Pub Date : 2022-04-14DOI: 10.5007/1984-8420.2021.e86871
M. A. R. Martins, S. Cavalcante
Este artigo traz um panorama dos estudos em sintaxe diacrônica no Brasil, que aliam a Teoria da Variação e Mudança com a Teoria Gerativa no estudo da mudança linguística. Apresentamos as linhas principais dos modelos de mudança sintática, o modelo da Sociolinguística Paramétrica e o modelo da Mudança pela Competição de Gramáticas. Além disso, abordamos alguns dos resultados de pesquisa para fenômenos sintáticos amplamente estudados no Brasil, como a ordem dos constituintes, a posição do sujeito e a colocação pronominal. Mostramos como cada um dos modelos interpretativos trata os fenômenos elencados. Por fim, apresentaremos os artigos que compõem o volume 22, número 2, da Revista Working Papers em Linguística, que trata de estudos de sintaxe diacrônica.
{"title":"Os estudos em sintaxe diacrônica no Brasil: um balanço crítico","authors":"M. A. R. Martins, S. Cavalcante","doi":"10.5007/1984-8420.2021.e86871","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/1984-8420.2021.e86871","url":null,"abstract":"Este artigo traz um panorama dos estudos em sintaxe diacrônica no Brasil, que aliam a Teoria da Variação e Mudança com a Teoria Gerativa no estudo da mudança linguística. Apresentamos as linhas principais dos modelos de mudança sintática, o modelo da Sociolinguística Paramétrica e o modelo da Mudança pela Competição de Gramáticas. Além disso, abordamos alguns dos resultados de pesquisa para fenômenos sintáticos amplamente estudados no Brasil, como a ordem dos constituintes, a posição do sujeito e a colocação pronominal. Mostramos como cada um dos modelos interpretativos trata os fenômenos elencados. Por fim, apresentaremos os artigos que compõem o volume 22, número 2, da Revista Working Papers em Linguística, que trata de estudos de sintaxe diacrônica.","PeriodicalId":31410,"journal":{"name":"Working Papers em Linguistica","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41466308","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-14DOI: 10.5007/1984-8420.2021.e75298
Aline Peixoto Gravina
Este estudo possui dois objetivos: i) apresentar dados quantitativos/comparativos históricos da ordem VSO com verbos transitivos em sentenças finitas no português europeu (PE) e no português brasileiro (PB); e ii) descrever e identificar as possibilidades de interpretação do sujeito nessa ordem em cada uma dessas gramáticas. O corpus construído para esse estudo é composto por jornais portugueses e brasileiros que circularam em Évora/Portugal e Ouro Preto/MG/Brasil, respectivamente, no século 19 e no final da primeira metade do século 20. Quantitativamente, o trabalho demonstrou que a ordem VSO com verbos transitivos é um contexto restrito tanto em PE quanto em PB, no entanto, em PB, a frequência de ocorrência foi ainda menor quando comparado ao PE. Verificou-se que, tanto em PE, quanto em PB, nos períodos estudados, foi possível encontrar indícios de realização da ordem VSO por critérios de leituras de juízo tético, na sua maioria atrelados à noção de evidencialidade, e indícios de realização da ordem VSO por dupla focalização (foco informacional e foco contrastivo). Entretanto, no PB, nos dados do final da primeira metade do século 20, mesmo período em que houve uma maior diminuição da ordem VSO, observou-se também a diminuição dos contextos com indícios de leitura tética, apontando como preferencial os contextos com indícios de dupla focalização do sujeito.
{"title":"A ordem VSO com verbos transitivos em dados jornalísticos diacrônicos do português europeu e do português brasileiro","authors":"Aline Peixoto Gravina","doi":"10.5007/1984-8420.2021.e75298","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/1984-8420.2021.e75298","url":null,"abstract":"Este estudo possui dois objetivos: i) apresentar dados quantitativos/comparativos históricos da ordem VSO com verbos transitivos em sentenças finitas no português europeu (PE) e no português brasileiro (PB); e ii) descrever e identificar as possibilidades de interpretação do sujeito nessa ordem em cada uma dessas gramáticas. O corpus construído para esse estudo é composto por jornais portugueses e brasileiros que circularam em Évora/Portugal e Ouro Preto/MG/Brasil, respectivamente, no século 19 e no final da primeira metade do século 20. Quantitativamente, o trabalho demonstrou que a ordem VSO com verbos transitivos é um contexto restrito tanto em PE quanto em PB, no entanto, em PB, a frequência de ocorrência foi ainda menor quando comparado ao PE. Verificou-se que, tanto em PE, quanto em PB, nos períodos estudados, foi possível encontrar indícios de realização da ordem VSO por critérios de leituras de juízo tético, na sua maioria atrelados à noção de evidencialidade, e indícios de realização da ordem VSO por dupla focalização (foco informacional e foco contrastivo). Entretanto, no PB, nos dados do final da primeira metade do século 20, mesmo período em que houve uma maior diminuição da ordem VSO, observou-se também a diminuição dos contextos com indícios de leitura tética, apontando como preferencial os contextos com indícios de dupla focalização do sujeito.","PeriodicalId":31410,"journal":{"name":"Working Papers em Linguistica","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46010692","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-14DOI: 10.5007/1984-8420.2021.e76054
Pâmela Fagundes Travassos, Marcia dos Santos Machado Vieira
A pesquisa desenvolveu-se a partir da investigação de indícios de mudança construcional (alteração no polo formal ou funcional da construção) detectados em estudo diacrônico (diacronia recente) de predicadores complexos verbo-nominais com DAR em textos jornalísticos brasileiros dos séculos XX e XXI (1925 a 2014). Exemplos dessas perífrases são os seguintes: dar uma desacelerada, dar uma reagida, dar uma escapadela, dar uma enroladinha e dar um pulinho. Recorremos à metodologia de análise quantitativa e qualitativa para a observação do fenômeno. O objetivo é fazer uma descrição formal-funcional dessas construções, observando seu comportamento em sincronias diferentes ao longo do período especificado, atentando para possíveis mudanças linguísticas, para extensões de uso e/ou de sentidos e para a frequência de ocorrências e de tipos construcionais. Temos a intenção de verificar em que medida essas alterações têm relação com elementos intralinguísticos (cotexto) e extralinguísticos (contexto). Baseamo-nos na suposição de que há alteração no polo funcional das construções com verbo-suporte em estudo, com sobreposição do valor modal (como estratégia de polidez) em detrimento do valor aspectual não-durativo. O arcabouço teórico da pesquisa é baseado em construtos explicativos da Linguística Funcional-Cognitiva, da Gramática de Construções Baseada no Uso e da Sociolinguística.
{"title":"Mudança construcional em predicações com verbo-suporte","authors":"Pâmela Fagundes Travassos, Marcia dos Santos Machado Vieira","doi":"10.5007/1984-8420.2021.e76054","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/1984-8420.2021.e76054","url":null,"abstract":"A pesquisa desenvolveu-se a partir da investigação de indícios de mudança construcional (alteração no polo formal ou funcional da construção) detectados em estudo diacrônico (diacronia recente) de predicadores complexos verbo-nominais com DAR em textos jornalísticos brasileiros dos séculos XX e XXI (1925 a 2014). Exemplos dessas perífrases são os seguintes: dar uma desacelerada, dar uma reagida, dar uma escapadela, dar uma enroladinha e dar um pulinho. Recorremos à metodologia de análise quantitativa e qualitativa para a observação do fenômeno. O objetivo é fazer uma descrição formal-funcional dessas construções, observando seu comportamento em sincronias diferentes ao longo do período especificado, atentando para possíveis mudanças linguísticas, para extensões de uso e/ou de sentidos e para a frequência de ocorrências e de tipos construcionais. Temos a intenção de verificar em que medida essas alterações têm relação com elementos intralinguísticos (cotexto) e extralinguísticos (contexto). Baseamo-nos na suposição de que há alteração no polo funcional das construções com verbo-suporte em estudo, com sobreposição do valor modal (como estratégia de polidez) em detrimento do valor aspectual não-durativo. O arcabouço teórico da pesquisa é baseado em construtos explicativos da Linguística Funcional-Cognitiva, da Gramática de Construções Baseada no Uso e da Sociolinguística.","PeriodicalId":31410,"journal":{"name":"Working Papers em Linguistica","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48264888","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-14DOI: 10.5007/1984-8420.2021.e76112
Paulo Ângelo de Araújo-Adriano
Muitos linguistas já mostraram que a expressão de futuridade das línguas românicas sofre um processo cíclico, alternando-se ora em uma forma sintética ora em uma forma perifrástica. Isso se deve pela reanálise de algum item que se torna (mais) funcional, substituindo a forma sintética. Nesse sentido, o presente trabalho investiga o fenômeno de reanálise do verbo ir com o objetivo de capturar as mudanças sintáticas que esse item sofreu na história do PB. Para tanto, analiso peças teatrais brasileiras do século XVI ao século XXI. Mostro que o verbo ir, inicialmente, comportava-se como verbo lexical, disparando uma leitura de movimento. Mais tarde, sofreu reanálise e passou a ser funcional, apresentando propriedades de auxiliar. A inovação deste trabalho é mostrar que o verbo ir não sofreu reanálise diretamente para veicular futuridade, um evento em potência. Ao contrário, parece ter havido um estágio anterior nesse processo, em que ir veicula prospecção, isto é, uma ação que ocorre imediatamente após a fala. Assumindo Roberts e Roussou (2003) e Roberts (2007), proponho que de lexical a funcional, duas consequências sintáticas emergiram: perda de traços formais e lexicalização ascendente das projeções funcionais. Assim, este estudo apresenta uma proposta formal explicativa para a reanálise do verbo ir no PB.
{"title":"Uma proposta formal para a reanálise do verbo ir no português brasileiro: de lexical a funcional","authors":"Paulo Ângelo de Araújo-Adriano","doi":"10.5007/1984-8420.2021.e76112","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/1984-8420.2021.e76112","url":null,"abstract":"Muitos linguistas já mostraram que a expressão de futuridade das línguas românicas sofre um processo cíclico, alternando-se ora em uma forma sintética ora em uma forma perifrástica. Isso se deve pela reanálise de algum item que se torna (mais) funcional, substituindo a forma sintética. Nesse sentido, o presente trabalho investiga o fenômeno de reanálise do verbo ir com o objetivo de capturar as mudanças sintáticas que esse item sofreu na história do PB. Para tanto, analiso peças teatrais brasileiras do século XVI ao século XXI. Mostro que o verbo ir, inicialmente, comportava-se como verbo lexical, disparando uma leitura de movimento. Mais tarde, sofreu reanálise e passou a ser funcional, apresentando propriedades de auxiliar. A inovação deste trabalho é mostrar que o verbo ir não sofreu reanálise diretamente para veicular futuridade, um evento em potência. Ao contrário, parece ter havido um estágio anterior nesse processo, em que ir veicula prospecção, isto é, uma ação que ocorre imediatamente após a fala. Assumindo Roberts e Roussou (2003) e Roberts (2007), proponho que de lexical a funcional, duas consequências sintáticas emergiram: perda de traços formais e lexicalização ascendente das projeções funcionais. Assim, este estudo apresenta uma proposta formal explicativa para a reanálise do verbo ir no PB.","PeriodicalId":31410,"journal":{"name":"Working Papers em Linguistica","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46921939","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-14DOI: 10.5007/1984-8420.2021.e75570
Márcia Cristina de Brito Rumeu, Dinah Callou
Este artigo focaliza a variação tu / você em tempo real de média duração (séculos XIX e XX). A proposta é realizar um estudo de painel, na linha laboviana, com base na produção epistolar de duas missivistas cariocas ao longo de suas vidas: juventude, adultez e velhice. Como já apontado por vários autores, o uso de fontes manuscritas, tais como cartas pessoais, desempenha um papel importante na pesquisa sócio-histórica. O objetivo é apontar como e quando teria ocorrido a inserção do você – em sua origem, uma forma de tratamento – no sistema pronominal do português brasileiro, vindo a substituir o tu como sujeito de 2SG. A hipótese inicial reside no fato de que a implementação de você teria uma correlação com o uso de usted, forma resultante de um processo de gramaticalização que se deu mais cedo no espanhol americano do que em português. As generalizações a que podemos chegar são as de que o processo de implementação do você, a julgar pelos dados analisados, se estendeu por, no mínimo, um século; (ii) o uso do você se mostrou quase categórico no final da década de 40 do século XX; e (iii) as duas missivistas encaminham-se em uma mesma direção quanto à implementação da forma pronominal você, embora apresentem distintos padrões de uso, explicáveis, talvez, pelo fato de uma delas ter exercido sua vida religiosa sempre no Brasil (MJ), em redes sociais densas, e a outra (MR), em geral, em outros países, em redes sociais difusas.
{"title":"A implementação do você no português brasileiro: evidências da língua escrita","authors":"Márcia Cristina de Brito Rumeu, Dinah Callou","doi":"10.5007/1984-8420.2021.e75570","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/1984-8420.2021.e75570","url":null,"abstract":"Este artigo focaliza a variação tu / você em tempo real de média duração (séculos XIX e XX). A proposta é realizar um estudo de painel, na linha laboviana, com base na produção epistolar de duas missivistas cariocas ao longo de suas vidas: juventude, adultez e velhice. Como já apontado por vários autores, o uso de fontes manuscritas, tais como cartas pessoais, desempenha um papel importante na pesquisa sócio-histórica. O objetivo é apontar como e quando teria ocorrido a inserção do você – em sua origem, uma forma de tratamento – no sistema pronominal do português brasileiro, vindo a substituir o tu como sujeito de 2SG. A hipótese inicial reside no fato de que a implementação de você teria uma correlação com o uso de usted, forma resultante de um processo de gramaticalização que se deu mais cedo no espanhol americano do que em português. As generalizações a que podemos chegar são as de que o processo de implementação do você, a julgar pelos dados analisados, se estendeu por, no mínimo, um século; (ii) o uso do você se mostrou quase categórico no final da década de 40 do século XX; e (iii) as duas missivistas encaminham-se em uma mesma direção quanto à implementação da forma pronominal você, embora apresentem distintos padrões de uso, explicáveis, talvez, pelo fato de uma delas ter exercido sua vida religiosa sempre no Brasil (MJ), em redes sociais densas, e a outra (MR), em geral, em outros países, em redes sociais difusas.","PeriodicalId":31410,"journal":{"name":"Working Papers em Linguistica","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44194001","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-14DOI: 10.5007/1984-8420.2021.e76075
Aline Jéssica Pires
Casos em que o objeto direto é morfologicamente marcado por uma preposição são classificados como instâncias da Marcação Diferencial de Objeto (MDO). Além disso, a natureza lexical do objeto é apontada como um fator que desencadeia a MDO. Este artigo tem como objetivo investigar a natureza lexical dos objetos marcados e verificar sua relação com a hipótese da influência da língua espanhola na MDO no português antigo. Essa hipótese é motivada pelo aumento das ocorrências do fenômeno no século XVII. Entre 1580 e 1640, Portugal e Espanha formavam uma unidade política e, consequentemente, as línguas portuguesa e espanhola estavam em contato. Através da análise de textos dos séculos XVI ao XIX, a natureza lexical dos casos da MDO é investigada. Ademais, são comparados dados de objetos marcados e não marcados dos séculos XVI e XVII para verificar a extensão da influência espanhola nos objetos do português. A análise dos dados confirma a hipótese inicial com o aumento dos casos da MDO e mostra, também, que a MDO pode ser desencadeada por pronomes plenos, pronomes de tratamento, títulos de nobreza e certos DPs, como nomes de divindade e nomes próprios.
{"title":"A influência espanhola na natureza lexical da marcação diferencial de objeto no português antigo","authors":"Aline Jéssica Pires","doi":"10.5007/1984-8420.2021.e76075","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/1984-8420.2021.e76075","url":null,"abstract":"Casos em que o objeto direto é morfologicamente marcado por uma preposição são classificados como instâncias da Marcação Diferencial de Objeto (MDO). Além disso, a natureza lexical do objeto é apontada como um fator que desencadeia a MDO. Este artigo tem como objetivo investigar a natureza lexical dos objetos marcados e verificar sua relação com a hipótese da influência da língua espanhola na MDO no português antigo. Essa hipótese é motivada pelo aumento das ocorrências do fenômeno no século XVII. Entre 1580 e 1640, Portugal e Espanha formavam uma unidade política e, consequentemente, as línguas portuguesa e espanhola estavam em contato. Através da análise de textos dos séculos XVI ao XIX, a natureza lexical dos casos da MDO é investigada. Ademais, são comparados dados de objetos marcados e não marcados dos séculos XVI e XVII para verificar a extensão da influência espanhola nos objetos do português. A análise dos dados confirma a hipótese inicial com o aumento dos casos da MDO e mostra, também, que a MDO pode ser desencadeada por pronomes plenos, pronomes de tratamento, títulos de nobreza e certos DPs, como nomes de divindade e nomes próprios.","PeriodicalId":31410,"journal":{"name":"Working Papers em Linguistica","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47821428","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-14DOI: 10.5007/1984-8420.2021.e74734
V. Steinhauser
Este trabalho busca traçar um mapa processual do verbo “lacrar” em português, já que diversos aspectos sócio-históricos fizeram com que fossem acrescidas novas semânticas a esse verbo. Ao se considerar a língua como um sistema complexo, dinâmico e processual por natureza, adota-se uma abordagem multissistêmica (cf. CASTILHO, 2016) para se fazer um estudo pancrônico, em que se vê o dispositivo sociocognitivo (DSC) afetando todos os sistemas linguísticos (discursivo, semântico, lexical, gramatical). A priori, “lacrar”, em seu sentido denotativo, significava apenas o ato de fechar/selar produtos, objetos e lugares, como em: (i) Operação lacra cinco agências. Com o advento das novas tecnologias, “lacrar” passou por um processo de semanticização, fazendo com que, hoje, se possa interpretar esse verbo como sinônimo de “arrasar”/“ir bem em algo”, como pode ser visto em: (ii) Khloé lacrou com look dourado. Por ser um verbo, “lacrar” permaneceu com suas flexões originais. Contudo, o número de ocorrências com a 1a pessoa (singular ou plural) aparenta ser menor do que com a 3a (ele/ela), o que indica um processo de gramaticalização, já que uma das formas se sobressai. Ademais, discute-se o processo de lexicalização no verbo “lacrar”, dado que novas palavras foram surgindo por derivação, como é o caso do substantivo “lacração” e do adjetivo “lacrador(a)”. Por fim, questiona-se ainda o processo de discursivização atuante nessa expressão, já que ela parece ser mais utilizada para encerramento dos turnos e dos discursos, podendo operar, portanto, como um marcador discursivo de encerramento.
本文试图绘制葡萄牙语动词“lacrar”的程序地图,因为几个社会历史方面导致了新的语义添加到这个动词中。当我们认为语言本质上是一个复杂的、动态的和过程的系统时,我们采用了多系统的方法(cf. CASTILHO, 2016)来进行泛慢性研究,其中我们看到社会认知装置(sds)影响所有的语言系统(话语、语义、词汇、语法)。先验的“封印”,在其外涵意义上,只是指关闭/封印产品、物体和地点的行为,如:(i) lacra五个机构的行动。随着新技术的出现,“lacrar”经历了一个语义化的过程,使得今天这个动词可以被解释为“arrasar”/“在某事上做得很好”的同义词,如:(ii) khloe lacrou with golden look。作为一个动词,“lacrar”保留了它原来的屈折。然而,第一人称(单数或复数)出现的次数似乎少于第三人称(他/她),这表明了一个语法化的过程,因为其中一种形式突出了。此外,还讨论了动词“lacrar”的词汇化过程,因为新词是通过派生而产生的,如名词“lacrador”和形容词“lacrador(a)”。最后,在这个表达中活跃的话语化过程也受到了质疑,因为它似乎更多地用于轮班和话语的结束,因此可以作为一个结束的话语标记。
{"title":"Um estudo pancrônico sobre o verbo \"lacrar\" a partir dos processos de semanticização, lexicalização, gramaticalização e discursivização","authors":"V. Steinhauser","doi":"10.5007/1984-8420.2021.e74734","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/1984-8420.2021.e74734","url":null,"abstract":"Este trabalho busca traçar um mapa processual do verbo “lacrar” em português, já que diversos aspectos sócio-históricos fizeram com que fossem acrescidas novas semânticas a esse verbo. Ao se considerar a língua como um sistema complexo, dinâmico e processual por natureza, adota-se uma abordagem multissistêmica (cf. CASTILHO, 2016) para se fazer um estudo pancrônico, em que se vê o dispositivo sociocognitivo (DSC) afetando todos os sistemas linguísticos (discursivo, semântico, lexical, gramatical). A priori, “lacrar”, em seu sentido denotativo, significava apenas o ato de fechar/selar produtos, objetos e lugares, como em: (i) Operação lacra cinco agências. Com o advento das novas tecnologias, “lacrar” passou por um processo de semanticização, fazendo com que, hoje, se possa interpretar esse verbo como sinônimo de “arrasar”/“ir bem em algo”, como pode ser visto em: (ii) Khloé lacrou com look dourado. Por ser um verbo, “lacrar” permaneceu com suas flexões originais. Contudo, o número de ocorrências com a 1a pessoa (singular ou plural) aparenta ser menor do que com a 3a (ele/ela), o que indica um processo de gramaticalização, já que uma das formas se sobressai. Ademais, discute-se o processo de lexicalização no verbo “lacrar”, dado que novas palavras foram surgindo por derivação, como é o caso do substantivo “lacração” e do adjetivo “lacrador(a)”. Por fim, questiona-se ainda o processo de discursivização atuante nessa expressão, já que ela parece ser mais utilizada para encerramento dos turnos e dos discursos, podendo operar, portanto, como um marcador discursivo de encerramento.","PeriodicalId":31410,"journal":{"name":"Working Papers em Linguistica","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49043721","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
C. Maldonado, Ana Camila García, Eduardo Villar Concha, Hugo Cárdenas López, Jorge Sandoval París, Luis Alejandro Gómez Barrera, Wilson Parra Chica, Chantal Aristizábal Tobler, Santiago Galvis Villamizar, M. Martínez R.
La ciencia está aprendiendo acerca de la importancia del relato. En la tradición, esta aproximación fue descartada por los círculos más rigurosos y conservadores. La narrativa era considerada como un patrimonio de aquellos campos que no sabían nada sobre matemáticas. Actualmente, la ciencia, en su grandeza y tecnicidad, reposa sobre los relatos, y no sobre las ecuaciones o los experimentos, que a veces son bastante refinados. Cabe señalar que las narraciones son muy variadas. En la medicina, por ejemplo, se constituyen en una expresión de la salud. Para llevar a cabo estas reflexiones, los autores tomaron como hilo conductor El gran cuadro. Los orígenes de la vida, su sentido y el universo entero. Este libro gira en torno a una metáfora: el naturalismo poético. Es importante mencionar que el tema es bastante polémico cuando se lo mira con los ojos de la tradición o de la ortodoxia.
{"title":"Un mundo hecho de numerosos relatos instaura salud","authors":"C. Maldonado, Ana Camila García, Eduardo Villar Concha, Hugo Cárdenas López, Jorge Sandoval París, Luis Alejandro Gómez Barrera, Wilson Parra Chica, Chantal Aristizábal Tobler, Santiago Galvis Villamizar, M. Martínez R.","doi":"10.18270/wp.n4.16","DOIUrl":"https://doi.org/10.18270/wp.n4.16","url":null,"abstract":"La ciencia está aprendiendo acerca de la importancia del relato. En la tradición, esta aproximación fue descartada por los círculos más rigurosos y conservadores. La narrativa era considerada como un patrimonio de aquellos campos que no sabían nada sobre matemáticas. Actualmente, la ciencia, en su grandeza y tecnicidad, reposa sobre los relatos, y no sobre las ecuaciones o los experimentos, que a veces son bastante refinados. Cabe señalar que las narraciones son muy variadas. En la medicina, por ejemplo, se constituyen en una expresión de la salud. Para llevar a cabo estas reflexiones, los autores tomaron como hilo conductor El gran cuadro. Los orígenes de la vida, su sentido y el universo entero. Este libro gira en torno a una metáfora: el naturalismo poético. Es importante mencionar que el tema es bastante polémico cuando se lo mira con los ojos de la tradición o de la ortodoxia.","PeriodicalId":31410,"journal":{"name":"Working Papers em Linguistica","volume":"36 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-03-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"75177572","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Diana Carolina Garzón Leal, Mónica Alexandra Ortíz Villar, Clara Margarita Giraldo, Alexandra Yepes Boada, Diana Carolina Sánchez Calderón, Eliana Marcela Rojas Sánchez
En Colombia, la insuficiencia renal crónica es una patología de alto costo, por lo tanto, es necesario realizar intervenciones a tiempo para un diagnóstico oportuno y para evitar su progresión; para el 2019 en Colombia, el 43 % de la población que recibió un diagnóstico inicial de enfermedad renal crónica se encontraba en estadios 4 o 5 de la enfermedad. Por lo general, la enfermedad renal se asocia con la presencia de comorbilidades previas como la hipertensión arterial y la diabetes mellitus, sin embargo, existen otros factores de riesgo que pueden estar vinculados con la presentación de la patología.
{"title":"Enfermedades nefrourológicas asociadas al trabajo","authors":"Diana Carolina Garzón Leal, Mónica Alexandra Ortíz Villar, Clara Margarita Giraldo, Alexandra Yepes Boada, Diana Carolina Sánchez Calderón, Eliana Marcela Rojas Sánchez","doi":"10.18270/wpst.n1.2","DOIUrl":"https://doi.org/10.18270/wpst.n1.2","url":null,"abstract":"En Colombia, la insuficiencia renal crónica es una patología de alto costo, por lo tanto, es necesario realizar intervenciones a tiempo para un diagnóstico oportuno y para evitar su progresión; para el 2019 en Colombia, el 43 % de la población que recibió un diagnóstico inicial de enfermedad renal crónica se encontraba en estadios 4 o 5 de la enfermedad. Por lo general, la enfermedad renal se asocia con la presencia de comorbilidades previas como la hipertensión arterial y la diabetes mellitus, sin embargo, existen otros factores de riesgo que pueden estar vinculados con la presentación de la patología.","PeriodicalId":31410,"journal":{"name":"Working Papers em Linguistica","volume":"9 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"85415675","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
En este texto pretende elaborarse una glosa. De ahí surge un interrogante: ¿Es posible recordar, solo como una estrategia heurística, que buena parte del pensamiento medieval se hace con base en los comentaristas? Este texto va a permitir que el autor desarrolle sus propias posturas y, además, exponga los planteamientos y los textos de otros investigadores.
{"title":"Los desafíos que supone alcanzar un cuadro grande del mundo y de la vida","authors":"C. Maldonado","doi":"10.18270/wp.n4.15","DOIUrl":"https://doi.org/10.18270/wp.n4.15","url":null,"abstract":"En este texto pretende elaborarse una glosa. De ahí surge un interrogante: ¿Es posible recordar, solo como una estrategia heurística, que buena parte del pensamiento medieval se hace con base en los comentaristas? Este texto va a permitir que el autor desarrolle sus propias posturas y, además, exponga los planteamientos y los textos de otros investigadores.","PeriodicalId":31410,"journal":{"name":"Working Papers em Linguistica","volume":"26 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"89147322","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}