Pub Date : 2023-04-01DOI: 10.1590/0100-512x2023n15411flm
Felipe Larrea Melgarejo
RESUMEN El presente artículo indaga en la configuración de un empirismo superior en el pensamiento temprano de Gilles Deleuze. Si bien, atenderemos principalmente su lectura de Bergson, el antecedente de Empirisme et Subjectivité es crucial para nuestro objetivo propuesto, ya que ambos autores leídos por Deleuze durante la década de los 50’ del siglo pasado se encuentran en conceptos y problemas transversales en el dominio de dicho empirismo. Entre esos conceptos están el de hábito, duración o el de tendencia, que serán desarrollados en nuestro artículo, pero sin embargo, creemos que es en la noción de rebasamiento (dépassement) donde se configura la esencia de este empirismo y que no ha sido del todo atendida por los comentaristas deleuzianos. Esta lógica del rebasamiento postula que el empirismo superior no depende en primera instancia de la experiencia ordinaria, es decir, no es un empirismo que trata de la experiencia en un sentido laxo o simple. Más bien, se tratará del rebasamiento de dicha experiencia meramente psicológica y es ahí también donde el problema de las condiciones es fundamental para esta lógica empirista que se acercará a lo que Deleuze posteriormente llama “empirismo trascendental”.
{"title":"LÓGICA DEL REBASAMIENTO. EL EMPIRSMO SUPERIOR DE DELEUZE Y BERGSON","authors":"Felipe Larrea Melgarejo","doi":"10.1590/0100-512x2023n15411flm","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0100-512x2023n15411flm","url":null,"abstract":"RESUMEN El presente artículo indaga en la configuración de un empirismo superior en el pensamiento temprano de Gilles Deleuze. Si bien, atenderemos principalmente su lectura de Bergson, el antecedente de Empirisme et Subjectivité es crucial para nuestro objetivo propuesto, ya que ambos autores leídos por Deleuze durante la década de los 50’ del siglo pasado se encuentran en conceptos y problemas transversales en el dominio de dicho empirismo. Entre esos conceptos están el de hábito, duración o el de tendencia, que serán desarrollados en nuestro artículo, pero sin embargo, creemos que es en la noción de rebasamiento (dépassement) donde se configura la esencia de este empirismo y que no ha sido del todo atendida por los comentaristas deleuzianos. Esta lógica del rebasamiento postula que el empirismo superior no depende en primera instancia de la experiencia ordinaria, es decir, no es un empirismo que trata de la experiencia en un sentido laxo o simple. Más bien, se tratará del rebasamiento de dicha experiencia meramente psicológica y es ahí también donde el problema de las condiciones es fundamental para esta lógica empirista que se acercará a lo que Deleuze posteriormente llama “empirismo trascendental”.","PeriodicalId":52055,"journal":{"name":"Kriterion-Revista de Filosofia","volume":"48 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"73581339","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"哲学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-01DOI: 10.1590/0100-512x2023n15404mb
M. Brochado
RESUMO Os feitos tecnológicos deste início de século levaram a humanidade a mitificar os processos maquínicos de alta performance funcional, a ponto de considerar programas computacionais como entidades inteligentes, as quais têm ampla aplicação em todos os setores da sociedade, como execução de atividades antes reservadas exclusivamente a humanos, na medida em que as realizam de forma infinitamente mais veloz, precisa e eficiente. A Ciência da Computação, associada à Robótica, tem obtido resultados estarrecedores na projeção (design) incorporada de máquinas muito similares aos humanos (androides e ginoides), destinados a executar tarefas ainda mais ambiciosas, como a de se relacionar afetivamente com humanos. Entre esses feitos, o que chama especial atenção é a possível criação de máquinas moralmente mais elaboradas que os próprios humanos. Essa ambição toca diretamente os estatutos da Ética filosófica, desde a sua fundação socrática originária como ciência do ethos e, entre os filósofos que mais se dedicaram a refletir sobre os desafios e dilemas éticos do século XX, figura Henrique Cláudio de Lima Vaz, brasileiro de produção acadêmica e envergadura intelectual invulgares. Deixando um legado monumental à filosofia brasileira, Lima Vaz ocupou-se de diversificadas temáticas do nosso tempo, e suas reflexões seguem tão atuais quanto desafiadoras, atraindo intelectos, que se pretendam rigorosos, a revisitar sua vasta obra e buscar nela inspiração aquilatada para enfrentar questões urgentes dessa nova era que se anuncia. Uma dessas questões é a relação aqui apresentada entre os feitos da Inteligência Artificial e a referência vaziana ao processo mutacional ora vivido. Este artigo parte, portanto, da obra de Lima Vaz para apresentar alguns questionamentos éticos sobre as experiências inusitadas vividas hoje no horizonte de uma cultura altamente tecnicizada, as quais sujeitam o humano ao império de uma suposta superioridade maquínica, o que acaba por impactar nosso universo simbólico, colocando sob suspeita alguns atributos intocáveis da essência espiritual que nos constitui, como a noção de consciência, abertura à transcendência irredutível aos feitos mais eloquentes de qualquer evolução técnica.
{"title":"INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E ÉTICA: UM DIÁLOGO COM LIMA VAZ","authors":"M. Brochado","doi":"10.1590/0100-512x2023n15404mb","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0100-512x2023n15404mb","url":null,"abstract":"RESUMO Os feitos tecnológicos deste início de século levaram a humanidade a mitificar os processos maquínicos de alta performance funcional, a ponto de considerar programas computacionais como entidades inteligentes, as quais têm ampla aplicação em todos os setores da sociedade, como execução de atividades antes reservadas exclusivamente a humanos, na medida em que as realizam de forma infinitamente mais veloz, precisa e eficiente. A Ciência da Computação, associada à Robótica, tem obtido resultados estarrecedores na projeção (design) incorporada de máquinas muito similares aos humanos (androides e ginoides), destinados a executar tarefas ainda mais ambiciosas, como a de se relacionar afetivamente com humanos. Entre esses feitos, o que chama especial atenção é a possível criação de máquinas moralmente mais elaboradas que os próprios humanos. Essa ambição toca diretamente os estatutos da Ética filosófica, desde a sua fundação socrática originária como ciência do ethos e, entre os filósofos que mais se dedicaram a refletir sobre os desafios e dilemas éticos do século XX, figura Henrique Cláudio de Lima Vaz, brasileiro de produção acadêmica e envergadura intelectual invulgares. Deixando um legado monumental à filosofia brasileira, Lima Vaz ocupou-se de diversificadas temáticas do nosso tempo, e suas reflexões seguem tão atuais quanto desafiadoras, atraindo intelectos, que se pretendam rigorosos, a revisitar sua vasta obra e buscar nela inspiração aquilatada para enfrentar questões urgentes dessa nova era que se anuncia. Uma dessas questões é a relação aqui apresentada entre os feitos da Inteligência Artificial e a referência vaziana ao processo mutacional ora vivido. Este artigo parte, portanto, da obra de Lima Vaz para apresentar alguns questionamentos éticos sobre as experiências inusitadas vividas hoje no horizonte de uma cultura altamente tecnicizada, as quais sujeitam o humano ao império de uma suposta superioridade maquínica, o que acaba por impactar nosso universo simbólico, colocando sob suspeita alguns atributos intocáveis da essência espiritual que nos constitui, como a noção de consciência, abertura à transcendência irredutível aos feitos mais eloquentes de qualquer evolução técnica.","PeriodicalId":52055,"journal":{"name":"Kriterion-Revista de Filosofia","volume":"12 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"75125735","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"哲学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-01DOI: 10.1590/0100-512x2023n15410acsm
Â. Marques
RESUMO A partir das reflexões mais recentes de Rancière, realizadas, sobretudo entre os anos 2017 e 2020, o artigo sistematiza os principais eixos da construção de seu método, que consiste em articular singularidades heterogêneas em cenas originadas na confluência de sua escrita com o aparecer dissensual de sujeitos políticos. Argumentamos que Rancière elabora, através de uma escrita anti-hierárquica, um trabalho de perturbação da “máquina explicativa” (2016, p. 68) que sustenta discursos especializados e suas diferentes traduções em linguagens que insistem em manter uma ordem que controla quem pode aparecer sobre a cena, atualizando as separações entre espacialidades, temporalidades e corporeidades. Sua escrita e seu gesto metodológico podem auxiliar a compreender como a pesquisa baseada na montagem de cenas polêmicas assume o risco de produzir topografias igualitárias nas quais a palavra do pesquisador desliza entre as palavras de vários sujeitos, de vários textos e de várias experiências.
{"title":"MONTAR A CENA PELA ESCRITA INTERVALAR E PELO APARECIMENTO EMANCIPATÓRIO: O MÉTODO ESTÉTICO-POLÍTICO DE JACQUES RANCIÈRE","authors":"Â. Marques","doi":"10.1590/0100-512x2023n15410acsm","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0100-512x2023n15410acsm","url":null,"abstract":"RESUMO A partir das reflexões mais recentes de Rancière, realizadas, sobretudo entre os anos 2017 e 2020, o artigo sistematiza os principais eixos da construção de seu método, que consiste em articular singularidades heterogêneas em cenas originadas na confluência de sua escrita com o aparecer dissensual de sujeitos políticos. Argumentamos que Rancière elabora, através de uma escrita anti-hierárquica, um trabalho de perturbação da “máquina explicativa” (2016, p. 68) que sustenta discursos especializados e suas diferentes traduções em linguagens que insistem em manter uma ordem que controla quem pode aparecer sobre a cena, atualizando as separações entre espacialidades, temporalidades e corporeidades. Sua escrita e seu gesto metodológico podem auxiliar a compreender como a pesquisa baseada na montagem de cenas polêmicas assume o risco de produzir topografias igualitárias nas quais a palavra do pesquisador desliza entre as palavras de vários sujeitos, de vários textos e de várias experiências.","PeriodicalId":52055,"journal":{"name":"Kriterion-Revista de Filosofia","volume":"20 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"83344966","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"哲学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-01DOI: 10.1590/0100-512x2023n15407lbd
Lucas Barreto Dias
RESUMO Neste artigo, ressalto como Arendt mobiliza as noções de compreensão e de sentido de um modo original para orientar sua interpretação acerca dos fenômenos políticos. Cabe perceber que os critérios que a autora pensa para a atividade compreensiva se configuram como uma hermenêutica não elaborada, mas que surge como pano de fundo de seu pensamento. O ponto de partida trata da distinção conceitual que ela faz entre verdade e sentido, este último como objetivo constante e sem fim da atividade compreensiva. Em seguida, resgato dos Diários de pensamento de Arendt as noções de cristalização e desnaturalização como perspectivas hermenêuticas baseadas na noção de sentido, as quais se impõem no lugar do critério da causalidade. Por fim, explicito como o totalitarismo pode ser lido na chave de leitura da hermenêutica.
{"title":"CRISTALIZAÇÃO E DESNATURALIZAÇÃO DO TOTALITARISMO EM HANNAH ARENDT: A HERMENÊUTICA COMO MÉTODO PARA O PENSAMENTO POLÍTICO","authors":"Lucas Barreto Dias","doi":"10.1590/0100-512x2023n15407lbd","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0100-512x2023n15407lbd","url":null,"abstract":"RESUMO Neste artigo, ressalto como Arendt mobiliza as noções de compreensão e de sentido de um modo original para orientar sua interpretação acerca dos fenômenos políticos. Cabe perceber que os critérios que a autora pensa para a atividade compreensiva se configuram como uma hermenêutica não elaborada, mas que surge como pano de fundo de seu pensamento. O ponto de partida trata da distinção conceitual que ela faz entre verdade e sentido, este último como objetivo constante e sem fim da atividade compreensiva. Em seguida, resgato dos Diários de pensamento de Arendt as noções de cristalização e desnaturalização como perspectivas hermenêuticas baseadas na noção de sentido, as quais se impõem no lugar do critério da causalidade. Por fim, explicito como o totalitarismo pode ser lido na chave de leitura da hermenêutica.","PeriodicalId":52055,"journal":{"name":"Kriterion-Revista de Filosofia","volume":"168 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"83530213","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"哲学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-01DOI: 10.1590/0100-512x2022n15310ls
Ludovic Soutif, André Nascimento Pontes
ABSTRACT This paper considers one of the most significant and controversial attempts to account for the meaning of pejoratives as lexical items, namely Hom and May’s. After outlining the theory, we pinpoint sets of pejorative sentences that come out true on their account and for which the question as to whether they are compatible with the view advocated by them (so-called Moral and Semantic Innocence) remains open. Helping ourselves to the standard model-theoretical framework Hom and May (presumably) work in, we prove they are compatible with the view. Given that the issues of both the moral import of pejoratives and the practical effects of their utterance are not settled by the proof, we then highlight unwelcome moral and pragmatic implications for some of the pejorative sentences under scrutiny, thereby showing that the view, broadly understood, is not as morally and semantically innocuous as it is meant to be.
{"title":"TRUE PEJORATIVE SENTENCES BEYOND THE EXISTENTIAL CORE: ON SOME UNWELCOME IMPLICATIONS OF HOM AND MAY’S THEORY*","authors":"Ludovic Soutif, André Nascimento Pontes","doi":"10.1590/0100-512x2022n15310ls","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0100-512x2022n15310ls","url":null,"abstract":"ABSTRACT This paper considers one of the most significant and controversial attempts to account for the meaning of pejoratives as lexical items, namely Hom and May’s. After outlining the theory, we pinpoint sets of pejorative sentences that come out true on their account and for which the question as to whether they are compatible with the view advocated by them (so-called Moral and Semantic Innocence) remains open. Helping ourselves to the standard model-theoretical framework Hom and May (presumably) work in, we prove they are compatible with the view. Given that the issues of both the moral import of pejoratives and the practical effects of their utterance are not settled by the proof, we then highlight unwelcome moral and pragmatic implications for some of the pejorative sentences under scrutiny, thereby showing that the view, broadly understood, is not as morally and semantically innocuous as it is meant to be.","PeriodicalId":52055,"journal":{"name":"Kriterion-Revista de Filosofia","volume":"55 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"91209135","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"哲学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-01DOI: 10.1590/0100-512x2022n15303dcb
Daniela Cunha Blanco
RESUMO Em “O fio perdido: ensaios sobre a ficção moderna”, Jacques Rancière criticará Roland Barthes, afirmando que sua interpretação do livro “Um coração simples”, de Gustave Flaubert, teria se mostrado incapaz de perceber a política da escrita da literatura romanesca. Para Thomas Clerc, leitor de Barthes, Rancière teria se deixado confundir pelo duplo caráter do pensamento barthesiano: ao mesmo tempo estruturalista e crítico. Ambos os autores, Barthes e Rancière, se empenham por recusar um pensamento pautado pela noção de representação. Nossa hipótese, porém, é a de que os autores divergem em relação ao próprio sentido da representação, tendo como consequência uma divergência também na compreensão da política, o que embasaria a crítica de Rancière a Barthes não como uma confusão, mas, antes, como uma recusa à política da escrita barthesiana. Pretendemos, com isso, reconstruir os argumentos de ambos em torno de Flaubert, para perceber a política da escrita que operam. Recusando o ponto de vista ao mesmo tempo estruturalista e desmistificador de ideologias de Barthes, Rancière aponta para outra leitura que vê na literatura romanesca a ruptura em relação à política da escrita do regime representativo e a configuração do regime estético.
{"title":"DESCRIÇÃO: EFEITO DE REAL OU EFEITO DE IGUALDADE? UM DIÁLOGO DE RANCIÈRE COM (E CONTRA) BARTHES **","authors":"Daniela Cunha Blanco","doi":"10.1590/0100-512x2022n15303dcb","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0100-512x2022n15303dcb","url":null,"abstract":"RESUMO Em “O fio perdido: ensaios sobre a ficção moderna”, Jacques Rancière criticará Roland Barthes, afirmando que sua interpretação do livro “Um coração simples”, de Gustave Flaubert, teria se mostrado incapaz de perceber a política da escrita da literatura romanesca. Para Thomas Clerc, leitor de Barthes, Rancière teria se deixado confundir pelo duplo caráter do pensamento barthesiano: ao mesmo tempo estruturalista e crítico. Ambos os autores, Barthes e Rancière, se empenham por recusar um pensamento pautado pela noção de representação. Nossa hipótese, porém, é a de que os autores divergem em relação ao próprio sentido da representação, tendo como consequência uma divergência também na compreensão da política, o que embasaria a crítica de Rancière a Barthes não como uma confusão, mas, antes, como uma recusa à política da escrita barthesiana. Pretendemos, com isso, reconstruir os argumentos de ambos em torno de Flaubert, para perceber a política da escrita que operam. Recusando o ponto de vista ao mesmo tempo estruturalista e desmistificador de ideologias de Barthes, Rancière aponta para outra leitura que vê na literatura romanesca a ruptura em relação à política da escrita do regime representativo e a configuração do regime estético.","PeriodicalId":52055,"journal":{"name":"Kriterion-Revista de Filosofia","volume":"39 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"75524769","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"哲学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-01DOI: 10.1590/0100-512x2022n15308up
Ulysses Pinheiro
RESUMO Alguns elementos da teoria do tempo do hegeliano inglês John M. E. McTaggart serão aplicados à filosofia de Spinoza para elucidar a diferença que esse último estabelece entre duração e eternidade. O próprio McTaggart encarrega-se de estabelecer essa relação com Spinoza em seu famoso artigo “A irrealidade do tempo” [“The Unreality of Time”]. Por meio da análise da teoria da essência de Spinoza, mostraremos que essa concepção de eternidade bem como a tese de McTaggart sobre a irrealidade do tempo são incompatíveis com a teoria spinozana. O método comparativo aqui proposto será, justamente, o que nos permitirá melhor compreender, por contraste com as teses de McTaggart, a posição de Spinoza sobre o tempo e a eternidade.
{"title":"SPINOZA E MCTAGGART*","authors":"Ulysses Pinheiro","doi":"10.1590/0100-512x2022n15308up","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0100-512x2022n15308up","url":null,"abstract":"RESUMO Alguns elementos da teoria do tempo do hegeliano inglês John M. E. McTaggart serão aplicados à filosofia de Spinoza para elucidar a diferença que esse último estabelece entre duração e eternidade. O próprio McTaggart encarrega-se de estabelecer essa relação com Spinoza em seu famoso artigo “A irrealidade do tempo” [“The Unreality of Time”]. Por meio da análise da teoria da essência de Spinoza, mostraremos que essa concepção de eternidade bem como a tese de McTaggart sobre a irrealidade do tempo são incompatíveis com a teoria spinozana. O método comparativo aqui proposto será, justamente, o que nos permitirá melhor compreender, por contraste com as teses de McTaggart, a posição de Spinoza sobre o tempo e a eternidade.","PeriodicalId":52055,"journal":{"name":"Kriterion-Revista de Filosofia","volume":"145 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"73695960","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"哲学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-01DOI: 10.1590/0100-512x2022n15309wjsf
W. S. Silva Filho
ABSTRACT This essay aims to motivate an epistemic non-individualistic conception of reflection. The proposal is non-individualistic because (a) it addresses more than individual metacognitive performance and (b) it refers to a situation in which two or more people are in dialogical disagreement about the same subject matter or target proposition; (c) their dispute is based on conversational space and they are entitled to expect one another to be engaged in attempts at truth, avoidance of error, and understanding. I call this proposal a Dialectical account of Reflection (DaR). According to (DaR), reflection is a conscious and intentional intellectual operation through which an individual becomes aware of the contents of disputed beliefs in a dialogical or interpersonal exchange, involving both her own beliefs and the beliefs of her interlocutors. In (DaR), reflection produces the epistemic good of avoiding epistemic vices and promoting epistemic moderation.
{"title":"AN EPISTEMIC NON-INDIVIDUALISTIC CONCEPTION OF REFLECTION: AN ESSAY*","authors":"W. S. Silva Filho","doi":"10.1590/0100-512x2022n15309wjsf","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0100-512x2022n15309wjsf","url":null,"abstract":"ABSTRACT This essay aims to motivate an epistemic non-individualistic conception of reflection. The proposal is non-individualistic because (a) it addresses more than individual metacognitive performance and (b) it refers to a situation in which two or more people are in dialogical disagreement about the same subject matter or target proposition; (c) their dispute is based on conversational space and they are entitled to expect one another to be engaged in attempts at truth, avoidance of error, and understanding. I call this proposal a Dialectical account of Reflection (DaR). According to (DaR), reflection is a conscious and intentional intellectual operation through which an individual becomes aware of the contents of disputed beliefs in a dialogical or interpersonal exchange, involving both her own beliefs and the beliefs of her interlocutors. In (DaR), reflection produces the epistemic good of avoiding epistemic vices and promoting epistemic moderation.","PeriodicalId":52055,"journal":{"name":"Kriterion-Revista de Filosofia","volume":"79 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"78175978","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"哲学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-01DOI: 10.1590/0100-512x2022n15304dfh
Diego H. Fernández
RESUMEN Aunque el concepto de “distancia infinita” (DI) aparece como tal sólo en la obra de Maurice Blanchot, sostenemos que es legítimo imputárselo a Walter Benjamin para dar cuenta de un mismo problema. En el presente artículo, sostenemos (1) que el concepto de DI se elabora sobre la base de una revisión, una resignificación y una radicalización del concepto moderno de “distanciamiento estético”, y que (2) esta modificación se realiza fundamentalmente a partir de las interpretaciones que tanto Benjamin como Blanchot hacen primero del temprano romanticismo alemán, y más tarde de la obra de Franz Kafka. Esa modificación, sostenemos, por último, (3) contiene un desplazamiento en el fundamento del concepto: el concepto de DI ya no tiene por base el ámbito de las facultades subjetivas (i.e. el ‘juicio de gusto’), sino el ámbito del arte y del lenguaje. Mostramos así (4) que el concepto de DI supone la existencia de un ‘impulso fragmentario’ al interior de las obras literarias, que se manifesta como “experiencia-límite” para la subjetividad.
{"title":"DISTANCIA INFINITA: LECTURA Y RADICALIZACIÓN DEL CONCEPTO DE “DISTANCIAMIENTO ESTÉTICO” EN LAS OBRAS DE MAURICE BLANCHOT Y WALTER BENJAMIN **","authors":"Diego H. Fernández","doi":"10.1590/0100-512x2022n15304dfh","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0100-512x2022n15304dfh","url":null,"abstract":"RESUMEN Aunque el concepto de “distancia infinita” (DI) aparece como tal sólo en la obra de Maurice Blanchot, sostenemos que es legítimo imputárselo a Walter Benjamin para dar cuenta de un mismo problema. En el presente artículo, sostenemos (1) que el concepto de DI se elabora sobre la base de una revisión, una resignificación y una radicalización del concepto moderno de “distanciamiento estético”, y que (2) esta modificación se realiza fundamentalmente a partir de las interpretaciones que tanto Benjamin como Blanchot hacen primero del temprano romanticismo alemán, y más tarde de la obra de Franz Kafka. Esa modificación, sostenemos, por último, (3) contiene un desplazamiento en el fundamento del concepto: el concepto de DI ya no tiene por base el ámbito de las facultades subjetivas (i.e. el ‘juicio de gusto’), sino el ámbito del arte y del lenguaje. Mostramos así (4) que el concepto de DI supone la existencia de un ‘impulso fragmentario’ al interior de las obras literarias, que se manifesta como “experiencia-límite” para la subjetividad.","PeriodicalId":52055,"journal":{"name":"Kriterion-Revista de Filosofia","volume":"12 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"85875000","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"哲学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-01DOI: 10.1590/0100-512x2022n15307ffp
F. Pinheiro
RESUMO O atual debate sobre o realismo científico é um universo inteiro. Uma tese geral pode ser assim colocada: a atividade científica alcança um mundo que é independente do próprio fazer científico. Esse “alcançar” pode ser pensado em termos de práticas teóricas, como a formulação de teorias verdadeiras, e/ou práticas experimentais, como a construção de métodos suficientemente exatos para (re)formular e testar o dito pelas teorias. Por essa última via, o debate sobre o realismo científico na filosofia da ciência encontra as discussões na filosofia das medições, uma área de pesquisa autônoma que investiga as práticas de mensuração, seus conceitos, aplicações e pressupostos. Assim como ocorre com o termo “realismo” na filosofia da ciência em geral, há múltiplas posturas caracterizáveis enquanto “realistas” por meio das teorizações sobre as medições científicas. Afirmar quais são os critérios e os motivos pelos quais essas posturas se autoproclamam realistas, bem como no que elas se distinguem, é uma tarefa complexa. Sem esgotar a discussão e o campo, este artigo consiste em uma tentativa de fazê-lo.
{"title":"CRENÇA, VERDADE E EXATIDÃO: O REALISMO CIENTÍFICO ENCONTRA A FILOSOFIA DAS MEDIÇÕES*","authors":"F. Pinheiro","doi":"10.1590/0100-512x2022n15307ffp","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0100-512x2022n15307ffp","url":null,"abstract":"RESUMO O atual debate sobre o realismo científico é um universo inteiro. Uma tese geral pode ser assim colocada: a atividade científica alcança um mundo que é independente do próprio fazer científico. Esse “alcançar” pode ser pensado em termos de práticas teóricas, como a formulação de teorias verdadeiras, e/ou práticas experimentais, como a construção de métodos suficientemente exatos para (re)formular e testar o dito pelas teorias. Por essa última via, o debate sobre o realismo científico na filosofia da ciência encontra as discussões na filosofia das medições, uma área de pesquisa autônoma que investiga as práticas de mensuração, seus conceitos, aplicações e pressupostos. Assim como ocorre com o termo “realismo” na filosofia da ciência em geral, há múltiplas posturas caracterizáveis enquanto “realistas” por meio das teorizações sobre as medições científicas. Afirmar quais são os critérios e os motivos pelos quais essas posturas se autoproclamam realistas, bem como no que elas se distinguem, é uma tarefa complexa. Sem esgotar a discussão e o campo, este artigo consiste em uma tentativa de fazê-lo.","PeriodicalId":52055,"journal":{"name":"Kriterion-Revista de Filosofia","volume":"50 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"73542282","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"哲学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}