Pub Date : 2023-10-01DOI: 10.1016/j.bjid.2023.103371
Cléa Garcia Cerdeira de Ataide, Carla Tatiane Oliveira Silva, Gilmara de Souza Sampaio, Tiago Pereira de Souza, Yasmine Costa Laranjeiras Borges, Flavia Tosta Mello, Josseres Oliveira Carvalho, Bartyra Lima de Almeida Leite
A higienização das mãos é a principal medida para prevenção das infecções relacionadas à assistência à saúde. É necessário que as organizações de saúde monitorem a adesão dos seus profissionais à higiene das mãos a fim de identificar e gerenciar eventual problema que comprometa a segurança do paciente. Identificar o percentual de adesão à higiene das mãos entre diferentes categorias profissionais de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em um Hospital Universitário. Estudo realizado em uma UTI geral adulto de um Hospital Universitário, em Salvador, Bahia. Os dados foram coletados por membros do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar de abril a dezembro de 2022. Utilizou-se a técnica de observação direta, durante 30 minutos/dia, para verificar a prática da higienização das mãos entre profissionais que trabalhavam na UTI nos períodos matutino e vespertino. Essa observação foi guiada por um checklist contendo: data, horário, categoria profissional, qual o momento da higiene das mãos preconizado pela Organização Mundial da Saúde (antes de tocar o paciente, após a realização de procedimento limpo/asséptico, após risco de contato com fluidos, após contato com o paciente, após contato com áreas próximas ao paciente), e qual a ação adotada pelo profissional (higienizar as mãos ou não). Os dados foram tabulados em planilha Excel versão 10 e calculou-se o indicador de adesão à HM tendo como numerador o quantitativo de vezes em que as mãos foram higienizadas, e como denominador o total de observações (oportunidades) em que estava indicada a higienização. Observaram-se 567 oportunidades de higiene das mãos, com adesão global igual a 53,3% (302/567). Enfermeiros foram os profissionais que mais higienizaram as mãos 62,8% (91/145), seguido dos residentes 64,6% (31/48), fisioterapeutas 51,3% (41/80) e técnicos de Enfermagem 49,0% (100/204). A menor adesão ocorreu entre médicos 36,7% (22/60). Outras categorias profissionais com oportunidade de observação menos frequente (nutrição, laboratório, psicologia, serviço social) totalizaram 56,7% (17/30). Ocorreu baixa adesão à higiene das mãos em todas as categorias profissionais observadas. Conhecer o percentual de adesão em cada categoria distinta permite a elaboração de estratégias específicas e personalizadas voltadas a impulsionar o aumento da higiene das mãos e prevenção das infecções relacionadas à assistência à saúde entre os diferentes profissionais.
{"title":"HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA GERAL DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA BAHIA: ADESÃO DE DIFERENTES CATEGORIAS PROFISSIONAIS","authors":"Cléa Garcia Cerdeira de Ataide, Carla Tatiane Oliveira Silva, Gilmara de Souza Sampaio, Tiago Pereira de Souza, Yasmine Costa Laranjeiras Borges, Flavia Tosta Mello, Josseres Oliveira Carvalho, Bartyra Lima de Almeida Leite","doi":"10.1016/j.bjid.2023.103371","DOIUrl":"https://doi.org/10.1016/j.bjid.2023.103371","url":null,"abstract":"A higienização das mãos é a principal medida para prevenção das infecções relacionadas à assistência à saúde. É necessário que as organizações de saúde monitorem a adesão dos seus profissionais à higiene das mãos a fim de identificar e gerenciar eventual problema que comprometa a segurança do paciente. Identificar o percentual de adesão à higiene das mãos entre diferentes categorias profissionais de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em um Hospital Universitário. Estudo realizado em uma UTI geral adulto de um Hospital Universitário, em Salvador, Bahia. Os dados foram coletados por membros do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar de abril a dezembro de 2022. Utilizou-se a técnica de observação direta, durante 30 minutos/dia, para verificar a prática da higienização das mãos entre profissionais que trabalhavam na UTI nos períodos matutino e vespertino. Essa observação foi guiada por um checklist contendo: data, horário, categoria profissional, qual o momento da higiene das mãos preconizado pela Organização Mundial da Saúde (antes de tocar o paciente, após a realização de procedimento limpo/asséptico, após risco de contato com fluidos, após contato com o paciente, após contato com áreas próximas ao paciente), e qual a ação adotada pelo profissional (higienizar as mãos ou não). Os dados foram tabulados em planilha Excel versão 10 e calculou-se o indicador de adesão à HM tendo como numerador o quantitativo de vezes em que as mãos foram higienizadas, e como denominador o total de observações (oportunidades) em que estava indicada a higienização. Observaram-se 567 oportunidades de higiene das mãos, com adesão global igual a 53,3% (302/567). Enfermeiros foram os profissionais que mais higienizaram as mãos 62,8% (91/145), seguido dos residentes 64,6% (31/48), fisioterapeutas 51,3% (41/80) e técnicos de Enfermagem 49,0% (100/204). A menor adesão ocorreu entre médicos 36,7% (22/60). Outras categorias profissionais com oportunidade de observação menos frequente (nutrição, laboratório, psicologia, serviço social) totalizaram 56,7% (17/30). Ocorreu baixa adesão à higiene das mãos em todas as categorias profissionais observadas. Conhecer o percentual de adesão em cada categoria distinta permite a elaboração de estratégias específicas e personalizadas voltadas a impulsionar o aumento da higiene das mãos e prevenção das infecções relacionadas à assistência à saúde entre os diferentes profissionais.","PeriodicalId":22315,"journal":{"name":"The Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"46 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136246806","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-10-01DOI: 10.1016/j.bjid.2023.103395
Luciana Wu, Larissa Negrão Rebelo de Almeida, Laura Lavorato Soldati, Patricia Guedes Garcia
Leveduras do gênero Candida estão entre as principais causas de Infecção da Corrente Sanguínea (ICS) em todo o mundo, sendo associadas à piora do prognóstico, aumento do tempo de internação e altas taxas de mortalidade. As principais espécies que causam a candidemia no Brasil são Candida albicans, Candida parapsilosis e Candida tropicalis, sendo a C. albicans a mais prevalente. Todavia, nas últimas décadas tem aumentado a prevalência de espécies de Candida Não-Albicans (CNA) e principalmente a emergência de Candida auris, que possui mecanismos de resistência aos antifúngicos mais prescritos na prática médica, caracterizando um cenário de preocupação mundial. Este estudo teve como objetivo avaliar a prevalência de Candida spp. nas hemoculturas de pacientes hospitalizados, bem como a prevalência das espécies mais isoladas e sua distribuição por setores do hospital. Trata-se de um estudo observacional e retrospectivo, em que foram analisados, através de bancos de dados, os resultados de hemoculturas de pacientes hospitalizados em um hospital de ensino da cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais, no período de janeiro de 2021 a dezembro de 2022. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos. No período do estudo, foram realizadas 3262 hemoculturas, sendo 1059 (32,46%) positivas. Destas, 1008 (95,18%) tiveram crescimento bacteriano e 51 (4,82%) tiveram crescimento de Candida spp. Foram isoladas 20 (39,22%) linhagens de C. albicans e 31 (60,78%) linhagens de CNA. Das hemoculturas com CNA isolados, 14 foram C. tropicalis (45,16%), 10 C. parapsilosis (32,26%), 3 C. glabrata (9,68%), 2 Candida kefyr (6,45%) e 2 Candida lusitaniae (6,45%). Em relação a distribuição das linhagens de Candida isoladas das hemoculturas por setores do hospital, 51 isolados de Candida spp., 25 (49,02%) foram do Centro de Tratamento Intensivo (CTI), 11 (21,57%) do bloco cirúrgico e 15 (29,41%) foram das enfermarias. Candida albicans é a principal espécie relacionada a candidemia em pacientes hospitalizados, porém espécies do grupo CNA têm apresentado elevada prevalência em isolados de hemocultura, principalmente em pacientes de CTI.
念珠菌属酵母是世界范围内血流感染(bsi)的主要原因之一,与预后恶化、住院时间延长和死亡率高有关。在巴西引起念珠菌病的主要菌种有白色念珠菌、副孢念珠菌和热带念珠菌,其中白色念珠菌最为普遍。然而,在过去的几十年里,非白色念珠菌(CNA)的流行增加了,特别是auris念珠菌的出现,它对医学实践中最常用的抗真菌药物具有耐药性机制,这是一个全球关注的情况。本研究旨在评估住院患者血液培养中念珠菌的患病率,以及最分离的菌种的患病率及其在医院部门的分布。这是一项观察性和回顾性研究,通过数据库分析了米纳斯吉拉斯州Juiz de Fora市2021年1月至2022年12月期间住院患者的血液培养结果。这项研究得到了人类研究伦理委员会的批准。研究期间共进行血液培养3262例,阳性1059例(32.46%)。其中1008株(95.18%)有细菌生长,51株(4.82%)有念珠菌生长,白色念珠菌20株(39.22%),CNA 31株(60.78%)。从CNA分离的血液培养中,热带念珠菌14株(45.16%),副孢念珠菌10株(32.26%),光滑念珠菌3株(9.68%),凯菲念珠菌2株(6.45%)和卢西塔尼亚念珠菌2株(6.45%)。从医院血液培养中分离的念珠菌株分布情况来看,51株(49.02%)来自重症监护中心,25株(49.02%)来自手术室,11株(21.57%)来自手术室,15株(29.41%)来自病房。白色念珠菌是与住院患者念珠菌血症相关的主要菌种,但在血液培养分离株中,特别是在ict患者中,白色念珠菌的患病率较高。
{"title":"LEVEDURAS DO GÊNERO CANDIDA ISOLADAS DE HEMOCULTURA DE PACIENTES HOSPITALIZADOS","authors":"Luciana Wu, Larissa Negrão Rebelo de Almeida, Laura Lavorato Soldati, Patricia Guedes Garcia","doi":"10.1016/j.bjid.2023.103395","DOIUrl":"https://doi.org/10.1016/j.bjid.2023.103395","url":null,"abstract":"Leveduras do gênero Candida estão entre as principais causas de Infecção da Corrente Sanguínea (ICS) em todo o mundo, sendo associadas à piora do prognóstico, aumento do tempo de internação e altas taxas de mortalidade. As principais espécies que causam a candidemia no Brasil são Candida albicans, Candida parapsilosis e Candida tropicalis, sendo a C. albicans a mais prevalente. Todavia, nas últimas décadas tem aumentado a prevalência de espécies de Candida Não-Albicans (CNA) e principalmente a emergência de Candida auris, que possui mecanismos de resistência aos antifúngicos mais prescritos na prática médica, caracterizando um cenário de preocupação mundial. Este estudo teve como objetivo avaliar a prevalência de Candida spp. nas hemoculturas de pacientes hospitalizados, bem como a prevalência das espécies mais isoladas e sua distribuição por setores do hospital. Trata-se de um estudo observacional e retrospectivo, em que foram analisados, através de bancos de dados, os resultados de hemoculturas de pacientes hospitalizados em um hospital de ensino da cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais, no período de janeiro de 2021 a dezembro de 2022. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos. No período do estudo, foram realizadas 3262 hemoculturas, sendo 1059 (32,46%) positivas. Destas, 1008 (95,18%) tiveram crescimento bacteriano e 51 (4,82%) tiveram crescimento de Candida spp. Foram isoladas 20 (39,22%) linhagens de C. albicans e 31 (60,78%) linhagens de CNA. Das hemoculturas com CNA isolados, 14 foram C. tropicalis (45,16%), 10 C. parapsilosis (32,26%), 3 C. glabrata (9,68%), 2 Candida kefyr (6,45%) e 2 Candida lusitaniae (6,45%). Em relação a distribuição das linhagens de Candida isoladas das hemoculturas por setores do hospital, 51 isolados de Candida spp., 25 (49,02%) foram do Centro de Tratamento Intensivo (CTI), 11 (21,57%) do bloco cirúrgico e 15 (29,41%) foram das enfermarias. Candida albicans é a principal espécie relacionada a candidemia em pacientes hospitalizados, porém espécies do grupo CNA têm apresentado elevada prevalência em isolados de hemocultura, principalmente em pacientes de CTI.","PeriodicalId":22315,"journal":{"name":"The Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"74 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136246856","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-10-01DOI: 10.1016/j.bjid.2023.103384
Dayana da Silva Santos, Shirley Santos Oliveira Bittencourt, Paulo Roberto de Oliveira Costa, Antonio Araújo Menezes de Souza, Priscila Bernardi Garzella, Luciana Yumi Ue, Alexandro Carvalho Silva, Francielle Nascimento dos Santos, Dayane Braga dos Santos, Adriano Souza Tavares
A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) como um dos principais eventos adversos relacionados ao cuidado do paciente. Estima-se que até 70% das IRAS podem ser evitadas seguindo as medidas de prevenção recomendadas, tendo como objetivo de descrever o impacto da implementação das mudanças proposta pelo projeto colaborativo “Saúde em Nossas Mãos” no controle das IRAS. Estudo quase experimental realizado na Unidade de Terapia Intensiva adulto em um hospital filantrópico do Estado de Sergipe no período de setembro de 2021 à maio 2023. Foram avaliadas as Densidades de Incidências (DIs) de três IRAS: Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV), Infecção do Trato Urinário Associada ao Cateter vesical de demora (ITU-AC) e Infecção Primária da Corrente Sanguínea associada a cateter venoso central laboratorialmente confirmada (IPCSL). Uma análise pré intervenção foi realizada com dados de doze meses anteriores ao estudo (setembro de 2021 a agosto de 2022) para determinar as DIs basais. A intervenção seguiu o Modelo de Melhoria Breakthrough Series Collaborative (BTS) seguindo ciclos de PDSA (Plan-Do-Study-Act) para testes e implementações das ideias de mudança relacionadas ao pacote de mudanças previstas em Diagrama Direcionador que continham os bundles de prevenção de cada topografia. Este projeto foi desenvolvido através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) do Ministério da Saúde, tutorado pela equipe do Hospital Israelita Albert Einstein. A linha de base nas DIs de PAV, ITU e IPCSL da UTI antes do estudo, foram: 17,66; 4,61 e 3,65 por mil dispositivos/dia, respectivamente. Ao final dos vinte e um meses do projeto, alcançou-se redução de 95% dos índices de PAV (de 17,66 para 0,71) com adesão ao bundle de prevenção de PAV de 93,38%. Houve redução de 76% da densidade de incidência de ITU (de 4,61 para 1,07) com a adesão de 77,27% ao bundle de inserção do Cateter Vesical de Demora (CVD) e 96,27% ao bundle de manutenção do CVD. Não foi observada alteração na DI média de IPCSL. As ações desenvolvidas através do projeto Colaborativo Saúde em Nossas Mãos, utilizando o Modelo de Melhoria, podem ser efetivas quando há uma adesão aos bundles e engajamento das equipes assistenciais, sendo pilares fundamentais na redução de IRAS impactando na qualidade da assistência e segurança do paciente.
世界卫生组织(世卫组织)承认卫生保健相关感染(hai)是与患者护理相关的主要不良事件之一。据估计,通过遵循建议的预防措施,高达70%的hai是可以避免的,目的是描述实施合作项目“我们手中的健康”提出的变化对hai控制的影响。这是一项准实验性研究,于2021年9月至2023年5月在Sergipe州一家慈善医院的成人重症监护室进行。我们评估了三种hai的发病率密度(DIs):机械通气相关肺炎(vap)、延迟导尿管相关尿路感染(uti -AC)和实验室证实的中心静脉导管相关原发性血流感染(IPCSL)。对研究前12个月(2021年9月至2022年8月)的数据进行干预前分析,以确定基线差异。干预遵循突破系列协作(BTS)改进模型,遵循PDSA (Plan-Do-Study-Act)周期,测试和实施与指导图中提供的变更包相关的变更想法,其中包含每个地形的预防包。该项目是通过卫生部统一卫生系统机构发展支助方案(PROADI-SUS)制定的,由以色列阿尔伯特·爱因斯坦医院的工作人员指导。研究前icu vap、UTI和IPCSL的基线为:17.66;每1000台设备/天分别为4.61和3.65。在项目21个月结束时,vap指数降低了95%(从17.66降低到0.71),vap预防包的依从性为93.38%。尿路感染的发病率降低了76%(从4.61降低到1.07),其中77.27%的患者依从延迟导尿管(CVD)插入束,96.27%的患者依从CVD维持束。IPCSL的平均DI没有变化。通过协作项目saude em Nossas manos开发的行动,使用改进模式,当有捆绑的坚持和护理团队的参与时,可以有效,这是减少hai影响护理质量和患者安全的基本支柱。
{"title":"IMPACTO NAS DENSIDADES DE INCIDÊNCIAS DAS INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTO APÓS IMPLEMENTAÇÃO PROPOSTA PELO PROJETO COLABORATIVO “SAÚDE EM NOSSAS MÃOS”","authors":"Dayana da Silva Santos, Shirley Santos Oliveira Bittencourt, Paulo Roberto de Oliveira Costa, Antonio Araújo Menezes de Souza, Priscila Bernardi Garzella, Luciana Yumi Ue, Alexandro Carvalho Silva, Francielle Nascimento dos Santos, Dayane Braga dos Santos, Adriano Souza Tavares","doi":"10.1016/j.bjid.2023.103384","DOIUrl":"https://doi.org/10.1016/j.bjid.2023.103384","url":null,"abstract":"A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) como um dos principais eventos adversos relacionados ao cuidado do paciente. Estima-se que até 70% das IRAS podem ser evitadas seguindo as medidas de prevenção recomendadas, tendo como objetivo de descrever o impacto da implementação das mudanças proposta pelo projeto colaborativo “Saúde em Nossas Mãos” no controle das IRAS. Estudo quase experimental realizado na Unidade de Terapia Intensiva adulto em um hospital filantrópico do Estado de Sergipe no período de setembro de 2021 à maio 2023. Foram avaliadas as Densidades de Incidências (DIs) de três IRAS: Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV), Infecção do Trato Urinário Associada ao Cateter vesical de demora (ITU-AC) e Infecção Primária da Corrente Sanguínea associada a cateter venoso central laboratorialmente confirmada (IPCSL). Uma análise pré intervenção foi realizada com dados de doze meses anteriores ao estudo (setembro de 2021 a agosto de 2022) para determinar as DIs basais. A intervenção seguiu o Modelo de Melhoria Breakthrough Series Collaborative (BTS) seguindo ciclos de PDSA (Plan-Do-Study-Act) para testes e implementações das ideias de mudança relacionadas ao pacote de mudanças previstas em Diagrama Direcionador que continham os bundles de prevenção de cada topografia. Este projeto foi desenvolvido através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) do Ministério da Saúde, tutorado pela equipe do Hospital Israelita Albert Einstein. A linha de base nas DIs de PAV, ITU e IPCSL da UTI antes do estudo, foram: 17,66; 4,61 e 3,65 por mil dispositivos/dia, respectivamente. Ao final dos vinte e um meses do projeto, alcançou-se redução de 95% dos índices de PAV (de 17,66 para 0,71) com adesão ao bundle de prevenção de PAV de 93,38%. Houve redução de 76% da densidade de incidência de ITU (de 4,61 para 1,07) com a adesão de 77,27% ao bundle de inserção do Cateter Vesical de Demora (CVD) e 96,27% ao bundle de manutenção do CVD. Não foi observada alteração na DI média de IPCSL. As ações desenvolvidas através do projeto Colaborativo Saúde em Nossas Mãos, utilizando o Modelo de Melhoria, podem ser efetivas quando há uma adesão aos bundles e engajamento das equipes assistenciais, sendo pilares fundamentais na redução de IRAS impactando na qualidade da assistência e segurança do paciente.","PeriodicalId":22315,"journal":{"name":"The Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"14 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136246868","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-10-01DOI: 10.1016/j.bjid.2023.103446
Maria Luisa Beraldi Mestriner, Cacilda Tezelli Junqueira Padovani, Greizielle Barroso, Ines Aparecida Tozetti, Alda Maria Teixeira Ferreira, Bruno Uratani da Silva, Vanessa Maruyama, Khauanna Stragliotto Schiavo, Brenda Karoline Paco Salerno
O Papilomavírus humano (HPV) é causador de infecção sexualmente transmissível, a qual pode evoluir para o câncer, a depender do potencial de oncogenicidade viral. O início sexual cada vez mais precoce propicia alta vulnerabilidade das adolescentes às ISTs. O déficit do conhecimento entre os adolescentes acerca da infecção por HPV apresenta relevância e deve ser analisado. A vacinação é o método de prevenção mais eficaz e a cobertura vacinal ainda está abaixo da meta preconizada. A pesquisa teve como objetivo analisar o conhecimento sobre o HPV em estudantes da rede pública e promover ação educativa. Trata-se de uma pesquisa descritiva, transversal, quantitativa, com coleta de dados primários, mediante entrevista estruturada com aplicação de questionário e atividades educativas (palestras, rodas de conversa, distribuição de cartilha e folders) a 194 estudantes do 6° ao 9° ano das escolas municipais Professor Luiz Cavallon e Domingos Gonçalves Gomes, no município de Campo Grande – MS (CEP/UFMS, Parecer n.: 5.596.389, 22/agosto/2022). Os estudantes estavam na faixa etária de 10 a 15 anos, sendo a maioria do sexo feminino (63,4%). A maioria já ouviu falar sobre o HPV (70,1%; 136/194), no entanto, somente 38,1% (74/194) afirmaram que o HPV é um vírus que causa câncer e 11,3% (22/194) responderam que é um vírus que causa verrugas. Alguns deles (17,5%; 34/194) afirmaram que o HPV se referia diretamente ao termo câncer e 16,5% (32/194) apontaram que o HPV é a vacina. Cerca de um terço (61/194) demonstrou não ter conhecimento algum sobre o significado da sigla HPV e 10,8% (21/194) fizeram associação com o vírus herpes. Quando questionados sobre o que é o colo do útero, a maioria (73,2%; 142/194) respondeu que não sabia. A maioria 84,5% (164/194) sabem da existência da vacina contra o HPV e 57,7% (112/194) sabiam que a vacina está disponível de forma gratuita. Entre os participantes, 49% (95/194) afirmaram ter tomado a vacina, no entanto, quando consultados os dados referentes à vacinação no sistema e-SUS encontrou-se uma cobertura vacinal superior ao informado, onde 62,3% (121/194) dos alunos estavam vacinados e 40,7% (79/194) com esquema completo. Concluiu-se que há um déficit de conhecimento entre os participantes sobre a infecção por HPV, principalmente sobre a sua relação com o desenvolvimento do câncer e que há necessidade de intensificação de ações educativas e promoção da vacina
{"title":"CONHECIMENTO SOBRE A INFECÇÃO POR PAPILOMAVÍRUS HUMANO EM ESTUDANTES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO EM CAMPO GRANDE-MS","authors":"Maria Luisa Beraldi Mestriner, Cacilda Tezelli Junqueira Padovani, Greizielle Barroso, Ines Aparecida Tozetti, Alda Maria Teixeira Ferreira, Bruno Uratani da Silva, Vanessa Maruyama, Khauanna Stragliotto Schiavo, Brenda Karoline Paco Salerno","doi":"10.1016/j.bjid.2023.103446","DOIUrl":"https://doi.org/10.1016/j.bjid.2023.103446","url":null,"abstract":"O Papilomavírus humano (HPV) é causador de infecção sexualmente transmissível, a qual pode evoluir para o câncer, a depender do potencial de oncogenicidade viral. O início sexual cada vez mais precoce propicia alta vulnerabilidade das adolescentes às ISTs. O déficit do conhecimento entre os adolescentes acerca da infecção por HPV apresenta relevância e deve ser analisado. A vacinação é o método de prevenção mais eficaz e a cobertura vacinal ainda está abaixo da meta preconizada. A pesquisa teve como objetivo analisar o conhecimento sobre o HPV em estudantes da rede pública e promover ação educativa. Trata-se de uma pesquisa descritiva, transversal, quantitativa, com coleta de dados primários, mediante entrevista estruturada com aplicação de questionário e atividades educativas (palestras, rodas de conversa, distribuição de cartilha e folders) a 194 estudantes do 6° ao 9° ano das escolas municipais Professor Luiz Cavallon e Domingos Gonçalves Gomes, no município de Campo Grande – MS (CEP/UFMS, Parecer n.: 5.596.389, 22/agosto/2022). Os estudantes estavam na faixa etária de 10 a 15 anos, sendo a maioria do sexo feminino (63,4%). A maioria já ouviu falar sobre o HPV (70,1%; 136/194), no entanto, somente 38,1% (74/194) afirmaram que o HPV é um vírus que causa câncer e 11,3% (22/194) responderam que é um vírus que causa verrugas. Alguns deles (17,5%; 34/194) afirmaram que o HPV se referia diretamente ao termo câncer e 16,5% (32/194) apontaram que o HPV é a vacina. Cerca de um terço (61/194) demonstrou não ter conhecimento algum sobre o significado da sigla HPV e 10,8% (21/194) fizeram associação com o vírus herpes. Quando questionados sobre o que é o colo do útero, a maioria (73,2%; 142/194) respondeu que não sabia. A maioria 84,5% (164/194) sabem da existência da vacina contra o HPV e 57,7% (112/194) sabiam que a vacina está disponível de forma gratuita. Entre os participantes, 49% (95/194) afirmaram ter tomado a vacina, no entanto, quando consultados os dados referentes à vacinação no sistema e-SUS encontrou-se uma cobertura vacinal superior ao informado, onde 62,3% (121/194) dos alunos estavam vacinados e 40,7% (79/194) com esquema completo. Concluiu-se que há um déficit de conhecimento entre os participantes sobre a infecção por HPV, principalmente sobre a sua relação com o desenvolvimento do câncer e que há necessidade de intensificação de ações educativas e promoção da vacina","PeriodicalId":22315,"journal":{"name":"The Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"40 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136246945","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-10-01DOI: 10.1016/j.bjid.2023.103010
Rafaella Tambone Barral, Monaliza Cardozo Rebouças, Maria Fernanda Bahia Bacellar Souza, Thiago Pinho Cordeiro Araújo, Leonardo Bandeira Cerqueira Zollinger, Maria Alice Magalhães Marques, Ana Julia do Nascimento Araújo, Priscila Alkmim de Oliveira Magnavita de Sousa, Marcio Pires dos Santos, José Adriano Goes Silva, Miralba Freire de Carvalho Ribeiro da Silva, Fabianna Márcia Maranhão Bahia
A sífilis ainda se constitui um grave problema de Saúde Pública, com frequência e gravidade maiores entre as pessoas que vivem com HIV (PVHIV). Um aumento acentuado na incidência de sífilis ocorreu em vários países nos últimos anos, incluindo o Brasil. Nosso objetivo foi investigar os fatores associados à incidência de sífilis em PVHIV acompanhados no Centro de Referência Estadual DST/HIV/AIDS em Salvador. Trata-se de um estudo de coorte, envolvendo PVHIV matriculadas no CEDAP em 2017 e que realizaram investigação para sífilis na ocasião da matrícula. O diagnóstico da sífilis foi realizado com o teste rápido treponêmico (teste qualitativo) e o VDRL (teste quantitativo) no soro. Identificamos incidência de sífilis como viragem de teste treponêmico positivo ou um aumento ≥2 vezes nos títulos consecutivos de VDRL, conforme fluxograma laboratorial definido pelo Ministério da Saúde, realizado após o exame basal até 31/12/2022. Calculamos o risco relativo e a densidade de incidência de sífilis ao longo de 5 anos. O cálculo amostral considerou o poder estatístico de 80% e erro de 5%, com amostragem aleatória simples. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Sesab e obteve apoio financeiro do CNPQ. A amostra foi composta por 381 PVHIV, com média de idade de 36,7 (±10,9) anos. Do total, 64,6% eram do sexo masculino, residentes em Salvador (77,7%), autodeclarados negros ou pardos (87,4%), solteiros (71,7%), com até 8 anos de estudo (49,8%), heterossexuais (55,7%). Na ocasião da matrícula, 21,8% tiveram diagnóstico de sífilis, 23,1% com passado de sífilis. Ocorreram 37 casos novos de sífilis com densidade de incidência 30,3 casos por pessoa-ano. Cerca de 29,7% dos casos eram sintomáticos (manchas e lesões de pele mais descritas) e 37,8% foram classificados como sífilis latente. Os pacientes com casos novos de sífilis eram ligeiramente mais jovens (34,9 versus 36,8 anos de idade média; p > 0,05), mais propensos a serem homens (p = 0,02; RR 3,5 IC95% 1,4 – 8,8), solteiros (p = 0,58), homem que faz sexo com homem (p < 0,01; RR 3,2 IC95% 1,6 – 6,3;), negros e pardos (p > 0,05). Os casos novos de sífilis foram frequentes entre PVHIV, com taxas mais elevadas entre homens e HSH com sífilis adquirida no período. Estratégias de diagnóstico para infecções sexualmente transmissíveis devem priorizar esse grupo de pacientes (PVHIV).
{"title":"FATORES ASSOCIADOS À INCIDÊNCIA DE SÍFILIS EM PESSOAS VIVENDO COM HIV EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM SALVADOR","authors":"Rafaella Tambone Barral, Monaliza Cardozo Rebouças, Maria Fernanda Bahia Bacellar Souza, Thiago Pinho Cordeiro Araújo, Leonardo Bandeira Cerqueira Zollinger, Maria Alice Magalhães Marques, Ana Julia do Nascimento Araújo, Priscila Alkmim de Oliveira Magnavita de Sousa, Marcio Pires dos Santos, José Adriano Goes Silva, Miralba Freire de Carvalho Ribeiro da Silva, Fabianna Márcia Maranhão Bahia","doi":"10.1016/j.bjid.2023.103010","DOIUrl":"https://doi.org/10.1016/j.bjid.2023.103010","url":null,"abstract":"A sífilis ainda se constitui um grave problema de Saúde Pública, com frequência e gravidade maiores entre as pessoas que vivem com HIV (PVHIV). Um aumento acentuado na incidência de sífilis ocorreu em vários países nos últimos anos, incluindo o Brasil. Nosso objetivo foi investigar os fatores associados à incidência de sífilis em PVHIV acompanhados no Centro de Referência Estadual DST/HIV/AIDS em Salvador. Trata-se de um estudo de coorte, envolvendo PVHIV matriculadas no CEDAP em 2017 e que realizaram investigação para sífilis na ocasião da matrícula. O diagnóstico da sífilis foi realizado com o teste rápido treponêmico (teste qualitativo) e o VDRL (teste quantitativo) no soro. Identificamos incidência de sífilis como viragem de teste treponêmico positivo ou um aumento ≥2 vezes nos títulos consecutivos de VDRL, conforme fluxograma laboratorial definido pelo Ministério da Saúde, realizado após o exame basal até 31/12/2022. Calculamos o risco relativo e a densidade de incidência de sífilis ao longo de 5 anos. O cálculo amostral considerou o poder estatístico de 80% e erro de 5%, com amostragem aleatória simples. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Sesab e obteve apoio financeiro do CNPQ. A amostra foi composta por 381 PVHIV, com média de idade de 36,7 (±10,9) anos. Do total, 64,6% eram do sexo masculino, residentes em Salvador (77,7%), autodeclarados negros ou pardos (87,4%), solteiros (71,7%), com até 8 anos de estudo (49,8%), heterossexuais (55,7%). Na ocasião da matrícula, 21,8% tiveram diagnóstico de sífilis, 23,1% com passado de sífilis. Ocorreram 37 casos novos de sífilis com densidade de incidência 30,3 casos por pessoa-ano. Cerca de 29,7% dos casos eram sintomáticos (manchas e lesões de pele mais descritas) e 37,8% foram classificados como sífilis latente. Os pacientes com casos novos de sífilis eram ligeiramente mais jovens (34,9 versus 36,8 anos de idade média; p > 0,05), mais propensos a serem homens (p = 0,02; RR 3,5 IC95% 1,4 – 8,8), solteiros (p = 0,58), homem que faz sexo com homem (p < 0,01; RR 3,2 IC95% 1,6 – 6,3;), negros e pardos (p > 0,05). Os casos novos de sífilis foram frequentes entre PVHIV, com taxas mais elevadas entre homens e HSH com sífilis adquirida no período. Estratégias de diagnóstico para infecções sexualmente transmissíveis devem priorizar esse grupo de pacientes (PVHIV).","PeriodicalId":22315,"journal":{"name":"The Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"34 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136246961","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-10-01DOI: 10.1016/j.bjid.2023.103136
Camila Melo de Freitas, Leticia Jacon Vicente, Camilla Leite Fernandes de Andrade, Cora Matildes Rocha Santos, Rodrigo Almeida Souza
A ingestão acidental de corpo estranho é um problema clínico comum nos serviços de atendimento de emergência. Aproximadamente, 20% evoluem com alguma intercorrência, 2% precisam ser retirados cirurgicamente e apenas 1% dos casos cursa com perfuração em algum ponto do trato gastrointestinal, gerando complicações, como formação de abscesso hepático, sangramento, obstrução e choque séptico. O objetivo deste trabalho foi descrever um caso de perfuração gástrica por corpo estranho alimentar e suas repercussões. Paciente sexo masculino, 33 anos, brasileiro, branco, previamente hígido, obeso, compareceu ao hospital com história de epigastralgia, náusea e febre, há 2 dias. Negou etilismo, tabagismo, cirurgias prévias e trauma. Na ultrassonografia abdominal, nenhum achado foi encontrado, sendo o paciente medicado e recebido alta hospitalar com orientações. Após cinco dias, retornou com queixa de piora da dor abdominal e febre, associada a anorexia e perda ponderal. Ao exame físico apresentava-se febril, taquicárdico, taquidispneico, hipocorado, ictérico, acianótico, sudoreico, má perfusão periférica, abdome globoso, rígido, com sinal de defesa, ruídos hidroaéreos diminuídos à ausculta, com sinais de peritonite, caracterizando um provável quadro de choque séptico, de foco abdominal. Ao realizar a tomografia computadorizada abdominal, observou-se coleções fluidas no lobo esquerdo hepático, perihepática e periesplênica, destacando-se estrutura linear calcificada, na margem inferior da coleção intra-hepática, podendo representar material ósseo ingerido que perfurou o estômago, com posterior bloqueio e coleções, possivelmente uma espícula de frango, já que paciente negou ingestão de peixe. O paciente foi submetido a uma laparotomia exploratória para a remoção do corpo estranho e drenagem da secreção, além de receber terapia antibiótica perioperatória, para o tratamento do choque séptico. Ao final do procedimento, colocou-se um dreno de Penrose visando manter a drenagem da secreção e incluiu-se dupla antibioticoterapia na prescrição, a fim de manejar o quadro séptico. O paciente teve um longo período de recuperação devido à infecção séptica e à presença de abscesso peri-hepático. A alta hospitalar só ocorreu após 23 dias, quando houve resolução da sepse e melhora da ferida operatória. Diante do relato, enfatiza-se a importância da investigação precoce e completa dos sintomas dos pacientes, com rápida intervenção, almejando minimizar os riscos de complicações graves.
{"title":"CHOQUE SÉPTICO DECORRENTE DE ABDOME AGUDO PERFURATIVO CAUSADO POR INGESTÃO ACIDENTAL DE CORPO ESTRANHO: UM RELATO DE CASO","authors":"Camila Melo de Freitas, Leticia Jacon Vicente, Camilla Leite Fernandes de Andrade, Cora Matildes Rocha Santos, Rodrigo Almeida Souza","doi":"10.1016/j.bjid.2023.103136","DOIUrl":"https://doi.org/10.1016/j.bjid.2023.103136","url":null,"abstract":"A ingestão acidental de corpo estranho é um problema clínico comum nos serviços de atendimento de emergência. Aproximadamente, 20% evoluem com alguma intercorrência, 2% precisam ser retirados cirurgicamente e apenas 1% dos casos cursa com perfuração em algum ponto do trato gastrointestinal, gerando complicações, como formação de abscesso hepático, sangramento, obstrução e choque séptico. O objetivo deste trabalho foi descrever um caso de perfuração gástrica por corpo estranho alimentar e suas repercussões. Paciente sexo masculino, 33 anos, brasileiro, branco, previamente hígido, obeso, compareceu ao hospital com história de epigastralgia, náusea e febre, há 2 dias. Negou etilismo, tabagismo, cirurgias prévias e trauma. Na ultrassonografia abdominal, nenhum achado foi encontrado, sendo o paciente medicado e recebido alta hospitalar com orientações. Após cinco dias, retornou com queixa de piora da dor abdominal e febre, associada a anorexia e perda ponderal. Ao exame físico apresentava-se febril, taquicárdico, taquidispneico, hipocorado, ictérico, acianótico, sudoreico, má perfusão periférica, abdome globoso, rígido, com sinal de defesa, ruídos hidroaéreos diminuídos à ausculta, com sinais de peritonite, caracterizando um provável quadro de choque séptico, de foco abdominal. Ao realizar a tomografia computadorizada abdominal, observou-se coleções fluidas no lobo esquerdo hepático, perihepática e periesplênica, destacando-se estrutura linear calcificada, na margem inferior da coleção intra-hepática, podendo representar material ósseo ingerido que perfurou o estômago, com posterior bloqueio e coleções, possivelmente uma espícula de frango, já que paciente negou ingestão de peixe. O paciente foi submetido a uma laparotomia exploratória para a remoção do corpo estranho e drenagem da secreção, além de receber terapia antibiótica perioperatória, para o tratamento do choque séptico. Ao final do procedimento, colocou-se um dreno de Penrose visando manter a drenagem da secreção e incluiu-se dupla antibioticoterapia na prescrição, a fim de manejar o quadro séptico. O paciente teve um longo período de recuperação devido à infecção séptica e à presença de abscesso peri-hepático. A alta hospitalar só ocorreu após 23 dias, quando houve resolução da sepse e melhora da ferida operatória. Diante do relato, enfatiza-se a importância da investigação precoce e completa dos sintomas dos pacientes, com rápida intervenção, almejando minimizar os riscos de complicações graves.","PeriodicalId":22315,"journal":{"name":"The Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"29 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136246972","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-10-01DOI: 10.1016/j.bjid.2023.103630
Carolini Cristina Valle, Vitória Annoni Lange, Denise do Socorro da Silva Rodrigues, Valdes Roberto Bollela, Erica Chimara, Paulo Roberto Abrão Ferreira
A tuberculose é causa importante de adoecimento e morte no mundo. O coeficiente de incidência no Brasil é de 36,3 casos por 100 mil habitantes, com mais de 78 mil casos notificados por ano, o que coloca o Brasil entre os 30 países com maior carga de doença no mundo. Entre 2015 e 2022 foram notificados 7938 casos de tuberculose drogarresistente no país. Acredita-se que cerca de 90% dos isolados resistentes a rifampicina sejam também resistentes a isoniazida e por isso a OMS recomenda que casos de resistência a rifampicina sejam tratados como MDR. Em um estudo brasileiro, a monorresistência a rifampicina (RR) foi responsável por 9% dos casos de resistência, e esta proporção vem crescendo. Foi realizada uma análise retrospectiva de prevalência de RR, entre os casos de tuberculose drogarresistente (TBDR), tratados no Instituto Clemente Ferreira, em São Paulo, entre 2018 e 2021. Os dados foram extraídos do SITE-TB e, posteriormente, foram analisados os prontuários dos pacientes. No total, foram analisados 230 pacientes. Destes, 86 tinham resistência a rifampicina, sem a resistência concomitante a isoniazida, quatro apresentavam resistência a quinolonas e foram excluídos do estudo. Dos 82 restantes, um apresentava resistência a pirazinamida e outro a estreptomicina, mas foram mantidos no estudo. A média de idade foi de 38 anos, sendo 72% do sexo masculino, 77 pacientes foram testados para HIV e a prevalência da doença foi de 19%. Cerca de 38% dos pacientes já haviam sido submetidos a algum tratamento prévio para TB. Com relação aos tratamentos instituídos, 41% tiveram como escolha um esquema individualizado, 20% foram submetidos ao esquema MDR e 37% tiveram seu esquema descalonado para RHZE. A cura foi obtida em 60% dos casos, abandono em 28% e óbito em 8%. A prevalência da monorresistência a rifampicina foi de 35,7% dos casos de tuberculose drogarresistente no período. O TRM TB e o teste fenotípico para rifampicina apresentaram resultado discordante em 67% dos casos. O grande número de casos monorresistentes a rifampicina pode estar relacionado a divergência entre os resultados de testes de susceptibilidade molecular e fenotípico. A alta heterogeneidade de estratégias de tratamento chama a atenção para a necessidade de mais estudos voltados para melhor caracterização dos casos de TBDR no estado de São Paulo.
结核病是全世界疾病和死亡的主要原因。巴西的发病率为每10万居民36.3例,每年报告的病例超过78 000例,使巴西成为世界上疾病负担最高的30个国家之一。2015年至2022年期间,该国报告了7938例耐药结核病病例。据信,约90%对利福平耐药的分离株也对异烟肼耐药,因此世卫组织建议将利福平耐药病例作为耐多药治疗。在巴西的一项研究中,利福平单药耐药(RR)占耐药病例的9%,而且这一比例还在上升。对2018年至2021年在sao Paulo Clemente Ferreira研究所治疗的耐药结核病(TBDR)病例的RR患病率进行了回顾性分析。从SITE-TB中提取数据,随后对患者的医疗记录进行分析。共分析230例患者。其中86例对利福平有耐药性,但未同时对异烟肼有耐药性,4例对喹诺酮类药物有耐药性,被排除在研究之外。在剩下的82例中,1例对吡嗪酰胺有耐药性,1例对链霉素有耐药性,但仍在研究中。平均年龄38岁,72%为男性,77名患者接受了艾滋病毒检测,患病率为19%。大约38%的患者以前接受过结核病治疗。在实施的治疗中,41%的患者选择了个体化方案,20%的患者接受了MDR方案,37%的患者接受了RHZE方案。60%的病例治愈,28%的病例放弃,8%的病例死亡。在此期间,利福平单药耐药结核病病例的患病率为35.7%。结核病TRM和利福平表型检测结果不一致的病例占67%。大量单药利福平病例可能与分子和表型敏感性试验结果的差异有关。治疗策略的高度异质性提请人们注意,需要进行更多的研究,以更好地描述sao保罗州的TBDR病例。
{"title":"IMPORTÂNCIA DA CORRETA DETECÇÃO DE TUBERCULOSE COM MONORRESISTÊNCIA À RIFAMPICINA","authors":"Carolini Cristina Valle, Vitória Annoni Lange, Denise do Socorro da Silva Rodrigues, Valdes Roberto Bollela, Erica Chimara, Paulo Roberto Abrão Ferreira","doi":"10.1016/j.bjid.2023.103630","DOIUrl":"https://doi.org/10.1016/j.bjid.2023.103630","url":null,"abstract":"A tuberculose é causa importante de adoecimento e morte no mundo. O coeficiente de incidência no Brasil é de 36,3 casos por 100 mil habitantes, com mais de 78 mil casos notificados por ano, o que coloca o Brasil entre os 30 países com maior carga de doença no mundo. Entre 2015 e 2022 foram notificados 7938 casos de tuberculose drogarresistente no país. Acredita-se que cerca de 90% dos isolados resistentes a rifampicina sejam também resistentes a isoniazida e por isso a OMS recomenda que casos de resistência a rifampicina sejam tratados como MDR. Em um estudo brasileiro, a monorresistência a rifampicina (RR) foi responsável por 9% dos casos de resistência, e esta proporção vem crescendo. Foi realizada uma análise retrospectiva de prevalência de RR, entre os casos de tuberculose drogarresistente (TBDR), tratados no Instituto Clemente Ferreira, em São Paulo, entre 2018 e 2021. Os dados foram extraídos do SITE-TB e, posteriormente, foram analisados os prontuários dos pacientes. No total, foram analisados 230 pacientes. Destes, 86 tinham resistência a rifampicina, sem a resistência concomitante a isoniazida, quatro apresentavam resistência a quinolonas e foram excluídos do estudo. Dos 82 restantes, um apresentava resistência a pirazinamida e outro a estreptomicina, mas foram mantidos no estudo. A média de idade foi de 38 anos, sendo 72% do sexo masculino, 77 pacientes foram testados para HIV e a prevalência da doença foi de 19%. Cerca de 38% dos pacientes já haviam sido submetidos a algum tratamento prévio para TB. Com relação aos tratamentos instituídos, 41% tiveram como escolha um esquema individualizado, 20% foram submetidos ao esquema MDR e 37% tiveram seu esquema descalonado para RHZE. A cura foi obtida em 60% dos casos, abandono em 28% e óbito em 8%. A prevalência da monorresistência a rifampicina foi de 35,7% dos casos de tuberculose drogarresistente no período. O TRM TB e o teste fenotípico para rifampicina apresentaram resultado discordante em 67% dos casos. O grande número de casos monorresistentes a rifampicina pode estar relacionado a divergência entre os resultados de testes de susceptibilidade molecular e fenotípico. A alta heterogeneidade de estratégias de tratamento chama a atenção para a necessidade de mais estudos voltados para melhor caracterização dos casos de TBDR no estado de São Paulo.","PeriodicalId":22315,"journal":{"name":"The Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"7 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136246996","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-10-01DOI: 10.1016/j.bjid.2023.103639
William Latosinski Matos, Patricia Orlandi Barth, Alessandra Helena da Silva Hellwig, Grazielle Motta Rodrigues, Luciana Giordani, Denise Maria Cunha Willers, Viviane Horn de Melo, Juliana Bergmann, Maria Cristina de Oliveira Amaro Ritter, Claire Beatriz Soares, Dariane Castro Pereira, Rodrigo Minuto Paiva, Afonso Luis Barth
Micobactérias não-tuberculosas (MNT) são microrganismos ubíquos mas que podem causar uma série de infecções, principalmente pulmonares e em pacientes imunocomprometidos. Estudos sugerem que infecções por estes microrganismos têm aumentado nas últimas décadas: a prevalência estimada passou de 2,4 casos/100.000 em 1980 para 15,2 casos/100.000 em 2013 nos EUA. O objetivo deste estudo foi avaliar a epidemiologia das MNT em nossa instituição, bem como avaliar a performance do sequenciamento parcial do gene hsp65 para identificação das espécies de MNT. Foi realizado um estudo retrospectivo de janeiro a dezembro de 2022. Os isolados foram identificados por MALDI-TOF VITEK® MS (bioMérieux, França), e o sequenciamento do gene hsp65 foi realizado pela técnica de Sanger. A identificação foi feita por comparação da sequência obtida com sequências depositadas no GenBank®. Além disso, foi realizada avaliação interlaboratorial. No período do estudo, foram realizadas 2415 culturas de micobactérias, provenientes de 1845 pacientes. Desses, 6,45% (n = 119) dos pacientes apresentaram cultura positiva para micobactérias, entre as quais 29% (n = 35) foram positivas para MNT. As culturas positivas para MNT foram majoritariamente de material respiratório (97%) e as espécies mais frequentes foram, respectivamente: M. gordonae (n = 10), Complexo M. abscessus (n = 8), M. chelonae (n = 4), Complexo M. avium (n = 4), M. kansasii (n = 2), Complexo M. fortuitum (n = 2), e apenas 1 das espécies: M. cosmeticum, M. celatum, M. lentiflavum, M. mucogenicum e M. scrofulaceum. Para avaliação do gene hsp65, foram testadas amostras em duplicata de culturas positivas para M. gordonae, M. kansasii, Complexo M. abscessus, Complexo M. tuberculosis cepa H37rv e Mycolicibacterium mucogenicum. Após as análises, todas as amostras apresentaram similaridade de 100% quando comparadas com sequências no GenBank®, com exceção da amostra de Mycolicibacterium mucogenicum que apresentou similaridade de 96%. Todavia, na avaliação interlaboratorial e na comparação com os resultados obtidos no MALDI-TOF a concordância obtida foi de 100%. MNT são patógenos oportunistas e a identificação rápida e precisa a nível de espécie é uma etapa importante para o sucesso do tratamento. A utilização do gene hsp65 apresentou-se promissora, entretanto, demais espécies, sobretudo as mais prevalentes na nossa instituição, devem ser avaliadas visando a inclusão do ensaio no portfólio de exames.
{"title":"MICOBACTÉRIAS NÃO-TUBERCULOSAS: ESTUDO DE PREVALÊNCIA EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO NO SUL DO BRASIL","authors":"William Latosinski Matos, Patricia Orlandi Barth, Alessandra Helena da Silva Hellwig, Grazielle Motta Rodrigues, Luciana Giordani, Denise Maria Cunha Willers, Viviane Horn de Melo, Juliana Bergmann, Maria Cristina de Oliveira Amaro Ritter, Claire Beatriz Soares, Dariane Castro Pereira, Rodrigo Minuto Paiva, Afonso Luis Barth","doi":"10.1016/j.bjid.2023.103639","DOIUrl":"https://doi.org/10.1016/j.bjid.2023.103639","url":null,"abstract":"Micobactérias não-tuberculosas (MNT) são microrganismos ubíquos mas que podem causar uma série de infecções, principalmente pulmonares e em pacientes imunocomprometidos. Estudos sugerem que infecções por estes microrganismos têm aumentado nas últimas décadas: a prevalência estimada passou de 2,4 casos/100.000 em 1980 para 15,2 casos/100.000 em 2013 nos EUA. O objetivo deste estudo foi avaliar a epidemiologia das MNT em nossa instituição, bem como avaliar a performance do sequenciamento parcial do gene hsp65 para identificação das espécies de MNT. Foi realizado um estudo retrospectivo de janeiro a dezembro de 2022. Os isolados foram identificados por MALDI-TOF VITEK® MS (bioMérieux, França), e o sequenciamento do gene hsp65 foi realizado pela técnica de Sanger. A identificação foi feita por comparação da sequência obtida com sequências depositadas no GenBank®. Além disso, foi realizada avaliação interlaboratorial. No período do estudo, foram realizadas 2415 culturas de micobactérias, provenientes de 1845 pacientes. Desses, 6,45% (n = 119) dos pacientes apresentaram cultura positiva para micobactérias, entre as quais 29% (n = 35) foram positivas para MNT. As culturas positivas para MNT foram majoritariamente de material respiratório (97%) e as espécies mais frequentes foram, respectivamente: M. gordonae (n = 10), Complexo M. abscessus (n = 8), M. chelonae (n = 4), Complexo M. avium (n = 4), M. kansasii (n = 2), Complexo M. fortuitum (n = 2), e apenas 1 das espécies: M. cosmeticum, M. celatum, M. lentiflavum, M. mucogenicum e M. scrofulaceum. Para avaliação do gene hsp65, foram testadas amostras em duplicata de culturas positivas para M. gordonae, M. kansasii, Complexo M. abscessus, Complexo M. tuberculosis cepa H37rv e Mycolicibacterium mucogenicum. Após as análises, todas as amostras apresentaram similaridade de 100% quando comparadas com sequências no GenBank®, com exceção da amostra de Mycolicibacterium mucogenicum que apresentou similaridade de 96%. Todavia, na avaliação interlaboratorial e na comparação com os resultados obtidos no MALDI-TOF a concordância obtida foi de 100%. MNT são patógenos oportunistas e a identificação rápida e precisa a nível de espécie é uma etapa importante para o sucesso do tratamento. A utilização do gene hsp65 apresentou-se promissora, entretanto, demais espécies, sobretudo as mais prevalentes na nossa instituição, devem ser avaliadas visando a inclusão do ensaio no portfólio de exames.","PeriodicalId":22315,"journal":{"name":"The Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"138 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136247000","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-10-01DOI: 10.1016/j.bjid.2023.103470
Guilherme Dorneles Zinelli, Maria Carolina Rey Alt, Bruna Kochhann Menezes, Viviane Raquel Buffon
A mielite transversa é um distúrbio neuroimune da medula espinhal, caracterizada por paresia, parestesia, disfunção intestinal ou urinária. O relato de novos casos ganha importância à medida em que a mielite transversa é uma afecção extremamente rara, com prevalência subestimada entre um a oito novos casos por milhão de pessoas por ano. A despeito disso, a necessidade de um rápido diagnóstico é crucial para evitar paraplegia e morte. Paciente masculino de 24 anos, previamente hígido, descreve sinais e sintomas inespecíficos de febre, mialgia e surgimento de exantema maculopapular em membros superiores e dorso, evoluindo com dificuldade de micção e evacuação, sendo, por diversas vezes, realizado sondagem vesical de alívio e tratado, empiricamente, para infecção urinária. Após uma semana, já em atendimento hospitalar, associa ao quadro clínico lombalgia, paresia e parestesia em membros com dificuldade para deambular. A punção lombar evidenciou líquor com padrão viral e PCR positivo para Herpes Vírus I e II. A ressonância magnética de neuroeixo comprovou lesão medular extensa. Foi realizado pulsoterapia com metilprednisolona, aciclovir intravenoso por 21 dias e profilaxia para estrongiloidíase. Após 2 meses, já com recuperação significativa de marcha e controle esfincteriano, repetiu-se nova ressonância, que evidenciou ausência de lesões medulares. As mielites possuem etiologias autoimunes, neoplásicas, vasculares ou infecciosas. No entanto, 64% dos casos são idiopáticos, dada a grande dificuldade de se estabelecer a natureza causal da infecção. Após ter sido descartada compressão medular por ressonância magnética, a história clínica típica associada com achados sugestivos de infecção no líquido cefalorraquidiano (LCR) nos aproximam do diagnóstico de mielopatia infecciosa. A mielite por Herpes Vírus pode apresentar padrão ascendente ou não ascendente e lesões cutâneas herpéticas não são prevalentes nesses casos ao contrário do quadro descrito pelo paciente.
{"title":"MIELITE TRANSVERSA POR HERPES VÍRUS: RELATO DE CASO","authors":"Guilherme Dorneles Zinelli, Maria Carolina Rey Alt, Bruna Kochhann Menezes, Viviane Raquel Buffon","doi":"10.1016/j.bjid.2023.103470","DOIUrl":"https://doi.org/10.1016/j.bjid.2023.103470","url":null,"abstract":"A mielite transversa é um distúrbio neuroimune da medula espinhal, caracterizada por paresia, parestesia, disfunção intestinal ou urinária. O relato de novos casos ganha importância à medida em que a mielite transversa é uma afecção extremamente rara, com prevalência subestimada entre um a oito novos casos por milhão de pessoas por ano. A despeito disso, a necessidade de um rápido diagnóstico é crucial para evitar paraplegia e morte. Paciente masculino de 24 anos, previamente hígido, descreve sinais e sintomas inespecíficos de febre, mialgia e surgimento de exantema maculopapular em membros superiores e dorso, evoluindo com dificuldade de micção e evacuação, sendo, por diversas vezes, realizado sondagem vesical de alívio e tratado, empiricamente, para infecção urinária. Após uma semana, já em atendimento hospitalar, associa ao quadro clínico lombalgia, paresia e parestesia em membros com dificuldade para deambular. A punção lombar evidenciou líquor com padrão viral e PCR positivo para Herpes Vírus I e II. A ressonância magnética de neuroeixo comprovou lesão medular extensa. Foi realizado pulsoterapia com metilprednisolona, aciclovir intravenoso por 21 dias e profilaxia para estrongiloidíase. Após 2 meses, já com recuperação significativa de marcha e controle esfincteriano, repetiu-se nova ressonância, que evidenciou ausência de lesões medulares. As mielites possuem etiologias autoimunes, neoplásicas, vasculares ou infecciosas. No entanto, 64% dos casos são idiopáticos, dada a grande dificuldade de se estabelecer a natureza causal da infecção. Após ter sido descartada compressão medular por ressonância magnética, a história clínica típica associada com achados sugestivos de infecção no líquido cefalorraquidiano (LCR) nos aproximam do diagnóstico de mielopatia infecciosa. A mielite por Herpes Vírus pode apresentar padrão ascendente ou não ascendente e lesões cutâneas herpéticas não são prevalentes nesses casos ao contrário do quadro descrito pelo paciente.","PeriodicalId":22315,"journal":{"name":"The Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"22 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136247014","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-10-01DOI: 10.1016/j.bjid.2023.103404
Vinicius Furlan Erkmann, Aluisio Martins Junior, Juliana Gerhardt Moroni, João Pedro Silva Moreira, Brunno Luis Brugnera Orlando, Carla Sakuma de Oliveira, Thiago Simões Giancursi, Letícia Fernanda Coltri
Paciente infectados por SARS-CoV2 grave internados em UTI estão sujeitos a infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) principalmente devido aos dispositivos invasivos (ventilação mecânica, acessos vasculares, cateteres urinários, entre outros). Dos microorganismos relacionados às IRAS estão as bactérias Gram positivas, as quais, apresentam espessa camada de peptídeoglicano formando a parede celular e ausência de Lipopolissacarídeos (LPS); os principais gêneros são: Staphylococcus, Streptococcus e Enterococcus. Esse estudo busca avaliar o perfil de resistência das bactérias Gram positivas causadoras de IRAS em pacientes internados com COVID-19 em Unidade de Terapia Intensiva de um hospital universitário do Paraná. Estudo retrospectivo, observacional e descritivo, incluindo todos os pacientes com confirmação laboratorial de COVID-19, com necessidade de internamento em UTI, que apresentaram IRAS confirmada por culturas e critérios da equipe de Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) por bactérias Gram positivas, entre janeiro e dezembro de 2021. Foi analisado o perfil epidemiológico dos pacientes, assim como o desfecho, a incidência dos microorganismos nas culturas e perfil de resistência apresentado. Foram analisados prontuários de 836 pacientes. Desses, 81 apresentaram IRAS provocadas por bactérias Gram positivas. Sendo que 60,5% eram homens e 39,5% eram mulheres, com média de idade 53 anos (variando de 19 até 85 anos). Apresentaram, 87 culturas positivas, das quais 67,8% eram Hemocultura, 28,7% cultura de aspirado traqueal e 3,4% Urocultura. Dos patógenos encontrados: 33 culturas positivas para S. aureus, sendo 60,6% (20) MRSA; 36 culturas positivas por Staphylococcus coagulase negativo (17 S. epidermidis; 7 S. haemolyticus; 6 S. hominis; 5 S. capitis; 1 S. warneri), sendo todos resistentes a Oxacilina, não foi encontrado resistência a vancomicina; 18 culturas positivas por Enterococcus (17 E. fecalis; 1 E. faecium), sendo apenas 1 VRE. Dos 81 pacientes inclusos no estudo, 44,5% evoluíram para óbito, sendo 70% dos óbitos em vigência de IRAS. IRAS contribuem negativamente para os desfechos dos pacientes internados em UTI devido infecção por SARS-CoV2. Sendo assim, é evidente a relevância das medidas profiláticas e de controle de disseminação destes agentes nos hospitais, as quais devem ser intensificadas por parte das instituições de assistência à saúde.
在icu住院的严重SARS-CoV2感染患者容易受到医疗保健相关感染(hai),主要是由于侵入性设备(机械通气、血管通路、导尿管等)。与hai相关的微生物是革兰氏阳性细菌,它有一层厚厚的多肽聚糖形成细胞壁,没有脂多糖(LPS);主要属有:葡萄球菌、链球菌和肠球菌。本研究旨在评估在parana某大学医院重症监护病房住院的COVID-19患者中引起hai的革兰氏阳性细菌的耐药情况。这是一项回顾性、观察性和描述性研究,包括2021年1月至12月期间所有经实验室确认为COVID-19、需要icu住院、经培养和医院感染控制委员会(CCIH)团队标准经革兰氏阳性细菌证实的hai患者。分析了患者的流行病学概况、结果、培养中微生物的发生率和耐药性概况。对836例患者的病历进行分析。其中81例为革兰氏阳性引起的hai。60.5%为男性,39.5%为女性,平均年龄53岁(19 - 85岁)。87例阳性培养,其中血液培养67.8%,气管抽吸培养28.7%,尿培养3.4%。发现病原菌:33种金黄色葡萄球菌阳性培养物,60.6%(20种)MRSA;凝固酶阴性葡萄球菌培养36例阳性(表皮葡萄球菌17例;7溶血链球菌;6 S.人类;5 .水豚;1 S. warneri)均对苯西林耐药,未发现万古霉素耐药;18个肠球菌阳性培养物(17个粪肠球菌;1 E. faecium),只有1 VRE。在纳入研究的81名患者中,44.5%的患者死亡,70%的死亡发生在hai期间。hai对因SARS-CoV2感染而住院的icu患者的预后有负面影响。因此,预防措施和控制这些制剂在医院传播的重要性是显而易见的,卫生保健机构应加强这些措施。
{"title":"PERFIL DE RESISTÊNCIA DE BACTÉRIAS GRAM POSITIVAS ISOLADAS EM CULTURAS DE PACIENTES COM IRAS INTERNADOS POR COVID-19 GRAVE EM UTI","authors":"Vinicius Furlan Erkmann, Aluisio Martins Junior, Juliana Gerhardt Moroni, João Pedro Silva Moreira, Brunno Luis Brugnera Orlando, Carla Sakuma de Oliveira, Thiago Simões Giancursi, Letícia Fernanda Coltri","doi":"10.1016/j.bjid.2023.103404","DOIUrl":"https://doi.org/10.1016/j.bjid.2023.103404","url":null,"abstract":"Paciente infectados por SARS-CoV2 grave internados em UTI estão sujeitos a infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) principalmente devido aos dispositivos invasivos (ventilação mecânica, acessos vasculares, cateteres urinários, entre outros). Dos microorganismos relacionados às IRAS estão as bactérias Gram positivas, as quais, apresentam espessa camada de peptídeoglicano formando a parede celular e ausência de Lipopolissacarídeos (LPS); os principais gêneros são: Staphylococcus, Streptococcus e Enterococcus. Esse estudo busca avaliar o perfil de resistência das bactérias Gram positivas causadoras de IRAS em pacientes internados com COVID-19 em Unidade de Terapia Intensiva de um hospital universitário do Paraná. Estudo retrospectivo, observacional e descritivo, incluindo todos os pacientes com confirmação laboratorial de COVID-19, com necessidade de internamento em UTI, que apresentaram IRAS confirmada por culturas e critérios da equipe de Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) por bactérias Gram positivas, entre janeiro e dezembro de 2021. Foi analisado o perfil epidemiológico dos pacientes, assim como o desfecho, a incidência dos microorganismos nas culturas e perfil de resistência apresentado. Foram analisados prontuários de 836 pacientes. Desses, 81 apresentaram IRAS provocadas por bactérias Gram positivas. Sendo que 60,5% eram homens e 39,5% eram mulheres, com média de idade 53 anos (variando de 19 até 85 anos). Apresentaram, 87 culturas positivas, das quais 67,8% eram Hemocultura, 28,7% cultura de aspirado traqueal e 3,4% Urocultura. Dos patógenos encontrados: 33 culturas positivas para S. aureus, sendo 60,6% (20) MRSA; 36 culturas positivas por Staphylococcus coagulase negativo (17 S. epidermidis; 7 S. haemolyticus; 6 S. hominis; 5 S. capitis; 1 S. warneri), sendo todos resistentes a Oxacilina, não foi encontrado resistência a vancomicina; 18 culturas positivas por Enterococcus (17 E. fecalis; 1 E. faecium), sendo apenas 1 VRE. Dos 81 pacientes inclusos no estudo, 44,5% evoluíram para óbito, sendo 70% dos óbitos em vigência de IRAS. IRAS contribuem negativamente para os desfechos dos pacientes internados em UTI devido infecção por SARS-CoV2. Sendo assim, é evidente a relevância das medidas profiláticas e de controle de disseminação destes agentes nos hospitais, as quais devem ser intensificadas por parte das instituições de assistência à saúde.","PeriodicalId":22315,"journal":{"name":"The Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"27 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136247024","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}