Um dos primeiros contatos dos estudantes de graduação com a pesquisa se dá por meio de disciplinas que objetivam o ensino da metodologia do trabalho científico. Assim, este trabalho traz como objetivo relatar uma exitosa experiência no campo da docência superior relacionado ao ensino de metodologia do trabalho científico em um recém-criado curso de Medicina. Realizou-se a mudança estrutural das ementas das disciplinas de metodologia do trabalho científico a fim de aliar a teoria com a prática para o desenvolvimento de pesquisas de modo precoce na graduação. Nesse sentido, foi possível que ao longo do primeiro ano do curso de Medicina os acadêmicos pudessem aprender as bases da metodologia do trabalho científico com a prática de escrita de projetos de pesquisa durante o primeiro semestre e o desenvolvimento da pesquisa no segundo semestre com coleta de dados e sua análise. Conseguiu-se sólida formação básica em pesquisa e treinamento preparatório voltado para o trabalho de conclusão de curso. Ademais, houve significativo interesse por parte dos estudantes para a publicação dos resultados das pesquisas, resultando já em três artigos publicados. Assim, conclui-se esse relato com a certeza que a metodologia aqui descrita usada para o ensino dessa disciplina no curso de Medicina obteve êxito, com repercussões e resultados positivos para o desenvolvimento, incentivo e formação em pesquisa e que pode ser considerada a replicação dessa abordagem em outros cursos e instituições de ensino superior.
{"title":"Ensino de metodologia da pesquisa científica em um curso de Medicina em Roraima","authors":"L. Arruda-Barbosa","doi":"10.14244/198271993950","DOIUrl":"https://doi.org/10.14244/198271993950","url":null,"abstract":"Um dos primeiros contatos dos estudantes de graduação com a pesquisa se dá por meio de disciplinas que objetivam o ensino da metodologia do trabalho científico. Assim, este trabalho traz como objetivo relatar uma exitosa experiência no campo da docência superior relacionado ao ensino de metodologia do trabalho científico em um recém-criado curso de Medicina. Realizou-se a mudança estrutural das ementas das disciplinas de metodologia do trabalho científico a fim de aliar a teoria com a prática para o desenvolvimento de pesquisas de modo precoce na graduação. Nesse sentido, foi possível que ao longo do primeiro ano do curso de Medicina os acadêmicos pudessem aprender as bases da metodologia do trabalho científico com a prática de escrita de projetos de pesquisa durante o primeiro semestre e o desenvolvimento da pesquisa no segundo semestre com coleta de dados e sua análise. Conseguiu-se sólida formação básica em pesquisa e treinamento preparatório voltado para o trabalho de conclusão de curso. Ademais, houve significativo interesse por parte dos estudantes para a publicação dos resultados das pesquisas, resultando já em três artigos publicados. Assim, conclui-se esse relato com a certeza que a metodologia aqui descrita usada para o ensino dessa disciplina no curso de Medicina obteve êxito, com repercussões e resultados positivos para o desenvolvimento, incentivo e formação em pesquisa e que pode ser considerada a replicação dessa abordagem em outros cursos e instituições de ensino superior.","PeriodicalId":131472,"journal":{"name":"Revista Eletrônica de Educação","volume":"10 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"131555316","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O artigo apresenta os resultados de uma pesquisa desenvolvida no âmbito de um mestrado profissional em Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A pesquisa, já finalizada, investigou quais os saberes e conhecimentos matemáticos e metodológicos são mobilizados, reconhecidos e ressignificados por professoras da Educação Infantil, que atuavam com crianças de 4 e 5 anos na Rede Municipal de Ensino de Belo Horizonte/MG, quando se reúnem em grupo de estudos. A pesquisa contou com abordagem qualitativa, com a perspectiva de elaboração de narrativas orais e escritas. O plano de trabalho de campo e os instrumentos de registros de informações compreenderam a formação do grupo de professoras, a aplicação de questionários em alguns momentos, os encontros periódicos de formação, a discussão, o planejamento e o registro. Aqui optamos por trazer os registros das práticas envolvendo as medidas de tempo, que foram discutidas em um dos encontros do grupo em que se destacaram os fazeres práticos das professoras. Teve também a perspectiva de constituir um material de viés formativo, compartilhando as descobertas e propondo novos caminhos que avancem na investigação e na reflexão sobre as práticas pedagógicas na Educação Infantil. Os resultados apontam que investigar a sabedoria existente na prática é um processo complexo, dinâmico e circular que envolve o “ser e pensar” e o “saber e fazer” docente. Esse processo exige sensibilidade dos professores ao investigar a própria prática e ser protagonista de seu desenvolvimento profissional.
{"title":"Saberes e práticas de professoras da Educação Infantil: medidas de tempo","authors":"Denise França Stehling, Keli Cristina Conti","doi":"10.14244/198271994344","DOIUrl":"https://doi.org/10.14244/198271994344","url":null,"abstract":"O artigo apresenta os resultados de uma pesquisa desenvolvida no âmbito de um mestrado profissional em Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A pesquisa, já finalizada, investigou quais os saberes e conhecimentos matemáticos e metodológicos são mobilizados, reconhecidos e ressignificados por professoras da Educação Infantil, que atuavam com crianças de 4 e 5 anos na Rede Municipal de Ensino de Belo Horizonte/MG, quando se reúnem em grupo de estudos. A pesquisa contou com abordagem qualitativa, com a perspectiva de elaboração de narrativas orais e escritas. O plano de trabalho de campo e os instrumentos de registros de informações compreenderam a formação do grupo de professoras, a aplicação de questionários em alguns momentos, os encontros periódicos de formação, a discussão, o planejamento e o registro. Aqui optamos por trazer os registros das práticas envolvendo as medidas de tempo, que foram discutidas em um dos encontros do grupo em que se destacaram os fazeres práticos das professoras. Teve também a perspectiva de constituir um material de viés formativo, compartilhando as descobertas e propondo novos caminhos que avancem na investigação e na reflexão sobre as práticas pedagógicas na Educação Infantil. Os resultados apontam que investigar a sabedoria existente na prática é um processo complexo, dinâmico e circular que envolve o “ser e pensar” e o “saber e fazer” docente. Esse processo exige sensibilidade dos professores ao investigar a própria prática e ser protagonista de seu desenvolvimento profissional.","PeriodicalId":131472,"journal":{"name":"Revista Eletrônica de Educação","volume":"13 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125319473","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Adriana Santiado Rosa Dantas, Gabriela Abuhab Valente
O conceito de laicidade utilizado por grande parte de estudiosos brasileiros tem fundamentação teórica na matriz francesa. Contudo, questiona-se neste artigo a adoção do conceito como universal para a estrutura social brasileira. A partir de um estudo empírico comparativo que permitiu a realização de 18 entrevistas com professores brasileiros e 18 com professores franceses sobre os entendimentos do conceito de laicidade foi possível constatar uma percepção distinta por parte dos docentes dos dois países. Essa diferença está presente na forma como os professores compreendem e mobilizam este conceito. Questionou-se o que representaria tal distinção para além das diferenças culturais, tendo como hipótese as diferenças estruturais, justificando, assim, a necessidade de rediscussão do conceito de laicidade no Brasil. Perguntou-se que tipo de laicidade existe neste país? Para responder este questionamento, buscamos analisar os dados da pesquisa empírica a partir da perspectiva teórica decolonial da colonialidade/modernidade. Concluiu-se que o conceito de laicidade francês não pode ser importado para o Brasil tal qual, pois sua construção na França se fez a partir da separação entre Estado e religião, remetendo ao projeto político de construção de consenso social da nação moderna. Por outro lado, no Brasil, a aliança entre Estado e religião era necessária para a formação do consenso nacional de uma estrutura social racializada.
{"title":"Laicidade brasileira na perspectiva da colonialidade do poder","authors":"Adriana Santiado Rosa Dantas, Gabriela Abuhab Valente","doi":"10.14244/198271995523","DOIUrl":"https://doi.org/10.14244/198271995523","url":null,"abstract":"O conceito de laicidade utilizado por grande parte de estudiosos brasileiros tem fundamentação teórica na matriz francesa. Contudo, questiona-se neste artigo a adoção do conceito como universal para a estrutura social brasileira. A partir de um estudo empírico comparativo que permitiu a realização de 18 entrevistas com professores brasileiros e 18 com professores franceses sobre os entendimentos do conceito de laicidade foi possível constatar uma percepção distinta por parte dos docentes dos dois países. Essa diferença está presente na forma como os professores compreendem e mobilizam este conceito. Questionou-se o que representaria tal distinção para além das diferenças culturais, tendo como hipótese as diferenças estruturais, justificando, assim, a necessidade de rediscussão do conceito de laicidade no Brasil. Perguntou-se que tipo de laicidade existe neste país? Para responder este questionamento, buscamos analisar os dados da pesquisa empírica a partir da perspectiva teórica decolonial da colonialidade/modernidade. Concluiu-se que o conceito de laicidade francês não pode ser importado para o Brasil tal qual, pois sua construção na França se fez a partir da separação entre Estado e religião, remetendo ao projeto político de construção de consenso social da nação moderna. Por outro lado, no Brasil, a aliança entre Estado e religião era necessária para a formação do consenso nacional de uma estrutura social racializada.","PeriodicalId":131472,"journal":{"name":"Revista Eletrônica de Educação","volume":"24 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115021880","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Cette contribution interroge la notion française de laïcité en se plaçant du point de vue historique (mobilisant débats et écrits situés dans leur temps, textes officiels, ouvrages de synthèse). L’auteur soutient la thèse selon laquelle - s’il existe un potentiel d’universalité dans la notion de laïcité à la française - celui-ci ne peut être perçu qu’à partir d’une analyse et d’une compréhension fine des circonstances historiques de son émergence en France, sous les formes d’une conquête et d’une défense (contre certains courants religieux). Les questions centrales sont les suivantes : comment s’est effectué en France, après la Révolution, le processus de sécularisation et que s’en est-il suivi, au point de vue des idées et du droit, quant à la conception de la laïcité ? Comment ce principe politique et juridique de laïcité s’est-il inscrit dans les institutions ? Comment fonctionne-t-il aujourd’hui et à quels problèmes est-il soumis ? L’article distingue cinq moments de l’histoire de la laïcité en France du début du XIXe siècle au début du XXIe: - l’amont des grandes lois fondatrices; - les grandes lois fondatrices de la laïcité scolaire (1881-82, 1886); - la séparation des Eglises et de l’Etat (1905); - les luttes autour de la laïcité après 1945; - les enjeux de la laïcité dans la société française contemporaine. Enfin, la réflexion sur l’histoire de la laïcité en France débouche sur la proposition de privilégier, dans l’hypothèse de son extension, un “universalisme réitératif”, soucieux de tact et respectueux des particularités de chaque société, par rapport à un “universalisme de surplomb”, intempestif et impérieux.
{"title":"Conquête et défense du principe de laïcité en France (XIXe - début XXIe siècle)","authors":"A. Robert","doi":"10.14244/198271995466","DOIUrl":"https://doi.org/10.14244/198271995466","url":null,"abstract":"Cette contribution interroge la notion française de laïcité en se plaçant du point de vue historique (mobilisant débats et écrits situés dans leur temps, textes officiels, ouvrages de synthèse). L’auteur soutient la thèse selon laquelle - s’il existe un potentiel d’universalité dans la notion de laïcité à la française - celui-ci ne peut être perçu qu’à partir d’une analyse et d’une compréhension fine des circonstances historiques de son émergence en France, sous les formes d’une conquête et d’une défense (contre certains courants religieux). Les questions centrales sont les suivantes : comment s’est effectué en France, après la Révolution, le processus de sécularisation et que s’en est-il suivi, au point de vue des idées et du droit, quant à la conception de la laïcité ? Comment ce principe politique et juridique de laïcité s’est-il inscrit dans les institutions ? Comment fonctionne-t-il aujourd’hui et à quels problèmes est-il soumis ? L’article distingue cinq moments de l’histoire de la laïcité en France du début du XIXe siècle au début du XXIe: - l’amont des grandes lois fondatrices; - les grandes lois fondatrices de la laïcité scolaire (1881-82, 1886); - la séparation des Eglises et de l’Etat (1905); - les luttes autour de la laïcité après 1945; - les enjeux de la laïcité dans la société française contemporaine. Enfin, la réflexion sur l’histoire de la laïcité en France débouche sur la proposition de privilégier, dans l’hypothèse de son extension, un “universalisme réitératif”, soucieux de tact et respectueux des particularités de chaque société, par rapport à un “universalisme de surplomb”, intempestif et impérieux.","PeriodicalId":131472,"journal":{"name":"Revista Eletrônica de Educação","volume":"18 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129155533","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Elivaldo Serrão Custódio, Eugénia da Luz Silva Foster
O presente estudo buscou refletir sobre percepções de professores/as atuantes em escolas quilombolas de ensino fundamental no estado do Amapá sobre o tratamento dado à questão racial. Trata-se de uma pesquisa qualitativa exploratória de campo e reflexiva através de entrevista semiestruturada com 15 professores/as da rede pública estadual. Os resultados apontam que a discriminação racial, uma das faces do racismo ainda está presente na escola, nos currículos, nas práticas e nas atitudes dos seus profissionais. A escola que, se de um lado, ajudou a sedimentar e alimentar crenças, valores e estereótipos sobre a negritude e que hoje estão sendo objeto de uma profunda revisão - ao menos no desejo de muitos - de outro, vem engendrando no seu cotidiano perspectivas de uma abertura para a pluralidade e uma ressignificação de experiências ricas e fecundas, mas silenciadas e ignoradas na sua singularidade. Os dados apontam ainda que as narrativas sinalizam para a necessidade rever o papel e funcionalidade da escola, ensejando outros processos mais plurais. E que venham a consolidar uma democracia mais efetiva e solidária em que a discriminação ceda lugar ao respeito à diferença, haja valorização da cultura e da religiosidade. Há, portanto, a urgente necessidade de se considerar a questão racial e a (re)construção das identidades culturais num encontro dialógico, inclusivo e participativo.
{"title":"Percepções de professores sobre a questão racial em escola quilombola: narrativas de experiências","authors":"Elivaldo Serrão Custódio, Eugénia da Luz Silva Foster","doi":"10.14244/198271995452","DOIUrl":"https://doi.org/10.14244/198271995452","url":null,"abstract":"O presente estudo buscou refletir sobre percepções de professores/as atuantes em escolas quilombolas de ensino fundamental no estado do Amapá sobre o tratamento dado à questão racial. Trata-se de uma pesquisa qualitativa exploratória de campo e reflexiva através de entrevista semiestruturada com 15 professores/as da rede pública estadual. Os resultados apontam que a discriminação racial, uma das faces do racismo ainda está presente na escola, nos currículos, nas práticas e nas atitudes dos seus profissionais. A escola que, se de um lado, ajudou a sedimentar e alimentar crenças, valores e estereótipos sobre a negritude e que hoje estão sendo objeto de uma profunda revisão - ao menos no desejo de muitos - de outro, vem engendrando no seu cotidiano perspectivas de uma abertura para a pluralidade e uma ressignificação de experiências ricas e fecundas, mas silenciadas e ignoradas na sua singularidade. Os dados apontam ainda que as narrativas sinalizam para a necessidade rever o papel e funcionalidade da escola, ensejando outros processos mais plurais. E que venham a consolidar uma democracia mais efetiva e solidária em que a discriminação ceda lugar ao respeito à diferença, haja valorização da cultura e da religiosidade. Há, portanto, a urgente necessidade de se considerar a questão racial e a (re)construção das identidades culturais num encontro dialógico, inclusivo e participativo.","PeriodicalId":131472,"journal":{"name":"Revista Eletrônica de Educação","volume":"29 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122078334","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Dossiê: Religião, discriminação e racismo no espaço escolar.
档案:学校环境中的宗教、歧视和种族主义。
{"title":"Apresentação do Dossiê Religião, discriminação e racismo no espaço escolar","authors":"G. Valente, A. Botler","doi":"10.14244/198271996284","DOIUrl":"https://doi.org/10.14244/198271996284","url":null,"abstract":"Dossiê: Religião, discriminação e racismo no espaço escolar.","PeriodicalId":131472,"journal":{"name":"Revista Eletrônica de Educação","volume":"70 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122413455","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O artigo analisa as formas de implementação da laicidade escolar "para além dos muros" da escola, no contexto de estudos do meio (saídas, passeios e viagens escolares) que representa uma mudança no quotidiano dos alunos. Neste artigo, situações implicando a religião serão analisadas levando em consideração a forma como são caracterizadas pelos profissionais de educação nas escolas públicas do ensino secundário (Ensino Fundamental II e Ensino Médio). Por marcarem uma ruptura com as práticas estabelecidas nas escolas e com a unidade de lugar, os estudos do meio são um importante ponto de referência para uma interpretação espacial da laicidade escolar. As viagens e passeios escolares confrontam as equipes educativas com a questão da articulação das liberdades religiosas e da laicidade de uma forma mais frontal do que na vida escolar quotidiana. Neste aspecto, buscou-se determinar se existiam diferenças significativas entre as estratégias dos profissionais e a sua lógica de ação nas escolas de ensino fundamental II e de ensino médio (em função da idade dos alunos, das especificidades funcionais destes níveis de ensino ou dos hábitos profissionais) ou se as situações e o respectivo tratamento eram homogéneos nos dois ciclos de ensino ou se variavam mais significativamente de acordo com o perfil sociológico das escolas.
{"title":"A laicidade escolar para além dos muros: abordagem comparativa da prática profissional na escola secundária","authors":"Anne-Claire Husser, Émilie Pontanier","doi":"10.14244/198271995526","DOIUrl":"https://doi.org/10.14244/198271995526","url":null,"abstract":"O artigo analisa as formas de implementação da laicidade escolar \"para além dos muros\" da escola, no contexto de estudos do meio (saídas, passeios e viagens escolares) que representa uma mudança no quotidiano dos alunos. Neste artigo, situações implicando a religião serão analisadas levando em consideração a forma como são caracterizadas pelos profissionais de educação nas escolas públicas do ensino secundário (Ensino Fundamental II e Ensino Médio). Por marcarem uma ruptura com as práticas estabelecidas nas escolas e com a unidade de lugar, os estudos do meio são um importante ponto de referência para uma interpretação espacial da laicidade escolar. As viagens e passeios escolares confrontam as equipes educativas com a questão da articulação das liberdades religiosas e da laicidade de uma forma mais frontal do que na vida escolar quotidiana. Neste aspecto, buscou-se determinar se existiam diferenças significativas entre as estratégias dos profissionais e a sua lógica de ação nas escolas de ensino fundamental II e de ensino médio (em função da idade dos alunos, das especificidades funcionais destes níveis de ensino ou dos hábitos profissionais) ou se as situações e o respectivo tratamento eram homogéneos nos dois ciclos de ensino ou se variavam mais significativamente de acordo com o perfil sociológico das escolas.","PeriodicalId":131472,"journal":{"name":"Revista Eletrônica de Educação","volume":"14 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125673259","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Juliana Pereira de Araújo, Valéria Landa Alfaiate Carrijo
A escola deixa marcas nas identidades daqueles que passam por seus bancos. Para jovens negros e negras elas são naturalizadas como registro de um processo, que dito civilizatório, promove o distanciamento da cultura dos povos africanos e o cerceamento de seus corpos comprometendo a compreensão das estruturas que mantem negros e negras em condições desiguais de vida e trabalho. Sob a égide da Lei 10.639/2003, observamos nas escolas projetos sobre a questão étnico-racial mas pouco sabemos sobre como os alunos avaliam o impacto dessas experiências. Por isso, realizamos um estudo de caso ligado ao Projeto Empodera! tendo como base um referencial teórico de perspectiva decolonial. Foram entrevistados (as) sete (07) jovens negros e negras egressos de uma escola pública mineira para analisarmos como avaliam o impacto de um projeto vivenciado durante o Ensino Médio. Após a análise do conteúdo sobre o material das entrevistas concluímos que na visão dos (as) entrevistados (as) o projeto impactou positivamente suas identidades porque alterou sua relação com o próprio corpo, forneceu conhecimentos sobre a questão do negro e potencializou estratégias para adoção de outras formas de ser e estar no mundo que implicam a conexão com outros negros e negras e a atuação permanente contra o racismo.
{"title":"Jovens negros, a escola e a subjetivação: narrativas sobre um projeto pautado na lei 10639/03","authors":"Juliana Pereira de Araújo, Valéria Landa Alfaiate Carrijo","doi":"10.14244/198271995565","DOIUrl":"https://doi.org/10.14244/198271995565","url":null,"abstract":"A escola deixa marcas nas identidades daqueles que passam por seus bancos. Para jovens negros e negras elas são naturalizadas como registro de um processo, que dito civilizatório, promove o distanciamento da cultura dos povos africanos e o cerceamento de seus corpos comprometendo a compreensão das estruturas que mantem negros e negras em condições desiguais de vida e trabalho. Sob a égide da Lei 10.639/2003, observamos nas escolas projetos sobre a questão étnico-racial mas pouco sabemos sobre como os alunos avaliam o impacto dessas experiências. Por isso, realizamos um estudo de caso ligado ao Projeto Empodera! tendo como base um referencial teórico de perspectiva decolonial. Foram entrevistados (as) sete (07) jovens negros e negras egressos de uma escola pública mineira para analisarmos como avaliam o impacto de um projeto vivenciado durante o Ensino Médio. Após a análise do conteúdo sobre o material das entrevistas concluímos que na visão dos (as) entrevistados (as) o projeto impactou positivamente suas identidades porque alterou sua relação com o próprio corpo, forneceu conhecimentos sobre a questão do negro e potencializou estratégias para adoção de outras formas de ser e estar no mundo que implicam a conexão com outros negros e negras e a atuação permanente contra o racismo.","PeriodicalId":131472,"journal":{"name":"Revista Eletrônica de Educação","volume":"41 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"126781715","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo apresenta uma etnografia dos processos de interação social desenvolvidos em uma escola pública municipal na cidade do Rio de Janeiro. As análises apresentadas são um recorte de um estudo realizado no ano letivo de 2019, em uma escola que oferta da Educação Infantil ao sexto ano do Ensino Fundamental. Argumentamos que o pertencimento religioso das crianças às religiões de matriz afro-brasileira constitui-se como um elemento motivador de ações e interações que contribuem para (re)produção de desigualdades no interior da escola. Tais processos ocorrem no decorrer dos rituais escolares. Logo, analisá-los permite entender as sutilezas da (re)produção de desigualdades na escola, em conexão com processos de estigmatização e rotulação de pertencimentos religiosos. Os rituais – diretivos e não diretivos - prescrevem para os alunos tipos de identidades e modelos de interação social que incluem elementos pedagógicos e religiosos. Quando essas expectativas prescritivas não são correspondidas, cria-se um processo de classificação e separação social entre eu/nós/eles, que organiza as interações sociais e as experiências escolares das crianças. Discute-se que para além da reprodução de desigualdades ligadas ao background social e cultural dos alunos, ocorrem também processos de produção de desigualdades internas à escola, conectadas com estigmas e rótulos associados aos seus pertencimentos religiosos. Conforme demonstraremos, os estudantes que praticam religiões de matrizes afro-brasileiras desenvolvem processos de negociação de suas identidades religiosas, ora as escondendo, ora as expondo. Evangélicos e católicos, todavia, não realizam esse tipo de negociação posto que suas identidades religiosas são tidas como legítimas e adequadas ao ambiente escolar.
{"title":"Estigmas religiosos em espaços escolares: dilemas para a escola republicana no Rio de Janeiro","authors":"Thaynara Nascimento Costa, Rodrigo Rosistolato","doi":"10.14244/198271995524","DOIUrl":"https://doi.org/10.14244/198271995524","url":null,"abstract":"Este artigo apresenta uma etnografia dos processos de interação social desenvolvidos em uma escola pública municipal na cidade do Rio de Janeiro. As análises apresentadas são um recorte de um estudo realizado no ano letivo de 2019, em uma escola que oferta da Educação Infantil ao sexto ano do Ensino Fundamental. Argumentamos que o pertencimento religioso das crianças às religiões de matriz afro-brasileira constitui-se como um elemento motivador de ações e interações que contribuem para (re)produção de desigualdades no interior da escola. Tais processos ocorrem no decorrer dos rituais escolares. Logo, analisá-los permite entender as sutilezas da (re)produção de desigualdades na escola, em conexão com processos de estigmatização e rotulação de pertencimentos religiosos. Os rituais – diretivos e não diretivos - prescrevem para os alunos tipos de identidades e modelos de interação social que incluem elementos pedagógicos e religiosos. Quando essas expectativas prescritivas não são correspondidas, cria-se um processo de classificação e separação social entre eu/nós/eles, que organiza as interações sociais e as experiências escolares das crianças. Discute-se que para além da reprodução de desigualdades ligadas ao background social e cultural dos alunos, ocorrem também processos de produção de desigualdades internas à escola, conectadas com estigmas e rótulos associados aos seus pertencimentos religiosos. Conforme demonstraremos, os estudantes que praticam religiões de matrizes afro-brasileiras desenvolvem processos de negociação de suas identidades religiosas, ora as escondendo, ora as expondo. Evangélicos e católicos, todavia, não realizam esse tipo de negociação posto que suas identidades religiosas são tidas como legítimas e adequadas ao ambiente escolar.","PeriodicalId":131472,"journal":{"name":"Revista Eletrônica de Educação","volume":"38 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116686830","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este trabalho teve como objetivo compreender como ocorrem as interações escolares entre estudantes e professores no que diz respeito à temática das religiões de matrizes africanas. A metodologia de caráter qualitativo contou com técnicas de observação participante, rodas de conversa com alunas do Ensino Médio, além de entrevistas com professores e gestores de uma escola pública de um município da grande São Paulo. Fundamentada na teoria histórico-cultural, a análise de dados incidiu sobre as mediações entre estudantes e adultos da escola em consonância com os posicionamentos adotados no enfrentamento das desigualdades étnico-raciais nos espaços escolares, especialmente no que tange às questões de ordem religiosa. Os resultados demonstraram que adeptos de religiões de matrizes africanas passam por constantes situações de discriminação, tanto fora quanto dentro dos muros da escola. A análise dos dados denuncia a forma como tais pertenças religiosas são ocultadas e omitidas nos espaços institucionais, tanto pelo ponto de vista das estudantes quanto pelo relato dos professores. Conclui-se que a representação estereotipada e preconceituosa das crenças afro-brasileiras tem oportunizado situações de violência simbólica no cotidiano de atores escolares, em que apenas religiões de matriz cristã são reconhecidas hegemonicamente. Tais processos reforçam o racismo estrutural e institucional, evidenciando a necessidade de formação continuada de professores para lidar com a intolerância religiosa que se expressa das mais variadas formas nos contextos educacionais.
{"title":"Sentidos e significados sobre religiões de matrizes africanas no contexto da escola","authors":"Cíntia Vieira da Silva, Edna Martins","doi":"10.14244/198271995514","DOIUrl":"https://doi.org/10.14244/198271995514","url":null,"abstract":"Este trabalho teve como objetivo compreender como ocorrem as interações escolares entre estudantes e professores no que diz respeito à temática das religiões de matrizes africanas. A metodologia de caráter qualitativo contou com técnicas de observação participante, rodas de conversa com alunas do Ensino Médio, além de entrevistas com professores e gestores de uma escola pública de um município da grande São Paulo. Fundamentada na teoria histórico-cultural, a análise de dados incidiu sobre as mediações entre estudantes e adultos da escola em consonância com os posicionamentos adotados no enfrentamento das desigualdades étnico-raciais nos espaços escolares, especialmente no que tange às questões de ordem religiosa. Os resultados demonstraram que adeptos de religiões de matrizes africanas passam por constantes situações de discriminação, tanto fora quanto dentro dos muros da escola. A análise dos dados denuncia a forma como tais pertenças religiosas são ocultadas e omitidas nos espaços institucionais, tanto pelo ponto de vista das estudantes quanto pelo relato dos professores. Conclui-se que a representação estereotipada e preconceituosa das crenças afro-brasileiras tem oportunizado situações de violência simbólica no cotidiano de atores escolares, em que apenas religiões de matriz cristã são reconhecidas hegemonicamente. Tais processos reforçam o racismo estrutural e institucional, evidenciando a necessidade de formação continuada de professores para lidar com a intolerância religiosa que se expressa das mais variadas formas nos contextos educacionais.","PeriodicalId":131472,"journal":{"name":"Revista Eletrônica de Educação","volume":"29 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"117244463","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}