Pub Date : 2019-09-03DOI: 10.5007/1984-8420.2019v20n1p74
Ana Lívia Agostinho
Este trabalho investiga os contextos em que ocorrem processos de sândi vocálico externo em Lung’Ie, uma língua crioula de base portuguesa falada na Príncipe Island, São Tomé e Príncipe, e sua relação com o sistema suprassegmental da língua. Através da análise da relação entre acento e tom nos processos de sândi, esta pesquisa pretende demonstrar que o padrão tonal do Lung’Ie, tal como descrito por Maurer (2009), não bloqueia o fenômeno, que é bloqueado em determinados contextos de acento. A contribuição desta pesquisa envolve a compreensão do sistema suprassegmental do Lung’Ie e da relação das categorias de tom e acento na língua.
{"title":"Processos de sândi vocálico externo em Lung’Ie considerando acento e tom","authors":"Ana Lívia Agostinho","doi":"10.5007/1984-8420.2019v20n1p74","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/1984-8420.2019v20n1p74","url":null,"abstract":"Este trabalho investiga os contextos em que ocorrem processos de sândi vocálico externo em Lung’Ie, uma língua crioula de base portuguesa falada na Príncipe Island, São Tomé e Príncipe, e sua relação com o sistema suprassegmental da língua. Através da análise da relação entre acento e tom nos processos de sândi, esta pesquisa pretende demonstrar que o padrão tonal do Lung’Ie, tal como descrito por Maurer (2009), não bloqueia o fenômeno, que é bloqueado em determinados contextos de acento. A contribuição desta pesquisa envolve a compreensão do sistema suprassegmental do Lung’Ie e da relação das categorias de tom e acento na língua.","PeriodicalId":31410,"journal":{"name":"Working Papers em Linguistica","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-09-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47764567","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-09-03DOI: 10.5007/1984-8420.2019v20n1p138
Patricia Ramos, Yesenia Verónica Ancco, Miguel Mateo Ruiz
No presente trabalho, apresentamos as características melódicas das perguntas totais do espanhol analisadas sob os pressupostos de Análise Melódico da Fala (AMH) (CANTERO, 2002; CANTERO; FONT ROTCHÉS, 2007, 2009), a partir de um corpus constituído por diálogos de estudantes universitários brasileiros de espanhol,no Rio de Janeiro, em um estudo piloto do curso de Idiomas sem Fronteiras (Espanhol) oferecido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A principal conclusão que podemos ter com este estudo exploratório é que, majoritariamente, estes falantes utilizam padrões interrogativos similares aos do espanhol da Espanha (Madrid), mas com percentuais de subida na inflexão final inferiores; em menor medida, um padrão descrito para o português, que em espanhol da Espanha tem significado enfático, não interrogativo.
{"title":"A entoação das perguntas totais de estudantes de espanhol do Rio de Janeiro","authors":"Patricia Ramos, Yesenia Verónica Ancco, Miguel Mateo Ruiz","doi":"10.5007/1984-8420.2019v20n1p138","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/1984-8420.2019v20n1p138","url":null,"abstract":"No presente trabalho, apresentamos as características melódicas das perguntas totais do espanhol analisadas sob os pressupostos de Análise Melódico da Fala (AMH) (CANTERO, 2002; CANTERO; FONT ROTCHÉS, 2007, 2009), a partir de um corpus constituído por diálogos de estudantes universitários brasileiros de espanhol,no Rio de Janeiro, em um estudo piloto do curso de Idiomas sem Fronteiras (Espanhol) oferecido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A principal conclusão que podemos ter com este estudo exploratório é que, majoritariamente, estes falantes utilizam padrões interrogativos similares aos do espanhol da Espanha (Madrid), mas com percentuais de subida na inflexão final inferiores; em menor medida, um padrão descrito para o português, que em espanhol da Espanha tem significado enfático, não interrogativo.","PeriodicalId":31410,"journal":{"name":"Working Papers em Linguistica","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-09-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/1984-8420.2019v20n1p138","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48746576","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-09-03DOI: 10.5007/1984-8420.2019v20n1p47
C. Serra, M. Alves
Este artigo focaliza o processo variável de ressilabificação do [r], em contexto de coda silábica externa, diante de vogal em palavra subsequente (calo[r, ɾ, ¨, h] infernal ~ calo[Ø] infernal ~ calo[R]infernal), e sua relação com as fronteiras dos constituintes prosódicos, no português falado na região Sul do Brasil. São utilizadas amostras de fala de 12 indivíduos nascidos em Curitiba (4), Florianópolis (4) e em Porto Alegre (4), estratificadas por sexo – masculino e feminino e idade – 18 a 30 anos e 50 a 65 anos, todos com nível superior. O aporte teórico-metodológico adotado é o da Sociolinguística quantitativa e o da Teoria da Hierarquia Prosódica. Foram contabilizados 1136 dados contendo o rótico no contexto em questão, 159 em não verbos e 977, em verbos. A análise variacionista, de forma geral, apontou 1) a classe morfológica do vocábulo – não verbos, 2) a dimensão do vocábulo que contém o R – uma sílaba, 3) a qualidade das vogais dos núcleos silábicos – [+rec], e 4) o tipo de fronteira prosódica – palavra prosódica – como variáveis favorecedoras da regra de ressilabificação do rótico.
{"title":"Ressilabificação do rótico e fronteiras prosódicas no sul do Brasil","authors":"C. Serra, M. Alves","doi":"10.5007/1984-8420.2019v20n1p47","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/1984-8420.2019v20n1p47","url":null,"abstract":"Este artigo focaliza o processo variável de ressilabificação do [r], em contexto de coda silábica externa, diante de vogal em palavra subsequente (calo[r, ɾ, ¨, h] infernal ~ calo[Ø] infernal ~ calo[R]infernal), e sua relação com as fronteiras dos constituintes prosódicos, no português falado na região Sul do Brasil. São utilizadas amostras de fala de 12 indivíduos nascidos em Curitiba (4), Florianópolis (4) e em Porto Alegre (4), estratificadas por sexo – masculino e feminino e idade – 18 a 30 anos e 50 a 65 anos, todos com nível superior. O aporte teórico-metodológico adotado é o da Sociolinguística quantitativa e o da Teoria da Hierarquia Prosódica. Foram contabilizados 1136 dados contendo o rótico no contexto em questão, 159 em não verbos e 977, em verbos. A análise variacionista, de forma geral, apontou 1) a classe morfológica do vocábulo – não verbos, 2) a dimensão do vocábulo que contém o R – uma sílaba, 3) a qualidade das vogais dos núcleos silábicos – [+rec], e 4) o tipo de fronteira prosódica – palavra prosódica – como variáveis favorecedoras da regra de ressilabificação do rótico.","PeriodicalId":31410,"journal":{"name":"Working Papers em Linguistica","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-09-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/1984-8420.2019v20n1p47","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43351166","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-09-03DOI: 10.5007/1984-8420.2019v20n1p189
Andressa Christine Oliveira da Silva, Aline Alves Fonseca, Sara de Oliveira Gomes Barreto
Neste trabalho, analisamos o padrão entoacional da fala de 3 crianças mineiras, com idades entre 5:9 e 6:8 anos, naturais de Juiz de Fora, falantes de Português Brasileiro (PB), a partir de questionários que simulavam situações conversacionais, nos moldes metodológicos de Frota et al. (2015). O objetivo foi investigar os contornos prosódicos – padrão entoacional, proeminência e ritmo – utilizados por elas e compará-los aos padrões entoacionais de falantes adultos da variedade mineira do PB, descritos no Interactive Atlas of Romance Intonation (PRIETO et al., 2010-2014). Os resultados das análises sugerem que as crianças adquirem os padrões entoacionais de forma gradativa, assim como adquirem os segmentos, as palavras e as estruturas sintáticas da língua.
在这项工作中,我们根据Frota等人的方法论模型,从模拟对话情景的问卷中分析了米纳斯吉拉斯州3名出生于Juiz de Fora的巴西葡萄牙语(PB)儿童的语调模式。(2015)。目的是研究他们使用的韵律轮廓——语调模式、突出度和节奏——并将其与《浪漫语调互动图谱》(PRIETO et al.,2010-2014)中描述的米纳斯吉拉斯语BP成年使用者的语调模式进行比较。分析结果表明,儿童逐渐掌握了语调模式,并掌握了语言的分段、词语和句法结构。
{"title":"Aspectos entoacionais no desenvolvimento da fala infantil da variedade mineira do PB","authors":"Andressa Christine Oliveira da Silva, Aline Alves Fonseca, Sara de Oliveira Gomes Barreto","doi":"10.5007/1984-8420.2019v20n1p189","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/1984-8420.2019v20n1p189","url":null,"abstract":"Neste trabalho, analisamos o padrão entoacional da fala de 3 crianças mineiras, com idades entre 5:9 e 6:8 anos, naturais de Juiz de Fora, falantes de Português Brasileiro (PB), a partir de questionários que simulavam situações conversacionais, nos moldes metodológicos de Frota et al. (2015). O objetivo foi investigar os contornos prosódicos – padrão entoacional, proeminência e ritmo – utilizados por elas e compará-los aos padrões entoacionais de falantes adultos da variedade mineira do PB, descritos no Interactive Atlas of Romance Intonation (PRIETO et al., 2010-2014). Os resultados das análises sugerem que as crianças adquirem os padrões entoacionais de forma gradativa, assim como adquirem os segmentos, as palavras e as estruturas sintáticas da língua.","PeriodicalId":31410,"journal":{"name":"Working Papers em Linguistica","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-09-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/1984-8420.2019v20n1p189","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48152405","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-09-02DOI: 10.5007/1984-8420.2019v20n1p3
Letícia Rebollo Couto, I. Seara
Este número Interfaces da Prosódia é um desdobramento do número anterior, Fala, voz e expressividade. O grande número de textos recebidos nos fez perceber o interesse que os estudos prosódicos têm suscitado no Brasil e a dimensão desta área relativamente recente de estudos da fala. Como bem retrata Ladd (2014), no capítulo “O que é prosódia?” os termos “prosódia” e “prosódico/a” têm, a partir de 2002, uma inflexão de sentido nos dicionários, registrando o que marca uma grande massa de trabalhos linguísticos, pscianalíticos, psiquiátricos e mais tarde de tecnologia da fala. No Brasil, temos o privilégio de contar com a publicação pioneira de Scarpa (1999) que congrega nove estudos dentro dessa área incipiente, e que se consolida com a organização do congresso internacional Speech Prosody 2008, em Campinas - Brasil.
{"title":"Apresentação","authors":"Letícia Rebollo Couto, I. Seara","doi":"10.5007/1984-8420.2019v20n1p3","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/1984-8420.2019v20n1p3","url":null,"abstract":"Este número Interfaces da Prosódia é um desdobramento do número anterior, Fala, voz e expressividade. O grande número de textos recebidos nos fez perceber o interesse que os estudos prosódicos têm suscitado no Brasil e a dimensão desta área relativamente recente de estudos da fala. Como bem retrata Ladd (2014), no capítulo “O que é prosódia?” os termos “prosódia” e “prosódico/a” têm, a partir de 2002, uma inflexão de sentido nos dicionários, registrando o que marca uma grande massa de trabalhos linguísticos, pscianalíticos, psiquiátricos e mais tarde de tecnologia da fala. No Brasil, temos o privilégio de contar com a publicação pioneira de Scarpa (1999) que congrega nove estudos dentro dessa área incipiente, e que se consolida com a organização do congresso internacional Speech Prosody 2008, em Campinas - Brasil.","PeriodicalId":31410,"journal":{"name":"Working Papers em Linguistica","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-09-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45958286","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
José Vicente Bonilla, Hugo Cárdenas López, Santiago Galvis Villamizar, Ana García López, Luis Alejandro Gómez Barrera, Jorge Sandoval París, Chantal Aristizábal Tobler
{"title":"La epigenética y la transformación radical de la biología","authors":"José Vicente Bonilla, Hugo Cárdenas López, Santiago Galvis Villamizar, Ana García López, Luis Alejandro Gómez Barrera, Jorge Sandoval París, Chantal Aristizábal Tobler","doi":"10.18270/WP.N1.2","DOIUrl":"https://doi.org/10.18270/WP.N1.2","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":31410,"journal":{"name":"Working Papers em Linguistica","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"78146234","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-03-27DOI: 10.5007/1984-8420.2018V19N2P113
Vivian Paixão, C. Serra
O presente artigo focaliza a realização de estruturas parentéticas no português do Brasil (PB), a partir de um ponto de vista fonológico. Partindo da literatura sobre o tema – não só no escopo da fonologia, mas também abarcando a interface com a sintaxe e os estudos do texto –, realizou-se a análise acústica e entoacional de 568 sentenças lidas por informantes cariocas do sexo feminino (42 sentenças x 15 falantes, excluídos 62 dados), a partir do aparato teórico-metodológico da Teoria Autossegmental e Métrica da Entoação e da Fonologia Prosódica, a fim de contribuir para a descrição da gramática entoacional do PB, no que se refere ao fraseamento prosódico. A análise considerou a ocorrência e duração de pausas silenciosas antes e depois da parentética, além dos movimentos tonais no interior dos três sintagmas entoacionais (IPs) ideais que constituem cada enunciado. Confirmaram-se duas das hipóteses iniciais: (i) a de que a estrutura parentética é realizada, no PB, como um IP independente e (ii) a de que o fraseamento prosódico da parentética é sensível ao tamanho do primeiro IP do enunciado. Os resultados revelaram diferenças interessantes em relação àqueles obtidos por outros pesquisadores para o português europeu (PE): no PB, os dados indicam serem mais frequentes as pausas no final da parentética e os contornos descendentes no primeiro e no segundo IPs, enquanto no PE predominam as pausas no início da parentética e os contornos ascendentes.
{"title":"Fraseamento prosódico de estruturas parentéticas em dados de leitura no português do Rio de Janeiro","authors":"Vivian Paixão, C. Serra","doi":"10.5007/1984-8420.2018V19N2P113","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/1984-8420.2018V19N2P113","url":null,"abstract":"O presente artigo focaliza a realização de estruturas parentéticas no português do Brasil (PB), a partir de um ponto de vista fonológico. Partindo da literatura sobre o tema – não só no escopo da fonologia, mas também abarcando a interface com a sintaxe e os estudos do texto –, realizou-se a análise acústica e entoacional de 568 sentenças lidas por informantes cariocas do sexo feminino (42 sentenças x 15 falantes, excluídos 62 dados), a partir do aparato teórico-metodológico da Teoria Autossegmental e Métrica da Entoação e da Fonologia Prosódica, a fim de contribuir para a descrição da gramática entoacional do PB, no que se refere ao fraseamento prosódico. A análise considerou a ocorrência e duração de pausas silenciosas antes e depois da parentética, além dos movimentos tonais no interior dos três sintagmas entoacionais (IPs) ideais que constituem cada enunciado. Confirmaram-se duas das hipóteses iniciais: (i) a de que a estrutura parentética é realizada, no PB, como um IP independente e (ii) a de que o fraseamento prosódico da parentética é sensível ao tamanho do primeiro IP do enunciado. Os resultados revelaram diferenças interessantes em relação àqueles obtidos por outros pesquisadores para o português europeu (PE): no PB, os dados indicam serem mais frequentes as pausas no final da parentética e os contornos descendentes no primeiro e no segundo IPs, enquanto no PE predominam as pausas no início da parentética e os contornos ascendentes. ","PeriodicalId":31410,"journal":{"name":"Working Papers em Linguistica","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-03-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/1984-8420.2018V19N2P113","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49200865","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-03-27DOI: 10.5007/1984-8420.2018V19N2P54
Takaaki Shochi, Marine Guerry, Hanako Suzuki, Mami Kanzaki, Jean-Luc Rouas, T. Nishida, Y. Ohmoto
O presente artigo enfoca os diversos tipos de riso registrados durante interações sociais reais realizadas em um ambiente de imersão virtual. Neste experimento, investigamos se os seres humanos são capazes de discriminar risos sociais de risos espontâneos e gargalhadas audiovisuais, sem terem acesso a nenhum contexto de produção do riso. Para tal, realizamos dois experimentos perceptuais considerando apenas o estímulo auditivo, por um lado, e o estímulo audiovisual, por outro. Os sujeitos dos testes de percepção são falantes nativos franceses e japoneses. Cada sujeito ouviu e ouviu e viu 162 risadas e escolheu uma resposta entre três possibilidades: social, espontânea ou irreconhecível. Os resultados de ambos os experimentos mostram que todos os participantes são capazes de discriminar esses dois tipos de riso com um grau de confiança bastante elevado, mesmo sem as informações contextuais: a taxa de identificação correta para o riso espontâneo é de cerca de 70%, com uma quantidade semelhante de riso social considerando tanto os estímulos visuais quanto os audiovisuais. A seguir, foram extraídas medidas acústicas para cada risada, a fim de investigar possíveis diferenças entre os dois tipos de riso. A análise multifatorial demonstra que os comportamentos perceptuais e algumas características acústicas (F0 e duração) estão correlacionados. Observarmos, particularmente, uma diferença significativa entre o riso social e o riso espontâneo através dos traços da duração total e da duração do vozeamento. Por último, realizamos mais um experimento perceptual sobre a subcategorização dos risos sociais com base em três fatores sociais: estado físico do falante, envolvimento do falante e distância psicológica. Os resultados mostram que o riso social é evocado de forma semelhante no que diz respeito ao estado físico do falante e envolvimento do falante. Entretanto, no que diz respeito à distância social, há divergência de percepção entre franceses e japoneses sendo que nestes últimos predomina a percepção da distância psicológica.
{"title":"Vocal aspect of social laughter during virtual interaction","authors":"Takaaki Shochi, Marine Guerry, Hanako Suzuki, Mami Kanzaki, Jean-Luc Rouas, T. Nishida, Y. Ohmoto","doi":"10.5007/1984-8420.2018V19N2P54","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/1984-8420.2018V19N2P54","url":null,"abstract":"O presente artigo enfoca os diversos tipos de riso registrados durante interações sociais reais realizadas em um ambiente de imersão virtual. Neste experimento, investigamos se os seres humanos são capazes de discriminar risos sociais de risos espontâneos e gargalhadas audiovisuais, sem terem acesso a nenhum contexto de produção do riso. Para tal, realizamos dois experimentos perceptuais considerando apenas o estímulo auditivo, por um lado, e o estímulo audiovisual, por outro. Os sujeitos dos testes de percepção são falantes nativos franceses e japoneses. Cada sujeito ouviu e ouviu e viu 162 risadas e escolheu uma resposta entre três possibilidades: social, espontânea ou irreconhecível. Os resultados de ambos os experimentos mostram que todos os participantes são capazes de discriminar esses dois tipos de riso com um grau de confiança bastante elevado, mesmo sem as informações contextuais: a taxa de identificação correta para o riso espontâneo é de cerca de 70%, com uma quantidade semelhante de riso social considerando tanto os estímulos visuais quanto os audiovisuais. A seguir, foram extraídas medidas acústicas para cada risada, a fim de investigar possíveis diferenças entre os dois tipos de riso. A análise multifatorial demonstra que os comportamentos perceptuais e algumas características acústicas (F0 e duração) estão correlacionados. Observarmos, particularmente, uma diferença significativa entre o riso social e o riso espontâneo através dos traços da duração total e da duração do vozeamento. Por último, realizamos mais um experimento perceptual sobre a subcategorização dos risos sociais com base em três fatores sociais: estado físico do falante, envolvimento do falante e distância psicológica. Os resultados mostram que o riso social é evocado de forma semelhante no que diz respeito ao estado físico do falante e envolvimento do falante. Entretanto, no que diz respeito à distância social, há divergência de percepção entre franceses e japoneses sendo que nestes últimos predomina a percepção da distância psicológica.","PeriodicalId":31410,"journal":{"name":"Working Papers em Linguistica","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-03-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47673891","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-03-27DOI: 10.5007/1984-8420.2018V19N2P136
Manuella Carnaval, João Antônio de Moraes, Albert Rilliard
Este artigo tem como principal objetivo investigar, em enunciados interrogativos totais, a relação entre a marcação prosódica do foco estreito e o acento secundário, no Português do Brasil, do ponto de vista da percepção e da produção. Foi elaborado um corpus de fala atuada, composto por 21 enunciados, para esta finalidade, de modo que fossem contempladas palavras focalizadas com variação do número de sílabas pretônicas, apresentando condições favoráveis e não favoráveis à ocorrência do acento secundário. Essas palavras apresentaram distribuição pelos seguintes contextos prosódicos: vocábulo final do enunciado, coincidindo com cabeça de I; vocábulo cabeça de sintagma fonológico (ɸ), posição mais forte; vocábulo que não constitui cabeça de ɸ, situando-se em posição fraca, à esquerda, podendo o sintagma fonológico estar ao início, meio ou final do enunciado. Esses enunciados foram submetidos a um teste perceptivo, com 20 juízes, que apontou para altas taxas de reconhecimento do foco interrogativo em todos os contextos analisados. Nossa análise permitiu identificar as seguintes estratégias de focalização: a associação de um pico geminado à posição do acento secundário na palavra focalizada; a compressão temporal do pico geminado, em palavras com apenas uma pretônica, portanto, que não apresentam condições favoráveis à ocorrência do acento secundário; o alongamento da sílaba tônica da palavra focalizada.
{"title":"Marcação de foco estreito e o acento secundário em interrogativas totais no português do Brasil","authors":"Manuella Carnaval, João Antônio de Moraes, Albert Rilliard","doi":"10.5007/1984-8420.2018V19N2P136","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/1984-8420.2018V19N2P136","url":null,"abstract":"Este artigo tem como principal objetivo investigar, em enunciados interrogativos totais, a relação entre a marcação prosódica do foco estreito e o acento secundário, no Português do Brasil, do ponto de vista da percepção e da produção. Foi elaborado um corpus de fala atuada, composto por 21 enunciados, para esta finalidade, de modo que fossem contempladas palavras focalizadas com variação do número de sílabas pretônicas, apresentando condições favoráveis e não favoráveis à ocorrência do acento secundário. Essas palavras apresentaram distribuição pelos seguintes contextos prosódicos: vocábulo final do enunciado, coincidindo com cabeça de I; vocábulo cabeça de sintagma fonológico (ɸ), posição mais forte; vocábulo que não constitui cabeça de ɸ, situando-se em posição fraca, à esquerda, podendo o sintagma fonológico estar ao início, meio ou final do enunciado. Esses enunciados foram submetidos a um teste perceptivo, com 20 juízes, que apontou para altas taxas de reconhecimento do foco interrogativo em todos os contextos analisados. Nossa análise permitiu identificar as seguintes estratégias de focalização: a associação de um pico geminado à posição do acento secundário na palavra focalizada; a compressão temporal do pico geminado, em palavras com apenas uma pretônica, portanto, que não apresentam condições favoráveis à ocorrência do acento secundário; o alongamento da sílaba tônica da palavra focalizada.","PeriodicalId":31410,"journal":{"name":"Working Papers em Linguistica","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-03-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/1984-8420.2018V19N2P136","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44589831","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-03-27DOI: 10.5007/1984-8420.2018V19N2P168
Aline Silvestre
Neste artigo, estuda-se o comportamento prosódico de orações adverbiais desgarradas no Português Brasileiro (PB) e no Português Europeu (PE), sendo utilizados o arcabouço teórico da Fonologia Prosódica (Nespor; Vogel, 1994) e da Fonologia Entoacional (Pierrehumbert 1980, Ladd 1996). Foram analisados 1800 dados de leitura (900 de cada variedade do português) e feitas aferições de duas pistas prosódicas: contorno melódico e duração das sílabas no fim do sintagma entoacional (IP). Os resultados revelam que o desgarramento na língua falada parece ser licenciado, primordialmente, tanto em PB quanto em PE, pela maior duração nas sílabas finais do IP. Para o PB, além da variação fonética dada pelo comportamento duracional das últimas sílabas do IP, o desgarramento é caracterizado por um padrão melódico diferente do verificado nas orações adverbiais anexadas à oração núcleo (majoritariamente, L+H*L% para as não desgarradas e L+H*H% para as desgarradas), o que sugere o fato de, para além da variação fonética, o fenômeno constituir um padrão fonológico diverso no português brasileiro.
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