PAZ (2014; 2015), BOSI (1990), BRASILEIRO (2012), BIRMAN (2013), FREUD (2010), HEIDEGGER (2003) e PESSOA (1997), a fim de evidenciar reflexões dilatadas da condição humana, através das experiências de leituras de poemas escolhidos.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"33 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"76671808","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-02-28DOI: 10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p254-281
Candice Firmino de Azevedo, Ricardo Postal
Partindo dos estudos de Oliveira (2013) sobre a noção de verdade e a pesquisa em Linguística Aplicada, propomos uma reflexão acerca da escrita literária como resultado de um compromisso ético com determinado eixo axiológico, assumindo-se como uma escrita interessada, a partir da leitura dos romances contemporâneos Ouro dentro da cabeça (2016a), Outros cantos (2016b) e Quarenta dias (2014), de Maria Valéria Rezende. Nesses romances, o caráter heterodiscursivo da linguagem (BAKHTIN, 2015) dialoga com a renovação técnica da língua e a refuncionalização da arte (BENJAMIN, 1994), evidenciando uma literatura marcada pelos movimentos de representação e refração do discurso do outro. Assumindo o caráter político de uma obra que tem seu foco deslocado para os elementos periféricos da sociedade, Rezende retoma a figura do contador de histórias populares como elemento que representa a cultura do pobre marginalizado, subvertendo as fronteiras do texto escrito ao usar um elemento tradicional da cultura popular oral como recurso discursivo. Por meio da linguagem, percebemos que muitas vozes marginalizadas reivindicam o direito de contar as histórias, em uma ação definida por Conceição Evaristo (2009) como escrevivência. Propomos neste trabalho problematizar, teoricamente, a figura do narrador romanesco contador de histórias, tendo em vista as relações de representação do desvalido nos romances de Rezende.
{"title":"A escrita interessada de Maria Valéria Rezende: sobre vozes que contam histórias","authors":"Candice Firmino de Azevedo, Ricardo Postal","doi":"10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p254-281","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p254-281","url":null,"abstract":"Partindo dos estudos de Oliveira (2013) sobre a noção de verdade e a pesquisa em Linguística Aplicada, propomos uma reflexão acerca da escrita literária como resultado de um compromisso ético com determinado eixo axiológico, assumindo-se como uma escrita interessada, a partir da leitura dos romances contemporâneos Ouro dentro da cabeça (2016a), Outros cantos (2016b) e Quarenta dias (2014), de Maria Valéria Rezende. Nesses romances, o caráter heterodiscursivo da linguagem (BAKHTIN, 2015) dialoga com a renovação técnica da língua e a refuncionalização da arte (BENJAMIN, 1994), evidenciando uma literatura marcada pelos movimentos de representação e refração do discurso do outro. Assumindo o caráter político de uma obra que tem seu foco deslocado para os elementos periféricos da sociedade, Rezende retoma a figura do contador de histórias populares como elemento que representa a cultura do pobre marginalizado, subvertendo as fronteiras do texto escrito ao usar um elemento tradicional da cultura popular oral como recurso discursivo. Por meio da linguagem, percebemos que muitas vozes marginalizadas reivindicam o direito de contar as histórias, em uma ação definida por Conceição Evaristo (2009) como escrevivência. Propomos neste trabalho problematizar, teoricamente, a figura do narrador romanesco contador de histórias, tendo em vista as relações de representação do desvalido nos romances de Rezende.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"4 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"73318679","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-02-28DOI: 10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p19-53
M. Morais
Este artigo pretende apresentar uma leitura do poema “A mesa” (Claro enigma, 1951), de Carlos Drummond de Andrade, sob viés psicanalítico-antropológico. Dessarte, vale-se de categorias freudianas e do mito da horda primitiva (do ponto de vista da psicanálise e da antropologia / sociologia), para interpretar como refeição totêmica a ceia imaginária que comemora, postumamente, os noventa anos do pai, convidado / convocado para o banquete, pelo eu lírico. Tal leitura, além de considerar a mediação literária do ponto de vista do conteúdo veiculado, atém-se à questão da forma do poema, estruturado em 340 versos que se sucedem, “totemicamente” verticalizados. Nesse sentido, traz à cena a questão antropofágica como recurso identitário, sobejamente “manifestada” na Semana de Arte Moderna, mas sublinha-a também como estratégia estética. Apresenta, ainda, diálogo entre a poética drummondiana e produções pictóricas da artista mineira, Yara Tupinambá, para enfatizar o diálogo interartes como outra proposta de “A Semana”.
{"title":"“A mesa”, de Drummond: banquete imaginário; refeição totêmica","authors":"M. Morais","doi":"10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p19-53","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p19-53","url":null,"abstract":"Este artigo pretende apresentar uma leitura do poema “A mesa” (Claro enigma, 1951), de Carlos Drummond de Andrade, sob viés psicanalítico-antropológico. Dessarte, vale-se de categorias freudianas e do mito da horda primitiva (do ponto de vista da psicanálise e da antropologia / sociologia), para interpretar como refeição totêmica a ceia imaginária que comemora, postumamente, os noventa anos do pai, convidado / convocado para o banquete, pelo eu lírico. Tal leitura, além de considerar a mediação literária do ponto de vista do conteúdo veiculado, atém-se à questão da forma do poema, estruturado em 340 versos que se sucedem, “totemicamente” verticalizados. Nesse sentido, traz à cena a questão antropofágica como recurso identitário, sobejamente “manifestada” na Semana de Arte Moderna, mas sublinha-a também como estratégia estética. Apresenta, ainda, diálogo entre a poética drummondiana e produções pictóricas da artista mineira, Yara Tupinambá, para enfatizar o diálogo interartes como outra proposta de “A Semana”.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"14 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"82606963","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-02-28DOI: 10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p9-17
Márcio Serelle, Vera Lúcia Follain de Figueiredo
Este dossiê propôs que pesquisadores abordassem, por ocasião da efeméride, relações entre a literatura e outras mídias na Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo, entre 13 e 18 de fevereiro de 1922, e nas reverberações culturais dela ao longo dos últimos 100 anos.
{"title":"Arte moderna, arte impura: a Semana de 22 e as mídias","authors":"Márcio Serelle, Vera Lúcia Follain de Figueiredo","doi":"10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p9-17","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p9-17","url":null,"abstract":"Este dossiê propôs que pesquisadores abordassem, por ocasião da efeméride, relações entre a literatura e outras mídias na Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo, entre 13 e 18 de fevereiro de 1922, e nas reverberações culturais dela ao longo dos últimos 100 anos.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"74 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"76116963","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-02-28DOI: 10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p199-226
Isaías Gabriel Franco
Este artigo tem como objetivo refletir sobre as especificidades do humanismo poético formulado por Carlos Drummond de Andrade através do poema A falta que ama, do livro homônimo publicado em 1968. Partindo de um diálogo com a Filosofia, nossa interpretação levanta como hipótese que o humanismo poético de Drummond se enuncia pelo realce à dimensão de limitação e contingência concernentes ao humano. Dessa forma, em desdobramento, o humanismo poético drummondiano confere significações singulares à concepção de amor, por ele entendido como uma experiência intersubjetiva na qual a falta ou insuficiência é elemento crucial, possibilitando a reelaboração permanente de um sujeito em função de aspirações e desejos por ele projetados em um outro, dinâmica por vezes dotada de reciprocidade afetiva e, portanto, de mútua transformação interpessoal. Com isso, consideramos ser possível vislumbrar, na poesia de Drummond, uma alternativa aos dilemas do autoencarceramento afetivo contemporâneo.
{"title":"A falta que ama: Humanismo e amor em Carlos Drummond de Andrade","authors":"Isaías Gabriel Franco","doi":"10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p199-226","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p199-226","url":null,"abstract":"Este artigo tem como objetivo refletir sobre as especificidades do humanismo poético formulado por Carlos Drummond de Andrade através do poema A falta que ama, do livro homônimo publicado em 1968. Partindo de um diálogo com a Filosofia, nossa interpretação levanta como hipótese que o humanismo poético de Drummond se enuncia pelo realce à dimensão de limitação e contingência concernentes ao humano. Dessa forma, em desdobramento, o humanismo poético drummondiano confere significações singulares à concepção de amor, por ele entendido como uma experiência intersubjetiva na qual a falta ou insuficiência é elemento crucial, possibilitando a reelaboração permanente de um sujeito em função de aspirações e desejos por ele projetados em um outro, dinâmica por vezes dotada de reciprocidade afetiva e, portanto, de mútua transformação interpessoal. Com isso, consideramos ser possível vislumbrar, na poesia de Drummond, uma alternativa aos dilemas do autoencarceramento afetivo contemporâneo.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"363 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"76561870","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-02-28DOI: 10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p313-318
J. Bezerra
A presente resenha é uma explanação do livro - William Chandless: arte e ofício em literatura de viagem pelas Amazônias (2019), de autoria de Raquel Ishii, fruto da sua dissertação de mestrado do programa de Letras: Linguagem e Identidade da Universidade Federal do Acre - UFAC.
本文是对Raquel Ishii的《William Chandless: arte e oficio em literatura de viagem pelas amazonia》(2019)一书的解释,这本书是她在Universidade Federal do Acre - UFAC的文学项目:语言和身份硕士论文的成果。
{"title":"William Chandless: arte e ofício em literatura de viagem pelas amazônias","authors":"J. Bezerra","doi":"10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p313-318","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p313-318","url":null,"abstract":"A presente resenha é uma explanação do livro - William Chandless: arte e ofício em literatura de viagem pelas Amazônias (2019), de autoria de Raquel Ishii, fruto da sua dissertação de mestrado do programa de Letras: Linguagem e Identidade da Universidade Federal do Acre - UFAC.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"47 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"72530429","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-02-28DOI: 10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p54-78
Suely Corvacho
O artigo defende que Graciliano Ramos, ainda que crítico em relação à Semana de Arte Moderna de 1922, acompanha e adota novidades estéticas de seu tempo. Seu primeiro romance, Caetés, apresenta indícios de modernidade: a mise en abyme e o jogo intermidiático com a participação do leitor. A mise en abyme é a principal responsável pelos efeitos irônicos do livro, e o jogo intermidiático, uma de suas estratégias. No romance, o protagonista depara-se com um quadro cujo assunto desconhece; trata-se de Marino Faliero, tema que, no Brasil, vem enlaçado com a antropofagia. Comparando o tema e a vida do protagonista, o leitor encontra vários pontos de contato, mas “apequenados” em Caetés, o que provoca efeitos irônicos. Os resultados da análise – a radicalização da mise en abyme, a participação do leitor no jogo intermidiático e a metaforização da antropofagia – são interpretados sob a perspectiva de Antonio Candido, em seu ensaio “Literatura e subdesenvolvimento”, para quem algumas obras brasileiras afinam “os instrumentos recebidos” dos países centrais.
本文认为,尽管格雷西利亚诺·拉莫斯对1922年的现代艺术周持批评态度,但他遵循并采用了他那个时代的美学创新。他的第一部小说caetes呈现了现代性的痕迹:mise en abyme和读者参与的媒介游戏。《mise en abyme》是这本书的讽刺效果的主要原因,而媒介游戏是他的策略之一。在小说中,主人公面对的是一幅他不知道主题的画;这是马里诺·法利罗(Marino Faliero)的作品,在巴西,这个主题与食人症有关。通过比较主题和主人公的生活,读者发现了几个接触点,但在caetes中“apequenados”,产生了讽刺的效果。分析的结果—塞内加尔伪币的激进化,读者的参与游戏intermidiático的metaforização antropofagia—解释安东尼奥·坎迪的观点,在他的文章“落后”,对于一些文学作品在巴西精调输入“乐器”的核心国家。
{"title":"Graciliano Ramos e aspectos da estética modernista","authors":"Suely Corvacho","doi":"10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p54-78","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p54-78","url":null,"abstract":"O artigo defende que Graciliano Ramos, ainda que crítico em relação à Semana de Arte Moderna de 1922, acompanha e adota novidades estéticas de seu tempo. Seu primeiro romance, Caetés, apresenta indícios de modernidade: a mise en abyme e o jogo intermidiático com a participação do leitor. A mise en abyme é a principal responsável pelos efeitos irônicos do livro, e o jogo intermidiático, uma de suas estratégias. No romance, o protagonista depara-se com um quadro cujo assunto desconhece; trata-se de Marino Faliero, tema que, no Brasil, vem enlaçado com a antropofagia. Comparando o tema e a vida do protagonista, o leitor encontra vários pontos de contato, mas “apequenados” em Caetés, o que provoca efeitos irônicos. Os resultados da análise – a radicalização da mise en abyme, a participação do leitor no jogo intermidiático e a metaforização da antropofagia – são interpretados sob a perspectiva de Antonio Candido, em seu ensaio “Literatura e subdesenvolvimento”, para quem algumas obras brasileiras afinam “os instrumentos recebidos” dos países centrais. ","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"77 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"83944335","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-02-28DOI: 10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p171-198
L. Cavalcanti
A figuração do feminino-musa na obra poética de Murilo Mendes é ampla, há uma grande quantidade de poemas em que ela se faz presente, em sua lírica há vários desdobramentos da musa representadas em múltiplas figurações do feminino. Neste texto pretendemos fazer a leitura do poema “Jandira”, de O visionáro, por se mostrar um poema exemplar da poética muriliana, que revela a maneira pela qual o poeta elabora formalmente grande parte de sua poética, como também exibe, de maneira modelar, a figuração da musa erótica em sua poesia.
{"title":"O “mundo começava nos seios de Jandira”, mito e erotismo na lírica de Murilo Mendes: uma leitura do poema “Jandira”, de O visionário.","authors":"L. Cavalcanti","doi":"10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p171-198","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p171-198","url":null,"abstract":"A figuração do feminino-musa na obra poética de Murilo Mendes é ampla, há uma grande quantidade de poemas em que ela se faz presente, em sua lírica há vários desdobramentos da musa representadas em múltiplas figurações do feminino. Neste texto pretendemos fazer a leitura do poema “Jandira”, de O visionáro, por se mostrar um poema exemplar da poética muriliana, que revela a maneira pela qual o poeta elabora formalmente grande parte de sua poética, como também exibe, de maneira modelar, a figuração da musa erótica em sua poesia.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"11 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"84334505","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-02-28DOI: 10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p146-170
Emerson Pereti
Neste artigo são tecidas algumas considerações sobre a incursão das vanguardas artísticas do início do século XX nos sistemas culturais latino-americanos. Por meio do diálogo crítico com autores como Ángel Rama, Jorge Schwartz, Antonio Candido, José Carlos Mariátegui, entre outros, o estudo enfoca, sobretudo, as relações entre colonialidade, representação literária e singularidade cultural para analisar algumas questões referentes aos diferentes projetos de construção simbólica de nação da época. Em meio ao rápido processo de modernização que a região atravessava, muitos vanguardistas latino-americanos, em contato com os ismos europeus, proclamaram a ideia do “novo”, muitas vezes à procura de expedientes estéticos e linguísticos que pudessem enfim descrever, concisamente, as ditas singularidades nacionais. Essa espécie de utopia artística se deparou, por um lado, com a resistência de um regionalismo que, advindo do romantismo-costumbrismo, julgava-se mantenedor das tradições que expressavam essas próprias singularidades. Por outro lado, teve que enfrentar suas próprias contradições, ao encontrar-se, desolada, frente às agruras sociais e econômicas que também identificavam, precisamente, essas nações. Tais conflitos, exemplos de uma ambígua condição intelectual e artística, marcaram significativamente as literaturas latino-americanas, gerando, a sua vez, apuradas formas de interpretação e representação artística da cruenta realidade que têm, historicamente, compartilhado.
本文对20世纪早期艺术先锋对拉丁美洲文化体系的入侵进行了一些思考。通过与angel Rama、Jorge Schwartz、Antonio Candido、jose Carlos mariategui等作家的批判性对话,本研究主要关注殖民主义、文学表现和文化独特性之间的关系,分析与当时国家象征建设不同项目相关的一些问题。在该地区正在经历的快速现代化进程中,许多拉丁美洲的先锋派,与欧洲主义接触,宣布了“新”的想法,经常寻找美学和语言上的权宜之道,最终能够简明地描述所谓的民族奇点。这种艺术乌托邦一方面遇到了来自地方主义的阻力,这种地方主义源于浪漫主义-习惯主义,认为自己是表达这些奇点的传统的维护者。另一方面,它不得不面对自己的矛盾,在社会和经济困难面前感到荒凉,而这些困难正是这些国家的特点。这些冲突是一种模糊的知识和艺术状况的例子,在拉丁美洲文学中留下了重要的印记,反过来,产生了对历史上共同的残酷现实的精确的艺术解释和表现形式。
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