Pub Date : 2024-10-01DOI: 10.1016/j.bjid.2024.103948
Ana Caroline Freire de Sena, Amanda Albuquerque Cursino, Anna Karen Oliveira Moreira, Dimitra Shenna Barbosa U. de Miranda, Maria Clarissa dos Santos Carvalho, Marcus Antonio Lopes Malta Sobrinho, Sarah Christina Rezende do Nascimento, Samira Christina Rezende do Nascimento, Emerson Cordeiro de Melo, Elâne Rafaella Cordeiro Nunes
Introdução
A hanseníase é uma doença infecciosa, de caráter crônico, considerada um grande problema de saúde pública em países como o Brasil. E uma das formas de prevenção é a realização de práticas educativas em diferentes cenários. Nesse contexto, acadêmicos de medicina elaboraram uma estratégia educativa para realizar ação de prevenção sobre a hanseníase em estabelecimento de ensino.
Objetivo
Criar estratégia educativas na promoção em saúde sobre hanseníase.
Método
O grupo de acadêmico realizou encontro online para planejamento da ação e estabelecimento de metas. Houve discussão sobre materiais científicos sobre hanseníase e estratégias educativa para promoção em saúde em diferentes cenários e públicos. Foi pactuado um período para estudo e organização das atividades propostas, com divisão de tarefas e estabelecimento de um local para aplicar a estratégia escolhida.
Resultados
A estratégia elaborada pelo grupo envolveu diferentes metodologias e foi aplicada para 56 alunos do sexto ano fundamento de um estabelecimento de ensino público. Inicialmente, utilizou-se exposição dialogada, com perguntas engatadoras sobre a hanseníase estimulando a discussão sem responder as perguntas. Após houve apresentação de multimídia sobre o tema. Em seguida, organizou-se de forma paralela uma gamificação com jogos de verdadeiro ou falso e uma montagem de cartaz interativo, a partir das respostas dos alunos, sobre o tema abordado.
Conclusão
A elaboração de estratégias educativas realizada com divisão de tarefas entre os participantes permite que cada membro seja autónomo e proativo no planejamento e execução da ação. Além disso, conclui-se que a promoção de saúde sobre hanseníase utilizando diferentes estratégias educativas, de forma paralela, mostrou-se ser um importante aliado na conscientização de jovens em estabelecimentos de ensino.
{"title":"EP-018 - UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES ESTRATÉGIAS EDUCATIVAS SOBRE HANSENÍASE","authors":"Ana Caroline Freire de Sena, Amanda Albuquerque Cursino, Anna Karen Oliveira Moreira, Dimitra Shenna Barbosa U. de Miranda, Maria Clarissa dos Santos Carvalho, Marcus Antonio Lopes Malta Sobrinho, Sarah Christina Rezende do Nascimento, Samira Christina Rezende do Nascimento, Emerson Cordeiro de Melo, Elâne Rafaella Cordeiro Nunes","doi":"10.1016/j.bjid.2024.103948","DOIUrl":"10.1016/j.bjid.2024.103948","url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução</h3><div>A hanseníase é uma doença infecciosa, de caráter crônico, considerada um grande problema de saúde pública em países como o Brasil. E uma das formas de prevenção é a realização de práticas educativas em diferentes cenários. Nesse contexto, acadêmicos de medicina elaboraram uma estratégia educativa para realizar ação de prevenção sobre a hanseníase em estabelecimento de ensino.</div></div><div><h3>Objetivo</h3><div>Criar estratégia educativas na promoção em saúde sobre hanseníase.</div></div><div><h3>Método</h3><div>O grupo de acadêmico realizou encontro online para planejamento da ação e estabelecimento de metas. Houve discussão sobre materiais científicos sobre hanseníase e estratégias educativa para promoção em saúde em diferentes cenários e públicos. Foi pactuado um período para estudo e organização das atividades propostas, com divisão de tarefas e estabelecimento de um local para aplicar a estratégia escolhida.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>A estratégia elaborada pelo grupo envolveu diferentes metodologias e foi aplicada para 56 alunos do sexto ano fundamento de um estabelecimento de ensino público. Inicialmente, utilizou-se exposição dialogada, com perguntas engatadoras sobre a hanseníase estimulando a discussão sem responder as perguntas. Após houve apresentação de multimídia sobre o tema. Em seguida, organizou-se de forma paralela uma gamificação com jogos de verdadeiro ou falso e uma montagem de cartaz interativo, a partir das respostas dos alunos, sobre o tema abordado.</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>A elaboração de estratégias educativas realizada com divisão de tarefas entre os participantes permite que cada membro seja autónomo e proativo no planejamento e execução da ação. Além disso, conclui-se que a promoção de saúde sobre hanseníase utilizando diferentes estratégias educativas, de forma paralela, mostrou-se ser um importante aliado na conscientização de jovens em estabelecimentos de ensino.</div></div>","PeriodicalId":56327,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"28 ","pages":"Article 103948"},"PeriodicalIF":3.0,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142571905","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"医学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-10-01DOI: 10.1016/j.bjid.2024.103950
Hevelyn dos Santos da Rocha, Milena Cristina Couto Guedes, Fernanda Garcia Bezerra Góes, Natália Maria Vieira P. Caldeira, Maithê de C.L. Goulart, Fernanda Maria Vieira Pereira-Ávila
Introdução
A simulação clínica é uma abordagem pedagógica eficaz para capacitar profissionais e acadêmicos da área da saúde na administração de medicamentos, especialmente os injetáveis, como a aplicação intramuscular (IM). Essa estratégia de ensino é fundamental para estimular a reflexão crítica no que se refere à prevenção de infecções associadas a procedimentos invasivos, além de contribuir para a segurança do paciente e redução de erros.
Objetivo
Elaborar e aplicar um checklist de simulação clínica para a administração de medicamento intramuscular com destaque para a prevenção de infecções.
Método
Construção e aplicação de um checklist em um cenário de simulação clinica sobre terapia medicamentosa IM, realizado em uma universidade pública da baixada litorânea do estado do Rio de Janeiro, com graduandos de enfermagem. O estudo ocorreu no ano de 2023. O cenário de simulação clínica utilizou simulador de média fidelidade e um checklist para avaliar os passos adequados para a administração IM de medicamentos. O checklist foi desenvolvido a partir de evidências científicas sobre boas práticas em administração de medicamentos via IM com enfoque na prevenção de infecções, tais como: higienização das mãos, preparo correto da medicação, descarte seguro de ampolas e objetos perfurocortantes, uso de equipamentos de proteção individual, e realização adequada de antissepsia cutânea, entre outros. O projeto seguiu todos os requisitos éticos.
Resultados
Participaram 21 (100%) graduandos de enfermagem. No tocante à prevenção de infecções, constataram-se falhas significativas, tais como a não higienização das mãos antes e após o preparo da medicação, falta de paramentação adequada, não realização de desinfecção do frasco e antissepsia cutânea insuficiente com algodão e álcool 70%. Ainda, notou-se a preparação do medicamento na técnica incorreta, sobretudo na manipulação de agulha.
Conclusão
Constatou-se falhas importantes na administração de medicamento IM durante a simulação clínica, sobretudo a não higienização das mãos e a falta de cuidado na manipulação de agulhas. O checklist se mostrou um instrumento valioso para identificar falhas durante a execução do procedimento IM, direcionando a reflexão do grupo durante o debriefing para promover o julgamento crítico necessário para garantir a qualidade da assistência e a segurança do paciente. A abordagem contribui para a prevenção de infecções, reforçando a importância da simulação clínica na educação no que tange a infectologia.
引言 临床模拟是一种有效的教学方法,可用于培训医疗保健专业人员和学者进行药物管理,尤其是肌肉注射(IM)等注射剂的管理。方法在里约热内卢州沿海低地的一所公立大学,以护理本科生为对象,在肌肉注射药物治疗的临床模拟场景中构建并应用检查表。研究于 2023 年进行。临床模拟情景使用了一个中度逼真度模拟器和一份核对表来评估即时给药的适当步骤。该核对表是根据有关即时给药的良好实践的科学证据开发的,重点是预防感染,如:手部卫生、正确配药、安全处置安瓿和利器、使用个人防护设备和正确的皮肤防腐等。该项目符合所有伦理要求。结果 21 名(100%)护理专业本科生参加了该项目。在预防感染方面,发现了明显的不足之处,如配药前后未消毒双手、缺乏适当的仪容仪表、未对药瓶进行消毒以及未充分使用药棉和 70% 的酒精进行皮肤消毒。结论在临床模拟过程中,发现在使用 IM 药物时存在重大缺陷,尤其是未对双手进行消毒以及在处理针头时缺乏谨慎。事实证明,核对表是在实施 IM 程序过程中发现缺陷的重要工具,可在汇报过程中指导小组进行反思,从而促进保证护理质量和患者安全所需的批判性判断。这种方法有助于预防感染,加强了临床模拟在传染病教育中的重要性。
{"title":"EP-020 - USO DE SIMULAÇÃO CLÍNICA NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTO INTRAMUSCULAR: UMA ESTRATÉGIA DE ENSINO PARA PREVENÇÃO DE INFECÇÕES","authors":"Hevelyn dos Santos da Rocha, Milena Cristina Couto Guedes, Fernanda Garcia Bezerra Góes, Natália Maria Vieira P. Caldeira, Maithê de C.L. Goulart, Fernanda Maria Vieira Pereira-Ávila","doi":"10.1016/j.bjid.2024.103950","DOIUrl":"10.1016/j.bjid.2024.103950","url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução</h3><div>A simulação clínica é uma abordagem pedagógica eficaz para capacitar profissionais e acadêmicos da área da saúde na administração de medicamentos, especialmente os injetáveis, como a aplicação intramuscular (IM). Essa estratégia de ensino é fundamental para estimular a reflexão crítica no que se refere à prevenção de infecções associadas a procedimentos invasivos, além de contribuir para a segurança do paciente e redução de erros.</div></div><div><h3>Objetivo</h3><div>Elaborar e aplicar um checklist de simulação clínica para a administração de medicamento intramuscular com destaque para a prevenção de infecções.</div></div><div><h3>Método</h3><div>Construção e aplicação de um checklist em um cenário de simulação clinica sobre terapia medicamentosa IM, realizado em uma universidade pública da baixada litorânea do estado do Rio de Janeiro, com graduandos de enfermagem. O estudo ocorreu no ano de 2023. O cenário de simulação clínica utilizou simulador de média fidelidade e um checklist para avaliar os passos adequados para a administração IM de medicamentos. O checklist foi desenvolvido a partir de evidências científicas sobre boas práticas em administração de medicamentos via IM com enfoque na prevenção de infecções, tais como: higienização das mãos, preparo correto da medicação, descarte seguro de ampolas e objetos perfurocortantes, uso de equipamentos de proteção individual, e realização adequada de antissepsia cutânea, entre outros. O projeto seguiu todos os requisitos éticos.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>Participaram 21 (100%) graduandos de enfermagem. No tocante à prevenção de infecções, constataram-se falhas significativas, tais como a não higienização das mãos antes e após o preparo da medicação, falta de paramentação adequada, não realização de desinfecção do frasco e antissepsia cutânea insuficiente com algodão e álcool 70%. Ainda, notou-se a preparação do medicamento na técnica incorreta, sobretudo na manipulação de agulha.</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>Constatou-se falhas importantes na administração de medicamento IM durante a simulação clínica, sobretudo a não higienização das mãos e a falta de cuidado na manipulação de agulhas. O checklist se mostrou um instrumento valioso para identificar falhas durante a execução do procedimento IM, direcionando a reflexão do grupo durante o debriefing para promover o julgamento crítico necessário para garantir a qualidade da assistência e a segurança do paciente. A abordagem contribui para a prevenção de infecções, reforçando a importância da simulação clínica na educação no que tange a infectologia.</div></div>","PeriodicalId":56327,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"28 ","pages":"Article 103950"},"PeriodicalIF":3.0,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142571907","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"医学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-10-01DOI: 10.1016/j.bjid.2024.103925
Lilian Galligani, Ana Karollyna de Faria Santos, Flavia Sieira Chaves, Mateus Ettori Cardoso
Introdução
A hanseníase é uma doença milenar causada pelo parasita Mycobacterium leprae, tendo o ser humano como único reservatório natural. Essa patologia manifesta-se como infecção crônica de evolução lenta com manifestações cutâneas e neurológicas, principalmente nos nervos periféricos. Apesar de antiga, essa doença persiste como um desafio de saúde pública em países em desenvolvimento, incluindo o Brasil.
Objetivo
Analisar a situação epidemiológica da hanseníase na região Sudeste do Brasil de 2012-22, além de propor estratégias para melhorar sua evolução epidemiológica.
Método
Estudo transversal, observacional e descritivo, com abordagem quantitativa, utilizando dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do DATASUS, abrangendo o período de 2012-22. Foram analisadas as infecções por hanseníase na região Sudeste, considerando variáveis como número de lesões, sexo, escolaridade e faixa etária.
Resultados
Entre 2012 e 2022, a região sudeste registrou 53.562 novos casos de hanseníase, com uma redução de 36,65% no total de casos. A incidência diminuiu ao longo desse período, com 2012 apresentando o pico e 2020 a menor incidência. O ES lidera a incidência por estado (171,27/105 hab.), seguido pelo RJ (82,26/105 hab.), MG(74,31/105 hab.) e SP(41,71/105 hab.). Foram registradas 377.481 lesões, sendo 78,5% multibacilares e 21,5% paucibacilares. Os homens representam 57,12% dos casos, e há uma prevalência em pacientes com níveis mais baixos de escolaridade (70% até o ensino fundamental completo). A faixa etária mais afetada é de 40 a 59 anos (38%), seguida por 60 a 69 anos (14%). Crianças e adolescentes têm a menor incidência, com uma queda nos registros após os 60 anos.
Conclusão
Houve uma redução na tendência de novos casos de hanseníase na região sudeste do Brasil de 2012 a 2022, possivelmente devido à eficácia do Programa de Controle da Hanseníase e subnotificação durante a pandemia de COVID-19. Destaca-se a necessidade de fortalecer esse programa na atenção primária e aprimorar a vigilância epidemiológica durante epidemias e pandemias. Apesar do predomínio da doença em homens de baixa escolaridade, não houve um aumento significativo de casos em jovens como observado em outros estudos, requerendo pesquisas adicionais para entender a incidência nessa faixa etária. Por fim, é essencial estabelecer políticas públicas para a população vulnerável, que contribui para a prevalência da forma mais severa da doença, garantindo o bem-estar e priorizando os princípios do SUS.
{"title":"OR-50 - DESCRIÇÃO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA HANSENÍASE ENTRE 2012-2022 NA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL","authors":"Lilian Galligani, Ana Karollyna de Faria Santos, Flavia Sieira Chaves, Mateus Ettori Cardoso","doi":"10.1016/j.bjid.2024.103925","DOIUrl":"10.1016/j.bjid.2024.103925","url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução</h3><div>A hanseníase é uma doença milenar causada pelo parasita Mycobacterium leprae, tendo o ser humano como único reservatório natural. Essa patologia manifesta-se como infecção crônica de evolução lenta com manifestações cutâneas e neurológicas, principalmente nos nervos periféricos. Apesar de antiga, essa doença persiste como um desafio de saúde pública em países em desenvolvimento, incluindo o Brasil.</div></div><div><h3>Objetivo</h3><div>Analisar a situação epidemiológica da hanseníase na região Sudeste do Brasil de 2012-22, além de propor estratégias para melhorar sua evolução epidemiológica.</div></div><div><h3>Método</h3><div>Estudo transversal, observacional e descritivo, com abordagem quantitativa, utilizando dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do DATASUS, abrangendo o período de 2012-22. Foram analisadas as infecções por hanseníase na região Sudeste, considerando variáveis como número de lesões, sexo, escolaridade e faixa etária.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>Entre 2012 e 2022, a região sudeste registrou 53.562 novos casos de hanseníase, com uma redução de 36,65% no total de casos. A incidência diminuiu ao longo desse período, com 2012 apresentando o pico e 2020 a menor incidência. O ES lidera a incidência por estado (171,27/105 hab.), seguido pelo RJ (82,26/105 hab.), MG(74,31/105 hab.) e SP(41,71/105 hab.). Foram registradas 377.481 lesões, sendo 78,5% multibacilares e 21,5% paucibacilares. Os homens representam 57,12% dos casos, e há uma prevalência em pacientes com níveis mais baixos de escolaridade (70% até o ensino fundamental completo). A faixa etária mais afetada é de 40 a 59 anos (38%), seguida por 60 a 69 anos (14%). Crianças e adolescentes têm a menor incidência, com uma queda nos registros após os 60 anos.</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>Houve uma redução na tendência de novos casos de hanseníase na região sudeste do Brasil de 2012 a 2022, possivelmente devido à eficácia do Programa de Controle da Hanseníase e subnotificação durante a pandemia de COVID-19. Destaca-se a necessidade de fortalecer esse programa na atenção primária e aprimorar a vigilância epidemiológica durante epidemias e pandemias. Apesar do predomínio da doença em homens de baixa escolaridade, não houve um aumento significativo de casos em jovens como observado em outros estudos, requerendo pesquisas adicionais para entender a incidência nessa faixa etária. Por fim, é essencial estabelecer políticas públicas para a população vulnerável, que contribui para a prevalência da forma mais severa da doença, garantindo o bem-estar e priorizando os princípios do SUS.</div></div>","PeriodicalId":56327,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"28 ","pages":"Article 103925"},"PeriodicalIF":3.0,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142572046","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"医学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-10-01DOI: 10.1016/j.bjid.2024.103939
Luiz Carlos Santos Borges, Pedro Henrique Silveira de Souza, Fernando Ériton Aguiar Moita, Emanuel Gustavo Sabino de Freitas, Higor Braga Cartaxo
Introdução
A tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch, que afeta principalmente os pulmões, mas também pode atingir outros órgãos e sistemas. A transmissão ocorre através da inalação de aerossóis contendo bacilos expelidos por tosse, fala ou espirro de indivíduos infectados, sendo a forma pulmonar mais comum e responsável pela propagação da doença.
Objetivo
Analisar os impactos causados pela Covid- 19 na cobertura vacinal e nas demais prevenções da tuberculose, tendo como foco os bebês e crianças.
Método
O estudo adota uma abordagem longitudinal, observacional e descritiva, empregando métodos quantitativos. A coleta de dados foi realizada por meio do TabNet do DataSUS e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), abrangendo informações relacionadas a imunizações e nascidos vivos. O objetivo principal é investigar o impacto da pandemia de COVID-19 na prevenção da tuberculose, com foco especial em crianças, no período de 2018 a 2022. A análise estatística dos dados foi realizada utilizando ferramentas da Microsoft, como Word e Excel.
Resultados
Durante o período de 2018 a 2022, ocorreu um aumento nos casos de tuberculose em crianças, especialmente em crianças menores de um ano e na faixa etária de 1 a 4 anos. Em 2022, houve uma incidência significativamente maior em comparação com anos anteriores. A cobertura vacinal apresentou variações ao longo dos anos, com a região Sudeste registrando a menor cobertura em 2022. Além disso, observou-se uma associação entre a queda na cobertura vacinal e o aumento nos casos notificados em 2022. Esses achados indicam a necessidade de medidas para fortalecer a prevenção da tuberculose em crianças, especialmente durante períodos de crises de saúde pública, como a pandemia de COVID-19.
Conclusão
Durante os anos de pico da pandemia de COVID-19, ocorreram mudanças significativas nas notificações de novos casos de tuberculose em 2020 e 2021, devido ao medo de contrair o vírus, levando as pessoas a evitarem os serviços de saúde. Isso resultou em uma queda na cobertura vacinal, especialmente para a vacina BCG, essencial na prevenção da tuberculose. Esses fatores evoluíram para um aumento nos casos de tuberculose notificados em 2022. Assim, conclui-se que a dinâmica da tuberculose no Brasil foi afetada pela pandemia de COVID-19.
{"title":"EP-009 - ESTUDO ECOLÓGICO: IMPACTOS DA COVID-19 NA PREVENÇÃO DA TUBERCULOSE EM CRIANÇAS NO BRASIL","authors":"Luiz Carlos Santos Borges, Pedro Henrique Silveira de Souza, Fernando Ériton Aguiar Moita, Emanuel Gustavo Sabino de Freitas, Higor Braga Cartaxo","doi":"10.1016/j.bjid.2024.103939","DOIUrl":"10.1016/j.bjid.2024.103939","url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução</h3><div>A tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch, que afeta principalmente os pulmões, mas também pode atingir outros órgãos e sistemas. A transmissão ocorre através da inalação de aerossóis contendo bacilos expelidos por tosse, fala ou espirro de indivíduos infectados, sendo a forma pulmonar mais comum e responsável pela propagação da doença.</div></div><div><h3>Objetivo</h3><div>Analisar os impactos causados pela Covid- 19 na cobertura vacinal e nas demais prevenções da tuberculose, tendo como foco os bebês e crianças.</div></div><div><h3>Método</h3><div>O estudo adota uma abordagem longitudinal, observacional e descritiva, empregando métodos quantitativos. A coleta de dados foi realizada por meio do TabNet do DataSUS e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), abrangendo informações relacionadas a imunizações e nascidos vivos. O objetivo principal é investigar o impacto da pandemia de COVID-19 na prevenção da tuberculose, com foco especial em crianças, no período de 2018 a 2022. A análise estatística dos dados foi realizada utilizando ferramentas da Microsoft, como Word e Excel.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>Durante o período de 2018 a 2022, ocorreu um aumento nos casos de tuberculose em crianças, especialmente em crianças menores de um ano e na faixa etária de 1 a 4 anos. Em 2022, houve uma incidência significativamente maior em comparação com anos anteriores. A cobertura vacinal apresentou variações ao longo dos anos, com a região Sudeste registrando a menor cobertura em 2022. Além disso, observou-se uma associação entre a queda na cobertura vacinal e o aumento nos casos notificados em 2022. Esses achados indicam a necessidade de medidas para fortalecer a prevenção da tuberculose em crianças, especialmente durante períodos de crises de saúde pública, como a pandemia de COVID-19.</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>Durante os anos de pico da pandemia de COVID-19, ocorreram mudanças significativas nas notificações de novos casos de tuberculose em 2020 e 2021, devido ao medo de contrair o vírus, levando as pessoas a evitarem os serviços de saúde. Isso resultou em uma queda na cobertura vacinal, especialmente para a vacina BCG, essencial na prevenção da tuberculose. Esses fatores evoluíram para um aumento nos casos de tuberculose notificados em 2022. Assim, conclui-se que a dinâmica da tuberculose no Brasil foi afetada pela pandemia de COVID-19.</div></div>","PeriodicalId":56327,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"28 ","pages":"Article 103939"},"PeriodicalIF":3.0,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142572048","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"医学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-10-01DOI: 10.1016/j.bjid.2024.103943
Mônica Bannwart Mendes, Marcos Aureliano Araujo Silva, Eduardo Abrão Spindola Resk, Sérgio Marrone Ribeiro, Diana R. de Pina Mira, Karen Ingrid Tasca, Carlos Magno Castelo B. Fort
Introdução
A tomografia computadorizada de tórax é muito útil na avaliação do comprometimento pulmonar nos pacientes com SARS-CoV-2 (COVID-19), pois fornece informações sobre a natureza, extensão e progressão do dano tecidual, porém, atualmente essa análise é subjetiva. Propôs-se uma análise computacional detalhada de regiões pulmonares específicas em pacientes com COVID-19 para melhorar a compreensão geral dos danos pulmonares e prognóstico do indivíduo.
Objetivo
Realizar estudo de comprometimento pulmonar computadorizado através de subsegmetação, em hospitalizados pela COVID-19 comparado à outras infecções pulmonares COVID-19 negativas.
Método
Foram selecionados 333 indivíduos adultos com síndrome respiratória aguda, em um hospital universitário, em 2020-2021 e TC à admissão. 190 possuíam diagnóstico molecular positivo para COVID-19 e 143 eram negativos. Usou-se software de segmentação 3D Slice. As quantificações foram extraídas como o volume percentual do volume total de ambos os pulmões e classificadas usando as unidades Hounsfield (HU): enfisema (−1050 HU a −950 HU); pulmão inflado (−950 HU a −750 HU); opacidade (−750 HU a −400 HU); e colapso (−400 HU a 0 HU). A quantificação por Python foi desenvolvida pelos próprios autores. As comparações entre grupos foram feitas por teste t de Student e Teste t de Welch; o teste de Tukey foi usado para determinar diferença entre grupos. Considerado p ≤ 0,05.
Resultados
Indivíduos COVID-19 positivos apresentaram alterações significativas nas regiões posteriores mediais direita e esquerda de ambos os pulmões. As porcentagens foram mais elevadas em volume de acometimento, opacidade, colapso e áreas afetadas, o que indica piores condições pulmonares nesses pacientes. Já o grupo negativo, apresentou porcentagens mais elevadas de pulmão inflado e enfisema, especialmente nas regiões posterior e anterior medial esquerda. Não foram observadas diferenças entre o pulmão direito e esquerdo.
Conclusão
Através da segmentação computacional avançada e análise quantitativa foram fornecidos detalhes do impacto da COVID-19 na estrutura e função pulmonar, apresentando diferenciação clara entre grupos, sendo a região medial posterior de ambos os pulmões a mais danificada nos casos positivos. Os volumes pulmonares colapsados ??são mais intensos nos que não sobreviveram, especialmente, nas regiões pulmonares do pulmão direito. Isto indica uma forte associação entre volume pulmonar direito colapsados ??e mortalidade à TC na admissão, indicando necessidade de ventilação mecânica precoce.
{"title":"EP-013 - AVALIAÇÃO SUBSEGMENTAR DO COMPROMETIMENTO PULMONAR PELA COVID-19 E A ASSOCIAÇÃO COM MORTALIDADE","authors":"Mônica Bannwart Mendes, Marcos Aureliano Araujo Silva, Eduardo Abrão Spindola Resk, Sérgio Marrone Ribeiro, Diana R. de Pina Mira, Karen Ingrid Tasca, Carlos Magno Castelo B. Fort","doi":"10.1016/j.bjid.2024.103943","DOIUrl":"10.1016/j.bjid.2024.103943","url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução</h3><div>A tomografia computadorizada de tórax é muito útil na avaliação do comprometimento pulmonar nos pacientes com SARS-CoV-2 (COVID-19), pois fornece informações sobre a natureza, extensão e progressão do dano tecidual, porém, atualmente essa análise é subjetiva. Propôs-se uma análise computacional detalhada de regiões pulmonares específicas em pacientes com COVID-19 para melhorar a compreensão geral dos danos pulmonares e prognóstico do indivíduo.</div></div><div><h3>Objetivo</h3><div>Realizar estudo de comprometimento pulmonar computadorizado através de subsegmetação, em hospitalizados pela COVID-19 comparado à outras infecções pulmonares COVID-19 negativas.</div></div><div><h3>Método</h3><div>Foram selecionados 333 indivíduos adultos com síndrome respiratória aguda, em um hospital universitário, em 2020-2021 e TC à admissão. 190 possuíam diagnóstico molecular positivo para COVID-19 e 143 eram negativos. Usou-se software de segmentação 3D Slice. As quantificações foram extraídas como o volume percentual do volume total de ambos os pulmões e classificadas usando as unidades Hounsfield (HU): enfisema (−1050 HU a −950 HU); pulmão inflado (−950 HU a −750 HU); opacidade (−750 HU a −400 HU); e colapso (−400 HU a 0 HU). A quantificação por Python foi desenvolvida pelos próprios autores. As comparações entre grupos foram feitas por teste t de Student e Teste t de Welch; o teste de Tukey foi usado para determinar diferença entre grupos. Considerado p ≤ 0,05.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>Indivíduos COVID-19 positivos apresentaram alterações significativas nas regiões posteriores mediais direita e esquerda de ambos os pulmões. As porcentagens foram mais elevadas em volume de acometimento, opacidade, colapso e áreas afetadas, o que indica piores condições pulmonares nesses pacientes. Já o grupo negativo, apresentou porcentagens mais elevadas de pulmão inflado e enfisema, especialmente nas regiões posterior e anterior medial esquerda. Não foram observadas diferenças entre o pulmão direito e esquerdo.</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>Através da segmentação computacional avançada e análise quantitativa foram fornecidos detalhes do impacto da COVID-19 na estrutura e função pulmonar, apresentando diferenciação clara entre grupos, sendo a região medial posterior de ambos os pulmões a mais danificada nos casos positivos. Os volumes pulmonares colapsados ??são mais intensos nos que não sobreviveram, especialmente, nas regiões pulmonares do pulmão direito. Isto indica uma forte associação entre volume pulmonar direito colapsados ??e mortalidade à TC na admissão, indicando necessidade de ventilação mecânica precoce.</div></div>","PeriodicalId":56327,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"28 ","pages":"Article 103943"},"PeriodicalIF":3.0,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142572049","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"医学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-10-01DOI: 10.1016/j.bjid.2024.103886
Eduarda Gomes de Amorim, Maria Eduarda Oliveira Onuki, Marcela Lourenço Alves, Giovana Reis de Abreu Ribeiro, Gabriel Bertoldi Bizetti, Laura Jesus Pedrosa Figueira, Lizandra Perrett Martins, Roberto Focaccia
Introdução
O médico infectologista tem papel fundamental na conscientização, prevenção e controle de doenças infecciosas, sendo fundamental sua presença em qualquer setor da área da saúde. Apesar do alto interesse da Especialidade para o sistema de saúde brasileiro, levantamento realizado por Scheffer et al, de cerca de 500.000 médicos especialistas em todas as áreas reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina, havia somente 4.736 Infectologistas especializados em 2023, apesar da alta demanda do mercado de trabalho.
Objetivo
Estudar o interesse, motivações e influências, por alunos internos que já se direcionaram à especialização futura em Infectologia.
Método
Foi realizada uma análise descritiva quantitativa dos dados obtidos a partir da aplicação de um questionário previamente elaborado pelos autores, visando identificar os fatores e motivações que levaram à escolha futura da Infectologia como primeira opção pelos internos da UNIMES no ano de 2024. O estudo analisou o perfil do aluno, suas motivações e influências quanto a decisão de seguir carreira futura na área de Infectologia. Foi investigado as seguintes variáveis: gênero, faixa etária, renda familiar, preferências por especialidades médicas e motivações para essas escolhas.
Resultados
De 200 alunos que responderam aos questionários, sete alunos (3,5%) revelaram escolha definitiva pela área da Infectologia. Cinco são do gênero feminino e dois do gênero masculino. Destes, 5 relataram que nunca mudaram de opinião a respeito da carreira desejada durante o curso. Os principais fatores que influenciaram a decisão dos alunos foram a influência de docentes do curso clínico e internato (57,14%), seguida de escolha pessoal sem qualquer influência externa (42,8%). Como motivações, a mais escolhida entre os internos foi "Oferecer maior envolvimento integral com o paciente", seguida por "Oportunidade de enfrentar desafios nos resultados terapêuticos e participar dos progressos da especialidade" e "Qualidade de vida e retorno financeiro" com a mesma prevalência. Seguidamente, "Planejamento familiar futuro" e, por último, com a mesma pontuação, "Gosto por procedimentos invasivos e os desafios de situações de emergência" e "Medicina em alto nível em hospital e/ou universidades de ponta".
Conclusão
Há necessidade de maior orientação aos alunos de medicina sobre mercado de trabalho e as reais necessidades do sistema público de saúde na Região onde a Instituição está inserida.
{"title":"OR-09 - MOTIVAÇÕES E FATORES QUE INFLUENCIARAM ALUNOS INTERNOS DE MEDICINA NA TOMADA DE DECISÃO PELA INFECTOLOGIA COMO ESPECIALIDADE FUTURA","authors":"Eduarda Gomes de Amorim, Maria Eduarda Oliveira Onuki, Marcela Lourenço Alves, Giovana Reis de Abreu Ribeiro, Gabriel Bertoldi Bizetti, Laura Jesus Pedrosa Figueira, Lizandra Perrett Martins, Roberto Focaccia","doi":"10.1016/j.bjid.2024.103886","DOIUrl":"10.1016/j.bjid.2024.103886","url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução</h3><div>O médico infectologista tem papel fundamental na conscientização, prevenção e controle de doenças infecciosas, sendo fundamental sua presença em qualquer setor da área da saúde. Apesar do alto interesse da Especialidade para o sistema de saúde brasileiro, levantamento realizado por Scheffer et al, de cerca de 500.000 médicos especialistas em todas as áreas reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina, havia somente 4.736 Infectologistas especializados em 2023, apesar da alta demanda do mercado de trabalho.</div></div><div><h3>Objetivo</h3><div>Estudar o interesse, motivações e influências, por alunos internos que já se direcionaram à especialização futura em Infectologia.</div></div><div><h3>Método</h3><div>Foi realizada uma análise descritiva quantitativa dos dados obtidos a partir da aplicação de um questionário previamente elaborado pelos autores, visando identificar os fatores e motivações que levaram à escolha futura da Infectologia como primeira opção pelos internos da UNIMES no ano de 2024. O estudo analisou o perfil do aluno, suas motivações e influências quanto a decisão de seguir carreira futura na área de Infectologia. Foi investigado as seguintes variáveis: gênero, faixa etária, renda familiar, preferências por especialidades médicas e motivações para essas escolhas.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>De 200 alunos que responderam aos questionários, sete alunos (3,5%) revelaram escolha definitiva pela área da Infectologia. Cinco são do gênero feminino e dois do gênero masculino. Destes, 5 relataram que nunca mudaram de opinião a respeito da carreira desejada durante o curso. Os principais fatores que influenciaram a decisão dos alunos foram a influência de docentes do curso clínico e internato (57,14%), seguida de escolha pessoal sem qualquer influência externa (42,8%). Como motivações, a mais escolhida entre os internos foi \"Oferecer maior envolvimento integral com o paciente\", seguida por \"Oportunidade de enfrentar desafios nos resultados terapêuticos e participar dos progressos da especialidade\" e \"Qualidade de vida e retorno financeiro\" com a mesma prevalência. Seguidamente, \"Planejamento familiar futuro\" e, por último, com a mesma pontuação, \"Gosto por procedimentos invasivos e os desafios de situações de emergência\" e \"Medicina em alto nível em hospital e/ou universidades de ponta\".</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>Há necessidade de maior orientação aos alunos de medicina sobre mercado de trabalho e as reais necessidades do sistema público de saúde na Região onde a Instituição está inserida.</div></div>","PeriodicalId":56327,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"28 ","pages":"Article 103886"},"PeriodicalIF":3.0,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142571836","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"医学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-10-01DOI: 10.1016/j.bjid.2024.103924
Lara Salgado Saraiva, Gabriel Ramalho de Jesus, Matheus Henrique T. Avila, Lucas Cabrini Gabrielli, Heloisa Abdon de Melo e Silva, Fernanda Guioti Puga, Gilberto Gambero Gaspar, Benedito Alves Lope Fonseca, Roberto Martinez
Introdução
A esporotricose é uma infecção fúngica, transmitida por meio de contato direto com o solo, contato com animais ou via inalatória. Manifesta-se como úlcera cutânea e linfangite nodular, sendo incomuns em imunocompetentes as manifestações extracutâneas e disseminadas. Entre as formas imunorreativas, observa-se a artrite reativa poliarticular e migratória, representada em geral por quadros mais brandos e localizados, apesar da possibilidade de gerar incapacidade.
Objetivo
Relatar dois casos de esporotricose com diferentes acometimentos: articular e cutâneo, possivelmente com a mesma fonte de infecção.
Método
Relato de caso.
Resultados
Caso 1: homem, 25 anos, estudante de informática, sem comorbidades, referia que, após arranhadura de gato doméstico em coxa esquerda, iniciou lesão de pele há um mês e aumento de linfonodo inguinal à esquerda há uma semana. Ao exame, presença de linfonodo em região inguinal esquerda de 3cm, fibroelástico e móvel e de lesão papular em coxa esquerda com sinais flogísticos e sem secreção. O título da contraimunoeletroforese (CIE) para esporotricose era de 1:2. O gato apresentava lesão de pele confirmada para esporotricose e pela avaliação clínico-epidemiológica foi prescrito Itraconazol 200mg/dia para o paciente. No retorno, paciente queixou-se de artralgia há 3 dias, inicialmente em tornozelos e progressão para joelhos e punho direito, sem derrame articular ou sinais flogísticos, mantendo lesão cutânea em coxa. Pela manifestação articular, foi aumentada a dose do Itraconazol para 400mg/dia e associado Prednisona 20mg/dia, com melhora parcial. Ultrassonografia de joelho esquerdo demonstrou tenossinovite de fibulares. Caso 2: parceira de 22 anos e estudante de medicina, iniciou quadro de máculas eritematosas dolorosas em joelhos que evoluíram para nódulos dolorosos um mês após o início dos sintomas do caso 1. CIE para esporotricose era de 1:16. Iniciado itraconazol 200mg/dia. Ambos evoluíram com melhora clínica.
Conclusão
Aproximadamente 80% dos pacientes acometidos pela esporotricose apresentam a forma linfocutânea (caso 2), enquanto casos da forma imunorreativa (caso 1) são raros, pouco descritos na literatura e possivelmente associada a prejuízo funcional. Nos dois casos, a suspeita diagnóstica pelo contato intradomiciliar com uma fonte única (gato infectado) resultou no início rápido do tratamento, evitando maiores complicações.
{"title":"OR-49 - DIFERENTES MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DE ESPOROTRICOSE EM CONTATOS INTRADOMICILIARES ASSOCIADAS À MESMA FONTE DE INFECÇÃO.","authors":"Lara Salgado Saraiva, Gabriel Ramalho de Jesus, Matheus Henrique T. Avila, Lucas Cabrini Gabrielli, Heloisa Abdon de Melo e Silva, Fernanda Guioti Puga, Gilberto Gambero Gaspar, Benedito Alves Lope Fonseca, Roberto Martinez","doi":"10.1016/j.bjid.2024.103924","DOIUrl":"10.1016/j.bjid.2024.103924","url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução</h3><div>A esporotricose é uma infecção fúngica, transmitida por meio de contato direto com o solo, contato com animais ou via inalatória. Manifesta-se como úlcera cutânea e linfangite nodular, sendo incomuns em imunocompetentes as manifestações extracutâneas e disseminadas. Entre as formas imunorreativas, observa-se a artrite reativa poliarticular e migratória, representada em geral por quadros mais brandos e localizados, apesar da possibilidade de gerar incapacidade.</div></div><div><h3>Objetivo</h3><div>Relatar dois casos de esporotricose com diferentes acometimentos: articular e cutâneo, possivelmente com a mesma fonte de infecção.</div></div><div><h3>Método</h3><div>Relato de caso.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>Caso 1: homem, 25 anos, estudante de informática, sem comorbidades, referia que, após arranhadura de gato doméstico em coxa esquerda, iniciou lesão de pele há um mês e aumento de linfonodo inguinal à esquerda há uma semana. Ao exame, presença de linfonodo em região inguinal esquerda de 3cm, fibroelástico e móvel e de lesão papular em coxa esquerda com sinais flogísticos e sem secreção. O título da contraimunoeletroforese (CIE) para esporotricose era de 1:2. O gato apresentava lesão de pele confirmada para esporotricose e pela avaliação clínico-epidemiológica foi prescrito Itraconazol 200mg/dia para o paciente. No retorno, paciente queixou-se de artralgia há 3 dias, inicialmente em tornozelos e progressão para joelhos e punho direito, sem derrame articular ou sinais flogísticos, mantendo lesão cutânea em coxa. Pela manifestação articular, foi aumentada a dose do Itraconazol para 400mg/dia e associado Prednisona 20mg/dia, com melhora parcial. Ultrassonografia de joelho esquerdo demonstrou tenossinovite de fibulares. Caso 2: parceira de 22 anos e estudante de medicina, iniciou quadro de máculas eritematosas dolorosas em joelhos que evoluíram para nódulos dolorosos um mês após o início dos sintomas do caso 1. CIE para esporotricose era de 1:16. Iniciado itraconazol 200mg/dia. Ambos evoluíram com melhora clínica.</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>Aproximadamente 80% dos pacientes acometidos pela esporotricose apresentam a forma linfocutânea (caso 2), enquanto casos da forma imunorreativa (caso 1) são raros, pouco descritos na literatura e possivelmente associada a prejuízo funcional. Nos dois casos, a suspeita diagnóstica pelo contato intradomiciliar com uma fonte única (gato infectado) resultou no início rápido do tratamento, evitando maiores complicações.</div></div>","PeriodicalId":56327,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"28 ","pages":"Article 103924"},"PeriodicalIF":3.0,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142572681","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"医学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-10-01DOI: 10.1016/j.bjid.2024.103934
André Luís Roque Maretto, Felipe Augusto Santos Nunes, Raquel Asperti Hoffman, Olívia Silva Zanetti, Letícia de Paula Ferreira, Victor Borsani Salomão Cury, Letícia Garcia da Paz, Sigrid de Sousa dos Santos, Ana Paula Rosim Giraldes, Alice de Queiroz Miguel
Introdução
A Dengue é uma arbovirose endêmica no Brasil que pode apresentar-se com manifestações leves ou graves e risco de óbito. Dentre as apresentações atípicas, há a rabdomiólise secundária a miosite, que é uma síndrome clínico-laboratorial por lise das células musculares, liberando substâncias intracelulares na corrente sanguínea, levando a elevação de Creatina-fosfoquinase sérica (CPK), distúrbios eletrolíticos, ácidos básico, injúria renal e elevação de enzimas hepáticas. Possui várias etiologias, dentre elas, infecciosas, com a dengue como rara associação, presente em 1,4% dos pacientes, conforme dados brasileiros.
Objetivo
Relatar dois casos de rabdomiólise relacionado a miosite por infecção por dengue.
Método
Relatos de caso baseados em prontuário e revisão da literatura relacionada ao tema.
Resultados
Caso 1: Paciente masculino, 58 anos, sem comorbidades. Há 6 dias com mialgia, febre, cefaleia e diarreia, evoluiu com dor abdominal. Feito diagnóstico com NS1 positivo e internado como dengue grupo C. Exames laboratoriais com hematócrito (Ht) 43,3, plaquetas 144 mil, transaminase glutâmico-oxalacética (TGO)1056 transaminase glutâmico-pirúvica (TGP) 186. Iniciada hidratação venosa conforme protocolo do Ministério da Saúde (MS), evoluiu com elevação de TGO para 2156 e TGP para 421, hipercalemia, potássio de 6, sem disfunção renal. Solicitado CPK, com valor 300 mil. Aumentado volume de hidratação, com descenso da CPK associado a melhora clínica significante. Caso 2: Paciente masculino, 32 anos,hipertenso. Há 1 semana com febre, mialgia intensa, pior em membros inferiores, dor abdominal, há 1 dia, gengivorragia. Feito diagnóstico com NS1 positivo e internado como dengue grupo C, com hidratação venosa conforme protocolo do MS. Exames iniciais com CPK 11.830, Ht 51,1, plaquetas 185.000; TGO 636, TGP196, sem distúrbio eletrolítico ou injúria renal. Com hipótese de rabdomiólise secundária a miosite por dengue, intensificado hidratação venosa, evoluiu com poliúria e ascensão do CPK apesar das medidas, chegando a valor máximo de 103.720. Iniciado corticoide via oral, apresentando após alguns dias de tratamento melhora clínica e laboratorial significativa.
Conclusão
Diante da situação epidemiológica da dengue no Brasil e sabendo que manifestações atípicas podem não ser reconhecidas, é importante a discussão do tema, para que tais hipóteses sejam levadas em consideração e investigadas, assim, buscando reconhecimento precoce e implementação de terapêutica oportuna para prevenção e tratamento.
{"title":"EP-004 - RABDOMIÓLISE POR MIOSITE SECUNDÁRIA A DENGUE: RELATOS DE CASO","authors":"André Luís Roque Maretto, Felipe Augusto Santos Nunes, Raquel Asperti Hoffman, Olívia Silva Zanetti, Letícia de Paula Ferreira, Victor Borsani Salomão Cury, Letícia Garcia da Paz, Sigrid de Sousa dos Santos, Ana Paula Rosim Giraldes, Alice de Queiroz Miguel","doi":"10.1016/j.bjid.2024.103934","DOIUrl":"10.1016/j.bjid.2024.103934","url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução</h3><div>A Dengue é uma arbovirose endêmica no Brasil que pode apresentar-se com manifestações leves ou graves e risco de óbito. Dentre as apresentações atípicas, há a rabdomiólise secundária a miosite, que é uma síndrome clínico-laboratorial por lise das células musculares, liberando substâncias intracelulares na corrente sanguínea, levando a elevação de Creatina-fosfoquinase sérica (CPK), distúrbios eletrolíticos, ácidos básico, injúria renal e elevação de enzimas hepáticas. Possui várias etiologias, dentre elas, infecciosas, com a dengue como rara associação, presente em 1,4% dos pacientes, conforme dados brasileiros.</div></div><div><h3>Objetivo</h3><div>Relatar dois casos de rabdomiólise relacionado a miosite por infecção por dengue.</div></div><div><h3>Método</h3><div>Relatos de caso baseados em prontuário e revisão da literatura relacionada ao tema.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>Caso 1: Paciente masculino, 58 anos, sem comorbidades. Há 6 dias com mialgia, febre, cefaleia e diarreia, evoluiu com dor abdominal. Feito diagnóstico com NS1 positivo e internado como dengue grupo C. Exames laboratoriais com hematócrito (Ht) 43,3, plaquetas 144 mil, transaminase glutâmico-oxalacética (TGO)1056 transaminase glutâmico-pirúvica (TGP) 186. Iniciada hidratação venosa conforme protocolo do Ministério da Saúde (MS), evoluiu com elevação de TGO para 2156 e TGP para 421, hipercalemia, potássio de 6, sem disfunção renal. Solicitado CPK, com valor 300 mil. Aumentado volume de hidratação, com descenso da CPK associado a melhora clínica significante. Caso 2: Paciente masculino, 32 anos,hipertenso. Há 1 semana com febre, mialgia intensa, pior em membros inferiores, dor abdominal, há 1 dia, gengivorragia. Feito diagnóstico com NS1 positivo e internado como dengue grupo C, com hidratação venosa conforme protocolo do MS. Exames iniciais com CPK 11.830, Ht 51,1, plaquetas 185.000; TGO 636, TGP196, sem distúrbio eletrolítico ou injúria renal. Com hipótese de rabdomiólise secundária a miosite por dengue, intensificado hidratação venosa, evoluiu com poliúria e ascensão do CPK apesar das medidas, chegando a valor máximo de 103.720. Iniciado corticoide via oral, apresentando após alguns dias de tratamento melhora clínica e laboratorial significativa.</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>Diante da situação epidemiológica da dengue no Brasil e sabendo que manifestações atípicas podem não ser reconhecidas, é importante a discussão do tema, para que tais hipóteses sejam levadas em consideração e investigadas, assim, buscando reconhecimento precoce e implementação de terapêutica oportuna para prevenção e tratamento.</div></div>","PeriodicalId":56327,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"28 ","pages":"Article 103934"},"PeriodicalIF":3.0,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142572630","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"医学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-10-01DOI: 10.1016/j.bjid.2024.103935
Renata Pires de Arruda Faggion, Felipe Assan Remondi, Carolina Moura de Sá, Willian Herbert Noguti de Lima, Laura Alves Moreira Novaes, Fabiane Silva de Oliveira, Ana Cláudia Tofalini, Giovanna Yamashita Tomita, Luana Graziely Parra da Silva, Flávia Meneguetti Pieri
Introdução
A raiva humana é transmitida ao ser humano por meio do contato com o vírus presente na saliva do animal infectado, sendo passível de controle na maioria dos estados brasileiros. No entanto, o número de tratamentos profiláticos pós-exposição efetuados em decorrência do envolvimento de pessoas em acidentes ainda é elevado.
Objetivo
Caracterizar os registros de profilaxia antirrábica humana em pacientes expostos no Norte do Paraná.
Método
Estudo quantitativo descritivo, com dados obtidos pelo banco de dados da 17ª Regional de Saúde no Norte do Paraná, na qual contempla 21 municípios. Os dados foram registrados em planilha Microsoft Excel® com casos expostos no ano de 2023. Utilizou-se frequência simples para análise.
Resultados
324 pacientes necessitaram de profilaxia antirrábica, tendo predomínio do sexo masculino (52,2%), a faixa etária com mais acidentes foi entre 20 a 49 anos. O animal agressor envolvido no maior número de acidentes foi o cão (51,5%), gato (25,9%) e morcego (12,0%), respectivamente. 87,0% foram expostos por mordedura e 6,5% por contato indireto, 33,3% apresentaram ferimento único profundo, 28,1% ferimento múltiplo profundo e 19,7% ferimento único superficial. Os locais de ferimento mais frequentes foram mãos/pés (71,2%), membros inferiores (14,5%) e cabeça/pescoço (4,6%). Do total de pacientes expostos, somente 63,9% receberam profilaxia pós-exposição. Destes, houve indicação de soro antirrábico em 74,0% dos casos e 26,1% com imunoglobulina humana antirrábica.
Conclusão
Observou-se necessidade de profilaxia antirrábica com maior frequência em homens, que foram expostos a cães por mordedura de ferimento único e profundo, sendo as mãos/pés o local mais afetado. Além disso, foi possível identificar o aumento da necessidade da utilização de soro antirrábico, demonstrando a necessidade de divulgação e ações que visem minimizar o número de acidentes com cães, como também a completa proteção a população acerca do agravo.
{"title":"EP-005 - PROFILAXIA ANTIRRÁBICA HUMANA PÓS-EXPOSIÇÃO NO NORTE DO PARANÁ","authors":"Renata Pires de Arruda Faggion, Felipe Assan Remondi, Carolina Moura de Sá, Willian Herbert Noguti de Lima, Laura Alves Moreira Novaes, Fabiane Silva de Oliveira, Ana Cláudia Tofalini, Giovanna Yamashita Tomita, Luana Graziely Parra da Silva, Flávia Meneguetti Pieri","doi":"10.1016/j.bjid.2024.103935","DOIUrl":"10.1016/j.bjid.2024.103935","url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução</h3><div>A raiva humana é transmitida ao ser humano por meio do contato com o vírus presente na saliva do animal infectado, sendo passível de controle na maioria dos estados brasileiros. No entanto, o número de tratamentos profiláticos pós-exposição efetuados em decorrência do envolvimento de pessoas em acidentes ainda é elevado.</div></div><div><h3>Objetivo</h3><div>Caracterizar os registros de profilaxia antirrábica humana em pacientes expostos no Norte do Paraná.</div></div><div><h3>Método</h3><div>Estudo quantitativo descritivo, com dados obtidos pelo banco de dados da 17ª Regional de Saúde no Norte do Paraná, na qual contempla 21 municípios. Os dados foram registrados em planilha Microsoft Excel® com casos expostos no ano de 2023. Utilizou-se frequência simples para análise.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>324 pacientes necessitaram de profilaxia antirrábica, tendo predomínio do sexo masculino (52,2%), a faixa etária com mais acidentes foi entre 20 a 49 anos. O animal agressor envolvido no maior número de acidentes foi o cão (51,5%), gato (25,9%) e morcego (12,0%), respectivamente. 87,0% foram expostos por mordedura e 6,5% por contato indireto, 33,3% apresentaram ferimento único profundo, 28,1% ferimento múltiplo profundo e 19,7% ferimento único superficial. Os locais de ferimento mais frequentes foram mãos/pés (71,2%), membros inferiores (14,5%) e cabeça/pescoço (4,6%). Do total de pacientes expostos, somente 63,9% receberam profilaxia pós-exposição. Destes, houve indicação de soro antirrábico em 74,0% dos casos e 26,1% com imunoglobulina humana antirrábica.</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>Observou-se necessidade de profilaxia antirrábica com maior frequência em homens, que foram expostos a cães por mordedura de ferimento único e profundo, sendo as mãos/pés o local mais afetado. Além disso, foi possível identificar o aumento da necessidade da utilização de soro antirrábico, demonstrando a necessidade de divulgação e ações que visem minimizar o número de acidentes com cães, como também a completa proteção a população acerca do agravo.</div></div>","PeriodicalId":56327,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"28 ","pages":"Article 103935"},"PeriodicalIF":3.0,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142572631","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"医学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-10-01DOI: 10.1016/j.bjid.2024.103977
Alessandra Aguiar dos Anjos, Helena Duani, Natalia Ferreira Bueno, Gabriela Carneiro Neves, Ana Paula Monti Sesana, Cintya Martins Vieira, Caroline Keila Ribeiro Ferreira, Gabrielly Souza Sena
Introdução
A infecção por Enterococcus resistente à vancomicina (VRE) é uma preocupação mundial de saúde por representar um agravo de alto impacto em custo e mortalidade dentre as infecções hospitalares. Estudos recentes mostram uma significativa prevalência de colonização por VRE, variando de 6.2% a 7.8% em pacientes hospitalizados. Assim, é de grande importância discernir quais pacientes colonizados podem se beneficiar de cobertura empírica para VRE em caso de sepse.
Objetivo
Determinar os fatores de risco para bacteremia por VRE em pacientes com suabe perianal indicando colonização por esses agentes.
Método
Estudo caso-controle comparando dados referentes a pacientes colonizados que evoluíram para bacteremia com hemocultura (HC) positiva para VRE versus pacientes colonizados que evoluíram com bacteremia por outro agente diferente de VRE. Foram analisados 40 pacientes com suabe perianal positivo para VRE de 2018 a 2023 em um hospital universitário quaternário. Os dados foram analisados utilizando o Epi Info V 7.2.6.0 com análises univariada e multivariada.
Resultados
Foram incluídos 40 pacientes, 21 com HC positiva para VRE (caso) e 19 com HC positiva para outros microrganismos (controle). No grupo caso, 11 pacientes eram do sexo feminino e a média de idade foi de 51,65 anos; enquanto, no controle, 10 eram do sexo feminino e a média foi de 56,51 anos. Observou-se uma associação significativa entre o uso de quinolonas nos 3 meses anteriores à bacteremia (n = 12 caso, n = 1 controle e p = 0.001). A presença de dispositivos vasculares invasivos também demonstrou relação estatisticamente significativa (n = 17 caso e n = 10 controle, p = 0.01). Por sua vez, o uso de vancomicina não obteve diferença significativa (n = 9 caso e n = 11 controle, p = 0.53). Na análise multivariada, somente o uso prévio de quinolonas foi estatisticamente significativo (n = 12 caso e n = 1 controle, p = 0.02).
Conclusão
A colonização por VRE em pacientes com uso recente de antimicrobianos de amplo espectro, como quinolonas, pode resultar em bacteremia por VRE. A presença de dispositivos vasculares invasivos também se apresentou como fator de risco na análise univariada e houve uma tendência na multivariada. Apesar de o uso de vancomicina nos 3 meses anteriores não ter sido relevante estatisticamente, é possível que estes pacientes tenham fatores de risco para outras bactérias que levaram à infecção. São necessários estudos prospectivos multicêntricos para complementação e validação dos dados obtidos no presente trabalho.
{"title":"EP-048 - ANÁLISE DE FATORES DE RISCO PARA BACTEREMIA POR ENTEROCOCCUS SP. RESISTENTE À VANCOMICINA EM PACIENTES PREVIAMENTE COLONIZADOS - ESTUDO CASO-CONTROLE EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO","authors":"Alessandra Aguiar dos Anjos, Helena Duani, Natalia Ferreira Bueno, Gabriela Carneiro Neves, Ana Paula Monti Sesana, Cintya Martins Vieira, Caroline Keila Ribeiro Ferreira, Gabrielly Souza Sena","doi":"10.1016/j.bjid.2024.103977","DOIUrl":"10.1016/j.bjid.2024.103977","url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução</h3><div>A infecção por Enterococcus resistente à vancomicina (VRE) é uma preocupação mundial de saúde por representar um agravo de alto impacto em custo e mortalidade dentre as infecções hospitalares. Estudos recentes mostram uma significativa prevalência de colonização por VRE, variando de 6.2% a 7.8% em pacientes hospitalizados. Assim, é de grande importância discernir quais pacientes colonizados podem se beneficiar de cobertura empírica para VRE em caso de sepse.</div></div><div><h3>Objetivo</h3><div>Determinar os fatores de risco para bacteremia por VRE em pacientes com suabe perianal indicando colonização por esses agentes.</div></div><div><h3>Método</h3><div>Estudo caso-controle comparando dados referentes a pacientes colonizados que evoluíram para bacteremia com hemocultura (HC) positiva para VRE versus pacientes colonizados que evoluíram com bacteremia por outro agente diferente de VRE. Foram analisados 40 pacientes com suabe perianal positivo para VRE de 2018 a 2023 em um hospital universitário quaternário. Os dados foram analisados utilizando o Epi Info V 7.2.6.0 com análises univariada e multivariada.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>Foram incluídos 40 pacientes, 21 com HC positiva para VRE (caso) e 19 com HC positiva para outros microrganismos (controle). No grupo caso, 11 pacientes eram do sexo feminino e a média de idade foi de 51,65 anos; enquanto, no controle, 10 eram do sexo feminino e a média foi de 56,51 anos. Observou-se uma associação significativa entre o uso de quinolonas nos 3 meses anteriores à bacteremia (n = 12 caso, n = 1 controle e p = 0.001). A presença de dispositivos vasculares invasivos também demonstrou relação estatisticamente significativa (n = 17 caso e n = 10 controle, p = 0.01). Por sua vez, o uso de vancomicina não obteve diferença significativa (n = 9 caso e n = 11 controle, p = 0.53). Na análise multivariada, somente o uso prévio de quinolonas foi estatisticamente significativo (n = 12 caso e n = 1 controle, p = 0.02).</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>A colonização por VRE em pacientes com uso recente de antimicrobianos de amplo espectro, como quinolonas, pode resultar em bacteremia por VRE. A presença de dispositivos vasculares invasivos também se apresentou como fator de risco na análise univariada e houve uma tendência na multivariada. Apesar de o uso de vancomicina nos 3 meses anteriores não ter sido relevante estatisticamente, é possível que estes pacientes tenham fatores de risco para outras bactérias que levaram à infecção. São necessários estudos prospectivos multicêntricos para complementação e validação dos dados obtidos no presente trabalho.</div></div>","PeriodicalId":56327,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"28 ","pages":"Article 103977"},"PeriodicalIF":3.0,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142572786","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"医学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}