Pub Date : 2021-04-15DOI: 10.23925/2236-9937.2021V23P282-300
Helder Moreira
Reconhecida pela torrencialidade discursiva, a poesia de Ruy Belo assume em Toda a Terra, de 1976, os seus traços mais excêntricos. O presente artigo analisará o contributo da associação metonímica para o desenvolvimento da obra em questão, partindo da hipótese de que este tropo assume uma dimensão matricial na poética de Ruy Belo. A metonímia funciona, então, não apenas como figura de retórica, mas como processo cognitivo que orienta o sentido anagógico subjacente a toda a escrita beliana e que, em Toda a Terra, atinge o grau máximo de concretização. À insuficiência da linguagem para chegar a uma transcendência ou a uma totalidade por si própria anunciada, a poesia de Ruy Belo contrapõe um excesso de palavras — uma excentricidade contínua alimentada por um princípio gerador estável — na busca de uma palavra-total simbolizada pela “flor”.
{"title":"“Ó flor que é impossível ver”","authors":"Helder Moreira","doi":"10.23925/2236-9937.2021V23P282-300","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2236-9937.2021V23P282-300","url":null,"abstract":"Reconhecida pela torrencialidade discursiva, a poesia de Ruy Belo assume em Toda a Terra, de 1976, os seus traços mais excêntricos. O presente artigo analisará o contributo da associação metonímica para o desenvolvimento da obra em questão, partindo da hipótese de que este tropo assume uma dimensão matricial na poética de Ruy Belo. A metonímia funciona, então, não apenas como figura de retórica, mas como processo cognitivo que orienta o sentido anagógico subjacente a toda a escrita beliana e que, em Toda a Terra, atinge o grau máximo de concretização. À insuficiência da linguagem para chegar a uma transcendência ou a uma totalidade por si própria anunciada, a poesia de Ruy Belo contrapõe um excesso de palavras — uma excentricidade contínua alimentada por um princípio gerador estável — na busca de uma palavra-total simbolizada pela “flor”.","PeriodicalId":56164,"journal":{"name":"Teoliteraria-Revista Brasileira de Literaturas e Teologias","volume":"20 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2021-04-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"86987747","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-04-15DOI: 10.23925/2236-9937.2021v23p15-34
Alex Villas Boas
O presente artigo pretende apresentar uma possibilidade de resgate semântico do topos como lugar de unidade entre a poética e a política, como propõe Giorgio Agamben. Tal unidade pode ser lida como desdobramento da relação entre poética e retórica desde Aristóteles, recuperando a ideia de poíesis da pólis, assim como tal relação é constituva de uma visão antitrágica da póetica cristã, como também sugere Agamben, e que pode ser idenfiticada no imaginário teológico narrativo do autor russo Vladimir Korolento.
{"title":"Teotopias como lugar comum entre teologia e literatura","authors":"Alex Villas Boas","doi":"10.23925/2236-9937.2021v23p15-34","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2236-9937.2021v23p15-34","url":null,"abstract":"O presente artigo pretende apresentar uma possibilidade de resgate semântico do topos como lugar de unidade entre a poética e a política, como propõe Giorgio Agamben. Tal unidade pode ser lida como desdobramento da relação entre poética e retórica desde Aristóteles, recuperando a ideia de poíesis da pólis, assim como tal relação é constituva de uma visão antitrágica da póetica cristã, como também sugere Agamben, e que pode ser idenfiticada no imaginário teológico narrativo do autor russo Vladimir Korolento.","PeriodicalId":56164,"journal":{"name":"Teoliteraria-Revista Brasileira de Literaturas e Teologias","volume":"10 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2021-04-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"88905226","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-04-15DOI: 10.23925/2236-9937.2021V23P246-263
Jorge Teixeira
Este artigo apresenta uma leitura do conceito de «casa» nas obras dos poetas Luiza Neto Jorge e Daniel Faria. Para Luiza Neto Jorge, esta casa precisa de abolir a sua imobilidade e a do mundo; o caminho é, pois, o da liberdade. Para Daniel Faria, a casa possibilita o caminho para o céu, o qual permitirá procurar o alto e ver o rosto de Deus
{"title":"De poderes abrir a vida - sobre a casa na poesia de Luiza Neto Jorge e de Daniel Faria","authors":"Jorge Teixeira","doi":"10.23925/2236-9937.2021V23P246-263","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2236-9937.2021V23P246-263","url":null,"abstract":"Este artigo apresenta uma leitura do conceito de «casa» nas obras dos poetas Luiza Neto Jorge e Daniel Faria. Para Luiza Neto Jorge, esta casa precisa de abolir a sua imobilidade e a do mundo; o caminho é, pois, o da liberdade. Para Daniel Faria, a casa possibilita o caminho para o céu, o qual permitirá procurar o alto e ver o rosto de Deus","PeriodicalId":56164,"journal":{"name":"Teoliteraria-Revista Brasileira de Literaturas e Teologias","volume":"48 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2021-04-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"85765163","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-04-15DOI: 10.23925/2236-9937.2021V23P117-149
M. García-Baró
Para o jovem Unamuno, o socialismo e a metafísica panteísta foram desenhados, respectivamente, como as respostas à fome na esfera económica e à sede na esfera religiosa. Pensemos no aspecto prospectivo do conhecimento, ou seja, de como a metafísica olha para o futuro. Assim, em vez de previsão por cálculo que deduz das leis as suas consequências, como o fundo divino da realidade é vontade, amor, sentimento, e, por isso mesmo, não é representavel, à dedução científica devemos acrescentar a antecipação poética e, melhor ainda, a esperança amorosa, a vontade determinada que quer acompanhar a tradição eterna para prefigurar o seu significado a vir. E isto é, acima de tudo, fé viva, capaz de criar o que não vê. O grande poeta e pensador Miguel de Unamuno foi nos seus primeiros tempos um defensor e apreciador do sentimento eufórico (não do sentimento trágico) da vida. Este ensaio traça a essência desta posição e aponta a transformação subsequente e como, por outro lado, a poesia teria de se tornar o instrumento expressivo fundamental deste pensamento após a sua evolução.
对于年轻的乌纳穆诺来说,社会主义和泛神论形而上学分别被设计成解决经济领域的饥饿和宗教领域的口渴。让我们想想知识的前瞻性方面,也就是形而上学如何展望未来。所以预测计算,推导出的法律后果,如现实神圣意志,爱是感觉,所以真的,科学是representavel,扣除不应添加诗歌充满期待,更妙的是,爱的希望,决心要永远跟传统来预示的意义来。最重要的是,这是一种活的信仰,能够创造他看不到的东西。伟大的诗人和思想家米格尔·德·乌纳穆诺(Miguel de Unamuno)在他的早期是生活的快乐(而不是悲剧)感觉的捍卫者和鉴赏家。这篇文章追溯了这一立场的本质,并指出了随后的转变,以及诗歌如何在其演变后成为这一思想的基本表达工具。
{"title":"Agua de los abismos. Raíces de la poética de Miguel de Unamuno","authors":"M. García-Baró","doi":"10.23925/2236-9937.2021V23P117-149","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2236-9937.2021V23P117-149","url":null,"abstract":"Para o jovem Unamuno, o socialismo e a metafísica panteísta foram desenhados, respectivamente, como as respostas à fome na esfera económica e à sede na esfera religiosa. Pensemos no aspecto prospectivo do conhecimento, ou seja, de como a metafísica olha para o futuro. Assim, em vez de previsão por cálculo que deduz das leis as suas consequências, como o fundo divino da realidade é vontade, amor, sentimento, e, por isso mesmo, não é representavel, à dedução científica devemos acrescentar a antecipação poética e, melhor ainda, a esperança amorosa, a vontade determinada que quer acompanhar a tradição eterna para prefigurar o seu significado a vir. E isto é, acima de tudo, fé viva, capaz de criar o que não vê. O grande poeta e pensador Miguel de Unamuno foi nos seus primeiros tempos um defensor e apreciador do sentimento eufórico (não do sentimento trágico) da vida. Este ensaio traça a essência desta posição e aponta a transformação subsequente e como, por outro lado, a poesia teria de se tornar o instrumento expressivo fundamental deste pensamento após a sua evolução.","PeriodicalId":56164,"journal":{"name":"Teoliteraria-Revista Brasileira de Literaturas e Teologias","volume":"15 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2021-04-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"79765816","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-04-15DOI: 10.23925/2236-9937.2021V23P180-193
José Rui Teixeira
A poesia de Sophia é também uma questão de tempo. É dentro do tempo que se escuta a sua aspiração à unidade e à inteireza. Trata-se de uma poesia eivada de incertezas; mesmo quando revela a posse de uma luminosidade, guarda ainda sombras subtis; mesmo quando os seus contornos intocados sugerem a lisura da superfície, não omite as suas asperezas, a litania rumorosa dos seus augúrios, o lamento – em melopeia – do tempo dividido. O tempo não é encarado apenas como duração, mas sobretudo como intensidade; não é tanto um «tempo quando», mas um «tempo onde». Sendo um «livro de passagem», No tempo dividido (1954) é como uma crisálida, um grito de resgate. É entre a pátria perdida e o corpo perdido que se entretece uma mistagogia da temporalidade. Entre naufrágios, desastres e destroços, Sophia teve «o futuro por memória»; entre o pensamento sem rosto, os gestos sem peso e o olhar atento que nenhum acaso desvia, como Antígona, a sua poesia sobreleva: «Eu sou aquela que não aprendeu a ceder aos desastres».
{"title":"No tempo dividido - Mistagogia da temporalidade na poesia de Sophia","authors":"José Rui Teixeira","doi":"10.23925/2236-9937.2021V23P180-193","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2236-9937.2021V23P180-193","url":null,"abstract":"A poesia de Sophia é também uma questão de tempo. É dentro do tempo que se escuta a sua aspiração à unidade e à inteireza. Trata-se de uma poesia eivada de incertezas; mesmo quando revela a posse de uma luminosidade, guarda ainda sombras subtis; mesmo quando os seus contornos intocados sugerem a lisura da superfície, não omite as suas asperezas, a litania rumorosa dos seus augúrios, o lamento – em melopeia – do tempo dividido. O tempo não é encarado apenas como duração, mas sobretudo como intensidade; não é tanto um «tempo quando», mas um «tempo onde». Sendo um «livro de passagem», No tempo dividido (1954) é como uma crisálida, um grito de resgate. É entre a pátria perdida e o corpo perdido que se entretece uma mistagogia da temporalidade. Entre naufrágios, desastres e destroços, Sophia teve «o futuro por memória»; entre o pensamento sem rosto, os gestos sem peso e o olhar atento que nenhum acaso desvia, como Antígona, a sua poesia sobreleva: «Eu sou aquela que não aprendeu a ceder aos desastres».","PeriodicalId":56164,"journal":{"name":"Teoliteraria-Revista Brasileira de Literaturas e Teologias","volume":"139 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2021-04-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"86560579","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-04-15DOI: 10.23925/2236-9937.2021V23P170-179
A. Pinho
Este breve ensaio sobre a arte poética de Sophia, vertida não só nos seus conhecidos textos (Arte Poética) mas em toda a sua Obra, pretende alcançar a matéria-prima sobre a qual a poeta portuense constrói o seu olhar sobre o mundo. Nesse olhar convergem o sagrado, o transcendente e o peculiarmente cristão, o melhor da cultura ocidental, desde Homero a Rilke ou Hölderlin, ou «a exactidão da Cruz, na luz branca de Creta».
{"title":"O transcendente, o sagrado e o cristão na obra de Sophia de Mello Breyner","authors":"A. Pinho","doi":"10.23925/2236-9937.2021V23P170-179","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2236-9937.2021V23P170-179","url":null,"abstract":"Este breve ensaio sobre a arte poética de Sophia, vertida não só nos seus conhecidos textos (Arte Poética) mas em toda a sua Obra, pretende alcançar a matéria-prima sobre a qual a poeta portuense constrói o seu olhar sobre o mundo. Nesse olhar convergem o sagrado, o transcendente e o peculiarmente cristão, o melhor da cultura ocidental, desde Homero a Rilke ou Hölderlin, ou «a exactidão da Cruz, na luz branca de Creta».","PeriodicalId":56164,"journal":{"name":"Teoliteraria-Revista Brasileira de Literaturas e Teologias","volume":"129 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2021-04-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"74146186","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-04-15DOI: 10.23925/2236-9937.2021V23P301-312
María Carou
Alejandra Pizarnik (1936-1972) y Sophiade Mello Breyner (1929-2004) son dos delas poetas más reconocidas en sus países.Fueron muy diferentes entre sí, pero compartieron un “espanto” por la luz, entendiendo“espanto” con la ambigüedad que presenta enportugués: como ‘horror’ y como ‘asombro’. Enel caso de la poeta argentina, su preferenciapor la noche y la oscuridad muestra claramente su inclinación a la luz como horror; en elcaso de la poeta portuguesa, por el contrario,la luz es sinónimo de asombro y de claridad.
{"title":"Alejandra Pizarnik","authors":"María Carou","doi":"10.23925/2236-9937.2021V23P301-312","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2236-9937.2021V23P301-312","url":null,"abstract":"Alejandra Pizarnik (1936-1972) y Sophiade Mello Breyner (1929-2004) son dos delas poetas más reconocidas en sus países.Fueron muy diferentes entre sí, pero compartieron un “espanto” por la luz, entendiendo“espanto” con la ambigüedad que presenta enportugués: como ‘horror’ y como ‘asombro’. Enel caso de la poeta argentina, su preferenciapor la noche y la oscuridad muestra claramente su inclinación a la luz como horror; en elcaso de la poeta portuguesa, por el contrario,la luz es sinónimo de asombro y de claridad.","PeriodicalId":56164,"journal":{"name":"Teoliteraria-Revista Brasileira de Literaturas e Teologias","volume":"67 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2021-04-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"90925168","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-04-15DOI: 10.23925/2236-9937.2021V23P194-220
M.C.L Bingemer
Este texto procura aproximar e, mais ainda, fazer dialogar a poesia da portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen com a da brasileira Adélia Prado. Ambas são mulheres, casadas e mães de família. Ambas escrevem em língua portuguesa, uma em Portugal e outra no Brasil. Ambas levam em sua poesia a marca inegável da Transcendência e da aliança entre divino e humano. Sua experiência vital feita poesia, porém tem pontos de diferenciação estilística importante. Enquanto Sophia é iluminada por um permanente deslumbramento com a beleza da criação e do mundo que a rodeia, Adélia é alguém cuja poesia reflete a consciência profunda da corporeidade, da carne. A poética de Sophia é impregnada de natureza, sentimentos, odores, mitos. A de Adélia de desejo sexual, corporeidade gozosa ou ferida, dureza pontiaguda da luta pela vida.
{"title":"O espanto da luz e a inocência da carne - (a poesia de Sophia de Mello Breyner e de Adélia Prado)","authors":"M.C.L Bingemer","doi":"10.23925/2236-9937.2021V23P194-220","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2236-9937.2021V23P194-220","url":null,"abstract":"Este texto procura aproximar e, mais ainda, fazer dialogar a poesia da portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen com a da brasileira Adélia Prado. Ambas são mulheres, casadas e mães de família. Ambas escrevem em língua portuguesa, uma em Portugal e outra no Brasil. Ambas levam em sua poesia a marca inegável da Transcendência e da aliança entre divino e humano. Sua experiência vital feita poesia, porém tem pontos de diferenciação estilística importante. Enquanto Sophia é iluminada por um permanente deslumbramento com a beleza da criação e do mundo que a rodeia, Adélia é alguém cuja poesia reflete a consciência profunda da corporeidade, da carne. A poética de Sophia é impregnada de natureza, sentimentos, odores, mitos. A de Adélia de desejo sexual, corporeidade gozosa ou ferida, dureza pontiaguda da luta pela vida. ","PeriodicalId":56164,"journal":{"name":"Teoliteraria-Revista Brasileira de Literaturas e Teologias","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2021-04-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"89844224","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-04-15DOI: 10.23925/2236-9937.2021V23P264-281
A. Falcón
Amelia Biagioni, poeta argentina nacida en 1916 y fallecida en el año 2000, es tan fundamental para la poesía argentina contemporánea como lo es para Portugal Sophia de Mello Breyner Andresen. Con el trabajo que aquí presentamos intentaremos realizar una pequeña introducción a su persona y a su obra, para luego ingresar en uno de los ejes que atraviesan su poesía, específicamente, el del camino poético-literario como espacio de encuentro con la belleza, con el otro (humano/ divino) y con la propia identidad, realidades que en Biagioni son fundamentales, pero nunca definitivas o preestablecidas. Al contrario, toda su poesía es movimiento, sed, y búsqueda en respuesta a un llamado vital, de una promesa que se torna fugitiva y huidiza. Para el análisis nos centraremos en su último libro publicado Región de fugas (1995), específicamente en uno de sus poemas "Al Rey sin fin" del cual surge el verso citado en el título de nuestro trabajo: "Persigo a un colibrí de la hermosura"
阿根廷诗人阿米莉亚·比亚吉奥尼(Amelia Biagioni)出生于1916年,卒于2000年,她对当代阿根廷诗歌的贡献不亚于葡萄牙诗人索菲亚·德梅洛·布雷纳·安德烈森(Sophia de Mello Breyner Andresen)。与小介绍我们在这里我们努力从事的工作在其本人及他的作品,然后进入一个轴穿过他的诗歌,尤其是路边poético-literario作为会议空间美丽神圣的人类,其他的(/)和自我认同,最终现实Biagioni十分重要,但却从未或兑换。相反,他所有的诗歌都是运动、渴望和寻找,以回应一种至关重要的召唤,一种转瞬即和逃避的承诺。为了进行分析,我们将集中在他出版的最后一本书《fugas地区》(1995)中,特别是他的一首诗《Al Rey sin fin》,我们的作品标题中引用了这首诗:“我追逐美丽的蜂鸟”。
{"title":"Persigo a un colibrí de la hermosura, lo sagrado en el espacio poético y el espacio poético como sagrado en Amelia Biagioni","authors":"A. Falcón","doi":"10.23925/2236-9937.2021V23P264-281","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2236-9937.2021V23P264-281","url":null,"abstract":"Amelia Biagioni, poeta argentina nacida en 1916 y fallecida en el año 2000, es tan fundamental para la poesía argentina contemporánea como lo es para Portugal Sophia de Mello Breyner Andresen. Con el trabajo que aquí presentamos intentaremos realizar una pequeña introducción a su persona y a su obra, para luego ingresar en uno de los ejes que atraviesan su poesía, específicamente, el del camino poético-literario como espacio de encuentro con la belleza, con el otro (humano/ divino) y con la propia identidad, realidades que en Biagioni son fundamentales, pero nunca definitivas o preestablecidas. Al contrario, toda su poesía es movimiento, sed, y búsqueda en respuesta a un llamado vital, de una promesa que se torna fugitiva y huidiza. Para el análisis nos centraremos en su último libro publicado Región de fugas (1995), específicamente en uno de sus poemas \"Al Rey sin fin\" del cual surge el verso citado en el título de nuestro trabajo: \"Persigo a un colibrí de la hermosura\"","PeriodicalId":56164,"journal":{"name":"Teoliteraria-Revista Brasileira de Literaturas e Teologias","volume":"85 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2021-04-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"74608317","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-04-15DOI: 10.23925/2236-9937.2021V23P150-169
Pedro Luis Rodríguez Panizo
El presente ensayo se pregunta cómo puede ser la literatura lugar teológico, explorando lo específico de su aportación para los estudios de teología de la cultura, en el sentido en que lo entiende Paul Tillich; para preguntarse, finalmente, cómo se puede recibir ese verdadero laboratorio de la condición humana que es la literatura (narrativa, poesía, drama).
{"title":"Razón teológica del arte literario","authors":"Pedro Luis Rodríguez Panizo","doi":"10.23925/2236-9937.2021V23P150-169","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2236-9937.2021V23P150-169","url":null,"abstract":"El presente ensayo se pregunta cómo puede ser la literatura lugar teológico, explorando lo específico de su aportación para los estudios de teología de la cultura, en el sentido en que lo entiende Paul Tillich; para preguntarse, finalmente, cómo se puede recibir ese verdadero laboratorio de la condición humana que es la literatura (narrativa, poesía, drama).","PeriodicalId":56164,"journal":{"name":"Teoliteraria-Revista Brasileira de Literaturas e Teologias","volume":"57 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2021-04-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"86954708","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}