Pub Date : 2022-12-12DOI: 10.51359/2357-9986.2022.256755
Joulia Smortchkova
Can we perceive emotions in another person’s face? According to some phi-losophers the answer to this question is positive: by seeing a person’s facial expression of happiness I hereby see her happiness. The aim of this paper is to argue that this is not the case: when we see another person’s facial expression, we do not perceive the corresponding emotion, but rather the affective aspect of the emotion. In addition, I suggest that the perception of this affective aspect emerges from a peculiar perception-action loop that is automatically activated when an observer encounters a face expressing an emotion.
{"title":"La Perception des Émotions Comme Perception de L'affect","authors":"Joulia Smortchkova","doi":"10.51359/2357-9986.2022.256755","DOIUrl":"https://doi.org/10.51359/2357-9986.2022.256755","url":null,"abstract":"Can we perceive emotions in another person’s face? According to some phi-losophers the answer to this question is positive: by seeing a person’s facial expression of happiness I hereby see her happiness. The aim of this paper is to argue that this is not the case: when we see another person’s facial expression, we do not perceive the corresponding emotion, but rather the affective aspect of the emotion. In addition, I suggest that the perception of this affective aspect emerges from a peculiar perception-action loop that is automatically activated when an observer encounters a face expressing an emotion.","PeriodicalId":262325,"journal":{"name":"Perspectiva Filosófica","volume":"94 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124616280","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-12DOI: 10.51359/2357-9986.2022.252618
C. Leporace
A autonomia, tal como proposta pela abordagem enativa para a cognição, é a capacidade que os organismos vivos têm de seguir as normas constituídas pela sua própria atividade. Esse conceito está ligado a outros dois conceitos do enativismo, de sense-making e de participatory sense-making – o primeiro referindo-se à capacidade do cognoscente de produzir um mundo de sentido através da sua ligação com o ambiente, e de ser afetado pelo meio de forma contínua, e o último constituindo uma extensão desta ideia, que se aplica a processos interativos em que pelo menos dois agentes se encontram envolvidos. Neste ensaio, defendo que, ao lidar com sistemas de machine learning, que não podem ser considerados autônomos, o agente ou cognoscente não pode sustentar a sua autonomia da mesma forma que seria possível sustentá-la num encontro com outro agente. A argumentação desenrola-se em três pilares: o encontro desequilibrado em que a autonomia do cognoscente é ameaçada; a redução do leque de experiências que um agente autônomo poderia ter e o desconhecimento do cognoscente quanto às normase às ameaças potenciais dos sistemas com os quais está a lidar. Ainda que o ensaio seja centrado nesses riscos, as oportunidades oferecidas por sistemas algorítmicos como os de aprendizagem de máquina são também reconhecidas. Para aproveitá-las, aponta-se que é necessário buscar um equilíbrio capaz deenglobar a intersubjetividade, inerentemente humana, permeada pela afetividade.
{"title":"Another brick in the wall: Threats to our autonomy as sense-makers when dealing with machine learning systems","authors":"C. Leporace","doi":"10.51359/2357-9986.2022.252618","DOIUrl":"https://doi.org/10.51359/2357-9986.2022.252618","url":null,"abstract":"A autonomia, tal como proposta pela abordagem enativa para a cognição, é a capacidade que os organismos vivos têm de seguir as normas constituídas pela sua própria atividade. Esse conceito está ligado a outros dois conceitos do enativismo, de sense-making e de participatory sense-making – o primeiro referindo-se à capacidade do cognoscente de produzir um mundo de sentido através da sua ligação com o ambiente, e de ser afetado pelo meio de forma contínua, e o último constituindo uma extensão desta ideia, que se aplica a processos interativos em que pelo menos dois agentes se encontram envolvidos. Neste ensaio, defendo que, ao lidar com sistemas de machine learning, que não podem ser considerados autônomos, o agente ou cognoscente não pode sustentar a sua autonomia da mesma forma que seria possível sustentá-la num encontro com outro agente. A argumentação desenrola-se em três pilares: o encontro desequilibrado em que a autonomia do cognoscente é ameaçada; a redução do leque de experiências que um agente autônomo poderia ter e o desconhecimento do cognoscente quanto às normase às ameaças potenciais dos sistemas com os quais está a lidar. Ainda que o ensaio seja centrado nesses riscos, as oportunidades oferecidas por sistemas algorítmicos como os de aprendizagem de máquina são também reconhecidas. Para aproveitá-las, aponta-se que é necessário buscar um equilíbrio capaz deenglobar a intersubjetividade, inerentemente humana, permeada pela afetividade.","PeriodicalId":262325,"journal":{"name":"Perspectiva Filosófica","volume":"3 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129549072","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-12DOI: 10.51359/2357-9986.2022.256731
Rogério Fabianne Saucedo Corrêa
Resenha do capítulo “Tracing the Sociopolitical Reality of Race” (HASLANGER, Sally)
Resenha do capítulo“追踪种族的社会政治现实”(哈斯兰格,莎莉)
{"title":"Resenha de Tracing the Sociopolitical Reality of Race","authors":"Rogério Fabianne Saucedo Corrêa","doi":"10.51359/2357-9986.2022.256731","DOIUrl":"https://doi.org/10.51359/2357-9986.2022.256731","url":null,"abstract":"Resenha do capítulo “Tracing the Sociopolitical Reality of Race” (HASLANGER, Sally)","PeriodicalId":262325,"journal":{"name":"Perspectiva Filosófica","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133948532","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-12DOI: 10.51359/2357-9986.2022.256751
Giulia Piredda
In this contribution I will offer a rough guide through “situated affectivity”, a small galaxy of theories, ideas, intuitions which are recently growing at the boundaries between philosophy of emotion, philosophy of mind, philosophy of cognitive science. In the last years, we are witnessing a real “affective turn” in the domain of analytic philosophy of mind and cognitive science, and situated affectivity is an excellent example of what is going on in the field. In the first part, I will present the main versions of situated affectivity, distinguishing between the ideas of situated or scaffolded emotions (Griffi-ths, Scarantino 2009; Colombetti, Krueger 2015) and properly extended emotions (Carter et al. 2016; Colombetti, Roberts 2015), and showing their link to the corresponding idea of the mind: scaffolded, extended or otherwise. In the second part, I will further explore the connection between situated affectivity and the domain of extended mind: I will argue that, even if situated affectivity could be in principle evaluated independently from any particular theory about the mind, dealing with situated affectivity is, beside its independent interest, also a good way to tackle an unsettled problem in the literature on extended mind, namely extended consciousness.
在这篇文章中,我将提供一个关于“情境情感”的粗略指导,这是最近在情感哲学,心灵哲学,认知科学哲学之间的边界上发展起来的一个理论,思想,直觉的小星系。在过去的几年里,我们目睹了精神分析哲学和认知科学领域真正的“情感转向”,而情境情感是该领域正在发生的事情的一个很好的例子。在第一部分中,我将介绍情境情感的主要版本,区分情境情感和框架情感的概念(Griffi-ths, Scarantino 2009;Colombetti, Krueger 2015)和适当扩展的情绪(Carter et al. 2016;Colombetti, Roberts, 2015),并展示它们与相应思想的联系:支架,扩展或其他。在第二部分中,我将进一步探讨情境情感与扩展思维领域之间的联系:我将论证,即使情境情感原则上可以独立于任何关于思维的特定理论进行评估,处理情境情感除了其独立的利益之外,也是解决扩展思维文献中未解决的问题的好方法,即扩展意识。
{"title":"The Boundaries of Affectivity (and a Coda on Extended Consciousness)","authors":"Giulia Piredda","doi":"10.51359/2357-9986.2022.256751","DOIUrl":"https://doi.org/10.51359/2357-9986.2022.256751","url":null,"abstract":"In this contribution I will offer a rough guide through “situated affectivity”, a small galaxy of theories, ideas, intuitions which are recently growing at the boundaries between philosophy of emotion, philosophy of mind, philosophy of cognitive science. In the last years, we are witnessing a real “affective turn” in the domain of analytic philosophy of mind and cognitive science, and situated affectivity is an excellent example of what is going on in the field. In the first part, I will present the main versions of situated affectivity, distinguishing between the ideas of situated or scaffolded emotions (Griffi-ths, Scarantino 2009; Colombetti, Krueger 2015) and properly extended emotions (Carter et al. 2016; Colombetti, Roberts 2015), and showing their link to the corresponding idea of the mind: scaffolded, extended or otherwise. In the second part, I will further explore the connection between situated affectivity and the domain of extended mind: I will argue that, even if situated affectivity could be in principle evaluated independently from any particular theory about the mind, dealing with situated affectivity is, beside its independent interest, also a good way to tackle an unsettled problem in the literature on extended mind, namely extended consciousness.","PeriodicalId":262325,"journal":{"name":"Perspectiva Filosófica","volume":"20 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"134305258","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-12DOI: 10.51359/2357-9986.2022.256763
Daniel De Luca Noronha, G. Cardoso
{"title":"Openness in Situations of Joint Attention","authors":"Daniel De Luca Noronha, G. Cardoso","doi":"10.51359/2357-9986.2022.256763","DOIUrl":"https://doi.org/10.51359/2357-9986.2022.256763","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":262325,"journal":{"name":"Perspectiva Filosófica","volume":"17 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133345155","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-12DOI: 10.51359/2357-9986.2022.256765
Alice Medrado
A crítica de Nietzsche à ideia de livre-arbítrio e suas implicações morais ocupa um lugar de destaque em sua filosofia, porque Nietzsche a tomou como pedra de toque do regime moral por ele combatido. Partindo deste ponto, encontraremos um embate original e instigante com as duas linhagens dominantes em filosofia moral à sua época – e poderíamos dizer, também à nossa – as linhagens de origem humeana e kantiana, ambas acusadas por Nietzsche de meramente elaborarem um apoio teórico para os preconceitos populares em torno da questão da liberdade. Mas mais do que um exercício refutativo das teses adversárias, o que chama atenção na crítica de Nietzsche às visões tradicionais de liberdade é sua capacidade de trazer para o centro do debate uma série de fatores até então deixados à sombra, fatores que dizem respeito à primazia dos impulsos na nossa organização psicofísica; à relação entre inconsciente e consciência; às distorções causadas pela identificação entre a esfera da subjetividade com a racionalidade; à contaminação moral da linguagem e à própria linguagem enquanto um fator de limitação da liberdade de escolha conquanto condicionante dos discursos, e portanto da autocompreensão, que o sujeito pode elaborar sobre si mesmo. Seguindo o fio da crítica de Nietzsche à moral do livre-arbítrio encontraremos algumas de suas mais inovadoras contribuições ao debate sobre agência e psicologia moral.
{"title":"Nietzsche Contra a Mitologia da Liberdade","authors":"Alice Medrado","doi":"10.51359/2357-9986.2022.256765","DOIUrl":"https://doi.org/10.51359/2357-9986.2022.256765","url":null,"abstract":"A crítica de Nietzsche à ideia de livre-arbítrio e suas implicações morais ocupa um lugar de destaque em sua filosofia, porque Nietzsche a tomou como pedra de toque do regime moral por ele combatido. Partindo deste ponto, encontraremos um embate original e instigante com as duas linhagens dominantes em filosofia moral à sua época – e poderíamos dizer, também à nossa – as linhagens de origem humeana e kantiana, ambas acusadas por Nietzsche de meramente elaborarem um apoio teórico para os preconceitos populares em torno da questão da liberdade. Mas mais do que um exercício refutativo das teses adversárias, o que chama atenção na crítica de Nietzsche às visões tradicionais de liberdade é sua capacidade de trazer para o centro do debate uma série de fatores até então deixados à sombra, fatores que dizem respeito à primazia dos impulsos na nossa organização psicofísica; à relação entre inconsciente e consciência; às distorções causadas pela identificação entre a esfera da subjetividade com a racionalidade; à contaminação moral da linguagem e à própria linguagem enquanto um fator de limitação da liberdade de escolha conquanto condicionante dos discursos, e portanto da autocompreensão, que o sujeito pode elaborar sobre si mesmo. Seguindo o fio da crítica de Nietzsche à moral do livre-arbítrio encontraremos algumas de suas mais inovadoras contribuições ao debate sobre agência e psicologia moral.","PeriodicalId":262325,"journal":{"name":"Perspectiva Filosófica","volume":"35 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"114427719","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-12DOI: 10.51359/2357-9986.2022.256752
E. Carvalho
: In this paper, I explore and examine different ways in which affectivity is related to perception within ecological psychology. I assess whether some of those ways compromise the realist and direct aspects of traditional ecological perception. I sustain that they don’t. Affectivity, at least in some cases, turns the perception of fine-grained affordances possible. For an engaged perceiver, affectivity is not optional.
{"title":"Affective Affordances Direct Perception Meets Affectivity","authors":"E. Carvalho","doi":"10.51359/2357-9986.2022.256752","DOIUrl":"https://doi.org/10.51359/2357-9986.2022.256752","url":null,"abstract":": In this paper, I explore and examine different ways in which affectivity is related to perception within ecological psychology. I assess whether some of those ways compromise the realist and direct aspects of traditional ecological perception. I sustain that they don’t. Affectivity, at least in some cases, turns the perception of fine-grained affordances possible. For an engaged perceiver, affectivity is not optional.","PeriodicalId":262325,"journal":{"name":"Perspectiva Filosófica","volume":"19 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133663688","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-12DOI: 10.51359/2357-9986.2022.256766
Pedro Ivan Moreira de Sampaio
Este artigo tem por objetivo o estudo da noção de instituição no pensamento de Merleau-Ponty, apresentada inicialmente no curso de 1954-1955 no Collège de France. O propósito principal foi apresentar as reflexões sobre a instituição como parte central no esforço do filósofo de se afastar da “metafísica moderna” ou “filosofia da consciência”. Primeiro, foi feita uma caracterização da “metafísica moderna”, tomando como fio condutor as reflexões de Heidegger a respeito do cogito cartesiano. Indicou-se ainda uma aproximação entre essa leitura de Heidegger e as críticas mobilizadas por Merleau-Ponty para se afastar de uma metafísica fundada na separação apriorística entre sujeito e objeto. A noção de instituição é, então, apresentada como uma alternativa proposta pelo pensador francês no esforço de produzir uma nova descrição do mundo. Descrição essa capaz de desenhar as relações do sujeito instituinte com o mundo, com o outro, com a ação e com o tempo, não como uma relação de dominação dos objetos por esse sujeito, mas de mútuo pertencimento de um sujeito que é, simultaneamente instituinte do mundo e instituído por ele. Ao termo deste percurso, mostrou-se possível desdobrar a noção de instituição sobre a própria obra de Merleau-Ponty, indicando a perenidade da tensão do filósofo com a metafísica moderna e a sucessiva instituição de novos campos como alternativas à apropriação transcendental do mundo pela consciência.
本文旨在研究梅洛-庞蒂思想中的制度概念,该思想最初于1954-1955年在college de France上提出。主要目的是提出对制度的反思,作为哲学家努力摆脱“现代形而上学”或“意识哲学”的核心部分。首先,以海德格尔对笛卡儿“我思”的反思为指导,对“现代形而上学”进行了表征。它还指出了海德格尔的这种解读与梅洛-庞蒂动员起来的批评之间的一种近似,以摆脱建立在主客体先验分离基础上的形而上学。然后,制度的概念作为法国思想家提出的一种替代方案,试图产生一种新的世界描述。描述这能够设计instituinte的人与世界的关系,和另一个时间,和动作的关系,而不是作为一个统治的对象相互归属的的那个人,但是你是一个人,同时instituinte,乃是他的世界。在这条道路的最后,它被证明是有可能在梅洛-庞蒂自己的工作中展开制度的概念,表明哲学家与现代形而上学的紧张关系的持久性,以及新领域的连续制度,作为意识对世界的先验占有的替代。
{"title":"A Abertura de uma Fresta na Metafísica Moderna: Conjecturas Sobre o Projeto de Merleau-Ponty a Partir do Curso L'instituition","authors":"Pedro Ivan Moreira de Sampaio","doi":"10.51359/2357-9986.2022.256766","DOIUrl":"https://doi.org/10.51359/2357-9986.2022.256766","url":null,"abstract":"Este artigo tem por objetivo o estudo da noção de instituição no pensamento de Merleau-Ponty, apresentada inicialmente no curso de 1954-1955 no Collège de France. O propósito principal foi apresentar as reflexões sobre a instituição como parte central no esforço do filósofo de se afastar da “metafísica moderna” ou “filosofia da consciência”. Primeiro, foi feita uma caracterização da “metafísica moderna”, tomando como fio condutor as reflexões de Heidegger a respeito do cogito cartesiano. Indicou-se ainda uma aproximação entre essa leitura de Heidegger e as críticas mobilizadas por Merleau-Ponty para se afastar de uma metafísica fundada na separação apriorística entre sujeito e objeto. A noção de instituição é, então, apresentada como uma alternativa proposta pelo pensador francês no esforço de produzir uma nova descrição do mundo. Descrição essa capaz de desenhar as relações do sujeito instituinte com o mundo, com o outro, com a ação e com o tempo, não como uma relação de dominação dos objetos por esse sujeito, mas de mútuo pertencimento de um sujeito que é, simultaneamente instituinte do mundo e instituído por ele. Ao termo deste percurso, mostrou-se possível desdobrar a noção de instituição sobre a própria obra de Merleau-Ponty, indicando a perenidade da tensão do filósofo com a metafísica moderna e a sucessiva instituição de novos campos como alternativas à apropriação transcendental do mundo pela consciência.","PeriodicalId":262325,"journal":{"name":"Perspectiva Filosófica","volume":"24 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125199800","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-12DOI: 10.51359/2357-9986.2022.256761
J. Huffermann
No presente artigo apresento a perspectiva enativa e uma revisão da literatura que visa prover contribuições ao pensamento ético. Mostro como na perspectiva enativa subjaz uma psicologia moral contrária a perspectivas morais universalistas. Por psicologia moral entendo uma compreensão robusta da mente humana, seu desenvolvimento e o que ela é, na medida em que tal compreensão é relevante à vida moral. Por perspectivas morais universalistas, quero me referir a teorias que consideram questões morais como fundamentalmente acerca de escolhas morais, e portanto, que a filosofia moral deve se orientar em torno de uma discussão acerca de quais princípios devem (universalmente) guiar as ações escolhidas. Após apresentar a imagem enativa da psicologia moral humana, veremos que ela precisa ser suplementada por uma proposta do que constitui a dimensão ética da experiência.
{"title":"Enativismo e Psicologia Moral: Aprendendo (Juntos) a Ser Gente","authors":"J. Huffermann","doi":"10.51359/2357-9986.2022.256761","DOIUrl":"https://doi.org/10.51359/2357-9986.2022.256761","url":null,"abstract":"No presente artigo apresento a perspectiva enativa e uma revisão da literatura que visa prover contribuições ao pensamento ético. Mostro como na perspectiva enativa subjaz uma psicologia moral contrária a perspectivas morais universalistas. Por psicologia moral entendo uma compreensão robusta da mente humana, seu desenvolvimento e o que ela é, na medida em que tal compreensão é relevante à vida moral. Por perspectivas morais universalistas, quero me referir a teorias que consideram questões morais como fundamentalmente acerca de escolhas morais, e portanto, que a filosofia moral deve se orientar em torno de uma discussão acerca de quais princípios devem (universalmente) guiar as ações escolhidas. Após apresentar a imagem enativa da psicologia moral humana, veremos que ela precisa ser suplementada por uma proposta do que constitui a dimensão ética da experiência.","PeriodicalId":262325,"journal":{"name":"Perspectiva Filosófica","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"130514446","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-12DOI: 10.51359/2357-9986.2022.256762
M. Lopes
Neste trabalho, procuro apresentar as linhas gerais da discussão sobre o conceito de sentimentos existenciais recentemente desenvolvido por Matthew Ratcliffe. Meu objetivo principal consiste, primeiro, no exame do conceito, levando em consideração seus antecedentes históricos e elementos internos. Após apresentar o modo como essa dimensão afetiva resiste à tradicional dicotomia corpo/cognição na filosofia da emoção clássica, chamo a atenção para o seu traço inconspícuo e sua função estruturante de nossa vida intencional. Se, por um lado, esses sentimentos encerram elementos corporais passíveis de identificação e descrição, por outro, somente a interrupção de seu funcionamento adequado evidencia a função estruturante por eles desempenhada. O desenrolar de uma experiência comum, sua “normalidade”, portanto, depende de um nível de habitualidade no qual esses sentimentos não estão manifestos. São os casos de ruptura e colapso que apresentam os elementos requeridos para o acesso adequado a essa dimensão tácita de nossa experiência. Ao contrastar dois modos possíveis de acesso a essa dimensão estrutural, sugiro que algumas desordens psiquiátricas apresentam os elementos de interrupção e ruptura necessários para um acesso adequado a essa dimensão afetivo-estrutural. São destacadas ainda as implicações dessa noção para uma psiquiatria fenomenologicamente informada.
{"title":"Sentimentos Existenciais e Ruptura Psiquiátrica","authors":"M. Lopes","doi":"10.51359/2357-9986.2022.256762","DOIUrl":"https://doi.org/10.51359/2357-9986.2022.256762","url":null,"abstract":"Neste trabalho, procuro apresentar as linhas gerais da discussão sobre o conceito de sentimentos existenciais recentemente desenvolvido por Matthew Ratcliffe. Meu objetivo principal consiste, primeiro, no exame do conceito, levando em consideração seus antecedentes históricos e elementos internos. Após apresentar o modo como essa dimensão afetiva resiste à tradicional dicotomia corpo/cognição na filosofia da emoção clássica, chamo a atenção para o seu traço inconspícuo e sua função estruturante de nossa vida intencional. Se, por um lado, esses sentimentos encerram elementos corporais passíveis de identificação e descrição, por outro, somente a interrupção de seu funcionamento adequado evidencia a função estruturante por eles desempenhada. O desenrolar de uma experiência comum, sua “normalidade”, portanto, depende de um nível de habitualidade no qual esses sentimentos não estão manifestos. São os casos de ruptura e colapso que apresentam os elementos requeridos para o acesso adequado a essa dimensão tácita de nossa experiência. Ao contrastar dois modos possíveis de acesso a essa dimensão estrutural, sugiro que algumas desordens psiquiátricas apresentam os elementos de interrupção e ruptura necessários para um acesso adequado a essa dimensão afetivo-estrutural. São destacadas ainda as implicações dessa noção para uma psiquiatria fenomenologicamente informada.","PeriodicalId":262325,"journal":{"name":"Perspectiva Filosófica","volume":"69 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129137227","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}