Este trabalho apresenta um estudo sobre o ensino de escrita, a fim de examinar o comportamento textual do locutor-aluno que passa a sujeito-autor no emprego efetivo da língua. Interessa-nos um ensino de escrita que prime pela inserção do aluno em uma posição de autoria e posicionamento social por meio da língua. Para tanto, propomos a análise de uma produção textual do gênero crônica de um estudante do Ensino Médio, no intuito de observarmos a mobilização singular da língua pelo sujeito, em dada situação e em um dado tempo, isto é, o modo como o locutor se apropria da língua e marca seu posicionamento através de “índices específicos” e “procedimentos acessórios”. Além disso, observamos como o domínio do gênero legitima o discurso proposto. O aporte teórico que fundamenta nossa concepção pedagógica encontra-se amparado nas reflexões de Émile Benveniste, principalmente as que refletem sobre o Aparelho formal da enunciação (2006), e Mikhail Bakhtin, especialmente no ensaio Os gêneros do discurso (2011). Considera-se, portanto, que as relações do locutor com a língua determinam a relação do sujeito consigo mesmo e com o mundo, por meio de enunciados de natureza diferenciada. Logo, a escrita, como forma complexa do discurso, deve ser mediada pelo professor, interlocutor e avaliador de toda produção. Ademais, a realização da situação de escrita precisa da leitura dos gêneros discursivos, para que o estudante compreenda as diferentes formas dos sintagmas da língua e produza o sentido do seu discurso.
{"title":"A sala de aula, o espaço da enunciação escrita","authors":"Aline Wieczikovski Rocha, Catiúcia Carniel Gomes","doi":"10.22297/DL.V8I1.3493","DOIUrl":"https://doi.org/10.22297/DL.V8I1.3493","url":null,"abstract":"Este trabalho apresenta um estudo sobre o ensino de escrita, a fim de examinar o comportamento textual do locutor-aluno que passa a sujeito-autor no emprego efetivo da língua. Interessa-nos um ensino de escrita que prime pela inserção do aluno em uma posição de autoria e posicionamento social por meio da língua. Para tanto, propomos a análise de uma produção textual do gênero crônica de um estudante do Ensino Médio, no intuito de observarmos a mobilização singular da língua pelo sujeito, em dada situação e em um dado tempo, isto é, o modo como o locutor se apropria da língua e marca seu posicionamento através de “índices específicos” e “procedimentos acessórios”. Além disso, observamos como o domínio do gênero legitima o discurso proposto. O aporte teórico que fundamenta nossa concepção pedagógica encontra-se amparado nas reflexões de Émile Benveniste, principalmente as que refletem sobre o Aparelho formal da enunciação (2006), e Mikhail Bakhtin, especialmente no ensaio Os gêneros do discurso (2011). Considera-se, portanto, que as relações do locutor com a língua determinam a relação do sujeito consigo mesmo e com o mundo, por meio de enunciados de natureza diferenciada. Logo, a escrita, como forma complexa do discurso, deve ser mediada pelo professor, interlocutor e avaliador de toda produção. Ademais, a realização da situação de escrita precisa da leitura dos gêneros discursivos, para que o estudante compreenda as diferentes formas dos sintagmas da língua e produza o sentido do seu discurso.","PeriodicalId":53852,"journal":{"name":"Dialogo das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-03-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46999942","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Záira Bomfante dos Santos, U. J. Oliveira, C. Gualberto
Este artigo discute a constituição do discurso midiático do agronegócio no cenário brasileiro nos últimos anos buscando articular a sua emergência enquanto uma prática discursiva intrinsicamente arraigada a uma estrutura e pensamento social. Sob a égide da Análise do Discurso Crítica (FAIRCLOUGH 1992; 2001[2008]) e da Semiótica Social (KRESS e VAN LEEUWEN 2001, 2006; KRESS, 2010), investigamos as formas de comunicação e representação do agronegócio em um dos comerciais “Agro a indústria riqueza do Brasil”. Assim, buscamos também observar a representação do agronegócio que se materializa não apenas por meio da linguagem verbal do evento comunicativo, como mapear os recursos semióticos utilizados (música, cores, imagem etc) observando a orquestração de significados. Observa-se que toda a articulação dos modos semióticos busca representar o agronegócio como um modelo viável, sustentável e moderno para os modos de produção da economia brasileira, obscurecendo uma série de questões que estão arraigadas a esse modelo de produção.
本文讨论了近年来巴西情景中农业综合企业媒体话语的构成,试图阐明其作为一种内在植根于结构和社会思想的话语实践的出现。在批判性话语分析(FAIRCLOUGH 1992;2001[2008])和社会符号学(KRESS和VAN LEEUWEN 20012006;KRESS,2010)的支持下,我们调查了农业综合企业在其中一个商业广告“Agro a indústria richa do Brasil”中的沟通和表现形式。因此,我们还试图观察农业综合企业的表现,这种表现不仅通过交际事件的语言来实现,还通过映射所使用的符号资源(音乐、颜色、图像等)来观察意义的编排。据观察,所有符号模式的表述都试图将农业综合企业代表为巴西经济生产模式的一种可行、可持续和现代的模式,掩盖了植根于这种生产模式中的一系列问题。
{"title":"O discurso midiático do agronegócio no Brasil sob um olhar da Análise Discursiva Crítica e da Semiótica Social","authors":"Záira Bomfante dos Santos, U. J. Oliveira, C. Gualberto","doi":"10.22297/DL.V8I1.3501","DOIUrl":"https://doi.org/10.22297/DL.V8I1.3501","url":null,"abstract":"Este artigo discute a constituição do discurso midiático do agronegócio no cenário brasileiro nos últimos anos buscando articular a sua emergência enquanto uma prática discursiva intrinsicamente arraigada a uma estrutura e pensamento social. Sob a égide da Análise do Discurso Crítica (FAIRCLOUGH 1992; 2001[2008]) e da Semiótica Social (KRESS e VAN LEEUWEN 2001, 2006; KRESS, 2010), investigamos as formas de comunicação e representação do agronegócio em um dos comerciais “Agro a indústria riqueza do Brasil”. Assim, buscamos também observar a representação do agronegócio que se materializa não apenas por meio da linguagem verbal do evento comunicativo, como mapear os recursos semióticos utilizados (música, cores, imagem etc) observando a orquestração de significados. Observa-se que toda a articulação dos modos semióticos busca representar o agronegócio como um modelo viável, sustentável e moderno para os modos de produção da economia brasileira, obscurecendo uma série de questões que estão arraigadas a esse modelo de produção.","PeriodicalId":53852,"journal":{"name":"Dialogo das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-03-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44549851","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Investigar o ensino de produção de gêneros textuais com base na sequência didática (SD), que vislumbra sobre o sucesso na produção de textos na escola, é uma forma de contribuir para os estudos na área de ensino, além de trazer importantes reflexões para professores que se veem, muitas vezes, sem alternativas para desenvolver uma prática exitosa em sala de aula. Nesse sentido, este trabalho traz um recorte da nossa pesquisa de mestrado, cujo objetivo principal foi analisar depoimentos de professores semifinalistas das Olimpíadas de Língua Portuguesa (OLP), na edição de 2016. Para fins deste artigo, buscamos investigar como esses professores concebem a proposta didática das olimpíadas, se compreendem-na enquanto proposta de ensino de sucesso ou não, e como justificam essa compreensão em seus depoimentos. Neste sentido, nos respaldamos nos estudos do grupo de Genebra, em outros estudiosos da linguagem que versam sobre o tema e em autores que discutem sobre as olimpíadas, tais como Gurgel, Laginestra e Clara (2009) e Rangel (2010; 2011). Por fim, verificamos que os professores semifinalistas (i) consideram a proposta de ensino das olimpíadas um sucesso devido à organização no formato de sequência didática; (ii) reconhecem, um ano após as OLP, o progresso na escrita dos textos em sala de aula; (iii) reforçam a necessidade de adequação da sequência didática à realidade dos alunos e, (iv) ressaltam que o progresso na escrita se configura tanto em relação ao desempenho nas questões de estrutura textual como, principalmente, nas questões de conteúdo.
{"title":"A sequência didática como recurso de sucesso para produção de gêneros de texto nas olimpíadas de língua portuguesa.","authors":"Adrilene De Souza Bento, C. Pereira","doi":"10.22297/DL.V8I1.3497","DOIUrl":"https://doi.org/10.22297/DL.V8I1.3497","url":null,"abstract":"Investigar o ensino de produção de gêneros textuais com base na sequência didática (SD), que vislumbra sobre o sucesso na produção de textos na escola, é uma forma de contribuir para os estudos na área de ensino, além de trazer importantes reflexões para professores que se veem, muitas vezes, sem alternativas para desenvolver uma prática exitosa em sala de aula. Nesse sentido, este trabalho traz um recorte da nossa pesquisa de mestrado, cujo objetivo principal foi analisar depoimentos de professores semifinalistas das Olimpíadas de Língua Portuguesa (OLP), na edição de 2016. Para fins deste artigo, buscamos investigar como esses professores concebem a proposta didática das olimpíadas, se compreendem-na enquanto proposta de ensino de sucesso ou não, e como justificam essa compreensão em seus depoimentos. Neste sentido, nos respaldamos nos estudos do grupo de Genebra, em outros estudiosos da linguagem que versam sobre o tema e em autores que discutem sobre as olimpíadas, tais como Gurgel, Laginestra e Clara (2009) e Rangel (2010; 2011). Por fim, verificamos que os professores semifinalistas (i) consideram a proposta de ensino das olimpíadas um sucesso devido à organização no formato de sequência didática; (ii) reconhecem, um ano após as OLP, o progresso na escrita dos textos em sala de aula; (iii) reforçam a necessidade de adequação da sequência didática à realidade dos alunos e, (iv) ressaltam que o progresso na escrita se configura tanto em relação ao desempenho nas questões de estrutura textual como, principalmente, nas questões de conteúdo.","PeriodicalId":53852,"journal":{"name":"Dialogo das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-03-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49518039","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
As partículas modais alemãs (doravante PMs) são palavras com funções pragmáticas complexas que apresentam desafios para o ensino de alemão como língua estrangeira (doravante ALE). Nesse sentido, o presente trabalho oferece uma proposta de ensino das PMs doch, denn, wohl e halt por meio do corpus Wortschatz, averiguando a frequência, as coocorrências com outras PMs, e o emprego no contexto desses elementos modais. Não obstante, considera-se essencial a discussão dos aspectos gramaticais e pragmáticos das PMs, especialmente com a mediação da função nuclear de cada partícula e seu significado em determinados contextos. Sabendo que a aplicação de corpus no ensino de língua estrangeira permite a observação do uso do idioma em situações autênticas, fornecendo novas introspeções sobre a sua estrutura e emprego, esperamos que essa ferramenta possa contribuir de maneira efetiva para o ensino de PMs. Logo, os resultados desta pesquisa podem ser diretamente aplicados para a mediação dinâmica das PMs em turmas de ALE de diferentes níveis de conhecimento.
{"title":"A contribuição da ferramenta de corpus para o ensino das PMs denn, doch, halt e wohl","authors":"M. Aquino","doi":"10.22297/DL.V8I1.3500","DOIUrl":"https://doi.org/10.22297/DL.V8I1.3500","url":null,"abstract":"As partículas modais alemãs (doravante PMs) são palavras com funções pragmáticas complexas que apresentam desafios para o ensino de alemão como língua estrangeira (doravante ALE). Nesse sentido, o presente trabalho oferece uma proposta de ensino das PMs doch, denn, wohl e halt por meio do corpus Wortschatz, averiguando a frequência, as coocorrências com outras PMs, e o emprego no contexto desses elementos modais. Não obstante, considera-se essencial a discussão dos aspectos gramaticais e pragmáticos das PMs, especialmente com a mediação da função nuclear de cada partícula e seu significado em determinados contextos. Sabendo que a aplicação de corpus no ensino de língua estrangeira permite a observação do uso do idioma em situações autênticas, fornecendo novas introspeções sobre a sua estrutura e emprego, esperamos que essa ferramenta possa contribuir de maneira efetiva para o ensino de PMs. Logo, os resultados desta pesquisa podem ser diretamente aplicados para a mediação dinâmica das PMs em turmas de ALE de diferentes níveis de conhecimento.","PeriodicalId":53852,"journal":{"name":"Dialogo das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-03-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42509909","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
A conhecida frase “Ce qu'il y a de plus profond en l'homme, c'est la peau” (“O que há de mais profundo no homem é a pele”), de Paul Valéry, serve de pretexto para observar também na escrita-composição o “diálogo” que se gera entre o que emerge à “epiderme” da escrita e o que se desenrola em camadas mais profundas desse processo. Apela-se, assim, à boa gestão do que sustenta as ideias a transmitir para que a qualidade da sua tradução verbal permita que a mensagem chegue nas melhores condições ao público-alvo. Objetiva-se, neste texto, advertir que se espera de quem pratica a escrita académica uma escrita analítica e não cópia, assente numa leitura crítica e não escrava das fontes. Além disso, deve emergir dessa escrita uma voz sintetizadora de todas as vozes consultadas – conjugada com o conhecimento prévio –, que mais não é do que o contributo que a comunidade científica aguarda de cada autor. Quem escreve trabalhos académicos deve abraçar sem reticências a postura de quem não só aprende, mas também tem de contribuir com algo de original. Como este texto contém um recado virado para o ensino, foram escolhidos para enriquecer a sua intertextualidade e engrossar a sua polifonia excertos redigidos por estudantes de mestrado que testemunham com muita clareza que a escrita é uma prática que merece ser trabalhada e que muito lucra com uma orientação bem arquitetada.
保罗·瓦莱里(Paul Valéry)著名的短语“人最深的是皮肤”(Ce qu’il y a de plus depend en l’homme,c'est la peau)也作为一个借口,在写作中观察从写作的“表皮”中出现的东西和在这个过程的更深层次中展开的东西之间产生的“对话”。因此,我们需要对所要传达的思想的支撑进行良好的管理,以便其口头翻译的质量能够使信息在最佳条件下到达目标受众。本文的目的是警告那些从事学术写作的人,这是一种分析性写作,而不是复制,基于批判性阅读,而不是来源的奴隶。此外,这篇文章应该综合所有被咨询的声音,再加上之前的知识,这只不过是科学界期望每个作者做出的贡献。那些写学术论文的人应该毫不犹豫地接受那些不仅要学习,还要贡献一些独创性的东西的人的态度。由于本文包含了一个旨在教学的信息,因此选择了硕士生撰写的节选,以丰富其互文性,丰富其复调,非常清楚地证明了写作是一种值得努力的实践,并且通过精心设计的方向可以获得很大的收益。
{"title":"O labor da escrita: uma prática também testemunhada por estudantes","authors":"M. Pinto","doi":"10.22297/dl.v7i3.3325","DOIUrl":"https://doi.org/10.22297/dl.v7i3.3325","url":null,"abstract":"A conhecida frase “Ce qu'il y a de plus profond en l'homme, c'est la peau” (“O que há de mais profundo no homem é a pele”), de Paul Valéry, serve de pretexto para observar também na escrita-composição o “diálogo” que se gera entre o que emerge à “epiderme” da escrita e o que se desenrola em camadas mais profundas desse processo. Apela-se, assim, à boa gestão do que sustenta as ideias a transmitir para que a qualidade da sua tradução verbal permita que a mensagem chegue nas melhores condições ao público-alvo. Objetiva-se, neste texto, advertir que se espera de quem pratica a escrita académica uma escrita analítica e não cópia, assente numa leitura crítica e não escrava das fontes. Além disso, deve emergir dessa escrita uma voz sintetizadora de todas as vozes consultadas – conjugada com o conhecimento prévio –, que mais não é do que o contributo que a comunidade científica aguarda de cada autor. Quem escreve trabalhos académicos deve abraçar sem reticências a postura de quem não só aprende, mas também tem de contribuir com algo de original. Como este texto contém um recado virado para o ensino, foram escolhidos para enriquecer a sua intertextualidade e engrossar a sua polifonia excertos redigidos por estudantes de mestrado que testemunham com muita clareza que a escrita é uma prática que merece ser trabalhada e que muito lucra com uma orientação bem arquitetada.","PeriodicalId":53852,"journal":{"name":"Dialogo das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44377798","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Os textos argumentativos redigidos em Português por alunos universitários moçambicanos falantes de Português como língua segunda apresentam-se amiúde fragmentados em frases desligadas entre si. Isso pode acontecer, eventualmente, por não dominarem a forma ou fórmulas de expressão das relações lógicas entre as frases ou ideias ou porque não têm segurança na formulação do tipo de relações lógico-discursivas visadas. A qualquer escrito com estas características falta coesão e coerência, ou seja, a naturalidade ou idiomaticidade que é peculiar ao discurso do falante ou escrevente competente da língua. Os idiomatismos e formações idiomáticas que introduzem funções retóricas num texto tendem a assumir um carácter preditivo. Mas, no discurso escrito de falantes de Português como língua segunda, tais funções podem não se manifestar na forma em que o falante nativo ou quase-nativo esperaria encontrá-las. Neste artigo, analisamos a produção escrita, enquadrada em textos do género opinativo e tipologia argumentativa, procurando elicitar o modo como os escreventes põem em prática as regras e os princípios de uso da língua e, em particular, as regras da predição, como contributo à compreensão dos problemas não-gramaticais que se colocam ao uso da língua na escrita.
{"title":"Idiomaticidade e predição em textos argumentativos","authors":"J. M. Langa","doi":"10.22297/DL.V7I3.3331","DOIUrl":"https://doi.org/10.22297/DL.V7I3.3331","url":null,"abstract":"Os textos argumentativos redigidos em Português por alunos universitários moçambicanos falantes de Português como língua segunda apresentam-se amiúde fragmentados em frases desligadas entre si. Isso pode acontecer, eventualmente, por não dominarem a forma ou fórmulas de expressão das relações lógicas entre as frases ou ideias ou porque não têm segurança na formulação do tipo de relações lógico-discursivas visadas. A qualquer escrito com estas características falta coesão e coerência, ou seja, a naturalidade ou idiomaticidade que é peculiar ao discurso do falante ou escrevente competente da língua. Os idiomatismos e formações idiomáticas que introduzem funções retóricas num texto tendem a assumir um carácter preditivo. Mas, no discurso escrito de falantes de Português como língua segunda, tais funções podem não se manifestar na forma em que o falante nativo ou quase-nativo esperaria encontrá-las. Neste artigo, analisamos a produção escrita, enquadrada em textos do género opinativo e tipologia argumentativa, procurando elicitar o modo como os escreventes põem em prática as regras e os princípios de uso da língua e, em particular, as regras da predição, como contributo à compreensão dos problemas não-gramaticais que se colocam ao uso da língua na escrita. ","PeriodicalId":53852,"journal":{"name":"Dialogo das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42948121","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo tem o objetivo de mostrar como os escreventes estruturam a informação na produção textual, de modo a formular enunciados com significado. A criação de um discurso coerente resulta da conjugação da forma e da função, o que exige conhecimento das regras subjacentes à estruturação da informação. As regras que têm como foco a gramática, a forma, não são suficientes para compreender a dinâmica do processamento discursivo. É que é importante compreender que o texto não deve ser interpretado apenas como unidade linguística, mas sim, considerá-lo como uma unidade comunicativa. Nesse sentido, as regras, o tipo de gramática necessários transcendem o aspecto formal. A abordagem funcional da língua contribui de maneira significativa na compreensão dos processos que conduzem à produção de textos coesos e coerentes. Os resultados revelam as dificuldades que os escreventes enfrentam na discursivização das suas intenções de comunicação. Há necessidade de um ensino que desenvolva competências relacionadas com gramática do discurso. Para ilustrar o grau de conhecimento das estruturas discursivas, analisamos duas composições de estudantes universitários moçambicanos.
{"title":"A organização da informação nos textos de estudantes universitários moçambicanos","authors":"Cecília Mavale","doi":"10.22297/DL.V7I3.3332","DOIUrl":"https://doi.org/10.22297/DL.V7I3.3332","url":null,"abstract":"Este artigo tem o objetivo de mostrar como os escreventes estruturam a informação na produção textual, de modo a formular enunciados com significado. A criação de um discurso coerente resulta da conjugação da forma e da função, o que exige conhecimento das regras subjacentes à estruturação da informação. As regras que têm como foco a gramática, a forma, não são suficientes para compreender a dinâmica do processamento discursivo. É que é importante compreender que o texto não deve ser interpretado apenas como unidade linguística, mas sim, considerá-lo como uma unidade comunicativa. Nesse sentido, as regras, o tipo de gramática necessários transcendem o aspecto formal. A abordagem funcional da língua contribui de maneira significativa na compreensão dos processos que conduzem à produção de textos coesos e coerentes. Os resultados revelam as dificuldades que os escreventes enfrentam na discursivização das suas intenções de comunicação. Há necessidade de um ensino que desenvolva competências relacionadas com gramática do discurso. Para ilustrar o grau de conhecimento das estruturas discursivas, analisamos duas composições de estudantes universitários moçambicanos.","PeriodicalId":53852,"journal":{"name":"Dialogo das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47034634","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Analisamos atividades referentes a uma coleção de livros didáticos de História dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Debruçamo-nos sobre as propostas de atividades de produção de textos escritos presentes com enfoque nas possibilidades de uso de estratégias argumentativas. Optamos por uma abordagem de pesquisa qualitativa. Produzimos um mapeamento dos comandos das atividades de produção textual presentes nas obras, de forma a identificar a explicitação de gêneros, interlocutores ou finalidades de escrita, sobretudo os espaços para o uso da argumentação. Os resultados mostraram que as propostas de produções de textos escritos indicavam, mais frequentemente, a escrita de redações, listas e descrições. Os gêneros não eram explorados quanto às finalidades, mas sim quanto às temáticas a anunciar. Essas temáticas giravam, em geral, em torno do politicamente correto. Além dessas, algumas ocorrências de produção de textos da ordem do argumentar puderam ser encontradas; algumas baseadas em temas polêmicos. A pesquisa aponta para a necessidade de ampliação de oportunidades de produção dos gêneros discursivos da ordem do argumentar que colaborem para o ensino da História.
{"title":"Produção de textos argumentativos em livros didáticos de história","authors":"Ana Gabriela de Souza Seal, Telma Ferraz Leal","doi":"10.22297/DL.V7I3.3334","DOIUrl":"https://doi.org/10.22297/DL.V7I3.3334","url":null,"abstract":"Analisamos atividades referentes a uma coleção de livros didáticos de História dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Debruçamo-nos sobre as propostas de atividades de produção de textos escritos presentes com enfoque nas possibilidades de uso de estratégias argumentativas. Optamos por uma abordagem de pesquisa qualitativa. Produzimos um mapeamento dos comandos das atividades de produção textual presentes nas obras, de forma a identificar a explicitação de gêneros, interlocutores ou finalidades de escrita, sobretudo os espaços para o uso da argumentação. Os resultados mostraram que as propostas de produções de textos escritos indicavam, mais frequentemente, a escrita de redações, listas e descrições. Os gêneros não eram explorados quanto às finalidades, mas sim quanto às temáticas a anunciar. Essas temáticas giravam, em geral, em torno do politicamente correto. Além dessas, algumas ocorrências de produção de textos da ordem do argumentar puderam ser encontradas; algumas baseadas em temas polêmicos. A pesquisa aponta para a necessidade de ampliação de oportunidades de produção dos gêneros discursivos da ordem do argumentar que colaborem para o ensino da História.","PeriodicalId":53852,"journal":{"name":"Dialogo das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45488217","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Nominata de pareceristas","authors":"Comissão Editorial","doi":"10.22297/dl.v7i3.3337","DOIUrl":"https://doi.org/10.22297/dl.v7i3.3337","url":null,"abstract":"Agradecimentos aos pareceristas.","PeriodicalId":53852,"journal":{"name":"Dialogo das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43398420","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}