Pub Date : 2024-07-05DOI: 10.37508/rcl.2024.n52a1293
Tatiana Da Cruz Tavares, Lucilene Soares da Costa
Este trabalho analisa, a partir das obras Esse cabelo (2017) e Luanda, Lisboa, Paraíso (2019), da escritora luso-angolana Djaimilia Pereira de Almeida, o procedimento da pós-memória como dispositivo relevante da (re)construção das narrativas da chamada segunda geração ou filhos da guerra. Os sujeitos desse processo cresceram rodeados por relatos, objetos e fotografias que se transformaram em uma forma de herança pós-colonial e ajudaram a formar a memória daquilo que não foi experienciado diretamente, mas de alguma forma lhes foi transmitido pela memória familiar e de grupo, ou seja, a pós-memória. Para tanto, percorreremos as trajetórias de Mila, Cartola e Aquiles, personagens dos referidos romances, que tiveram suas vidas transformadas pela imigração de Angola para Portugal. Objetivamos, com isso, trazer à luz a obra de uma importante escritora da diáspora angolana, evidenciar como se realiza a representação da experiência histórica e subjetiva dos sujeitos pós-coloniais e analisar os procedimentos narrativos que são próprios do discurso da memória e da pós-memória, termo originalmente proposto por Marianne Hirsch para tratar das transmissões de uma geração para outra de episódios ou eventos traumáticos. Apesar de recente, a obra de Djaimilia possui uma considerável fortuna crítica, logo, a opção por estudá-la a partir de um conceito ainda pouco explorado em suas narrativas, considerando os estudos de Marianne Hirsch (2008), Beatriz Sarlo (2007), Margarida Calafate Ribeiro (2013; 2020), António Sousa Ribeiro (2013), entre outros.
{"title":"Pós-memória e intertextualidade como dispositivos da (re)construção da experiência da segunda geração nas narrativas de Djaimilia Pereira de Almeida","authors":"Tatiana Da Cruz Tavares, Lucilene Soares da Costa","doi":"10.37508/rcl.2024.n52a1293","DOIUrl":"https://doi.org/10.37508/rcl.2024.n52a1293","url":null,"abstract":"Este trabalho analisa, a partir das obras Esse cabelo (2017) e Luanda, Lisboa, Paraíso (2019), da escritora luso-angolana Djaimilia Pereira de Almeida, o procedimento da pós-memória como dispositivo relevante da (re)construção das narrativas da chamada segunda geração ou filhos da guerra. Os sujeitos desse processo cresceram rodeados por relatos, objetos e fotografias que se transformaram em uma forma de herança pós-colonial e ajudaram a formar a memória daquilo que não foi experienciado diretamente, mas de alguma forma lhes foi transmitido pela memória familiar e de grupo, ou seja, a pós-memória. Para tanto, percorreremos as trajetórias de Mila, Cartola e Aquiles, personagens dos referidos romances, que tiveram suas vidas transformadas pela imigração de Angola para Portugal. Objetivamos, com isso, trazer à luz a obra de uma importante escritora da diáspora angolana, evidenciar como se realiza a representação da experiência histórica e subjetiva dos sujeitos pós-coloniais e analisar os procedimentos narrativos que são próprios do discurso da memória e da pós-memória, termo originalmente proposto por Marianne Hirsch para tratar das transmissões de uma geração para outra de episódios ou eventos traumáticos. Apesar de recente, a obra de Djaimilia possui uma considerável fortuna crítica, logo, a opção por estudá-la a partir de um conceito ainda pouco explorado em suas narrativas, considerando os estudos de Marianne Hirsch (2008), Beatriz Sarlo (2007), Margarida Calafate Ribeiro (2013; 2020), António Sousa Ribeiro (2013), entre outros.","PeriodicalId":500160,"journal":{"name":"Convergência Lusíada","volume":" 15","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-07-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"141675817","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-04-21DOI: 10.37508/rcl.2024.nesp.a1262
Leonardo Davino de Oliveira, Maria Verônica Da Silva
O artigo, atravessado pela discussão da interseccionalidade, busca delinear uma breve contextualização quanto ao surgimento do samba e a sua indissociabilidade da voz feminina negra, aqui representada pela figura de Dona Ivone Lara. Neste cenário, de um lado, temos um Brasil que se quer moderno e que anseia por um elo que conecte o país; do outro, temos os Oito Batutas levando o samba a Paris. É o inevitável: o samba como elemento essencial para pensar o Brasil nacional e internacionalmente. No centro de uma narrativa hegemônica, urge o eu vocalizado pelo sujeito negro; urge o “eu vim de lá, eu vim de lá, pequeninha” (Lara, 1981, faixa 03) corroborando o rompimento da história única.
这篇文章通过对交叉性的讨论,试图简要概述桑巴舞出现的背景及其与黑人女性声音密不可分的关系,黑人女性的代表人物是 Dona Ivone Lara。在这种情况下,一方面,巴西希望成为一个现代化的国家,并渴望建立一种连接国家的纽带;另一方面,奥伊托-巴图塔(Oito Batutas)将桑巴舞带到了巴黎。这是不可避免的:桑巴舞是思考巴西国内和国际问题的基本要素。在霸权叙事的中心,黑人主体迫切需要表达自我;迫切需要 "eu vim de lá,eu vim de lá,pequeninha"(Lara,1981 年,第 03 首曲目),以证实与单一历史的决裂。
{"title":"Moderna matriarca: Dona Ivone Lara","authors":"Leonardo Davino de Oliveira, Maria Verônica Da Silva","doi":"10.37508/rcl.2024.nesp.a1262","DOIUrl":"https://doi.org/10.37508/rcl.2024.nesp.a1262","url":null,"abstract":"O artigo, atravessado pela discussão da interseccionalidade, busca delinear uma breve contextualização quanto ao surgimento do samba e a sua indissociabilidade da voz feminina negra, aqui representada pela figura de Dona Ivone Lara. Neste cenário, de um lado, temos um Brasil que se quer moderno e que anseia por um elo que conecte o país; do outro, temos os Oito Batutas levando o samba a Paris. É o inevitável: o samba como elemento essencial para pensar o Brasil nacional e internacionalmente. No centro de uma narrativa hegemônica, urge o eu vocalizado pelo sujeito negro; urge o “eu vim de lá, eu vim de lá, pequeninha” (Lara, 1981, faixa 03) corroborando o rompimento da história única.","PeriodicalId":500160,"journal":{"name":"Convergência Lusíada","volume":"108 47","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140678799","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-04-21DOI: 10.37508/rcl.2024.nesp.a1264
A. Gardel
A hipótese de leitura aqui defendida é a de que o corpo, em estados liminares, do sujeito de enunciação pessoano, doado em sacrifício para que a escrita heteronímica originária se instaure, atua em um tipo de concepção literária em que a visão e o visto circulam num mesmo campo de imanência. O que produz uma visão-tato, em copresença, que incorpora o outro e o transmodela em clivagem de si, abrindo infinitas novas alteridades. Leitura que, por caminhos e naturezas diversas, aproxima, comparativamente, os processos de acoplagens de alteridades do xamã amazônico, baseado em alianças político-espirituais, da heterológica de Pessoa. Assim como entrevê, ainda, similaridades entre os espaços-tempos adentrados por ambos – o caos pré-cronológico pessoano e o passado absoluto xamânico – para que tais operações ocorram.
{"title":"Pessoa xamã","authors":"A. Gardel","doi":"10.37508/rcl.2024.nesp.a1264","DOIUrl":"https://doi.org/10.37508/rcl.2024.nesp.a1264","url":null,"abstract":"A hipótese de leitura aqui defendida é a de que o corpo, em estados liminares, do sujeito de enunciação pessoano, doado em sacrifício para que a escrita heteronímica originária se instaure, atua em um tipo de concepção literária em que a visão e o visto circulam num mesmo campo de imanência. O que produz uma visão-tato, em copresença, que incorpora o outro e o transmodela em clivagem de si, abrindo infinitas novas alteridades. Leitura que, por caminhos e naturezas diversas, aproxima, comparativamente, os processos de acoplagens de alteridades do xamã amazônico, baseado em alianças político-espirituais, da heterológica de Pessoa. Assim como entrevê, ainda, similaridades entre os espaços-tempos adentrados por ambos – o caos pré-cronológico pessoano e o passado absoluto xamânico – para que tais operações ocorram.","PeriodicalId":500160,"journal":{"name":"Convergência Lusíada","volume":"113 19","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140678159","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-04-21DOI: 10.37508/rcl.2024.nesp.a1263
G. Dealtry
A chamada Belle Époque carioca configura-se como um espaço de debates públicos acirrados sobre o surgimento da mulher moderna. O presente artigo analisa como João do Rio e Júlia Lopes de Almeida apoiaram a emancipação feminina em termos alinhados com os ideais da modernidade, ao mesmo tempo em que teciam críticas a certos aspectos das práticas feministas. Para isso, investiga-se como o discurso literário – em contos, crônicas e entrevistas – adquire funções pedagógicas e moralizantes frente a um feminismo que, muitas vezes, parecia colocar em risco a estabilidade da família, ancorada na figura materna.
{"title":"Modernas, sim. Feministas, não – breves considerações sobre a emancipação das mulheres em João do Rio e Júlia Lopes de Almeida","authors":"G. Dealtry","doi":"10.37508/rcl.2024.nesp.a1263","DOIUrl":"https://doi.org/10.37508/rcl.2024.nesp.a1263","url":null,"abstract":"A chamada Belle Époque carioca configura-se como um espaço de debates públicos acirrados sobre o surgimento da mulher moderna. O presente artigo analisa como João do Rio e Júlia Lopes de Almeida apoiaram a emancipação feminina em termos alinhados com os ideais da modernidade, ao mesmo tempo em que teciam críticas a certos aspectos das práticas feministas. Para isso, investiga-se como o discurso literário – em contos, crônicas e entrevistas – adquire funções pedagógicas e moralizantes frente a um feminismo que, muitas vezes, parecia colocar em risco a estabilidade da família, ancorada na figura materna.","PeriodicalId":500160,"journal":{"name":"Convergência Lusíada","volume":"104 5","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140678634","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-04-21DOI: 10.37508/rcl.2024.nesp.a1288
Izabel Margato
Num primeiro momento, este texto buscará apresentar as articulações existentes entre as categorias: novo, ruptura, tradição da ruptura, vanguarda e originalidade. A partir daí, serão examinadas as tensões entre o estético e o ideológico; o cosmopolitismo e o nacionalismo. Também serão retomadas as teorias de modernização e suas determinantes em relação à inserção do produto cultural no campo político e social; a estética da ruptura e sua articulação com o tempo histórico. Ao incidir sobre os modernismos e a identidade cultural de Portugal, serão analisados alguns segmentos que caracterizam o modernismo português. Manifestos modernistas, textos de intervenção e propostas estéticas.
{"title":"O moderno e suas configurações em poemas de Charles Baudelaire, Cesário Verde e Fernando Pessoa","authors":"Izabel Margato","doi":"10.37508/rcl.2024.nesp.a1288","DOIUrl":"https://doi.org/10.37508/rcl.2024.nesp.a1288","url":null,"abstract":"Num primeiro momento, este texto buscará apresentar as articulações existentes entre as categorias: novo, ruptura, tradição da ruptura, vanguarda e originalidade. A partir daí, serão examinadas as tensões entre o estético e o ideológico; o cosmopolitismo e o nacionalismo. Também serão retomadas as teorias de modernização e suas determinantes em relação à inserção do produto cultural no campo político e social; a estética da ruptura e sua articulação com o tempo histórico. Ao incidir sobre os modernismos e a identidade cultural de Portugal, serão analisados alguns segmentos que caracterizam o modernismo português. Manifestos modernistas, textos de intervenção e propostas estéticas.","PeriodicalId":500160,"journal":{"name":"Convergência Lusíada","volume":"123 39","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140679185","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-04-21DOI: 10.37508/rcl.2024.nesp.a1289
Lucas Laurentino Oliveira
O presente trabalho objetiva analisar o ensaio de Jorge de Sena “O poeta é um fingidor” e, a partir dele, investigar o processo de composição crítica do autor, assim como as suas relações com a obra de Fernando Pessoa e os modernismos de Orpheu e Presença. Ao final, espera-se demonstrar que Jorge de Sena, na leitura que faz de Pessoa, reivindica uma crítica literária que seja capaz de compreender a revolução da linguagem empreendida pelo Modernismo.
本文旨在分析豪尔赫-德-塞纳(Jorge de Sena)的文章《诗人是个伪装者》(O poeta é um fingidor),并在此基础上研究作者的批评创作过程,以及他与费尔南多-佩索阿(Fernando Pessoa)的作品、《奥尔菲》(Orpheu)和《普雷森萨》(Presença)的现代主义之间的关系。最后,我们希望证明,豪尔赫-德-塞纳在对佩索阿的解读中,要求一种能够理解现代主义所进行的语言革命的文学批评。
{"title":"Jorge de Sena e Fernando Pessoa: para uma crítica modernista","authors":"Lucas Laurentino Oliveira","doi":"10.37508/rcl.2024.nesp.a1289","DOIUrl":"https://doi.org/10.37508/rcl.2024.nesp.a1289","url":null,"abstract":"O presente trabalho objetiva analisar o ensaio de Jorge de Sena “O poeta é um fingidor” e, a partir dele, investigar o processo de composição crítica do autor, assim como as suas relações com a obra de Fernando Pessoa e os modernismos de Orpheu e Presença. Ao final, espera-se demonstrar que Jorge de Sena, na leitura que faz de Pessoa, reivindica uma crítica literária que seja capaz de compreender a revolução da linguagem empreendida pelo Modernismo.","PeriodicalId":500160,"journal":{"name":"Convergência Lusíada","volume":"104 28","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140679010","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-04-21DOI: 10.37508/rcl.2024.nesp.a1301
Aline Leão do Nascimento
São apresentadas as leituras que o poeta brasileiro Murilo Mendes fez sobre Fernando Pessoa desde a publicação em jornal, em 1944, de seu artigo “Fernando Pessoa”, até a prosa “Fernando Pessoa”, de seu livro Janelas Verdes, escrito em meados da década de 60. No entremeio, outras menções de Murilo Mendes ao poeta português são consideradas, como as que se lê, nos anos 50, em carta ao crítico e escritor português Adolfo Casais Monteiro e em “Murilograma a Fernando Pessoa”, poema de 1964. O objetivo é contribuir para o entendimento da forma com que Murilo lê ou relê Fernando Pessoa, situar essas leituras aos seus contextos de produção e destacar em que medida elas se modificaram ao longo do tempo.
本书介绍了巴西诗人穆里洛-门德斯对费尔南多-佩索阿的解读,从他 1944 年在报纸上发表的文章 "费尔南多-佩索阿",到他 60 年代中期所写的《绿色之窗》(Janelas Verdes)一书中的散文 "费尔南多-佩索阿"。此外,还讨论了穆里洛-门德斯提及葡萄牙诗人的其他作品,如 20 世纪 50 年代写给葡萄牙评论家和作家阿道夫-卡萨伊斯-蒙泰罗的一封信,以及 1964 年创作的诗歌 "Murilograma a Fernando Pessoa"。目的是帮助理解穆里洛解读或重新解读费尔南多-佩索阿的方式,将这些解读置于其创作背景中,并强调它们随着时间的推移而发生变化的程度。
{"title":"Murilo Mendes (re)lê Fernando Pessoa","authors":"Aline Leão do Nascimento","doi":"10.37508/rcl.2024.nesp.a1301","DOIUrl":"https://doi.org/10.37508/rcl.2024.nesp.a1301","url":null,"abstract":"São apresentadas as leituras que o poeta brasileiro Murilo Mendes fez sobre Fernando Pessoa desde a publicação em jornal, em 1944, de seu artigo “Fernando Pessoa”, até a prosa “Fernando Pessoa”, de seu livro Janelas Verdes, escrito em meados da década de 60. No entremeio, outras menções de Murilo Mendes ao poeta português são consideradas, como as que se lê, nos anos 50, em carta ao crítico e escritor português Adolfo Casais Monteiro e em “Murilograma a Fernando Pessoa”, poema de 1964. O objetivo é contribuir para o entendimento da forma com que Murilo lê ou relê Fernando Pessoa, situar essas leituras aos seus contextos de produção e destacar em que medida elas se modificaram ao longo do tempo.","PeriodicalId":500160,"journal":{"name":"Convergência Lusíada","volume":"118 20","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140678244","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-04-21DOI: 10.37508/rcl.2024.nesp.a1315
Artur Vinícius Ferreira dos Santos
Neste texto, pretendo aproximar a 12ª estância do poema “Favelário Nacional”, de Carlos Drummond de Andrade, presente no livro Corpo (1984), e a música “Vida Bandida Parte 1”, de MC Smith e composição de Thiago dos Santos (Praga), que, mesmo sendo distantes temporalmente e escritas de duas perspectivas sociais distintas, abordam como o capitalismo, a violência e o racismo constroem novas formas de morte e luto no indivíduo. Em ambos é possível ver como o Estado, a partir do conceito de Necropolítica (2018), delimita as condições do indivíduo. Essa análise, portanto, volta-se a pensar sobre os corpos marginalizado em Drummond e em MC Smith, refletindo sobre a favela a partir do que diz Franz Fannon em Os condenados da terra (2022) sobre a divisão entre a cidade do colonizador e cidade do colonizado. Assim, é possível perceber em ambos os escritos que o Estado brasileiro oferece, de diversas formas, opressão a determinados corpos que, mesmo com a morte e o luto entrelaçados ao lugar, festejam porque existem e quando não festejam é como se não existissem.
在这篇文章中,我打算汇集卡洛斯-德拉蒙德-德-安德拉德(Carlos Drummond de Andrade)在《Corpo》(1984年)一书中所作的诗歌《Favelário Nacional》的第12首,以及由MC Smith作词、蒂亚戈-多斯桑托斯(Thiago dos Santos)(普拉加)作曲的歌曲《Vida Bandida Parte 1》,这两首诗歌尽管在时间上相距甚远,而且是从两个不同的社会视角写成的,但都涉及资本主义、暴力和种族主义如何在个人身上构建新形式的死亡和哀悼。在这两部作品中,我们都可以看到国家是如何根据 "死亡政治学"(Necropolitics,2018 年)的概念来划定个人的条件的。因此,本分析转向对《德拉蒙德》和《MC-史密斯》中边缘化身体的思考,从弗朗兹-法农在《被诅咒的地球》(2022 年)中所说的殖民者之城与被殖民者之城的划分中反思贫民窟。因此,从这两部作品中可以看出,巴西国家以各种方式压迫着某些群体,即使死亡和哀悼与这个地方交织在一起,他们也会因为自己的存在而庆祝,当他们不庆祝时,就好像他们不存在一样。
{"title":"“Hoje somos festa, amanhã seremos luto” – uma leitura da favela em Drummond e MC Smith","authors":"Artur Vinícius Ferreira dos Santos","doi":"10.37508/rcl.2024.nesp.a1315","DOIUrl":"https://doi.org/10.37508/rcl.2024.nesp.a1315","url":null,"abstract":"Neste texto, pretendo aproximar a 12ª estância do poema “Favelário Nacional”, de Carlos Drummond de Andrade, presente no livro Corpo (1984), e a música “Vida Bandida Parte 1”, de MC Smith e composição de Thiago dos Santos (Praga), que, mesmo sendo distantes temporalmente e escritas de duas perspectivas sociais distintas, abordam como o capitalismo, a violência e o racismo constroem novas formas de morte e luto no indivíduo. Em ambos é possível ver como o Estado, a partir do conceito de Necropolítica (2018), delimita as condições do indivíduo. Essa análise, portanto, volta-se a pensar sobre os corpos marginalizado em Drummond e em MC Smith, refletindo sobre a favela a partir do que diz Franz Fannon em Os condenados da terra (2022) sobre a divisão entre a cidade do colonizador e cidade do colonizado. Assim, é possível perceber em ambos os escritos que o Estado brasileiro oferece, de diversas formas, opressão a determinados corpos que, mesmo com a morte e o luto entrelaçados ao lugar, festejam porque existem e quando não festejam é como se não existissem.","PeriodicalId":500160,"journal":{"name":"Convergência Lusíada","volume":"108 50","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140678796","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-04-21DOI: 10.37508/rcl.2024.nesp.a1265
Carmem Negreiros
No final do século XIX e início do século XX, escritores e escritoras se envolvem num projeto de redescoberta do Brasil facilitado pelas viagens, principalmente de trem, que levaram a diferentes lugares, entre eles os sertões, um enclave no esboço de nação que provocou respostas instigantes às contradições observadas. A partir de textos escolhidos de Nestor Vítor, Julia Lopes de Almeida, Afonso Arinos, Coelho Neto, Alberto Rangel, Euclides da Cunha, Monteiro Lobato e Lima Barreto, pretende-se expor as tensões das viagens em busca da brasilidade que resultaram em discursos e modos de ver o país, e a cultura, que ainda hoje permanecem em disputa.
19 世纪末 20 世纪初,作家们参与了一项重新发现巴西的计划,通过旅行(主要是乘坐火车)将他们带到不同的地方,包括塞尔多斯,这是国家轮廓中的一块飞地,引发了人们对所观察到的矛盾的思考。根据 Nestor Vítor、Julia Lopes de Almeida、Afonso Arinos、Coelho Neto、Alberto Rangel、Euclides da Cunha、Monteiro Lobato 和 Lima Barreto 的精选文本,目的是揭示为寻找巴西性而旅行时的紧张关系,这种紧张关系产生了至今仍有争议的看待国家和文化的话语和方式。
{"title":"O trem e a nação. Os sertões e a modernidade na Belle Époque","authors":"Carmem Negreiros","doi":"10.37508/rcl.2024.nesp.a1265","DOIUrl":"https://doi.org/10.37508/rcl.2024.nesp.a1265","url":null,"abstract":"No final do século XIX e início do século XX, escritores e escritoras se envolvem num projeto de redescoberta do Brasil facilitado pelas viagens, principalmente de trem, que levaram a diferentes lugares, entre eles os sertões, um enclave no esboço de nação que provocou respostas instigantes às contradições observadas. A partir de textos escolhidos de Nestor Vítor, Julia Lopes de Almeida, Afonso Arinos, Coelho Neto, Alberto Rangel, Euclides da Cunha, Monteiro Lobato e Lima Barreto, pretende-se expor as tensões das viagens em busca da brasilidade que resultaram em discursos e modos de ver o país, e a cultura, que ainda hoje permanecem em disputa.","PeriodicalId":500160,"journal":{"name":"Convergência Lusíada","volume":"101 10","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140678992","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}