Pretendemos nesse artigo, desenvolver alguns elementos pontuais da reflexão nietzschiana, que é presença marcante no pensamento de Gadamer no que diz respeito ao reconhecimento da independência epistemológica das ciências humanas em relação às ciências da natureza, alinhando os dois autores nesse sentido, numa postura anti-metafísica. Para isso, dialogaremos com algumas questões apresentadas por Nietzsche, principalmente em sua obra A Gaia Ciência, como elementos que certamente contribuem para a elaboração da crítica a pretensão idealista da educação para a “conscientização”, esclarecendo os limites metafísicos de tal postulação. Os limites presentes na crítica de Nietzsche à metafísica, ressoam na reflexão de Gadamer fundamentalmente no que se refere à esquizofrenia metódica da ciência naturais, enquanto consequência da filosofia da consciência. É mister destacar que nossa crítica restringe-se a atacar os limites da pretensão de uma educação para a conscientização, que desconhece, desta maneira, o devir histórico, tomando para si o “lugar da verdade”, submetendo-se assim ao horizonte metafísico.
{"title":"Para uma crítica dos limites da educação para consciência - ou para que em geral consciência, se no principal ela é supérflua?","authors":"Patrícia Rosí Prohmann, Sérgio Ricardo Silva Gacki","doi":"10.51359/2357-9986.2023.251580","DOIUrl":"https://doi.org/10.51359/2357-9986.2023.251580","url":null,"abstract":"Pretendemos nesse artigo, desenvolver alguns elementos pontuais da reflexão nietzschiana, que é presença marcante no pensamento de Gadamer no que diz respeito ao reconhecimento da independência epistemológica das ciências humanas em relação às ciências da natureza, alinhando os dois autores nesse sentido, numa postura anti-metafísica. Para isso, dialogaremos com algumas questões apresentadas por Nietzsche, principalmente em sua obra A Gaia Ciência, como elementos que certamente contribuem para a elaboração da crítica a pretensão idealista da educação para a “conscientização”, esclarecendo os limites metafísicos de tal postulação. Os limites presentes na crítica de Nietzsche à metafísica, ressoam na reflexão de Gadamer fundamentalmente no que se refere à esquizofrenia metódica da ciência naturais, enquanto consequência da filosofia da consciência. É mister destacar que nossa crítica restringe-se a atacar os limites da pretensão de uma educação para a conscientização, que desconhece, desta maneira, o devir histórico, tomando para si o “lugar da verdade”, submetendo-se assim ao horizonte metafísico.","PeriodicalId":262325,"journal":{"name":"Perspectiva Filosófica","volume":"6 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-03-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133402527","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-03-08DOI: 10.51359/2357-9986.2023.254605
José Ricardo Barbosa Dias
Trata-se de apresentar o sentido existencial de mundo em Heidegger como a essência mesma do existir humano na contraposição, que ele mesmo articulou, com o sentido metafísico de mundo tal como se dá em Descartes. Heidegger se depara com esse sentido existencial de mundo já no início do pensamento ocidental. Contudo, segundo ele, esse sentido se encontra ali, e até o momento atual, indeterminado em seu nexo com o Dasein. Ele, então, pretende tirar esse sentido dessa indeterminação. Tal pretensão heideggeriana é o que aqui apresentamos ao mostrar que essa indeterminação se desfaz nele a partir do momento em que o mesmo faz coincidir a mundanidade do mundo com a transcendência ou existir mesmo do Dasein.
{"title":"Heidegger e a essência mundana do existir humano","authors":"José Ricardo Barbosa Dias","doi":"10.51359/2357-9986.2023.254605","DOIUrl":"https://doi.org/10.51359/2357-9986.2023.254605","url":null,"abstract":"Trata-se de apresentar o sentido existencial de mundo em Heidegger como a essência mesma do existir humano na contraposição, que ele mesmo articulou, com o sentido metafísico de mundo tal como se dá em Descartes. Heidegger se depara com esse sentido existencial de mundo já no início do pensamento ocidental. Contudo, segundo ele, esse sentido se encontra ali, e até o momento atual, indeterminado em seu nexo com o Dasein. Ele, então, pretende tirar esse sentido dessa indeterminação. Tal pretensão heideggeriana é o que aqui apresentamos ao mostrar que essa indeterminação se desfaz nele a partir do momento em que o mesmo faz coincidir a mundanidade do mundo com a transcendência ou existir mesmo do Dasein.","PeriodicalId":262325,"journal":{"name":"Perspectiva Filosófica","volume":"4 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-03-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116881536","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-03-08DOI: 10.51359/2357-9986.2023.250772
Aldemir Barbosa da Silva
O presente texto tem por objetivo analisar a presença do manual escolar no ensino de filosofia: em tempo de pandemia. Os avanços da covid-19 provocaram rupturas no processo de ensino-aprendizagem que privam o convívio social, construindo barreiras na formação sócio-política-cultural em processo nas instituições educacionais das nações. Tais instituições tornaram espaços solitários, e os professores mesmo convivendo com os medos contemporâneos da pandemia, procuram restabelecer conexões e propiciar uma prática pedagógica em consonância aos protocolos. No ensino de filosofia os desafios percorrem a história da educação, além da centralidade dos manuais escolares (ausência de recursos didáticos), faz necessário retomar discussão primordiais, como (re)posicionar da filosofia na Educação Básica.
{"title":"A presença do manual escolar no ensino de filosofia: em tempo de pandemia","authors":"Aldemir Barbosa da Silva","doi":"10.51359/2357-9986.2023.250772","DOIUrl":"https://doi.org/10.51359/2357-9986.2023.250772","url":null,"abstract":"O presente texto tem por objetivo analisar a presença do manual escolar no ensino de filosofia: em tempo de pandemia. Os avanços da covid-19 provocaram rupturas no processo de ensino-aprendizagem que privam o convívio social, construindo barreiras na formação sócio-política-cultural em processo nas instituições educacionais das nações. Tais instituições tornaram espaços solitários, e os professores mesmo convivendo com os medos contemporâneos da pandemia, procuram restabelecer conexões e propiciar uma prática pedagógica em consonância aos protocolos. No ensino de filosofia os desafios percorrem a história da educação, além da centralidade dos manuais escolares (ausência de recursos didáticos), faz necessário retomar discussão primordiais, como (re)posicionar da filosofia na Educação Básica.","PeriodicalId":262325,"journal":{"name":"Perspectiva Filosófica","volume":"28 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-03-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"127500838","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-03-08DOI: 10.51359/2357-9986.2023.252984
Pedro Felipe De Oliveira Rocha
Investiga-se neste trabalho, em esforço claramente epistemológico, quais atributos definem o Constructivismo Lógico-Semântico enquanto método científico desenvolvido no Brasil. De concepções filosóficas bem demarcadas, está calcado principalmente na utilização de ferramentas de Lógica e Semiótica para construção do direito positivo como realidade. Este estudo, frise-se, foi operado com a utilização do próprio método. Partiu-se inicialmente da definição tradicional de “conhecimento”, de base no realismo ontológico, para, cotejando-a com as concepções ontológica e gnosiológica que marcam o método em análise, determinar como o conhecimento é produzido e como a realidade é acessada sob tal matriz. Em conclusão, verificou-se que o Constructivismo Lógico-Semântico estrutura a produção do conhecimento por meio de conceitos amarrados lógica e semanticamente, viabilizando a construção de realidades jurídicas por meio da linguagem, o que garante postura analítico-hermenêutica perante o objeto do conhecimento. Por meio da demonstração detalhada destas facetas construiu-se o próprio método como objeto desta pesquisa.
{"title":"Constructivismo lógico-semântico como método científico aplicado ao estudo do Direito","authors":"Pedro Felipe De Oliveira Rocha","doi":"10.51359/2357-9986.2023.252984","DOIUrl":"https://doi.org/10.51359/2357-9986.2023.252984","url":null,"abstract":"Investiga-se neste trabalho, em esforço claramente epistemológico, quais atributos definem o Constructivismo Lógico-Semântico enquanto método científico desenvolvido no Brasil. De concepções filosóficas bem demarcadas, está calcado principalmente na utilização de ferramentas de Lógica e Semiótica para construção do direito positivo como realidade. Este estudo, frise-se, foi operado com a utilização do próprio método. Partiu-se inicialmente da definição tradicional de “conhecimento”, de base no realismo ontológico, para, cotejando-a com as concepções ontológica e gnosiológica que marcam o método em análise, determinar como o conhecimento é produzido e como a realidade é acessada sob tal matriz. Em conclusão, verificou-se que o Constructivismo Lógico-Semântico estrutura a produção do conhecimento por meio de conceitos amarrados lógica e semanticamente, viabilizando a construção de realidades jurídicas por meio da linguagem, o que garante postura analítico-hermenêutica perante o objeto do conhecimento. Por meio da demonstração detalhada destas facetas construiu-se o próprio método como objeto desta pesquisa.","PeriodicalId":262325,"journal":{"name":"Perspectiva Filosófica","volume":"11 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-03-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122803305","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-03-08DOI: 10.51359/2357-9986.2023.251249
Edimarcio Testa
No âmbito do pensamento hermenêutico de Hans-Georg Gadamer, a atividade do intérprete define-se como práxis hermenêutica, uma vez que seu modelo é a phronesis aristotélica da Ética Nicomaqueia. Mostro, mediante descrição, que a práxis hermenêutica incorpora da phronesis os elementos da aplicação do universal ao particular e o saber ético, a partir dos quais se pode pensar a questão da responsabilidade ética.
{"title":"A práxis hermenêutica como forma de responsabilidade ética","authors":"Edimarcio Testa","doi":"10.51359/2357-9986.2023.251249","DOIUrl":"https://doi.org/10.51359/2357-9986.2023.251249","url":null,"abstract":"No âmbito do pensamento hermenêutico de Hans-Georg Gadamer, a atividade do intérprete define-se como práxis hermenêutica, uma vez que seu modelo é a phronesis aristotélica da Ética Nicomaqueia. Mostro, mediante descrição, que a práxis hermenêutica incorpora da phronesis os elementos da aplicação do universal ao particular e o saber ético, a partir dos quais se pode pensar a questão da responsabilidade ética.","PeriodicalId":262325,"journal":{"name":"Perspectiva Filosófica","volume":"11 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-03-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"127942044","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-03-08DOI: 10.51359/2357-9986.2023.254658
N. Rela
Vanity underlies human behavior and can be expressed in various forms in the social, moral, aesthetic, and economic fields. It is an emotional complex that encompasses narcissism and histrionics as character traits, as well as other functions, such as memory, imagination, cognition, and instinctive drive. This study focuses on homo oeconomicus using an economic-philosophical approach to detail vanity in a situation of social interaction between an agent who shows off and a spectator who observes when the topic is a mutual comparison in the face of external signs of wealth. To that end, Adam Smith’s thoughts on vanity in the Theory of Moral Sentiments and Stuart Mill's studies on disturbances in economic models is used. In conclusion, we intend to demonstrate that the thoughts of these two economist-philosophers remain relevant in determining the vanity of the contemporary homo oeconomicus.
{"title":"Adam Smith and Stuart Mill on the vanity of Homo Oeconomicus","authors":"N. Rela","doi":"10.51359/2357-9986.2023.254658","DOIUrl":"https://doi.org/10.51359/2357-9986.2023.254658","url":null,"abstract":"Vanity underlies human behavior and can be expressed in various forms in the social, moral, aesthetic, and economic fields. It is an emotional complex that encompasses narcissism and histrionics as character traits, as well as other functions, such as memory, imagination, cognition, and instinctive drive. This study focuses on homo oeconomicus using an economic-philosophical approach to detail vanity in a situation of social interaction between an agent who shows off and a spectator who observes when the topic is a mutual comparison in the face of external signs of wealth. To that end, Adam Smith’s thoughts on vanity in the Theory of Moral Sentiments and Stuart Mill's studies on disturbances in economic models is used. In conclusion, we intend to demonstrate that the thoughts of these two economist-philosophers remain relevant in determining the vanity of the contemporary homo oeconomicus.","PeriodicalId":262325,"journal":{"name":"Perspectiva Filosófica","volume":"63 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-03-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"114146361","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-03-08DOI: 10.51359/2357-9986.2023.251907
Carlos Frederiqui Dias Bubols
Ao se assumir a memória autobiográfica como detentora de um papel fundamental na formação da identidade pessoal, o que se pode esperar que ocorra com a última nos casos amnésicos em que a memória autobiográfica fica, em maior ou menor grau, comprometida? Nestes casos, os indivíduos são destituídos de sua identidade pessoal? Com a finalidade de aventar algumas hipóteses para responder a essa pergunta, o presente trabalho seguirá o subsequente itinerário: em um primeiro momento, será apresentada uma breve discussão acerca do entendimento atual do conceito de memória autobiográfica, a fim de expor suas principais dificuldades terminológicas e explicitar seu caráter fundamentalmente narrativo; depois, será apresentado o conceito de plasticidade destrutiva, encontrado em Catherine Malabou, com o propósito de sustentar que a identidade pessoal é, desde sempre, disruptiva, não sendo esta característica restrita aos casos patológicos ou traumáticos, o que favorece a compreensão de uma identidade pessoal na complexidade própria à experiência temporal humana; por fim, será argumentado que há uma convergência possível entre as noções de plasticidade destrutiva e a noção de identidade narrativa em Paul Ricœur. Com isto, pretende-se mostrar que, diferentemente de um tratamento do problema da identidade pessoal que coloque a memória como base para a identidade, no que respeita à relação entre a memória autobiográfica e a identidade narrativa, é esta que possui uma anterioridade temporal e compreensiva em relação à primeira, o que pode ser atestado desde o nível básico da cognição humana até à forma como a atestação de si é dada poeticamente.
{"title":"A anterioridade compreensiva da identidade narrativa sobre a memória autobiográfica","authors":"Carlos Frederiqui Dias Bubols","doi":"10.51359/2357-9986.2023.251907","DOIUrl":"https://doi.org/10.51359/2357-9986.2023.251907","url":null,"abstract":"Ao se assumir a memória autobiográfica como detentora de um papel fundamental na formação da identidade pessoal, o que se pode esperar que ocorra com a última nos casos amnésicos em que a memória autobiográfica fica, em maior ou menor grau, comprometida? Nestes casos, os indivíduos são destituídos de sua identidade pessoal? Com a finalidade de aventar algumas hipóteses para responder a essa pergunta, o presente trabalho seguirá o subsequente itinerário: em um primeiro momento, será apresentada uma breve discussão acerca do entendimento atual do conceito de memória autobiográfica, a fim de expor suas principais dificuldades terminológicas e explicitar seu caráter fundamentalmente narrativo; depois, será apresentado o conceito de plasticidade destrutiva, encontrado em Catherine Malabou, com o propósito de sustentar que a identidade pessoal é, desde sempre, disruptiva, não sendo esta característica restrita aos casos patológicos ou traumáticos, o que favorece a compreensão de uma identidade pessoal na complexidade própria à experiência temporal humana; por fim, será argumentado que há uma convergência possível entre as noções de plasticidade destrutiva e a noção de identidade narrativa em Paul Ricœur. Com isto, pretende-se mostrar que, diferentemente de um tratamento do problema da identidade pessoal que coloque a memória como base para a identidade, no que respeita à relação entre a memória autobiográfica e a identidade narrativa, é esta que possui uma anterioridade temporal e compreensiva em relação à primeira, o que pode ser atestado desde o nível básico da cognição humana até à forma como a atestação de si é dada poeticamente.","PeriodicalId":262325,"journal":{"name":"Perspectiva Filosófica","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-03-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122975664","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-03-08DOI: 10.51359/2357-9986.2023.251819
Patrícia Silveira Penha
Paul Ricoeur (1913–2005), filósofo francês que realizou estudos sobre a problemática da hermenêutica filosófica. Em sua obra O si-mesmo como um outro (1990), composta por dez estudos, Ricoeur desenvolve uma método hermenêutico que dialoga tanto com a interpretação quanto com a reflexão. O objetivo do presente artigo consiste em realizar uma abordagem do Terceiro Estudo intitulado Uma Semântica da Ação sem Agente, a fim de demonstrar a linguagem como ação, ou seja, como possibilidade de problematizar as perguntas quem? o quê? e por quê?. Portanto, pretende-se enfatizar que a hermenêutica ricoeuriana contribui não só para o conhecimento de si, mas também para o conhecimento do outro. Esse outro é o próprio sujeito que dialoga, isto é, que fala, que narra, que sente e que, ao interpretar o outro, volta para si mesmo.
{"title":"Uma semântica da ação sem agente em 'o si-mesmo como um outro' de Paul Ricoeur","authors":"Patrícia Silveira Penha","doi":"10.51359/2357-9986.2023.251819","DOIUrl":"https://doi.org/10.51359/2357-9986.2023.251819","url":null,"abstract":"Paul Ricoeur (1913–2005), filósofo francês que realizou estudos sobre a problemática da hermenêutica filosófica. Em sua obra O si-mesmo como um outro (1990), composta por dez estudos, Ricoeur desenvolve uma método hermenêutico que dialoga tanto com a interpretação quanto com a reflexão. O objetivo do presente artigo consiste em realizar uma abordagem do Terceiro Estudo intitulado Uma Semântica da Ação sem Agente, a fim de demonstrar a linguagem como ação, ou seja, como possibilidade de problematizar as perguntas quem? o quê? e por quê?. Portanto, pretende-se enfatizar que a hermenêutica ricoeuriana contribui não só para o conhecimento de si, mas também para o conhecimento do outro. Esse outro é o próprio sujeito que dialoga, isto é, que fala, que narra, que sente e que, ao interpretar o outro, volta para si mesmo.","PeriodicalId":262325,"journal":{"name":"Perspectiva Filosófica","volume":"19 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-03-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129354645","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-03-08DOI: 10.51359/2357-9986.2023.249939
Bruno Camilo de Oliveira
O objetivo deste artigo é apresentar a influência do pensamento de Plotino na filosofia política do imperador romano Juliano, entre os anos de 361 a 363. A metodologia consiste em selecionar trechos das obras de Juliano Misopogon e Cartas y fragmentos que possam indicar a influência das ideias da Enéada de Plotino no discurso proferido pelo imperador para legitimar o seu poder político. Juliano argumenta que as leis do império foram criadas pelos deuses para a organização da vida humana, de modo que a obediência aos deuses necessariamente requer uma obediência a essas leis. De acordo com Juliano, o conhecimento ou epistéme sobre as leis do império é condicionado à fuga da realidade sensível em nome da realidade espiritual, em que o governante sábio também precisa transcender o corpo para conhecer e obedecer às leis divinas. Assim, após a análise dos argumentos de Juliano busca-se refletir sobre a viabilidade do sistema político adotado por ele, principalmente se for considerada a recepção de suas ideias pelos governantes do século XX em diante.
{"title":"A Filosofia Política Neoplatônica de Juliano, o Rei-filósofo","authors":"Bruno Camilo de Oliveira","doi":"10.51359/2357-9986.2023.249939","DOIUrl":"https://doi.org/10.51359/2357-9986.2023.249939","url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é apresentar a influência do pensamento de Plotino na filosofia política do imperador romano Juliano, entre os anos de 361 a 363. A metodologia consiste em selecionar trechos das obras de Juliano Misopogon e Cartas y fragmentos que possam indicar a influência das ideias da Enéada de Plotino no discurso proferido pelo imperador para legitimar o seu poder político. Juliano argumenta que as leis do império foram criadas pelos deuses para a organização da vida humana, de modo que a obediência aos deuses necessariamente requer uma obediência a essas leis. De acordo com Juliano, o conhecimento ou epistéme sobre as leis do império é condicionado à fuga da realidade sensível em nome da realidade espiritual, em que o governante sábio também precisa transcender o corpo para conhecer e obedecer às leis divinas. Assim, após a análise dos argumentos de Juliano busca-se refletir sobre a viabilidade do sistema político adotado por ele, principalmente se for considerada a recepção de suas ideias pelos governantes do século XX em diante.","PeriodicalId":262325,"journal":{"name":"Perspectiva Filosófica","volume":"199 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-03-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116650881","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}