Pub Date : 2021-10-18DOI: 10.13102/CL.V22IESP..7477
M. Paim
Este trabalho é um produto do Projeto VALEXTRA (Variação lexical: teorias, recursos e aplicações): do condicionamento lexical às construções pragmáticas, convênio CAPES/COFECUB 838/15, celebrado entre a Universidade Federal da Bahia e a Universidade Paris 13 (Laboratoire Lexiques, Dictionnaires, Informatique), e apresenta resultados de investigação sobre a Fraseologia com base nos dados do Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB). Busca-se, a partir do material coletado na pesquisa, apresentar os fraseologismos nas entrevistas dos informantes, oriundos das capitais brasileiras, estratificados por sexo – homem e mulher – faixa etária – de 18 a 30 anos e de 50 a 65 anos – e nível de escolaridade – fundamental e universitário. A Fraseologia está sendo aqui concebida como o fenômeno da linguagem que se exprime através de associações sintagmáticas recorrentes (MEJRI, 1997). Parte-se do princípio de que as unidades fraseológicas são combinações de unidades léxicas, relativamente estáveis, com certo grau de idiomaticidade, formadas por duas ou mais palavras, que constituem a competência discursiva dos falantes, em língua materna, segunda ou estrangeira, utilizadas convencionalmente em contextos precisos, com objetivos específicos, como, por exemplo, as respostas que se obtém para a questão referente ao filho mais moço “Como se chama o nome do filho que nasceu por último ?” – fim de rama, ponta de rama, raspa de tacho. No que diz respeito aos fraseologismos analisados, podem-se fazer algumas considerações: as criações lexicais pesquisadas contemplam a polilexicalidade; as unidades fraseológicas refletem uma expressão cristalizada, cujo sentido geral não é literal. Assim, as designações enfocadas possibilitam a documentação da diversidade lexical do português falado no Brasil, seguindo os princípios da Geolinguística Pluridimensional.
{"title":"Nas trilhas da fraseologia a partir de dados orais de natureza linguística","authors":"M. Paim","doi":"10.13102/CL.V22IESP..7477","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/CL.V22IESP..7477","url":null,"abstract":"Este trabalho é um produto do Projeto VALEXTRA (Variação lexical: teorias, recursos e aplicações): do condicionamento lexical às construções pragmáticas, convênio CAPES/COFECUB 838/15, celebrado entre a Universidade Federal da Bahia e a Universidade Paris 13 (Laboratoire Lexiques, Dictionnaires, Informatique), e apresenta resultados de investigação sobre a Fraseologia com base nos dados do Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB). Busca-se, a partir do material coletado na pesquisa, apresentar os fraseologismos nas entrevistas dos informantes, oriundos das capitais brasileiras, estratificados por sexo – homem e mulher – faixa etária – de 18 a 30 anos e de 50 a 65 anos – e nível de escolaridade – fundamental e universitário. A Fraseologia está sendo aqui concebida como o fenômeno da linguagem que se exprime através de associações sintagmáticas recorrentes (MEJRI, 1997). Parte-se do princípio de que as unidades fraseológicas são combinações de unidades léxicas, relativamente estáveis, com certo grau de idiomaticidade, formadas por duas ou mais palavras, que constituem a competência discursiva dos falantes, em língua materna, segunda ou estrangeira, utilizadas convencionalmente em contextos precisos, com objetivos específicos, como, por exemplo, as respostas que se obtém para a questão referente ao filho mais moço “Como se chama o nome do filho que nasceu por último ?” – fim de rama, ponta de rama, raspa de tacho. No que diz respeito aos fraseologismos analisados, podem-se fazer algumas considerações: as criações lexicais pesquisadas contemplam a polilexicalidade; as unidades fraseológicas refletem uma expressão cristalizada, cujo sentido geral não é literal. Assim, as designações enfocadas possibilitam a documentação da diversidade lexical do português falado no Brasil, seguindo os princípios da Geolinguística Pluridimensional.","PeriodicalId":31908,"journal":{"name":"A Cor das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-10-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49431750","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-10-18DOI: 10.13102/cl.v22iesp..7525
Josane Moreira de Oliveira, Jadione Cordeiro de Almeida
Levando em consideração o fato de que há uma oscilação na escolha de que morfe deve-se utilizar para a sinalização do plural no português brasileiro, bem como ainda existem as estratégias do uso parcial ou da ausência dessa marcação pelos falantes em contextos linguísticos e sociais variados, neste artigo, busca-se compreender como se estabelece o plural no português de Salvador a partir da interface entre os níveis morfológico, fonológico e fonético, através de uma análise com base teórico-metodológica da Sociolinguística (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006 [1968]). Para este trabalho preliminar, faz-se uso apenas da abordagem qualitativa de percentuais de ocorrência de alomorfia de plural. Para isso, foi necessária a audição de entrevistas de oito informantes de Salvador realizadas entre 2003 e 2007, fornecidas pelo Atlas linguístico do Brasil (CARDOSO et al., 2014). Como recorte, foram consideradas apenas as treze lexias com possibilidade de ocorrências alomórficas de número encontradas no Questionário Fonético-Fonológico (QFF, questão 76: reais) e no Questionário Morfossintático (QMS, seção “número”: anéis, aventais, pães, mãos, leões, degraus, chapéus, anzóis, olhos, ovos, pincéis, bolsos (COMITÊ NACIONAL, 2001). Os resultados indicam que: i) pessoas pouco escolarizadas, com idade entre 50 e 65 anos e mulheres (por hipercorreção, neste caso) realizam mais o plural irregular; ii) a equivalência de sons finais das palavras (como -L > -U, por exemplo), a partir da vocalização do /l/, provoca a realização de alguns plurais irregulares; iii) entre os tipos de plural, o metafônico, por ser uma estratégia que exigiria uma tripla marcação (sintática, fonética e morfológica), está sujeito naturalmente à redução dessa marcação a apenas um ou dois desses níveis; iv) determinadas lexias, talvez por serem pouco usadas no cotidiano ou pela pouca saliência fônica, favorecem o plural irregular ou a sua não marcação.
考虑,有一个转变的选择是使用振动信号的复数在巴西葡萄牙语,以及还存在的策略使用部分或没有预约的自然语言环境和社会不同的搜索,在本文中,了解到如果在葡萄牙的救世主的复数形态水平之间的界面,语音和语音,通过对社会语言学理论和方法基础的分析(WEINREICH;LABOV;赫尔佐格,2006[1968])。在这项初步工作中,我们只使用复数异形出现百分比的定性方法。为此,有必要听取2003年至2007年间对萨尔瓦多的8名线人的采访,这些采访由巴西语言图集提供(CARDOSO et al., 2014)。作为剪辑,我们只考虑了在语音-音位问卷(QFF,问题76:真实)和形态句法问卷(QMS,“数字”部分:环,围嘴,面包,手,狮子,步骤,帽子,钩,眼睛,鸡蛋,刷子,口袋(国家委员会,2001)中发现的13个可能出现数字的变体。结果表明:i)受教育程度低的人,年龄在50 - 65岁之间,女性(在本例中是过度矫正)表现出更多的不规则复数;ii)单词的结尾音(如-L > -U)的等价性,从/l/的发音开始,导致一些不规则复数的实现;在复数类型中,隐喻性,因为它是一种需要三重标记(句法、语音和形态)的策略,自然会将这种标记减少到其中一个或两个层次;iv)某些词汇,可能是因为它们在日常生活中很少使用,或者因为它们的语音不突出,倾向于不规则复数或不标记。
{"title":"Alomorfia de plural no português de Salvador: uma análise preliminar de dados do Atlas Linguístico do Brasil (ALiB)","authors":"Josane Moreira de Oliveira, Jadione Cordeiro de Almeida","doi":"10.13102/cl.v22iesp..7525","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/cl.v22iesp..7525","url":null,"abstract":"Levando em consideração o fato de que há uma oscilação na escolha de que morfe deve-se utilizar para a sinalização do plural no português brasileiro, bem como ainda existem as estratégias do uso parcial ou da ausência dessa marcação pelos falantes em contextos linguísticos e sociais variados, neste artigo, busca-se compreender como se estabelece o plural no português de Salvador a partir da interface entre os níveis morfológico, fonológico e fonético, através de uma análise com base teórico-metodológica da Sociolinguística (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006 [1968]). Para este trabalho preliminar, faz-se uso apenas da abordagem qualitativa de percentuais de ocorrência de alomorfia de plural. Para isso, foi necessária a audição de entrevistas de oito informantes de Salvador realizadas entre 2003 e 2007, fornecidas pelo Atlas linguístico do Brasil (CARDOSO et al., 2014). Como recorte, foram consideradas apenas as treze lexias com possibilidade de ocorrências alomórficas de número encontradas no Questionário Fonético-Fonológico (QFF, questão 76: reais) e no Questionário Morfossintático (QMS, seção “número”: anéis, aventais, pães, mãos, leões, degraus, chapéus, anzóis, olhos, ovos, pincéis, bolsos (COMITÊ NACIONAL, 2001). Os resultados indicam que: i) pessoas pouco escolarizadas, com idade entre 50 e 65 anos e mulheres (por hipercorreção, neste caso) realizam mais o plural irregular; ii) a equivalência de sons finais das palavras (como -L > -U, por exemplo), a partir da vocalização do /l/, provoca a realização de alguns plurais irregulares; iii) entre os tipos de plural, o metafônico, por ser uma estratégia que exigiria uma tripla marcação (sintática, fonética e morfológica), está sujeito naturalmente à redução dessa marcação a apenas um ou dois desses níveis; iv) determinadas lexias, talvez por serem pouco usadas no cotidiano ou pela pouca saliência fônica, favorecem o plural irregular ou a sua não marcação.","PeriodicalId":31908,"journal":{"name":"A Cor das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-10-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45278599","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-10-18DOI: 10.13102/cl.v22iesp..7523
Carlos César Borges Nunes de Souza, Norma da Silva Lopes
A variação estilística recebe um tratamento teórico e metodológico diferente nas três ondas da sociolinguística (ECKERT, 2012), implicando descrições diversificadas do fenômeno variável. Na Sociolinguística Variacionista, ou de primeira onda, a variação estilística é vista como o resultado da pertença do falante a categorias macrossociais, como classe, e ao monitoramento da fala em certos contextos estilísticos. Nessa perspectiva, o falante é visto como um agente passivo na construção de seu comportamento estilístico. O foco em redes sociais e categorias locais, assim como em uma metodologia etnográfica de coleta e análise de dados, resultou na descrição da variação estilística como reflexo da inserção do indivíduo em redes sociais e do valor dado ao vernáculo em tais redes. Estudos da variação estilística em redes sociais enquadram-se na Sociolinguística Etnográfica, também denominada de segunda onda. A busca pelo significado social da variação estilística, o estudo dos falantes em suas relações microssociais, como aquelas que podem ser percebidas em comunidades de prática e modulação de persona, são características do estudo da variação estilística da Sociolinguística Estilística, ou de terceira onda. No presente artigo, apresentamos o estudo da variação estilística nas três ondas da sociolinguística, focando no estilo na Sociolinguística Estilística.
{"title":"Sobre o estilo na sociolinguística de terceira onda: perspectivas teórico-metodológicas","authors":"Carlos César Borges Nunes de Souza, Norma da Silva Lopes","doi":"10.13102/cl.v22iesp..7523","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/cl.v22iesp..7523","url":null,"abstract":"A variação estilística recebe um tratamento teórico e metodológico diferente nas três ondas da sociolinguística (ECKERT, 2012), implicando descrições diversificadas do fenômeno variável. Na Sociolinguística Variacionista, ou de primeira onda, a variação estilística é vista como o resultado da pertença do falante a categorias macrossociais, como classe, e ao monitoramento da fala em certos contextos estilísticos. Nessa perspectiva, o falante é visto como um agente passivo na construção de seu comportamento estilístico. O foco em redes sociais e categorias locais, assim como em uma metodologia etnográfica de coleta e análise de dados, resultou na descrição da variação estilística como reflexo da inserção do indivíduo em redes sociais e do valor dado ao vernáculo em tais redes. Estudos da variação estilística em redes sociais enquadram-se na Sociolinguística Etnográfica, também denominada de segunda onda. A busca pelo significado social da variação estilística, o estudo dos falantes em suas relações microssociais, como aquelas que podem ser percebidas em comunidades de prática e modulação de persona, são características do estudo da variação estilística da Sociolinguística Estilística, ou de terceira onda. No presente artigo, apresentamos o estudo da variação estilística nas três ondas da sociolinguística, focando no estilo na Sociolinguística Estilística.","PeriodicalId":31908,"journal":{"name":"A Cor das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-10-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42449317","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-10-18DOI: 10.13102/cl.v22iesp..7474
Ana Rita Bandeira de Souza, M. Paim
Neste trabalho se apresenta um dos aspectos de que se ocupa o Projeto Atlas Linguístico do Brasil (Projeto ALiB), o léxico do português brasileiro. Dessa forma, investiga-se a variação lexical referente à área semântica astros e tempo, nas capitais Macapá, Boa Vista, Manaus, Belém, Rio Branco e Porto Velho, pertencentes à Região Norte do Brasil. Com dois volumes já publicados, o Atlas Linguístico do Brasil contempla aspectos da fonética, incluindo a prosódia, do léxico e da morfossintaxe e, a partir do volume de cartas linguísticas, algumas considerações iniciais já podem ser feitas sobre a diversidade de usos vinculada a áreas específicas, mas também relacionada a fatores sociais. A metodologia empregada neste trabalho consistiu na realização das seguintes etapas: i) leitura de textos teóricos referentes ao tema proposto; ii) escolha e formação do corpus, constituído de inquéritos das capitais selecionadas do Projeto ALiB; e iii) análise do corpus a fim de verificar a variedade lexical em termos diatópicos, diassexuais, diastráticos e diageracionais. Dessa forma, a análise dos inquéritos investigados busca estudar itens lexicais, como, por exemplo, mês do cachorro louco, mês do desgosto, mês junino, mês dos casamentos e mês de São João, presentes no repertório linguístico de informantes, homens e mulheres, da faixa etária I (18-30 anos) e da faixa etária II (50-65 anos), de nível fundamental e universitário, com o intuito de verificar o registro e a documentação da diversidade lexical do português falado no Norte do Brasil, seguindo os princípios da Geolinguística Pluridimensional, seguindo os parâmetros geográficos e sociais. Toma-se como base de análise fraseológica a teoria francesa adotada por Mejri (1997), que investiga os critérios de fixação dessas expressões e o seu uso. Para as análises de motivação semântica dos itens encontrados, busca-se aporte teórico em trabalhos como o de Ferreira e Freitas (1994). Assim, almeja-se evidenciar as comunidades de fala que fazem uso dessas lexias em seu cotidiano, como elas ocorrem, por que ocorrem, além de descrever a variedade lexical dos falares nortistas.
{"title":"Agosto ou desgosto? Revelações do falar nortista no corpus do Projeto ALiB","authors":"Ana Rita Bandeira de Souza, M. Paim","doi":"10.13102/cl.v22iesp..7474","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/cl.v22iesp..7474","url":null,"abstract":"Neste trabalho se apresenta um dos aspectos de que se ocupa o Projeto Atlas Linguístico do Brasil (Projeto ALiB), o léxico do português brasileiro. Dessa forma, investiga-se a variação lexical referente à área semântica astros e tempo, nas capitais Macapá, Boa Vista, Manaus, Belém, Rio Branco e Porto Velho, pertencentes à Região Norte do Brasil. Com dois volumes já publicados, o Atlas Linguístico do Brasil contempla aspectos da fonética, incluindo a prosódia, do léxico e da morfossintaxe e, a partir do volume de cartas linguísticas, algumas considerações iniciais já podem ser feitas sobre a diversidade de usos vinculada a áreas específicas, mas também relacionada a fatores sociais. A metodologia empregada neste trabalho consistiu na realização das seguintes etapas: i) leitura de textos teóricos referentes ao tema proposto; ii) escolha e formação do corpus, constituído de inquéritos das capitais selecionadas do Projeto ALiB; e iii) análise do corpus a fim de verificar a variedade lexical em termos diatópicos, diassexuais, diastráticos e diageracionais. Dessa forma, a análise dos inquéritos investigados busca estudar itens lexicais, como, por exemplo, mês do cachorro louco, mês do desgosto, mês junino, mês dos casamentos e mês de São João, presentes no repertório linguístico de informantes, homens e mulheres, da faixa etária I (18-30 anos) e da faixa etária II (50-65 anos), de nível fundamental e universitário, com o intuito de verificar o registro e a documentação da diversidade lexical do português falado no Norte do Brasil, seguindo os princípios da Geolinguística Pluridimensional, seguindo os parâmetros geográficos e sociais. Toma-se como base de análise fraseológica a teoria francesa adotada por Mejri (1997), que investiga os critérios de fixação dessas expressões e o seu uso. Para as análises de motivação semântica dos itens encontrados, busca-se aporte teórico em trabalhos como o de Ferreira e Freitas (1994). Assim, almeja-se evidenciar as comunidades de fala que fazem uso dessas lexias em seu cotidiano, como elas ocorrem, por que ocorrem, além de descrever a variedade lexical dos falares nortistas.","PeriodicalId":31908,"journal":{"name":"A Cor das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-10-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49281034","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-10-18DOI: 10.13102/CL.V22IESP..7472
J. Silva, M. C. D. Silva, Giliander Allan da Silva, Thalita Oliveira Fernandes de Araújo, Isis Juliana Figueiredo de Barros
Este trabalho tem como objetivo discutir aspectos metodológicos de constituição de corpus e, para tanto, apresenta a metodologia e o levantamento de dados linguísticos utilizados como objeto de pesquisa da tese “O português falado no Oeste baiano: constituição de corpus e análise das estratégias de relativização”, vinculada ao projeto “Os falares do Além São Francisco” (FIGUEIREDO, 2015), da UFBA, em parceria com o projeto “O português rural do Oeste da Bahia”, da UFOB. O objetivo central da pesquisa é o de contribuir para a compreensão e descrição linguísticas dos falares baianos do Oeste da Bahia e da sua formação sócio-histórica, através da constituição de corpus em Santa Maria da Vitória (SAMAVI). A partir da coleta da fala vernacular da comunidade quilombola de Montevidinha e da comunidade urbana de SAMAVI, ambas localizadas no Oeste baiano, desenvolve-se a análise de estudos sociolinguísticos e sócio-históricos, resgatando a importância da região, tendo em vista os dados históricos percebidos por meio das narrativas orais, linguísticas, culturais e sociais, que serão apresentados brevemente neste trabalho. Para a construção metodológica da pesquisa, toma-se como base a Sociolinguística Laboviana, por meio do levantamento de células sociais, entrevistas e transcrições linguísticas. Até o momento, nossos resultados abrangem: 12 entrevistas (11 concluídas e uma em andamento) dos falantes de Montevidinha; em SAMAVI, foram gravadas 12 entrevistas sociolinguísticas, reunidas em um corpus com a seguinte estratificação social: três faixas etárias (Faixa I – 25 a 35 anos, Faixa II – 45 a 55 anos, Faixa III – acima de 65 anos) e dois sexos (masculino e feminino). Espera-se que o estudo contribua para a compreensão e descrição linguísticas dos falares do Oeste da Bahia, além de contribuir para a documentação de sua formação sócio-histórica, para a ampliação dos estudos sociolinguísticos no Brasil e para a compreensão da formação sócio-histórica do português brasileiro.
本文旨在探讨语料库构成的方法论方面,因此,提出了“巴伊亚西部的葡萄牙语口语:语料库构成与相对化策略分析”这篇论文的方法论和语言数据调查,与UFBA的“Os falares do Além São Francisco”项目(FIGUIREDO,2015)相关,与UFOB的“o portuguêS country do Oeste da Bahia”项目合作。本研究的主要目的是通过圣玛丽亚-达-维托里亚语料库(SAMAVI)的构建,有助于理解和语言描述西巴伊亚的巴伊亚语及其社会历史形成。从位于巴伊亚西部的蒙特维丁哈的quilombola社区和SAMAVI城市社区收集的白话文中,发展了社会语言学和社会历史研究的分析,拯救了该地区的重要性,并考虑到通过口头、语言、文化和社会叙事感知的历史数据。这将在本作品中很快介绍。在研究的方法论建构上,它以Labovian社会语言学为基础,通过对社会细胞的调查、访谈和语言转录。到目前为止,我们的结果包括:12次采访(11次已完成,1次正在进行中),采访对象是Montevidinha的发言人;在SAMAVI中,记录了12次社会语言学访谈,收集在具有以下社会分层的语料库中:三个年龄组(第一组–25至35岁,第二组–45至55岁,第三组–65岁以上)和两种性别(男性和女性)。预计该研究除了有助于记录巴伊亚西部的社会历史形成,有助于扩大巴西的社会语言学研究,以及有助于理解巴西葡萄牙语的社会历史构成外,还有助于从语言学角度理解和描述巴伊亚西部的演讲。
{"title":"O português do Oeste baiano: constituição de corpus em Santa Maria da Vitória","authors":"J. Silva, M. C. D. Silva, Giliander Allan da Silva, Thalita Oliveira Fernandes de Araújo, Isis Juliana Figueiredo de Barros","doi":"10.13102/CL.V22IESP..7472","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/CL.V22IESP..7472","url":null,"abstract":"Este trabalho tem como objetivo discutir aspectos metodológicos de constituição de corpus e, para tanto, apresenta a metodologia e o levantamento de dados linguísticos utilizados como objeto de pesquisa da tese “O português falado no Oeste baiano: constituição de corpus e análise das estratégias de relativização”, vinculada ao projeto “Os falares do Além São Francisco” (FIGUEIREDO, 2015), da UFBA, em parceria com o projeto “O português rural do Oeste da Bahia”, da UFOB. O objetivo central da pesquisa é o de contribuir para a compreensão e descrição linguísticas dos falares baianos do Oeste da Bahia e da sua formação sócio-histórica, através da constituição de corpus em Santa Maria da Vitória (SAMAVI). A partir da coleta da fala vernacular da comunidade quilombola de Montevidinha e da comunidade urbana de SAMAVI, ambas localizadas no Oeste baiano, desenvolve-se a análise de estudos sociolinguísticos e sócio-históricos, resgatando a importância da região, tendo em vista os dados históricos percebidos por meio das narrativas orais, linguísticas, culturais e sociais, que serão apresentados brevemente neste trabalho. Para a construção metodológica da pesquisa, toma-se como base a Sociolinguística Laboviana, por meio do levantamento de células sociais, entrevistas e transcrições linguísticas. Até o momento, nossos resultados abrangem: 12 entrevistas (11 concluídas e uma em andamento) dos falantes de Montevidinha; em SAMAVI, foram gravadas 12 entrevistas sociolinguísticas, reunidas em um corpus com a seguinte estratificação social: três faixas etárias (Faixa I – 25 a 35 anos, Faixa II – 45 a 55 anos, Faixa III – acima de 65 anos) e dois sexos (masculino e feminino). Espera-se que o estudo contribua para a compreensão e descrição linguísticas dos falares do Oeste da Bahia, além de contribuir para a documentação de sua formação sócio-histórica, para a ampliação dos estudos sociolinguísticos no Brasil e para a compreensão da formação sócio-histórica do português brasileiro.","PeriodicalId":31908,"journal":{"name":"A Cor das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-10-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44627070","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-10-18DOI: 10.13102/cl.v22iesp..7476
A. Almeida
Apresentam-se resultados de uma pesquisa empreendida que objetivou compreender a variação categorial do item léxico caralho no português do Brasil. O estudo norteou-se por pressupostos da Sociolinguística Cognitiva, de sorte que travou diálogos com autores como Almeida (2016), Lakoff (1987), Rosch (1978), Santos e Lins (2016), Silva (2012). No tocante ao seu desenho metodológico, foi desenvolvido através da abordagem qualitativa do corpus, formado por posts feitos no site Yahoo Respostas; teve natureza exploratória, descritiva, interpretativa e buscou compreender as ocorrências no contexto de uso. Concluído o trabalho, constatou-se que esse item do léxico pode ser ou não categorizado como palavrão, mas, nessa categoria, seu grau de prototipicidade depende que quem o usa.
本文提出了一项研究的结果,旨在了解巴西葡萄牙语词汇项目的分类变异。本研究以认知社会语言学假设为指导,与Almeida(2016)、Lakoff(1987)、Rosch(1978)、Santos and Lins(2016)、Silva(2012)等作者进行了对话。关于它的方法论设计,它是通过定性的语料库方法开发的,由雅虎answers网站上的帖子组成;它具有探索性、描述性、解释性,并试图理解在使用环境中发生的情况。完成这项工作后,我们发现这个词汇项目可以被归类为脏话,也可以不被归类为脏话,但在这个类别中,它的原型程度取决于使用它的人。
{"title":"O que é caralho? É um palavrão? É uma parte do corpo humano? Estudo sociolinguístico-cognitivo sobre a variação categorial de um item léxico","authors":"A. Almeida","doi":"10.13102/cl.v22iesp..7476","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/cl.v22iesp..7476","url":null,"abstract":"Apresentam-se resultados de uma pesquisa empreendida que objetivou compreender a variação categorial do item léxico caralho no português do Brasil. O estudo norteou-se por pressupostos da Sociolinguística Cognitiva, de sorte que travou diálogos com autores como Almeida (2016), Lakoff (1987), Rosch (1978), Santos e Lins (2016), Silva (2012). No tocante ao seu desenho metodológico, foi desenvolvido através da abordagem qualitativa do corpus, formado por posts feitos no site Yahoo Respostas; teve natureza exploratória, descritiva, interpretativa e buscou compreender as ocorrências no contexto de uso. Concluído o trabalho, constatou-se que esse item do léxico pode ser ou não categorizado como palavrão, mas, nessa categoria, seu grau de prototipicidade depende que quem o usa.","PeriodicalId":31908,"journal":{"name":"A Cor das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-10-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42690073","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Cemary Correia de Sousa, Jane Keli Almeida da Silva, Lisana Rodrigues Trindade Sampaio
Este trabalho tem por objetivo propor reflexões acerca dos diálogos entre a Lexicografia histórico-variacional e o ensino de língua portuguesa. Para isso, utilizam-se os aportes teóricos da Dialetologia; da Lexicografia histórico-variacional e dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino Fundamental. No que tange à composição do corpus, este estudo foi constituído a partir de respostas coletadas através do Questionário Semântico-Lexical (QSL), um dos instrumentos metodológicos do ALiB, referente a 14 áreas temáticas – Acidentes geográficos; Alimentação e cozinha; Astros e tempo; Atividades agropastoris; Ciclos da vida; Convívio e comportamento social; Corpo humano; Fauna; Fenômenos atmosféricos; Habitação; Jogos e diversões infantis; Religião e crenças; Vestuário e acessórios e Vida urbana –, totalizando 202 questões, em 6 capitais da Região Norte do Brasil: Macapá, Boa Vista, Manaus, Belém, Rio Branco e Porto Velho. Como resultados, apresentam-se alguns verbetes que compõem a macroestrutura do Vocabulário Dialetal da Região Norte do Brasil, como anteontem, chamechuga, vagem, cosca, os quais podem funcionar como uma proposta pedagógica para o ensino da língua portuguesa em perspectiva sincrônica e diacrônica, orientada, evidentemente, pela diversidade linguística. Nesse sentido, a análise dos dados possibilitou realizar o registro lexicográfico e a documentação da diversidade lexical do português falado no Brasil, seguindo os princípios da Geolinguística Pluridimensional, representando assim um contributo importante para as discussões engendradas no âmbito do ensino de língua portuguesa e da constituição do seu léxico em perspectiva histórica.
{"title":"Diálogos entre a Lexicografia Histórico-Variacional e o Ensino de Língua Portuguesa","authors":"Cemary Correia de Sousa, Jane Keli Almeida da Silva, Lisana Rodrigues Trindade Sampaio","doi":"10.13102/CL.V22I0.7479","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/CL.V22I0.7479","url":null,"abstract":"Este trabalho tem por objetivo propor reflexões acerca dos diálogos entre a Lexicografia histórico-variacional e o ensino de língua portuguesa. Para isso, utilizam-se os aportes teóricos da Dialetologia; da Lexicografia histórico-variacional e dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino Fundamental. No que tange à composição do corpus, este estudo foi constituído a partir de respostas coletadas através do Questionário Semântico-Lexical (QSL), um dos instrumentos metodológicos do ALiB, referente a 14 áreas temáticas – Acidentes geográficos; Alimentação e cozinha; Astros e tempo; Atividades agropastoris; Ciclos da vida; Convívio e comportamento social; Corpo humano; Fauna; Fenômenos atmosféricos; Habitação; Jogos e diversões infantis; Religião e crenças; Vestuário e acessórios e Vida urbana –, totalizando 202 questões, em 6 capitais da Região Norte do Brasil: Macapá, Boa Vista, Manaus, Belém, Rio Branco e Porto Velho. Como resultados, apresentam-se alguns verbetes que compõem a macroestrutura do Vocabulário Dialetal da Região Norte do Brasil, como anteontem, chamechuga, vagem, cosca, os quais podem funcionar como uma proposta pedagógica para o ensino da língua portuguesa em perspectiva sincrônica e diacrônica, orientada, evidentemente, pela diversidade linguística. Nesse sentido, a análise dos dados possibilitou realizar o registro lexicográfico e a documentação da diversidade lexical do português falado no Brasil, seguindo os princípios da Geolinguística Pluridimensional, representando assim um contributo importante para as discussões engendradas no âmbito do ensino de língua portuguesa e da constituição do seu léxico em perspectiva histórica.","PeriodicalId":31908,"journal":{"name":"A Cor das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-10-06","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45172613","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Josane Moreira de Oliveira, Clézio Roberto Gonçalves, Gredson Dos Santos
{"title":"Apresentação: a variação linguística n’A Cor das Letras","authors":"Josane Moreira de Oliveira, Clézio Roberto Gonçalves, Gredson Dos Santos","doi":"10.13102/CL.V22I0.7431","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/CL.V22I0.7431","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":31908,"journal":{"name":"A Cor das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-10-06","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41699096","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
José Carlos dos Santos Jesus, Laura Camila Braz de Almeida
Este trabalho apresenta resultados de uma pesquisa sobre Literatura de Cordel e variação linguística nas aulas de Língua Portuguesa. A partir da leitura dos cordéis A chegada de Lampião no céu, de Rodolfo Coelho Cavalcante, e A chegada de Lampião no inferno, de José Pacheco, o objetivo da pesquisa é discutir acerca da variação linguística e suas contribuições na compreensão de textos de diferentes naturezas, colaborando na construção de sentidos. Segundo Paim (2019), a Dialetologia e a Sociolinguística podem ajudar os professores na sua prática educativa, atuando na constituição da identidade social, coletiva e linguística do indivíduo. É importante que se dê ao aluno a consciência de que variações linguísticas existem e que elas podem representar a história de um povo. Foi utilizada como metodologia o procedimento chamado Sequência Didática, elaborado por Dolz, Noverraz e Schnewly (2004), em que consiste na sequenciação de atividades, escritas e de leitura, que contribuem para o propósito das aulas. Os resultados obtidos com a pesquisa foram satisfatórios. O ensino da variação linguística presente no cordel utilizado ocorreu em forma de debates, quando as variações eram percebidas na leitura. Ao buscar o significado de cada exemplo da diversidade lexical da língua presente nesses cordéis, e em produção textual, os alunos relataram a importância de se estudar variações linguísticas e o uso do cordel nas aulas de Língua Portuguesa.
{"title":"O uso da literatura de cordel no ensino de variação linguística","authors":"José Carlos dos Santos Jesus, Laura Camila Braz de Almeida","doi":"10.13102/CL.V22I0.7480","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/CL.V22I0.7480","url":null,"abstract":"Este trabalho apresenta resultados de uma pesquisa sobre Literatura de Cordel e variação linguística nas aulas de Língua Portuguesa. A partir da leitura dos cordéis A chegada de Lampião no céu, de Rodolfo Coelho Cavalcante, e A chegada de Lampião no inferno, de José Pacheco, o objetivo da pesquisa é discutir acerca da variação linguística e suas contribuições na compreensão de textos de diferentes naturezas, colaborando na construção de sentidos. Segundo Paim (2019), a Dialetologia e a Sociolinguística podem ajudar os professores na sua prática educativa, atuando na constituição da identidade social, coletiva e linguística do indivíduo. É importante que se dê ao aluno a consciência de que variações linguísticas existem e que elas podem representar a história de um povo. Foi utilizada como metodologia o procedimento chamado Sequência Didática, elaborado por Dolz, Noverraz e Schnewly (2004), em que consiste na sequenciação de atividades, escritas e de leitura, que contribuem para o propósito das aulas. Os resultados obtidos com a pesquisa foram satisfatórios. O ensino da variação linguística presente no cordel utilizado ocorreu em forma de debates, quando as variações eram percebidas na leitura. Ao buscar o significado de cada exemplo da diversidade lexical da língua presente nesses cordéis, e em produção textual, os alunos relataram a importância de se estudar variações linguísticas e o uso do cordel nas aulas de Língua Portuguesa. \u0000 ","PeriodicalId":31908,"journal":{"name":"A Cor das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-10-06","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42551326","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Neste texto, discutiremos as relações entre os estudos filológicos e os estudos medievais, no Brasil, tomando como exemplo as pesquisas realizadas na Bahia e, sobretudo, na UFBA, no âmbito da filologia, compreendida como ciência basilar para as pesquisas sobre a língua, a cultura e a história da sociedade, realizadas a partir dos textos e da documentação remanescente. A perspectiva de pesquisa filológica aqui defendida é a da Filologia renovada e comprometida com a investigação da língua, da literatura e da cultura da sociedade como um todo, sem fazer opções ideologicamente comprometidas com os grupos sociais detentores do poder. Ao se debruçar sobre o espólio textual e documental da sociedade brasileira, desde os seus primórdios, o filólogo precisará conhecer as bases das culturas que formaram nosso povo, dentre as quais, a cultura medieval europeia, cujas instituições, valores e ideologias foram transplantadas para a colônia. A Idade Média aqui é tomada no sentido da longa duração, ou seja, interessa-nos as permanências das estruturas econômicas e mentais que forjaram a sociedade europeia cristã, românica, e que serviu de base para a colonização do Brasil e da América.
{"title":"Estudos filológicos e estudos medievais: interfaces e interlocuções","authors":"Risonete Batista de Souza","doi":"10.13102/CL.V22I1.7320","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/CL.V22I1.7320","url":null,"abstract":"Neste texto, discutiremos as relações entre os estudos filológicos e os estudos medievais, no Brasil, tomando como exemplo as pesquisas realizadas na Bahia e, sobretudo, na UFBA, no âmbito da filologia, compreendida como ciência basilar para as pesquisas sobre a língua, a cultura e a história da sociedade, realizadas a partir dos textos e da documentação remanescente. A perspectiva de pesquisa filológica aqui defendida é a da Filologia renovada e comprometida com a investigação da língua, da literatura e da cultura da sociedade como um todo, sem fazer opções ideologicamente comprometidas com os grupos sociais detentores do poder. Ao se debruçar sobre o espólio textual e documental da sociedade brasileira, desde os seus primórdios, o filólogo precisará conhecer as bases das culturas que formaram nosso povo, dentre as quais, a cultura medieval europeia, cujas instituições, valores e ideologias foram transplantadas para a colônia. A Idade Média aqui é tomada no sentido da longa duração, ou seja, interessa-nos as permanências das estruturas econômicas e mentais que forjaram a sociedade europeia cristã, românica, e que serviu de base para a colonização do Brasil e da América.","PeriodicalId":31908,"journal":{"name":"A Cor das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45090752","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}