Pub Date : 2022-11-10DOI: 10.5007/2175-795x.2022.e83989
J. Seemann
Knowledge philosophies have been a constant theme in cartography for the last three decades and have resulted in a lively debate on a variety of approaches (modern, postmodern post-processual and post-representational) in the field. These discussions have not had a significant impact on theories and methodologies in cartographic education. Teaching about and with maps embraces well-established ideas, but is reticent to accept alternative modes. This article seeks to analyze cartographic views and epistemologies in the context of school cartography in Brazil in order to point out traditions, transitions and trends that consolidate easy-to-follow principles, but may curb a diversity of approaches in the subfield at the same time. I argue that teaching with maps requires a broader debate about adjustments and innovations beyond the taken-for-granted standards. For this purpose, I will briefly discuss epistemologies in the context of scientific cartography and then, based on the existent substantial bibliography on cartographic education in Brazil, outline specific traditions that have laid the foundations for today’s school cartography in the country. Obstacles and challenges for the development and improvement in teaching are identified, with the intention to rethink common practices and experiment alternative or complementary forms and modes in the classroom. The revision and reformulation of specific principles, concepts and themes can strengthen an inclusive, diversified and pluralistic vision in cartographic education that can serve as a useful tool for citizenship cartography in Brazil.
{"title":"Does cartographic education need an epistemology? Traditions and transitions in Brazilian school cartography","authors":"J. Seemann","doi":"10.5007/2175-795x.2022.e83989","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-795x.2022.e83989","url":null,"abstract":"Knowledge philosophies have been a constant theme in cartography for the last three decades and have resulted in a lively debate on a variety of approaches (modern, postmodern post-processual and post-representational) in the field. These discussions have not had a significant impact on theories and methodologies in cartographic education. Teaching about and with maps embraces well-established ideas, but is reticent to accept alternative modes. This article seeks to analyze cartographic views and epistemologies in the context of school cartography in Brazil in order to point out traditions, transitions and trends that consolidate easy-to-follow principles, but may curb a diversity of approaches in the subfield at the same time. I argue that teaching with maps requires a broader debate about adjustments and innovations beyond the taken-for-granted standards. For this purpose, I will briefly discuss epistemologies in the context of scientific cartography and then, based on the existent substantial bibliography on cartographic education in Brazil, outline specific traditions that have laid the foundations for today’s school cartography in the country. Obstacles and challenges for the development and improvement in teaching are identified, with the intention to rethink common practices and experiment alternative or complementary forms and modes in the classroom. The revision and reformulation of specific principles, concepts and themes can strengthen an inclusive, diversified and pluralistic vision in cartographic education that can serve as a useful tool for citizenship cartography in Brazil.","PeriodicalId":40693,"journal":{"name":"Perspectiva Geografica","volume":"45 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-11-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"76583119","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-25DOI: 10.5007/2175-795x.2022.e86771
Lucas Men Benatti, Teresa Kazuko Teruya
Como dispositivos de enunciação (cultural, social, ideológica) os filmes nos educam, nos ensinam modos de ser e agir no mundo. Cientes desta singularidade do papel cinematográfico, dirigimos nossa atenção as possibilidades (trans)formativas e antirracistas do Cinema Negro brasileiro. Amparados teórica e metodologicamente nos Estudos Culturais e em seus atravessamentos com os estudos étnico-raciais, midiáticos e educacionais, buscamos compreender de que modo o curta-metragem “Alma no Olho”, de Zózimo Bulbul, manifesta saberes estético-corpóreos capazes de apontar para possibilidades pedagógicas antirracistas. Bulbul é reconhecidamente um dos precursores da proposta do Cinema Negro e “Alma no Olho”, objeto de análise da pesquisa, apresenta formulações estéticas afro-diaspóricas de contestação ao regime racista de representação das populações negras. É no interior destas relações (culturais, pedagógicas, raciais, fílmicas) que interrogamos, como problema de pesquisa: de que modo o curta-metragem “Alma no Olho”, de Zózimo Bulbul, manifesta saberes estético-corpóreos capazes de apontar para possibilidades pedagógicas antirracistas? Neste batimento teórico-interpretativo, reconhecemos que o corpo de Bulbul, em “Alma no Olho”, anuncia uma performance filosófica de denúncia ao racismo e ao processo de colonização, e aponta, ao mesmo tempo, para a libertação e afirmação das identidades e dos conhecimentos das populações negras, demonstrando, pedagogicamente, que é possível rompermos com o pacto da branquitude [whiteness] e suas formas de educar.
作为表达(文化、社会、意识形态)的手段,电影教育我们,教会我们在这个世界上的存在和行为方式。意识到电影角色的独特性,我们将注意力转向巴西黑人电影的(转化)形成和反种族主义可能性。军队已经在文化研究和理论和方法论上的交叉和媒体研究民族问题和教育,我们要了解如何短片的眼睛”,“灵魂Zózimo Bulbul,产生审美知道-corpóreos能够指向可能性antirracistas教法。Bulbul被认为是黑人电影提案的先驱之一,而“Alma no Olho”,研究的分析对象,提出了非洲侨民美学公式,以挑战黑人人口代表的种族主义政权。正是在这些关系(文化、教育、种族、电影)中,我们提出了一个研究问题:zozimo Bulbul的短片“Alma no Olho”如何表现出能够指出反种族主义教育可能性的美学和身体知识?这个速率理论-interpretativo,我们看出Bulbul的尸体,在“灵魂的眼睛”,宣布一个哲学性的表现归种族主义和殖民的过程,同时指出,释放和声明的身份和知识的黑人就表明,我们把约定的期间,有可能branquitude whiteness及其教育形式。
{"title":"Saberes estético-corpóreos em “Alma no Olho” de Zózimo Bulbul: possibilidades para uma educação antirracista","authors":"Lucas Men Benatti, Teresa Kazuko Teruya","doi":"10.5007/2175-795x.2022.e86771","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-795x.2022.e86771","url":null,"abstract":"Como dispositivos de enunciação (cultural, social, ideológica) os filmes nos educam, nos ensinam modos de ser e agir no mundo. Cientes desta singularidade do papel cinematográfico, dirigimos nossa atenção as possibilidades (trans)formativas e antirracistas do Cinema Negro brasileiro. Amparados teórica e metodologicamente nos Estudos Culturais e em seus atravessamentos com os estudos étnico-raciais, midiáticos e educacionais, buscamos compreender de que modo o curta-metragem “Alma no Olho”, de Zózimo Bulbul, manifesta saberes estético-corpóreos capazes de apontar para possibilidades pedagógicas antirracistas. Bulbul é reconhecidamente um dos precursores da proposta do Cinema Negro e “Alma no Olho”, objeto de análise da pesquisa, apresenta formulações estéticas afro-diaspóricas de contestação ao regime racista de representação das populações negras. É no interior destas relações (culturais, pedagógicas, raciais, fílmicas) que interrogamos, como problema de pesquisa: de que modo o curta-metragem “Alma no Olho”, de Zózimo Bulbul, manifesta saberes estético-corpóreos capazes de apontar para possibilidades pedagógicas antirracistas? Neste batimento teórico-interpretativo, reconhecemos que o corpo de Bulbul, em “Alma no Olho”, anuncia uma performance filosófica de denúncia ao racismo e ao processo de colonização, e aponta, ao mesmo tempo, para a libertação e afirmação das identidades e dos conhecimentos das populações negras, demonstrando, pedagogicamente, que é possível rompermos com o pacto da branquitude [whiteness] e suas formas de educar.","PeriodicalId":40693,"journal":{"name":"Perspectiva Geografica","volume":"40 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-10-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"84957091","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-13DOI: 10.5007/2175-795x.2022.e84225
Marcia Alves Soares da Silva, Ricardo Devides Oliveira, Francisco De Assis Gonçalves Junior
A busca por uma educação geográfica que ofereça plurais e diversificados aprendizados transita por uma conexão mais profunda e sensível do sujeito com o mundo e, neste sentido, a narração adquire uma potência reveladora dessas possibilidades na medida em que permite (re)mobilizar o lado artístico da Geografia. Partindo do pressuposto que o diálogo entre Ciência e a Arte esteve, por muito tempo, adormecido no interior das reflexões epistemológicas da Geografia - fato relacionado ao domínio da hiperespecialização científica, organizado pelo método pragmático-positivista - os modos de fazer e pensar Geografia também foram, em alguns momentos, reduzidos e limitados, por exemplo, às operações estritamente descritivas; e, ainda hoje, a despeito dos avanços nas áreas correlatas, sofre com o reducionismo das possibilidades de leituras de mundo. Assim, o presente artigo, de cunho teórico e conceitual, reforçado pela pesquisa exploratória e revisão bibliográfica sobre o tema, objetiva refletir a relação entre a narração e a Geografia, buscando ir além do seu uso como recurso metodológico, mas evidenciando a dimensão do sensível e o treinamento do olhar. Nesse diálogo entre ideias e pensadores, intentamos preencher uma lacuna e apontar para caminhos geográficos que contribuam para a ampliação do debate epistemológico que permeia a educação geográfica.
{"title":"A potência da narração na educação geográfica: uma reflexão epistemológica","authors":"Marcia Alves Soares da Silva, Ricardo Devides Oliveira, Francisco De Assis Gonçalves Junior","doi":"10.5007/2175-795x.2022.e84225","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-795x.2022.e84225","url":null,"abstract":"A busca por uma educação geográfica que ofereça plurais e diversificados aprendizados transita por uma conexão mais profunda e sensível do sujeito com o mundo e, neste sentido, a narração adquire uma potência reveladora dessas possibilidades na medida em que permite (re)mobilizar o lado artístico da Geografia. Partindo do pressuposto que o diálogo entre Ciência e a Arte esteve, por muito tempo, adormecido no interior das reflexões epistemológicas da Geografia - fato relacionado ao domínio da hiperespecialização científica, organizado pelo método pragmático-positivista - os modos de fazer e pensar Geografia também foram, em alguns momentos, reduzidos e limitados, por exemplo, às operações estritamente descritivas; e, ainda hoje, a despeito dos avanços nas áreas correlatas, sofre com o reducionismo das possibilidades de leituras de mundo. Assim, o presente artigo, de cunho teórico e conceitual, reforçado pela pesquisa exploratória e revisão bibliográfica sobre o tema, objetiva refletir a relação entre a narração e a Geografia, buscando ir além do seu uso como recurso metodológico, mas evidenciando a dimensão do sensível e o treinamento do olhar. Nesse diálogo entre ideias e pensadores, intentamos preencher uma lacuna e apontar para caminhos geográficos que contribuam para a ampliação do debate epistemológico que permeia a educação geográfica.","PeriodicalId":40693,"journal":{"name":"Perspectiva Geografica","volume":"17 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-10-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"82114181","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-10DOI: 10.5007/2175-795x.2022.e84140
K. Springer, R. Nascimento
As disciplinas escolares são socialmente construídas e, consequentemente, sob o mesmo rótulo, diferentes conteúdos podem ser ensinados ao longo do tempo. Partindo desta premissa, nossas reflexões se debruçam sobre três referenciais curriculares: Proposta Curricular de Santa Catarina — Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio: Formação Docente para educação Infantil e Séries Iniciais de 1998, Proposta Curricular de Santa Catarina — Formação Integral na Educação Básica de 2014, e o Currículo Base da Educação Infantil e do Ensino Fundamental do Território Catarinense, este último preconizado pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e publicado em 2019. A partir de uma análise epistemológica e com base nos princípios da hermenêutica filosófica de Hans Gadamer, refletiremos sobre a construção destes referenciais curriculares e quais foram os processos envolvidos na formulação destes documentos, os pressupostos filosóficos e os fundamentos teórico-metodológicos que alicerçam a Geografia gestada por eles e que, consequentemente, desvelam qual Geografia Escolar se materializa em determinados tempos e espaços. Aqui, a história do pensamento geográfico se entrelaça não somente à história das disciplinas escolares, mas também às teorias curriculares, a fim de compreender os conhecimentos geográficos presentes no currículo catarinense ao longo do período analisado, identificando sincronias e diacronias. Tais análises permitiram considerarmos que a geografia curricular deste período assume uma pluralidade epistemológica tanto nos conteúdos quanto na orientação do trabalho do professor.
{"title":"Educação Geográfica nos Currículos Catarinenses: Episteme em evidência (1998 a 2019)","authors":"K. Springer, R. Nascimento","doi":"10.5007/2175-795x.2022.e84140","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-795x.2022.e84140","url":null,"abstract":"As disciplinas escolares são socialmente construídas e, consequentemente, sob o mesmo rótulo, diferentes conteúdos podem ser ensinados ao longo do tempo. Partindo desta premissa, nossas reflexões se debruçam sobre três referenciais curriculares: Proposta Curricular de Santa Catarina — Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio: Formação Docente para educação Infantil e Séries Iniciais de 1998, Proposta Curricular de Santa Catarina — Formação Integral na Educação Básica de 2014, e o Currículo Base da Educação Infantil e do Ensino Fundamental do Território Catarinense, este último preconizado pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e publicado em 2019. A partir de uma análise epistemológica e com base nos princípios da hermenêutica filosófica de Hans Gadamer, refletiremos sobre a construção destes referenciais curriculares e quais foram os processos envolvidos na formulação destes documentos, os pressupostos filosóficos e os fundamentos teórico-metodológicos que alicerçam a Geografia gestada por eles e que, consequentemente, desvelam qual Geografia Escolar se materializa em determinados tempos e espaços. Aqui, a história do pensamento geográfico se entrelaça não somente à história das disciplinas escolares, mas também às teorias curriculares, a fim de compreender os conhecimentos geográficos presentes no currículo catarinense ao longo do período analisado, identificando sincronias e diacronias. Tais análises permitiram considerarmos que a geografia curricular deste período assume uma pluralidade epistemológica tanto nos conteúdos quanto na orientação do trabalho do professor.","PeriodicalId":40693,"journal":{"name":"Perspectiva Geografica","volume":"101 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-10-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"74972258","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-04DOI: 10.5007/2175-795x.2022.e86797
Isabel Maria Sabino de Farias, Geandra Cláudia Silva Santos, I. C. Gurgel, Maria Raquel De Carvalho Azevedo
A Didática, inserta no âmbito de conhecimento e investigação dos fenômenos pedagógicos, é expressão de uma prática determinada social, histórica e culturalmente. Esse entendimento e a maneira como os professores concebem opções para enfrentar tensões e contradições da prática educativa, visando à garantia do direito à educação, recorrentemente, configuram objeto de estudo e compromisso político-pedagógico da Didática no contexto das disputas de classes nos limites do capitalismo, mediadas pela educação escolar. No Brasil, a crise política, agravada pela pandemia da covid-19, revelou retrocessos significativos. Na Educação, tal circunstância toma conformação nas contrarreformas curriculares, na afirmação do neotecnicismo pedagógico e na atuação marcante das tecnologias na escolarização. Objetiva-se problematizar os influxos dessa realidade no trabalho didático do professor, seus rebatimentos na efetivação do direito à educação, na organização do ensino e na docência. Reporta-se à análise teórica sustentada por formulações vinculadas a uma Didática crítica e intercultural. Questiona-se: Como pensar o trabalho didático do professor no contexto contemporâneo, caracterizado por tantos retrocessos? Quais as possibilidadesda Didática contribuir paraa interlocução do fazer docente com a formação,considerando a atual disputa no concerto da prática educativa?
{"title":"O trabalho didático do professor na atualidade: entre disputas, resistências e possibilidades","authors":"Isabel Maria Sabino de Farias, Geandra Cláudia Silva Santos, I. C. Gurgel, Maria Raquel De Carvalho Azevedo","doi":"10.5007/2175-795x.2022.e86797","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-795x.2022.e86797","url":null,"abstract":"A Didática, inserta no âmbito de conhecimento e investigação dos fenômenos pedagógicos, é expressão de uma prática determinada social, histórica e culturalmente. Esse entendimento e a maneira como os professores concebem opções para enfrentar tensões e contradições da prática educativa, visando à garantia do direito à educação, recorrentemente, configuram objeto de estudo e compromisso político-pedagógico da Didática no contexto das disputas de classes nos limites do capitalismo, mediadas pela educação escolar. No Brasil, a crise política, agravada pela pandemia da covid-19, revelou retrocessos significativos. Na Educação, tal circunstância toma conformação nas contrarreformas curriculares, na afirmação do neotecnicismo pedagógico e na atuação marcante das tecnologias na escolarização. Objetiva-se problematizar os influxos dessa realidade no trabalho didático do professor, seus rebatimentos na efetivação do direito à educação, na organização do ensino e na docência. Reporta-se à análise teórica sustentada por formulações vinculadas a uma Didática crítica e intercultural. Questiona-se: Como pensar o trabalho didático do professor no contexto contemporâneo, caracterizado por tantos retrocessos? Quais as possibilidadesda Didática contribuir paraa interlocução do fazer docente com a formação,considerando a atual disputa no concerto da prática educativa?","PeriodicalId":40693,"journal":{"name":"Perspectiva Geografica","volume":"112 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-10-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"78626760","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-03DOI: 10.5007/2175-795x.2022.e91169
Márcia De Souza Hobold, Isabel Maria Sabino de Farias
Este Dossiê, intitulado “A Didática em debate: questões contemporâneas”, constituído por oito artigos nacionais e internacionais, evidencia temas centrais à Didática sob o prisma do que, na atualidade, atravessa esse campo de conhecimento e de investigação dos fenômenos pedagógicos. A imagem cunhada na capa deste dossiê, creditada a Giovani Hobold, é uma representação da intencionalidade que moveu a formulação e o desenvolvimento desta produção, uma vez que evoca o intuito de desvelar tensões, potencialidade e diferentes perspectivas que permeiam o processo de ensino e de aprendizagem. Tal contexto, consubstanciado por aspectos que ora matizam a cena socioeduativa nacional, com seus desafios advindos da contemporaneidade, que se imiscuem ao cotidiano das instituições educacionais.....
{"title":"A didática em debate: questões contemporâneas: prólogo para situar tensões, potencialidades e perspectivas","authors":"Márcia De Souza Hobold, Isabel Maria Sabino de Farias","doi":"10.5007/2175-795x.2022.e91169","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-795x.2022.e91169","url":null,"abstract":"Este Dossiê, intitulado “A Didática em debate: questões contemporâneas”, constituído por oito artigos nacionais e internacionais, evidencia temas centrais à Didática sob o prisma do que, na atualidade, atravessa esse campo de conhecimento e de investigação dos fenômenos pedagógicos. A imagem cunhada na capa deste dossiê, creditada a Giovani Hobold, é uma representação da intencionalidade que moveu a formulação e o desenvolvimento desta produção, uma vez que evoca o intuito de desvelar tensões, potencialidade e diferentes perspectivas que permeiam o processo de ensino e de aprendizagem. Tal contexto, consubstanciado por aspectos que ora matizam a cena socioeduativa nacional, com seus desafios advindos da contemporaneidade, que se imiscuem ao cotidiano das instituições educacionais.....","PeriodicalId":40693,"journal":{"name":"Perspectiva Geografica","volume":"72 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-10-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"74670816","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-03DOI: 10.5007/2175-795x.2022.e88370
Lenilda Rego Albuquerque de Faria
O artigo analisa as contribuições da Didática Histórico-Crítica para o processo ensino-aprendizagem, para a formação de professores e a prática docente. Para tanto, indaga-se sobre as contribuições da Didática Histórico-Crítica para o processo ensino-aprendizagem e focaliza-se as bases teórico-metodológicas da teoria pedagógica sistematizada por Dermeval Saviani, de modo a evidenciar as implicações pedagógico-didáticas para o ato educativo. No que tange às referências teórico-metodológicas, a pesquisa tem seus fundamentos na teoria do ser social de Marx e em seu método crítico-dialético. Recorre-se à pesquisa bibliográfica, notadamente a textos e livros de pensadores marxianos e marxistas. A Didática é compreendida como teoria do ensino como uma totalidade concreta, portanto, é a ciência do processo de ensinar e de aprender. Os resultados apontam para a objetividade e a potência pedagógica do método pedagógico da PHC, como também sinalizam para a necessidade do método dialético na compreensão da prática educativa e suas finalidades educativas na ordem social capitalista. A contribuição da didática para a formação e para a prática docente consiste na produção de um conhecimento que potencialize as condições de efetivação do processo ensino-aprendizagem, tendo a prática social dos estudantes como ponto de partida e de chegada, com vistas a contribuir com a formação omnilateral dos indivíduos. Palavras-chave: Pedagogia histórico-crítica. Didática histórico-crítica. Formação omnilateral
{"title":"A Didática Histórico-Crítica: contribuições para o ato educativo","authors":"Lenilda Rego Albuquerque de Faria","doi":"10.5007/2175-795x.2022.e88370","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-795x.2022.e88370","url":null,"abstract":"O artigo analisa as contribuições da Didática Histórico-Crítica para o processo ensino-aprendizagem, para a formação de professores e a prática docente. Para tanto, indaga-se sobre as contribuições da Didática Histórico-Crítica para o processo ensino-aprendizagem e focaliza-se as bases teórico-metodológicas da teoria pedagógica sistematizada por Dermeval Saviani, de modo a evidenciar as implicações pedagógico-didáticas para o ato educativo. No que tange às referências teórico-metodológicas, a pesquisa tem seus fundamentos na teoria do ser social de Marx e em seu método crítico-dialético. Recorre-se à pesquisa bibliográfica, notadamente a textos e livros de pensadores marxianos e marxistas. A Didática é compreendida como teoria do ensino como uma totalidade concreta, portanto, é a ciência do processo de ensinar e de aprender. Os resultados apontam para a objetividade e a potência pedagógica do método pedagógico da PHC, como também sinalizam para a necessidade do método dialético na compreensão da prática educativa e suas finalidades educativas na ordem social capitalista. A contribuição da didática para a formação e para a prática docente consiste na produção de um conhecimento que potencialize as condições de efetivação do processo ensino-aprendizagem, tendo a prática social dos estudantes como ponto de partida e de chegada, com vistas a contribuir com a formação omnilateral dos indivíduos.\u0000Palavras-chave: Pedagogia histórico-crítica. Didática histórico-crítica. Formação omnilateral\u0000 ","PeriodicalId":40693,"journal":{"name":"Perspectiva Geografica","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-10-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"73056773","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-26DOI: 10.5007/2175-795x.2022.e85495
Cristina Fioreze
Os esforços na direção de uma perspectiva sustentável de desenvolvimento são crescentes e ganham intensidade a partir do contexto da pandemia da Covid-19, tornando ainda mais pertinente a Agenda 2030 e seus Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). O artigo discute o compromisso da educação superior com a realização dos ODS e, nesse sentido, analisa o modelo comunitário de universidade buscando compreender de que forma e em que medida ele ainda apresenta aderência aos ODS, tendo em vista o contexto de crise e acirramento da competição mercantil que vivencia. Metodologicamente, ancora-se em pesquisa qualitativa e de campo realizada junto a amostra de quatro universidades comunitárias, com dados coletados através de entrevistas semi-estruturadas com doze gestores e pesquisadores dessas instituições. À luz do enquadramento teórico proposto por McCowan (2019), os dados foram analisados em três eixos: tendências no engajamento com a comunidade: ensino, pesquisa e extensão; forças centrípetas: pressões em direção à homogeneização com modelos institucionais convencionais; e entre a responsividade democrática e a responsividade baseada no mercado. Como resultados, constata-se que as relações universidade-sociedade passam por transformações, mas o modelo ainda preserva o compromisso com o desenvolvimento regional. Ao tempo em que a natureza porosa das instituições comunitárias é elemento facilitador para o compromisso com os ODS, também facilita a aproximação com o mercado e pode prescrever uma submissão a ele, numa tendência de isomorfismo com a universidade empresarial. Isto descaracterizaria o modelo comunitário enquanto tal, levando-o a perder seu potencial de alternativa para a realização dos ODS.
{"title":"As universidades comunitárias e os ODS: entre o compromisso com o bem público e a submissão ao mercado","authors":"Cristina Fioreze","doi":"10.5007/2175-795x.2022.e85495","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-795x.2022.e85495","url":null,"abstract":"Os esforços na direção de uma perspectiva sustentável de desenvolvimento são crescentes e ganham intensidade a partir do contexto da pandemia da Covid-19, tornando ainda mais pertinente a Agenda 2030 e seus Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). O artigo discute o compromisso da educação superior com a realização dos ODS e, nesse sentido, analisa o modelo comunitário de universidade buscando compreender de que forma e em que medida ele ainda apresenta aderência aos ODS, tendo em vista o contexto de crise e acirramento da competição mercantil que vivencia. Metodologicamente, ancora-se em pesquisa qualitativa e de campo realizada junto a amostra de quatro universidades comunitárias, com dados coletados através de entrevistas semi-estruturadas com doze gestores e pesquisadores dessas instituições. À luz do enquadramento teórico proposto por McCowan (2019), os dados foram analisados em três eixos: tendências no engajamento com a comunidade: ensino, pesquisa e extensão; forças centrípetas: pressões em direção à homogeneização com modelos institucionais convencionais; e entre a responsividade democrática e a responsividade baseada no mercado. Como resultados, constata-se que as relações universidade-sociedade passam por transformações, mas o modelo ainda preserva o compromisso com o desenvolvimento regional. Ao tempo em que a natureza porosa das instituições comunitárias é elemento facilitador para o compromisso com os ODS, também facilita a aproximação com o mercado e pode prescrever uma submissão a ele, numa tendência de isomorfismo com a universidade empresarial. Isto descaracterizaria o modelo comunitário enquanto tal, levando-o a perder seu potencial de alternativa para a realização dos ODS.","PeriodicalId":40693,"journal":{"name":"Perspectiva Geografica","volume":"3 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-09-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"78558622","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-26DOI: 10.5007/2175-795x.2022.e87068
Aline De Carvalho Moura, Joyce Da Costa Lima, Jonatan Fernando da Silva Reis, Fabiana De Oliveira dos Santos
Este artigo tem como objeto de análise a pesquisa em educação e problematiza como a produção bibliográfica publicada em periódicos A1, no quadriênio 2013-2016, tem contribuído para pensar a prática da pesquisa em educação. Para responder ao problema proposto, o trabalho teve como objetivo analisar a produção de pesquisas educacionais a partir de três elementos constituintes da pesquisa: objeto ou tema, metodologia ou procedimento de trabalho e embasamento teórico. Pautado em uma perspectiva sócio-histórica, o trabalho foi desenvolvido a partir da identificação e da análise dos elementos da pesquisa com base nos resumos das unidades bibliográficas publicadas no quadriênio 2013-2016, desenvolvidas em programas de pós-graduação em educação com notas 7, nesse mesmo período, considerando apenas os artigos de periódicos apresentados nos documentos de avaliação divulgados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). A atividade de identificação dos elementos pretendidos na análise dos resumos foi realizada a partir da construção de um formulário, cujo preenchimento foi realizado por quatro pesquisadores. Posteriormente, foram verificadas as indicações dos elementos no texto do resumo, descrevendo, exatamente, o que fora apresentado pelos autores de cada artigo, referentes aos elementos aqui pesquisados. Após a análise de 223 artigos, compreendemos que existe certa falta de cuidado ao apresentar informações importantes para a apresentação do texto os resumos. Além disso, consideramos que a falta de rigor teórico-metodológico pode provocar certas fragilidades na produção de conhecimento em educação, uma vez que o campo tem se afastado dos critérios de cientificidade próprios às produções acadêmico-científicas.
{"title":"A prática da pesquisa em educação no quadriênio 2013-2016: a produção na pós-graduação no Brasil","authors":"Aline De Carvalho Moura, Joyce Da Costa Lima, Jonatan Fernando da Silva Reis, Fabiana De Oliveira dos Santos","doi":"10.5007/2175-795x.2022.e87068","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-795x.2022.e87068","url":null,"abstract":"Este artigo tem como objeto de análise a pesquisa em educação e problematiza como a produção bibliográfica publicada em periódicos A1, no quadriênio 2013-2016, tem contribuído para pensar a prática da pesquisa em educação. Para responder ao problema proposto, o trabalho teve como objetivo analisar a produção de pesquisas educacionais a partir de três elementos constituintes da pesquisa: objeto ou tema, metodologia ou procedimento de trabalho e embasamento teórico. Pautado em uma perspectiva sócio-histórica, o trabalho foi desenvolvido a partir da identificação e da análise dos elementos da pesquisa com base nos resumos das unidades bibliográficas publicadas no quadriênio 2013-2016, desenvolvidas em programas de pós-graduação em educação com notas 7, nesse mesmo período, considerando apenas os artigos de periódicos apresentados nos documentos de avaliação divulgados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). A atividade de identificação dos elementos pretendidos na análise dos resumos foi realizada a partir da construção de um formulário, cujo preenchimento foi realizado por quatro pesquisadores. Posteriormente, foram verificadas as indicações dos elementos no texto do resumo, descrevendo, exatamente, o que fora apresentado pelos autores de cada artigo, referentes aos elementos aqui pesquisados. Após a análise de 223 artigos, compreendemos que existe certa falta de cuidado ao apresentar informações importantes para a apresentação do texto os resumos. Além disso, consideramos que a falta de rigor teórico-metodológico pode provocar certas fragilidades na produção de conhecimento em educação, uma vez que o campo tem se afastado dos critérios de cientificidade próprios às produções acadêmico-científicas.","PeriodicalId":40693,"journal":{"name":"Perspectiva Geografica","volume":"64 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-09-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"79202543","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-12DOI: 10.5007/2175-795x.2022.e85362
Amarildo Inácio Dos Santos, M. Gomes Brito de Sá, Daniele Farias Freire Raic
Este artigo visa estabelecer um diálogo entre Nietzsche, Deleuze e a educação. Para isso são estabelecidas e problematizadas algumas relações entre as concepções teóricas de moral de negação, desenvolvida por Nietzsche; Diferença, formulada por Deleuze e a abordagem pós-crítica dos estudos curriculares. O objetivo perseguido neste trabalho foi problematizar ressonâncias da moral judaico-cristã na relação educação-Diferença e possíveis efeitos de poder decorrentes disso. Com base em aporte teórico de enquadramento epistemológico pós-estruturalista, argumenta-se que a moral de negação atravessa os currículos escolares. Em função disso, os currículos assumem determinadas identidades como essências tomando-as como modelos nos processos de subjetivação. Por privilegiar a produção de identidades, os currículos não concebem a Diferença em si mesma, sem referente. Apenas a concebem como diferença em relação a, como variação de identidades naturalizadas que privilegiam e tentam reproduzir. A partir de Deleuze propõe-se pensar os currículos na perspectiva da Diferença. Currículos pensados por essas lentes teóricas não assumem passivamente a moral de negação e a identidade como verdades fundantes e absolutas, mas as colocam em questão enquanto defendem uma moral afirmativa que cria e recria a si dando vazão à Diferença em si mesma. Currículos assim constituídos não buscam homogeneizar os indivíduos, mas aumentar sua potência de agir e afirmar-se como singularidades em processos constantes de construção-desconstrução-reconstrução.
{"title":"Moral, diferença e currículo: diálogos entre Nietzsche, Deleuze e a educação","authors":"Amarildo Inácio Dos Santos, M. Gomes Brito de Sá, Daniele Farias Freire Raic","doi":"10.5007/2175-795x.2022.e85362","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-795x.2022.e85362","url":null,"abstract":"Este artigo visa estabelecer um diálogo entre Nietzsche, Deleuze e a educação. Para isso são estabelecidas e problematizadas algumas relações entre as concepções teóricas de moral de negação, desenvolvida por Nietzsche; Diferença, formulada por Deleuze e a abordagem pós-crítica dos estudos curriculares. O objetivo perseguido neste trabalho foi problematizar ressonâncias da moral judaico-cristã na relação educação-Diferença e possíveis efeitos de poder decorrentes disso. Com base em aporte teórico de enquadramento epistemológico pós-estruturalista, argumenta-se que a moral de negação atravessa os currículos escolares. Em função disso, os currículos assumem determinadas identidades como essências tomando-as como modelos nos processos de subjetivação. Por privilegiar a produção de identidades, os currículos não concebem a Diferença em si mesma, sem referente. Apenas a concebem como diferença em relação a, como variação de identidades naturalizadas que privilegiam e tentam reproduzir. A partir de Deleuze propõe-se pensar os currículos na perspectiva da Diferença. Currículos pensados por essas lentes teóricas não assumem passivamente a moral de negação e a identidade como verdades fundantes e absolutas, mas as colocam em questão enquanto defendem uma moral afirmativa que cria e recria a si dando vazão à Diferença em si mesma. Currículos assim constituídos não buscam homogeneizar os indivíduos, mas aumentar sua potência de agir e afirmar-se como singularidades em processos constantes de construção-desconstrução-reconstrução.","PeriodicalId":40693,"journal":{"name":"Perspectiva Geografica","volume":"25 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-09-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"87885129","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}