Delineamos neste artigo algumas reflexões sobre as perspectivas histórica e construcional para os estudos morfológicos, revisitando algumas de suas pautas e apontando possíveis lacunas/déficits que apresentam. A partir de tais apontamentos sinópticos e de tal apreciação crítica preliminar, visando à perquirição de uma ótica mais integradora e holística para se estudar o implexo e interfacial componente morfológico da língua, e no esteio das reflexões desenvolvidas por Soledade (2019; 2018; 2013a), Simões Neto (2017b; 2016b) e Autor (2018, 2016), exporemos um traçado inicial de uma proposta de conjunção entre esses dois prismas de descrição e análise morfológicos, da qual emergiria uma morfologia histórico-construcional, que, por absorver os aspectos mais interessantes de uma e de outra perspectiva, parece ser mais proveitosa para o entendimento e investigação da morfologia, em toda a sua patente complexidade.
{"title":"Por uma morfologia histórico-construcional: primeiras reflexões","authors":"M. Lopes","doi":"10.13102/CL.V22I1.5904","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/CL.V22I1.5904","url":null,"abstract":"Delineamos neste artigo algumas reflexões sobre as perspectivas histórica e construcional para os estudos morfológicos, revisitando algumas de suas pautas e apontando possíveis lacunas/déficits que apresentam. A partir de tais apontamentos sinópticos e de tal apreciação crítica preliminar, visando à perquirição de uma ótica mais integradora e holística para se estudar o implexo e interfacial componente morfológico da língua, e no esteio das reflexões desenvolvidas por Soledade (2019; 2018; 2013a), Simões Neto (2017b; 2016b) e Autor (2018, 2016), exporemos um traçado inicial de uma proposta de conjunção entre esses dois prismas de descrição e análise morfológicos, da qual emergiria uma morfologia histórico-construcional, que, por absorver os aspectos mais interessantes de uma e de outra perspectiva, parece ser mais proveitosa para o entendimento e investigação da morfologia, em toda a sua patente complexidade.","PeriodicalId":31908,"journal":{"name":"A Cor das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46760027","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
M. Lacerda, Juliana Soledade Barbosa Coelho, Natival Almeida Simões Neto
Este Dossiê, intitulado Linguística Histórica: teorias, métodos e resultados, faz parte das homenagens prestadas pelo Departamento de Letras e Artes (DLA) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) à professora Rosa Virgínia Mattos e Silva, que completaria, em julho de 2020, 80 anos, um grande nome nos estudos sobre a história da língua portuguesa e a constituição sócio-histórica do português brasileiro.
{"title":"Linguística Histórica: teorias, métodos e resultados. Homenagem a Rosa Virgínia Mattos e Silva","authors":"M. Lacerda, Juliana Soledade Barbosa Coelho, Natival Almeida Simões Neto","doi":"10.13102/CL.V22I1.6325","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/CL.V22I1.6325","url":null,"abstract":"Este Dossiê, intitulado Linguística Histórica: teorias, métodos e resultados, faz parte das homenagens prestadas pelo Departamento de Letras e Artes (DLA) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) à professora Rosa Virgínia Mattos e Silva, que completaria, em julho de 2020, 80 anos, um grande nome nos estudos sobre a história da língua portuguesa e a constituição sócio-histórica do português brasileiro.","PeriodicalId":31908,"journal":{"name":"A Cor das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47123799","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Neste trabalho, exploramos um dos pontos mais instigantes e, também, um dos mais obscuros na história das formas de tratamento no âmbito românico. Se, por um lado, as dinâmicas linguísticas que subjazem as reorganizações no sistema de formas de segunda pessoa do singular em línguas românicas contam com vasta literatura, o mesmo não pode ser dito sobre a primeira das mudanças ainda em latim. Trata-se da pluralização do tratamento, isto é, processo pelo qual a forma de plural Vos passa a ser utilizada, em termos discursivos, para somente um interlocutor. Pretendemos, assim, trazer evidências linguísticas do século IV, extraídas de discursos (orationes) de Símaco, de modo a levantar elementos que permitam repensar a hipótese aventada por Brown e Gilman (1960), segundo a qualo uso de uma forma de plural responderia ao discurso dirigido, simultaneamente, à figura dos dois imperadores do Império Romano.
{"title":"Totius orbis estis indigenae: evidências linguísticas para o estudo da forma de tratamento Vos no latim","authors":"Leonardo Lennertz Marcotulio, C. Schmitt","doi":"10.13102/CL.V22I1.6330","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/CL.V22I1.6330","url":null,"abstract":"Neste trabalho, exploramos um dos pontos mais instigantes e, também, um dos mais obscuros na história das formas de tratamento no âmbito românico. Se, por um lado, as dinâmicas linguísticas que subjazem as reorganizações no sistema de formas de segunda pessoa do singular em línguas românicas contam com vasta literatura, o mesmo não pode ser dito sobre a primeira das mudanças ainda em latim. Trata-se da pluralização do tratamento, isto é, processo pelo qual a forma de plural Vos passa a ser utilizada, em termos discursivos, para somente um interlocutor. Pretendemos, assim, trazer evidências linguísticas do século IV, extraídas de discursos (orationes) de Símaco, de modo a levantar elementos que permitam repensar a hipótese aventada por Brown e Gilman (1960), segundo a qualo uso de uma forma de plural responderia ao discurso dirigido, simultaneamente, à figura dos dois imperadores do Império Romano.","PeriodicalId":31908,"journal":{"name":"A Cor das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42129952","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Priscila Starline Estrela Tuy Batista, Maria Clara Paixão de Sousa
Neste artigo apresentamos um estudo filológico a partir da descrição breve, entretanto detalhada, de aspectos codicológicos e paleográficos de um conjunto composto por quatro manuscritos novecentistas escritos por baianos pouco hábeis, oriundos de cidades interioranas e de zonas rurais do estado da Bahia. Também propomos uma investigação acerca do modelo de escrita utilizado por tais redatores, partindo da hipótese de que esses indivíduos, pouco escolarizados, utilizaram os manuais popularmente conhecidos como Paleógrafos, adotados nas escolas de Primeiras Letras da Bahia e por professores que ofereciam aulas particulares.
{"title":"Análise codicológica e paleográfica de cartas pessoais novecentistas","authors":"Priscila Starline Estrela Tuy Batista, Maria Clara Paixão de Sousa","doi":"10.13102/cl.v22i1.5862","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/cl.v22i1.5862","url":null,"abstract":"Neste artigo apresentamos um estudo filológico a partir da descrição breve, entretanto detalhada, de aspectos codicológicos e paleográficos de um conjunto composto por quatro manuscritos novecentistas escritos por baianos pouco hábeis, oriundos de cidades interioranas e de zonas rurais do estado da Bahia. Também propomos uma investigação acerca do modelo de escrita utilizado por tais redatores, partindo da hipótese de que esses indivíduos, pouco escolarizados, utilizaram os manuais popularmente conhecidos como Paleógrafos, adotados nas escolas de Primeiras Letras da Bahia e por professores que ofereciam aulas particulares.","PeriodicalId":31908,"journal":{"name":"A Cor das Letras","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"66602899","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Lara da Silva Cardoso, Z. Carneiro, Aroldo Leal de Andrade
O objetivo deste trabalho é investigar qual gramática portuguesa forneceu uma das bases para o desenvolvimento do português brasileiro (MATTOS E SILVA, 2004). A partir dos dados obtidos por Cardoso (2020), que investigou a interpolação e a colocação dos clíticos em textos escritos por indivíduos nascidos no Brasil Colônia, argumentamos que a gramática portuguesa preponderante para a formação do português brasileiro foi o português clássico. Com base nisso, apontamos o percurso das gramáticas portuguesas no Brasil e em Portugal e destacamos de que maneira se dá a presença do português clássico em textos brasileiros.
这项工作的目的是调查哪种葡萄牙语语法为巴西葡萄牙语的发展提供了基础之一(MATTOS E SILVA,2004)。根据Cardoso(2020)获得的数据,我们认为形成巴西葡萄牙语的主要葡萄牙语语法是古典葡萄牙语。Cardoso研究了出生在巴西殖民地的个人所写文本中派系的插入和放置。在此基础上,我们指出了葡萄牙语语法在巴西和葡萄牙的发展道路,并强调了古典葡萄牙语是如何在巴西文本中出现的。
{"title":"A gramática dos pronomes clíticos no Brasil Colônia: o português clássico como uma das gramáticas de base do português brasileiro","authors":"Lara da Silva Cardoso, Z. Carneiro, Aroldo Leal de Andrade","doi":"10.13102/CL.V22I1.6327","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/CL.V22I1.6327","url":null,"abstract":"O objetivo deste trabalho é investigar qual gramática portuguesa forneceu uma das bases para o desenvolvimento do português brasileiro (MATTOS E SILVA, 2004). A partir dos dados obtidos por Cardoso (2020), que investigou a interpolação e a colocação dos clíticos em textos escritos por indivíduos nascidos no Brasil Colônia, argumentamos que a gramática portuguesa preponderante para a formação do português brasileiro foi o português clássico. Com base nisso, apontamos o percurso das gramáticas portuguesas no Brasil e em Portugal e destacamos de que maneira se dá a presença do português clássico em textos brasileiros.","PeriodicalId":31908,"journal":{"name":"A Cor das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41328055","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Neste artigo, descrevemos os compostos e os padrões de composição no Vocabulário histórico-cronológico do Português Medieval, de Antônio Geraldo da Cunha, com vistas a contribuir com os estudos sobre a composição em sincronias pretéritas da língua portuguesa. O estudo descritivo revelou, através do levantamento das formas compostas lematizadas, a presença de padrões considerados produtivos na atualidade, como [NprepN]N, [NA]N, [VN]N e [NN]N (RIBEIRO; RIO-TORTO, 2016), além de padrões pouco produtivos como [VV]N, [NumN]N, [AdvA]A e [AdvN]Adv. Os resultados, na nossa perspectiva, são altamente significativos no que concerne à diversidade de padrões compositivos, apesar de pouco expressivos em termos quantitativos. Aventamos que o número relativamente baixo de compostos pode estar relacionado com a escassa utilização do mecanismo da composição no período arcaico ou com a inerente dificuldade de identificar, em textos antigos, uma palavra composta, diferenciando-a de uma construção sintática.
本文描述了安东尼奥·杰拉尔多·达·库尼亚(antonio Geraldo da Cunha)所著的中世纪葡萄牙语历史-年代学词汇中的复合词和复合词模式,以期对葡萄牙语过去同步性中的复合词研究有所贡献。描述性研究通过对复合lematizadas形式的调查,揭示了目前被认为具有生产力的模式的存在,如[NprepN]N, [na]N, [VN]N和[NN]N (RIBEIRO;RIO-TORTO, 2016),以及低生产力模式,如[VV]N, [NumN]N, [AdvA]A和[AdvN]Adv。从我们的角度来看,这些结果在组成模式的多样性方面是非常重要的,尽管在数量上不是很重要。我们认为,复合词的数量相对较少可能与古代复合词机制的使用较少有关,也可能与古代文本中识别复合词的固有困难有关,从而将复合词与句法结构区分开来。
{"title":"Compostos e padrões de composição no Vocabulário histórico-cronológico do Português Medieval, de Antônio Geraldo da Cunha","authors":"Antonia Vieira Dos Santos","doi":"10.13102/cl.v22i1.7310","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/cl.v22i1.7310","url":null,"abstract":"Neste artigo, descrevemos os compostos e os padrões de composição no Vocabulário histórico-cronológico do Português Medieval, de Antônio Geraldo da Cunha, com vistas a contribuir com os estudos sobre a composição em sincronias pretéritas da língua portuguesa. O estudo descritivo revelou, através do levantamento das formas compostas lematizadas, a presença de padrões considerados produtivos na atualidade, como [NprepN]N, [NA]N, [VN]N e [NN]N (RIBEIRO; RIO-TORTO, 2016), além de padrões pouco produtivos como [VV]N, [NumN]N, [AdvA]A e [AdvN]Adv. Os resultados, na nossa perspectiva, são altamente significativos no que concerne à diversidade de padrões compositivos, apesar de pouco expressivos em termos quantitativos. Aventamos que o número relativamente baixo de compostos pode estar relacionado com a escassa utilização do mecanismo da composição no período arcaico ou com a inerente dificuldade de identificar, em textos antigos, uma palavra composta, diferenciando-a de uma construção sintática.","PeriodicalId":31908,"journal":{"name":"A Cor das Letras","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"66602511","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Faço aqui um breve relato dos momentos de convívio e partilha que tive com Rosa Virgínia e que muito me enriqueceram acadêmica e pessoalmente.Conheci Rosa Virgínia em julho de 1986. Eu era presidente da Associação Brasileira de Linguística (ABRALIN) e havia organizado o tradicional encontro de linguística que ocorria durante a Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A esse encontro, realizado em Curitiba, Rosa Virgínia compareceu. Nosso interesse comum pela história da língua portuguesa nos aproximou e pudemos trocar ideias em diferentes momentos do evento.
{"title":"Rosa Virgínia, amiga e mestra","authors":"C. A. Faraco","doi":"10.13102/CL.V22I1.6326","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/CL.V22I1.6326","url":null,"abstract":"Faço aqui um breve relato dos momentos de convívio e partilha que tive com Rosa Virgínia e que muito me enriqueceram acadêmica e pessoalmente.Conheci Rosa Virgínia em julho de 1986. Eu era presidente da Associação Brasileira de Linguística (ABRALIN) e havia organizado o tradicional encontro de linguística que ocorria durante a Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A esse encontro, realizado em Curitiba, Rosa Virgínia compareceu. Nosso interesse comum pela história da língua portuguesa nos aproximou e pudemos trocar ideias em diferentes momentos do evento.","PeriodicalId":31908,"journal":{"name":"A Cor das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41654487","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O presente trabalho apresenta uma análise diacrônica das variantes oblíquas de segunda pessoa do singular encontradas em cartas fluminenses. As formas oblíquas analisadas são sintagmas preposicionados que apresentam como núcleo os pronomes tônicos ti e você, além da forma morfologizada contigo, que não admitem substituição por clítico (“eu sonho com você” > *“eu te sonho”). Levamos em conta os princípios da sociolinguística laboviana (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 19 68; LABOV, 1994) e da sociolinguística histórica (CONDE SILVESTRE, 2007; HERNÀNDEX-CAMPOY; CONDE SILVESTRE, 2012) para análise de um corpus formado por cartas pessoais fluminenses produzidas entre fins do século XIX e no decorrer do século XX. Os resultados evidenciam que formas oblíquas do paradigma de você apresentam maior correlação com a forma utilizada na posição de sujeito do que as acusativas e dativas, passando a ser mais frequentes a partir de meados do século XX, principalmente, em cartas femininas escritas fora do núcleo familiar. Em termos estruturais, houve maior favorecimento das variantes de você com predicadores verbais e nominais em contextos de complementação
摘要本文对弗卢米南斯卡图中第二人称单数的斜变进行了历时性分析。分析的斜型是介词短语,其核心是主音代词ti和voce,以及形态化的contigo,不允许用附词代替(“eu sonho com voce”> *“eu te sonho”)。我们考虑了拉博社会语言学的原则(WEINREICH;LABOV;赫尔佐格,1968年;LABOV, 1994)和历史社会语言学(CONDE SILVESTRE, 2007;hernàndex -CAMPOY;康德·西尔维斯特,2012),用于分析19世纪末至20世纪期间由弗卢米南塞人的私人信件组成的语料库。结果表明,与宾格和与格相比,voce范式的斜形式与主语位置的形式有更大的相关性,自20世纪中期以来,斜形式越来越普遍,特别是在家庭核心以外的女性书信中。在结构方面,在补充语境中,动词和名词谓词的voce变体更受青睐。
{"title":"Uma análise diacrônica das variantes oblíquas de segunda pessoa do singular em cartas pessoais","authors":"Thais Teixeira Silva, C. Lopes","doi":"10.13102/CL.V22I1.6333","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/CL.V22I1.6333","url":null,"abstract":"O presente trabalho apresenta uma análise diacrônica das variantes oblíquas de segunda pessoa do singular encontradas em cartas fluminenses. As formas oblíquas analisadas são sintagmas preposicionados que apresentam como núcleo os pronomes tônicos ti e você, além da forma morfologizada contigo, que não admitem substituição por clítico (“eu sonho com você” > *“eu te sonho”). Levamos em conta os princípios da sociolinguística laboviana (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 19 68; LABOV, 1994) e da sociolinguística histórica (CONDE SILVESTRE, 2007; HERNÀNDEX-CAMPOY; CONDE SILVESTRE, 2012) para análise de um corpus formado por cartas pessoais fluminenses produzidas entre fins do século XIX e no decorrer do século XX. Os resultados evidenciam que formas oblíquas do paradigma de você apresentam maior correlação com a forma utilizada na posição de sujeito do que as acusativas e dativas, passando a ser mais frequentes a partir de meados do século XX, principalmente, em cartas femininas escritas fora do núcleo familiar. Em termos estruturais, houve maior favorecimento das variantes de você com predicadores verbais e nominais em contextos de complementação","PeriodicalId":31908,"journal":{"name":"A Cor das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44898228","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Neste artigo, analisamos duas mudanças no nível morfológico da língua de acordo com o arcabouço teórico da Morfologia Distribuída (HALLE; MARANTZ, 1993; MARANTZ, 1997), com o objetivo de demonstrar que esse modelo consegue explicar a mudança diacrônica, seja aquela a partir de dados em tempo real ou a em tempo aparente (LABOV, 1972). Quanto à mudança relacionada à emergência de uma nova raiz a partir de palavras complexas, devido à não transparência de seus elementos constitutivos durante o processo de aquisição da linguagem, propomos que a mudança ocorre na Lista 1 por meio do acréscimo de uma raiz. Quanto à segunda mudança descrita neste trabalho, a ampliação do uso do advérbio mais, permitindo que ele ocorra em estruturas de coordenação e de subordinação comitativa, propomos que a mudança ocorra na Lista 2.
{"title":"Mudança linguística e seu tratamento pela Morfologia Distribuída","authors":"Cristina Figueiredo, Rafael Dias Minussi","doi":"10.13102/CL.V22I1.6328","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/CL.V22I1.6328","url":null,"abstract":"Neste artigo, analisamos duas mudanças no nível morfológico da língua de acordo com o arcabouço teórico da Morfologia Distribuída (HALLE; MARANTZ, 1993; MARANTZ, 1997), com o objetivo de demonstrar que esse modelo consegue explicar a mudança diacrônica, seja aquela a partir de dados em tempo real ou a em tempo aparente (LABOV, 1972). Quanto à mudança relacionada à emergência de uma nova raiz a partir de palavras complexas, devido à não transparência de seus elementos constitutivos durante o processo de aquisição da linguagem, propomos que a mudança ocorre na Lista 1 por meio do acréscimo de uma raiz. Quanto à segunda mudança descrita neste trabalho, a ampliação do uso do advérbio mais, permitindo que ele ocorra em estruturas de coordenação e de subordinação comitativa, propomos que a mudança ocorra na Lista 2. ","PeriodicalId":31908,"journal":{"name":"A Cor das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44758440","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este trabalho discute a variação da concordância verbal na primeira fase do período arcaico da língua portuguesa (séculos XIII e XIV), a partir de corpus constituído por textos literários e não-literários (oficiais, particulares e institucionais) representativos da produção medieval portuguesa. Fundamentando-se no aporte teórico-metodológico da Sociolinguística Histórica (ROMAINE, 1982) a análise dos dados confirma a existência de uma regra sintática variável já na primeira fase do período arcaico, definida pela influência de fatores de ordem morfo-fônica, sintática e semântica. As variáveis tipo de verbo, saliência fônica, posição do sujeito em relação ao verbo, indicação do plural no sujeito, caracterização semântica do sujeito, tipo de textoe realização do sujeito demonstram desempenhar um papel significativo no uso da regra da concordância verbal. Com base nos resultados, verbo inacusativo, menor nível de saliência, posposição ao verbo, sujeito [- humano], texto literário e sujeito realizado desfavorecem a aplicação da regra de concordância verbal. O comportamento dessas variáveis permite-nos atestar que a variação na primeira fase do período arcaico da língua portuguesa não é aleatória, mas condicionada por fatores que também têm sido considerados relevantes para a variação no português brasileiro (PB).
{"title":"“[...] caelle da muytas uezes victoria a aquelles que creem e defende a sua sãcta fé”: concordância verbal no português arcaico","authors":"P. Souza","doi":"10.13102/CL.V22I2.7312","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/CL.V22I2.7312","url":null,"abstract":"Este trabalho discute a variação da concordância verbal na primeira fase do período arcaico da língua portuguesa (séculos XIII e XIV), a partir de corpus constituído por textos literários e não-literários (oficiais, particulares e institucionais) representativos da produção medieval portuguesa. Fundamentando-se no aporte teórico-metodológico da Sociolinguística Histórica (ROMAINE, 1982) a análise dos dados confirma a existência de uma regra sintática variável já na primeira fase do período arcaico, definida pela influência de fatores de ordem morfo-fônica, sintática e semântica. As variáveis tipo de verbo, saliência fônica, posição do sujeito em relação ao verbo, indicação do plural no sujeito, caracterização semântica do sujeito, tipo de textoe realização do sujeito demonstram desempenhar um papel significativo no uso da regra da concordância verbal. Com base nos resultados, verbo inacusativo, menor nível de saliência, posposição ao verbo, sujeito [- humano], texto literário e sujeito realizado desfavorecem a aplicação da regra de concordância verbal. O comportamento dessas variáveis permite-nos atestar que a variação na primeira fase do período arcaico da língua portuguesa não é aleatória, mas condicionada por fatores que também têm sido considerados relevantes para a variação no português brasileiro (PB).","PeriodicalId":31908,"journal":{"name":"A Cor das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44512473","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}