Pub Date : 2020-12-22DOI: 10.11606/issn.1984-1124.i28p320-335
Ane Beatriz dos Santos Duailibe
A noção de autor passou por momentos distintos ao longo da história, sendo um dos pontos mais controvertidos dos estudos literários. Na contemporaneidade, vive-se um momento em que o autor é parte fundamental da sua produção ficcional, não como um fim último da obra literária, mas como uma figura do espaço público, que possui imagens vinculadas a diferentes esferas comunicativas, construindo discursos que se entrelaçam e expandem os limites do literário. O presente artigo volta-se para construção de um debate teórico acerca dessa categoria. Para tanto, esquematiza um percurso que contempla tanto estudos que defendem o apagamento do autor enquanto instância textual – tais como os postulados de Foucault (2002), Barthes (1989; 2004) e Agamben (2007) –, como também aqueles que endossam o seu retorno na cena contemporânea – utilizando como alicerce teórico os estudos de Lejeune (2014), Klinger (2012), Schollhammer (2011), Aguilar e Cámara (2017), Hoisel (2019), dentre outros. Assim, aponta-se para uma performance do escritor contemporâneo, que culmina em um ator com poses e máscaras previamente articuladas.
作者的概念在历史上经历了不同的时期,是文学研究中最具争议的问题之一。同生,住的时间是作者虚构的生产的重要组成部分,不作为文学的一个终极目标,而是一个公共空间,它的形象受不同语言,建立和扩大我们的演讲文学的边界问题。本文对这一范畴进行了理论探讨。为了做到这一点,它概述了一条路径,其中包括两项主张删除作者作为文本实例的研究——如福柯(2002)、巴特(1989)的假设2004)和Agamben(2007)——以及那些支持他回归当代场景的人——以Lejeune(2014)、Klinger(2012)、Schollhammer(2011)、Aguilar and camara(2017)、Hoisel(2019)等人的研究为理论基础。因此,它指向了当代作家的表演,其高潮是一个演员的姿势和面具之前铰接。
{"title":"Da morte à performance: o a(u)tor contemporâneo","authors":"Ane Beatriz dos Santos Duailibe","doi":"10.11606/issn.1984-1124.i28p320-335","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i28p320-335","url":null,"abstract":"A noção de autor passou por momentos distintos ao longo da história, sendo um dos pontos mais controvertidos dos estudos literários. Na contemporaneidade, vive-se um momento em que o autor é parte fundamental da sua produção ficcional, não como um fim último da obra literária, mas como uma figura do espaço público, que possui imagens vinculadas a diferentes esferas comunicativas, construindo discursos que se entrelaçam e expandem os limites do literário. O presente artigo volta-se para construção de um debate teórico acerca dessa categoria. Para tanto, esquematiza um percurso que contempla tanto estudos que defendem o apagamento do autor enquanto instância textual – tais como os postulados de Foucault (2002), Barthes (1989; 2004) e Agamben (2007) –, como também aqueles que endossam o seu retorno na cena contemporânea – utilizando como alicerce teórico os estudos de Lejeune (2014), Klinger (2012), Schollhammer (2011), Aguilar e Cámara (2017), Hoisel (2019), dentre outros. Assim, aponta-se para uma performance do escritor contemporâneo, que culmina em um ator com poses e máscaras previamente articuladas.","PeriodicalId":371417,"journal":{"name":"Revista Criação & Crítica","volume":"7 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123076300","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-22DOI: 10.11606/issn.1984-1124.i28p361-378
Cynthia Carggiolis Abarza
El presente trabajo analiza la construcción de las subjetividades de género heteronormativas arrastradas por una red construida a través de la identidad cultural del Linyera (2014) y de la tripulación marítima intermedial e -textual propuestas en las letras de Oasis (2020) de Daniel Melingo. Desde la imagen del navío y de las subjetividades de género se avistan irradiaciones de figuras (des)mitificadas cuyos textos y personajes se ven amarrados a la leyenda porteña de El Linyera. En su función poética transmite diversas sonoridades y redes textuales orales que configuran una ópera en rebétiKo, en las profundidades laberínticas del tango como manifestación poético-cultural con características oceánicas. PALABRAS CLAVE: Oasis, tango-rebétiko, navegantes, subjetividades de género.
本文分析了丹尼尔·梅林戈(Daniel Melingo)在las letras de Oasis(2020)中提出的Linyera(2014)文化身份和中间电子文本海事船员所构建的网络所拖累的异性恋性别主体性的构建。从这艘船的形象和性别主体性中,我们可以看到(去)神话人物的辐射,他们的文本和人物被视为与El Linyera的porteno传说联系在一起。在它的诗意功能中,它传递了不同的声音和口头文本网络,在rebetiko中构成了一场歌剧,在探戈的迷宫深处,作为一种具有海洋特征的诗意文化表现。关键词:绿洲,探戈- rebetiko,导航员,性别主体性。
{"title":"Rosas en rebétiKo, una opera aperta: construcción de subjetividades de género en Oasis (2020) de Daniel Melingo","authors":"Cynthia Carggiolis Abarza","doi":"10.11606/issn.1984-1124.i28p361-378","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i28p361-378","url":null,"abstract":"El presente trabajo analiza la construcción de las subjetividades de género heteronormativas arrastradas por una red construida a través de la identidad cultural del Linyera (2014) y de la tripulación marítima intermedial e -textual propuestas en las letras de Oasis (2020) de Daniel Melingo. Desde la imagen del navío y de las subjetividades de género se avistan irradiaciones de figuras (des)mitificadas cuyos textos y personajes se ven amarrados a la leyenda porteña de El Linyera. En su función poética transmite diversas sonoridades y redes textuales orales que configuran una ópera en rebétiKo, en las profundidades laberínticas del tango como manifestación poético-cultural con características oceánicas. \u0000PALABRAS CLAVE: Oasis, tango-rebétiko, navegantes, subjetividades de género.","PeriodicalId":371417,"journal":{"name":"Revista Criação & Crítica","volume":"985 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133070846","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-22DOI: 10.11606/issn.1984-1124.i28p188-202
D. Silva
Partindo da constatação de que a figura do narrador de Inferno provisório (2016), de Luiz Ruffato, tem sido motivo de inquietação tanto para a crítica, quanto para o público leitor em geral, perscrutamos, neste artigo, a identidade desse ser fictício que narra as histórias adunadas no romance. A investigação tem por objetivo revelar a identidade daquele que é responsável por enunciar e modelizar o universo diegético e interpretar os motivos que o levam a utilizar-se de diferentes modos de incursão no mural de histórias. Para o percurso investigativo, foram adotados aportes teóricos que elucidam as categorias do discurso narrativo e que intercruzam história, memória e ficção. As descobertas confirmam a unicidade do narrador do romance e uma estratégia narrativa que não só amplia, mas também subverte as formas tradicionais de narrar.
{"title":"As faces do narrador em Inferno Provisório, de Luiz Ruffato","authors":"D. Silva","doi":"10.11606/issn.1984-1124.i28p188-202","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i28p188-202","url":null,"abstract":"Partindo da constatação de que a figura do narrador de Inferno provisório (2016), de Luiz Ruffato, tem sido motivo de inquietação tanto para a crítica, quanto para o público leitor em geral, perscrutamos, neste artigo, a identidade desse ser fictício que narra as histórias adunadas no romance. A investigação tem por objetivo revelar a identidade daquele que é responsável por enunciar e modelizar o universo diegético e interpretar os motivos que o levam a utilizar-se de diferentes modos de incursão no mural de histórias. Para o percurso investigativo, foram adotados aportes teóricos que elucidam as categorias do discurso narrativo e que intercruzam história, memória e ficção. As descobertas confirmam a unicidade do narrador do romance e uma estratégia narrativa que não só amplia, mas também subverte as formas tradicionais de narrar.","PeriodicalId":371417,"journal":{"name":"Revista Criação & Crítica","volume":"31 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"114244806","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-22DOI: 10.11606/issn.1984-1124.i28p275-288
Sâmella Freitas Russo
Da leitura da papelada que Franz Kafka deixou, um peculiar corpo se revela. Premido pelo que entendeu como o seu destino literário, ele engendrou para si mesmo, por meio da escrita, uma existência poética ao transformar os seus mundos interno e externo em um corpo escrito. Assim como outros que dedicaram suas vidas à arte, Kafka também manteve sua retórica de clausura, mas não há dúvida de que se valeu do mundo externo para nutrir o interno e elegeu a escrita para registrar a constituição de ambos que, fixados graficamente, compõem um corpo escritural que é dado a circular através da leitura. Nessa conjuntura, corpo-escrito e corpo-lido integram o desejo muito íntimo do autor de dar uma feição ideal ao seu próprio “eu”, de dar voz a uma existência que se sentia coagida ao silêncio e a encenar, por meios não tão óbvios, uma comunicação que se perdura no tempo. É recorrendo especialmente aos seus escritos íntimos, como as cartas e os diários, que este artigo pretende demonstrar que confinamento, escrita, leitura e comunicação compõem uma mesma estratégia de fazer circular o seu corpo escritural e, consequentemente, a sua existência, (re)integrando-o a um mundo do qual desde muito cedo sentiu-se apartado. Palavras-chave: corpo; existência; escrita; voz; comunicação; (re)integração.
{"title":"O corpo-escrito e o corpo-lido de (e por) Franz Kafka","authors":"Sâmella Freitas Russo","doi":"10.11606/issn.1984-1124.i28p275-288","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i28p275-288","url":null,"abstract":"\u0000Da leitura da papelada que Franz Kafka deixou, um peculiar corpo se revela. Premido pelo que entendeu como o seu destino literário, ele engendrou para si mesmo, por meio da escrita, uma existência poética ao transformar os seus mundos interno e externo em um corpo escrito. Assim como outros que dedicaram suas vidas à arte, Kafka também manteve sua retórica de clausura, mas não há dúvida de que se valeu do mundo externo para nutrir o interno e elegeu a escrita para registrar a constituição de ambos que, fixados graficamente, compõem um corpo escritural que é dado a circular através da leitura. Nessa conjuntura, corpo-escrito e corpo-lido integram o desejo muito íntimo do autor de dar uma feição ideal ao seu próprio “eu”, de dar voz a uma existência que se sentia coagida ao silêncio e a encenar, por meios não tão óbvios, uma comunicação que se perdura no tempo. É recorrendo especialmente aos seus escritos íntimos, como as cartas e os diários, que este artigo pretende demonstrar que confinamento, escrita, leitura e comunicação compõem uma mesma estratégia de fazer circular o seu corpo escritural e, consequentemente, a sua existência, (re)integrando-o a um mundo do qual desde muito cedo sentiu-se apartado.\u0000\u0000Palavras-chave: corpo; existência; escrita; voz; comunicação; (re)integração.\u0000 ","PeriodicalId":371417,"journal":{"name":"Revista Criação & Crítica","volume":"35 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125559582","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-22DOI: 10.11606/issn.1984-1124.i28p132-149
Luís Roberto Amabile
O presente ensaio discute a Escrita Criativa como um espaço de encontro. A discussão se alicerça por meio de uma cartografia de definições de Escrita Criativa, mesclada às reflexões advindas da experiência do autor como ministrante de oficinas e pesquisador da área. A metodologia consiste em investigar fontes diversas, como sites de universidades, trabalhos acadêmicos, livros teóricos, manuais, centrais de acolhimentos de escritores e, por fim, relatar experiências pessoais como ministrante de oficinas e cursos de Escrita Criativa para propor uma definição própria. A base teórica inclui Karen Lockney, D. G. Myers, Paul Dawson, Mark Mcgurl, João de Mancelos e Luiz Antonio de Assis Brasil.
本文将创意写作作为一种相遇的空间进行探讨。讨论的基础是创造性写作定义的制图,混合了作者作为研讨会讲师和该领域的研究者的经验所产生的反思。该方法包括调查各种来源,如大学网站、学术论文、理论书籍、手册、作家中心,最后报告作为研讨会和创意写作课程讲师的个人经验,以提出自己的定义。理论基础包括Karen Lockney, D. G. Myers, Paul Dawson, Mark Mcgurl, joao de Mancelos和Luiz Antonio de Assis Brasil。
{"title":"Do que estamos falando quando falamos de Escrita Criativa","authors":"Luís Roberto Amabile","doi":"10.11606/issn.1984-1124.i28p132-149","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i28p132-149","url":null,"abstract":"O presente ensaio discute a Escrita Criativa como um espaço de encontro. A discussão se alicerça por meio de uma cartografia de definições de Escrita Criativa, mesclada às reflexões advindas da experiência do autor como ministrante de oficinas e pesquisador da área. A metodologia consiste em investigar fontes diversas, como sites de universidades, trabalhos acadêmicos, livros teóricos, manuais, centrais de acolhimentos de escritores e, por fim, relatar experiências pessoais como ministrante de oficinas e cursos de Escrita Criativa para propor uma definição própria. A base teórica inclui Karen Lockney, D. G. Myers, Paul Dawson, Mark Mcgurl, João de Mancelos e Luiz Antonio de Assis Brasil.","PeriodicalId":371417,"journal":{"name":"Revista Criação & Crítica","volume":"55 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"127361528","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-22DOI: 10.11606/issn.1984-1124.i28p398-418
Débora de Souza, R. Borges
No âmbito da Filologia, em sua relação com outros saberes, conforme procedimentos metodológicos da crítica textual, buscamos construir um conhecimento a respeito de parte da escrita dramatúrgica da baiana Nivalda Costa, mulher negra que atuou de forma engajada nos campos do teatro, da literatura e da televisão, principalmente, nas décadas de 1970, 1980 e 1990. Tomamos para análise a Série de estudos cênicos sobre poder e espaço (SECPE) elaborada no período de 1975 a 1980, em tempos de ditadura militar, considerando os seis textos teatrais que a compõem, lidos por nós como textos-peças-manifestos, bem como outros documentos, da imprensa, da censura e do espetáculo, relacionados a esses textos. No tecer da série, escritura subversiva, por meio de pesquisas e experimentos, os conceitos de poder e espaço são tomados como principais dispositivos de criação e crítica, operadores mobilizados, estrategicamente, na proposta estética e ideológica, na produção de conhecimento, prática de resistência. Para tanto, recorremos ao Arquivo Hipertextual do dossiê da SECPE, acessível por meio do website http://acervonivaldacosta.com, plataforma composta por edições e documentos que adotamos como fonte de pesquisa.
{"title":"Dramaturgia e resistência: pesquisa, poder e espaço como dispositivos de criação e crítica","authors":"Débora de Souza, R. Borges","doi":"10.11606/issn.1984-1124.i28p398-418","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i28p398-418","url":null,"abstract":"No âmbito da Filologia, em sua relação com outros saberes, conforme procedimentos metodológicos da crítica textual, buscamos construir um conhecimento a respeito de parte da escrita dramatúrgica da baiana Nivalda Costa, mulher negra que atuou de forma engajada nos campos do teatro, da literatura e da televisão, principalmente, nas décadas de 1970, 1980 e 1990. Tomamos para análise a Série de estudos cênicos sobre poder e espaço (SECPE) elaborada no período de 1975 a 1980, em tempos de ditadura militar, considerando os seis textos teatrais que a compõem, lidos por nós como textos-peças-manifestos, bem como outros documentos, da imprensa, da censura e do espetáculo, relacionados a esses textos. No tecer da série, escritura subversiva, por meio de pesquisas e experimentos, os conceitos de poder e espaço são tomados como principais dispositivos de criação e crítica, operadores mobilizados, estrategicamente, na proposta estética e ideológica, na produção de conhecimento, prática de resistência. Para tanto, recorremos ao Arquivo Hipertextual do dossiê da SECPE, acessível por meio do website http://acervonivaldacosta.com, plataforma composta por edições e documentos que adotamos como fonte de pesquisa.","PeriodicalId":371417,"journal":{"name":"Revista Criação & Crítica","volume":"11 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124360358","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-22DOI: 10.11606/issn.1984-1124.i28p20-49
Samara Geske
Em 1949, Albert Camus viajou ao nosso país para empreender uma turnê de conferências no contexto de um intercâmbio cultural entre a França e o Brasil. A leitura do Diário de viagem composto durante sua estadia deixa a impressão de um grande desencontro entre o escritor e os brasileiros. Tal impressão é parcialmente verdadeira, uma vez que natureza do intercâmbio cultural enquanto "encontro oficial" impossibilitou de certa forma um verdadeiro encontro e um diálogo profícuo entre as partes. O objetivo de nosso artigo é mostrar que apesar disso o intercâmbio não foi um fracasso, pois seja nos encontros pessoais que travou ou por meio das ideias veiculadas em suas conferências houve um diálogo entre Camus, seus leitores e pares brasileiros. No Brasil, a visita deixa traços nos jornais da época, bem como na lembrança e nos relatos das pessoas que o receberam. Para Camus, algumas experiências vividas no Brasil e anotadas cuidadosamente no diário são empregadas na escrita da novela "A Pedra que cresce" de O Exílio e o Reino pela qual se opera um verdadeiro encontro com o Brasil por intermédio da ficção.
1949年,阿尔贝·加缪前往我国,在法国和巴西文化交流的背景下进行巡回会议。阅读他在逗留期间写的旅行日记,给人的印象是作者和巴西人之间存在着巨大的分歧。这种印象在一定程度上是正确的,因为文化交流作为“官方会议”的性质在某种程度上阻碍了双方之间真正的会议和富有成果的对话。我们文章的目的是表明,尽管如此,这次交流并没有失败,因为无论是在他的个人会议上,还是通过他在会议上传达的思想,加缪、他的读者和巴西同行之间都有对话。在巴西,这次访问在当时的报纸上留下了痕迹,也在接待他的人的记忆和描述中留下了痕迹。对加缪来说,他在巴西的一些经历,并在日记中仔细记录下来,被用于写小说《O exillio e O Reino》中的小说《A Pedra que cresce》,通过小说与巴西进行了真正的接触。
{"title":"Dos desencontros ao encontro: a viagem de Albert Camus ao Brasil em 1949","authors":"Samara Geske","doi":"10.11606/issn.1984-1124.i28p20-49","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i28p20-49","url":null,"abstract":"Em 1949, Albert Camus viajou ao nosso país para empreender uma turnê de conferências no contexto de um intercâmbio cultural entre a França e o Brasil. A leitura do Diário de viagem composto durante sua estadia deixa a impressão de um grande desencontro entre o escritor e os brasileiros. Tal impressão é parcialmente verdadeira, uma vez que natureza do intercâmbio cultural enquanto \"encontro oficial\" impossibilitou de certa forma um verdadeiro encontro e um diálogo profícuo entre as partes. O objetivo de nosso artigo é mostrar que apesar disso o intercâmbio não foi um fracasso, pois seja nos encontros pessoais que travou ou por meio das ideias veiculadas em suas conferências houve um diálogo entre Camus, seus leitores e pares brasileiros. No Brasil, a visita deixa traços nos jornais da época, bem como na lembrança e nos relatos das pessoas que o receberam. Para Camus, algumas experiências vividas no Brasil e anotadas cuidadosamente no diário são empregadas na escrita da novela \"A Pedra que cresce\" de O Exílio e o Reino pela qual se opera um verdadeiro encontro com o Brasil por intermédio da ficção.","PeriodicalId":371417,"journal":{"name":"Revista Criação & Crítica","volume":"175 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133629328","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-12-27DOI: 10.11606/issn.1984-1124.v1i25p4-17
F. Lucas
Destacando alguns momentos do meio século de escrita dos Cahiers de Paul Valéry, será possível observar como um conceito estético oriundo da música – a modulação – é transformado pelo poeta francês, sendo empregado já nos manuscritos da Introdução ao Método de Leonardo da Vinci para refletir sobre o olhar, a figura e o desenho. Com efeito, ao ser deslocada do universo musical para a artes plásticas, a ideia de modulação deixará de ser pensada como uma transição sucessiva entre tons de diferentes partes de uma obra para ser concebida como passagem hesitante, sucessiva e simultânea, entre múltiplas camadas heterogêneas da experiência estética. Desse modo, o ato de modular abrirá um campo de reverberações entre as diferentes artes no interior do qual o conceito de forma, longe de ser definido pela purificação analítica dos componentes elementares de um meio, suporte ou área de competência estética, refina-se nas hesitações e intervalos entre diferentes práticas e materiais artísticos. Assim, o diálogo entre o conceito valeryano de modulação e a artes plásticas poderá também precisar aspectos importantes do formalismo poético atribuído a Valéry.
{"title":"Modulações hesitantes do olhar","authors":"F. Lucas","doi":"10.11606/issn.1984-1124.v1i25p4-17","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v1i25p4-17","url":null,"abstract":"Destacando alguns momentos do meio século de escrita dos Cahiers de Paul Valéry, será possível observar como um conceito estético oriundo da música – a modulação – é transformado pelo poeta francês, sendo empregado já nos manuscritos da Introdução ao Método de Leonardo da Vinci para refletir sobre o olhar, a figura e o desenho. Com efeito, ao ser deslocada do universo musical para a artes plásticas, a ideia de modulação deixará de ser pensada como uma transição sucessiva entre tons de diferentes partes de uma obra para ser concebida como passagem hesitante, sucessiva e simultânea, entre múltiplas camadas heterogêneas da experiência estética. Desse modo, o ato de modular abrirá um campo de reverberações entre as diferentes artes no interior do qual o conceito de forma, longe de ser definido pela purificação analítica dos componentes elementares de um meio, suporte ou área de competência estética, refina-se nas hesitações e intervalos entre diferentes práticas e materiais artísticos. Assim, o diálogo entre o conceito valeryano de modulação e a artes plásticas poderá também precisar aspectos importantes do formalismo poético atribuído a Valéry.","PeriodicalId":371417,"journal":{"name":"Revista Criação & Crítica","volume":"29 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-12-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122656408","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-12-27DOI: 10.11606/issn.1984-1124.v1i25p211-228
Valquiria Pereira Alcantara
Quentin Blake ilustrou vários trabalhos de Roald Dahl possibilitando um diálogo instigante entre texto verbal e imagens. Apresentamos uma proposta de análise de “Chapeuzinho Vermelho e o lobo” e “Os três porquinhos” buscando a melhor compreensão de como o texto dahliano e as ilustrações de Blake se articulam à luz do percurso sugerido por Sophie Van der Linden detendo-nos, principalmente, nas relações e funções estabelecidas entre os textos verbal e visual. Observamos as vinhetas e as ilustrações que ocupam página inteira e como as imagens relacionam-se com o texto em língua inglesa bem como as traduções publicadas no Brasil e em Portugal. Como resultado de nossa análise verificamos que as ilustrações de Blake mantêm relação dinâmica com o texto verbal ora repetindo, ora ampliando o sentido do texto além de contribuir para a atualização dos contos proporcionando uma experiência bem-humorada de fruição dos textos. Concluímos que, embora o diálogo entre as ilustrações de Quentin Blake e o texto de Dahl se dê de forma diversa no que tange a língua, os leitores podem ter uma experiência rica e estimulante.
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Pub Date : 2019-12-27DOI: 10.11606/issn.1984-1124.v1i25p68-88
Fabiano Dalla Bona
A interação entre palavras e imagens é perpétua. Algumas vezes a relação é conflitual, outras vezes prevalece um estado de cooperação. Não é insólito que para compensar a ausência de um dos adversários, o outro evoque a sua presença: as imagens ilustram as palavras e as palavras descrevem as imagens. Essa última estratégia é exatamente a ékphrasis, uma das tantas formas nas quais se manifesta a relação entre a literatura e as artes figurativas, especialmente a pintura. É apenas uma palavra, mas seu significado não é unívoco. As discussões sobre o caráter da ékphrasis se entrelaçam com outras disputas sobre as relações entre as duas artes com muita intensidade na obra do italiano Gabriele D’Annunzio. Tratar-se-á das relações e dos diálogos entre os escritos dannunzianos (jornalismo, prosa e poesia) e a obra pictórica do pintor Pré-rafaelita Sir Lawrence Alma Tadema.
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