Pub Date : 2022-09-21DOI: 10.15210/lepaarq.v19i37.22874
Marianne Sallum, Francisco Silva Noelli, João Carlos Moreno de Sousa
As comunidades agroflorestais sempre formaram os lugares mais numerosos no Brasil, até o presente. As suas relações sociais foram pautadas pela “política da consideração” e economia de colaboração, diferentemente do sistema patriarcal e mercantil europeu. As mulheres tinham proeminência nas comunidades e práticas autossustentadas, segurança alimentar, produção de materialidade e transmissão de conhecimentos. Em São Paulo, a partir de 1502 houve um contexto específico de colonialismo, onde as comunidades Tupiniquim transformaram as relações com parte dos portugueses em relações de aliança, parentesco e consideração, amansando-os e criando materialidades, a exemplo da Cerâmica Paulista. Os portugueses não dominaram as comunidades Tupiniquim, mas uma parte deles ingressou nas comunidades de práticas indígenas, formando posteriormente o “autonomismo paulista”. Nesse contexto, coexistiram práticas colaborativas e de mercado, incorporando pessoas, coisas e conhecimentos de diversos lugares, como um modo de vida diferente daquele desenvolvido nos núcleos urbanos e nas plantations. É preciso compreender que as comunidades tiveram diferentes processos históricos que permitiram as suas persistências até o presente. Há o caso das mulheres que continuam produzindo a Cerâmica Paulista, mas não se consideram indígenas; enquanto outras comunidades, como as Tupi Guarani de Piaçaguera (São Paulo), reivindicam abertamente a identidade “misturada” entre Tupi e Guarani e manifestam o interesse em retomar a produção cerâmica que deixaram de fazer no passado. É um exemplo que exige a reavaliação do apagamento acadêmico dos povos indígenas na historiografia, arqueologia e antropologia em São Paulo, pois eles estão presentes independentemente das narrativas que as pessoas de fora têm produzido a seu respeito.
{"title":"“Política da consideração” e o significado das coisas","authors":"Marianne Sallum, Francisco Silva Noelli, João Carlos Moreno de Sousa","doi":"10.15210/lepaarq.v19i37.22874","DOIUrl":"https://doi.org/10.15210/lepaarq.v19i37.22874","url":null,"abstract":"As comunidades agroflorestais sempre formaram os lugares mais numerosos no Brasil, até o presente. As suas relações sociais foram pautadas pela “política da consideração” e economia de colaboração, diferentemente do sistema patriarcal e mercantil europeu. As mulheres tinham proeminência nas comunidades e práticas autossustentadas, segurança alimentar, produção de materialidade e transmissão de conhecimentos. Em São Paulo, a partir de 1502 houve um contexto específico de colonialismo, onde as comunidades Tupiniquim transformaram as relações com parte dos portugueses em relações de aliança, parentesco e consideração, amansando-os e criando materialidades, a exemplo da Cerâmica Paulista. Os portugueses não dominaram as comunidades Tupiniquim, mas uma parte deles ingressou nas comunidades de práticas indígenas, formando posteriormente o “autonomismo paulista”. Nesse contexto, coexistiram práticas colaborativas e de mercado, incorporando pessoas, coisas e conhecimentos de diversos lugares, como um modo de vida diferente daquele desenvolvido nos núcleos urbanos e nas plantations. É preciso compreender que as comunidades tiveram diferentes processos históricos que permitiram as suas persistências até o presente. Há o caso das mulheres que continuam produzindo a Cerâmica Paulista, mas não se consideram indígenas; enquanto outras comunidades, como as Tupi Guarani de Piaçaguera (São Paulo), reivindicam abertamente a identidade “misturada” entre Tupi e Guarani e manifestam o interesse em retomar a produção cerâmica que deixaram de fazer no passado. É um exemplo que exige a reavaliação do apagamento acadêmico dos povos indígenas na historiografia, arqueologia e antropologia em São Paulo, pois eles estão presentes independentemente das narrativas que as pessoas de fora têm produzido a seu respeito.","PeriodicalId":141889,"journal":{"name":"Cadernos do LEPAARQ (UFPEL)","volume":"16 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"131324597","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-21DOI: 10.15210/lepaarq.v19i37.22633
Sílvia Alves Peixoto, F. Noelli, Marianne Sallum
O contexto colonial de São Paulo e Rio de Janeiro conectou pessoas Tupiniquim, portugueses e seus descendentes, articulando interesses estratégicos em novas realidades políticas e sociais, como no Engenho do Camorim. Neste cenário, a genealogia de uma importante mulher paulista de São Vicente - Esperança da Costa, permitiu recuar no tempo até sua antepassada Tupiniquim Cecília Rodrigues (nascida c.1505) e suas descendentes, que provavelmente estiveram entre as comunidades de práticas que apropriaram e transformaram a cerâmica comum portuguesa na Cerâmica Paulista. A compreensão desse cenário resulta de vasta quantidade de dados, interpretados através de uma abordagem interdisciplinar sob os pressupostos da persistência das comunidades e da transmissão de conhecimento entre as linhagens de mulheres, que permite explicar a presença de cerâmicas produzidas com as mesmas tecnologias em tempos e lugares diferentes nos últimos 500 anos. Cecília e suas contemporâneas legaram uma herança compartilhada até opresente.
sao保罗和里约热内卢de Janeiro的殖民背景将图皮尼金人、葡萄牙人和他们的后代联系在一起,在新的政治和社会现实中阐明战略利益,如Engenho do Camorim。在这种情况下,sao Vicente - esperanca da Costa一位重要的sao保罗妇女的家谱,让我们回到她的Tupiniquim祖先cecilia Rodrigues(生于1505年)和她的后代,他们可能是实践社区的一部分,挪用和改变了sao保罗陶瓷中常见的葡萄牙陶瓷。理解这种情况出自大量数据的解释,通过社区的一个跨学科的方法假设下的坚持和传播知识的迁移之间的女人,可以解释的陶瓷生产技术的出现在过去的500年里在不同的时间和地点。塞西莉亚和她同时代的人留下了共同的遗产,直到今天。
{"title":"De São Vicente a Jacarepaguá","authors":"Sílvia Alves Peixoto, F. Noelli, Marianne Sallum","doi":"10.15210/lepaarq.v19i37.22633","DOIUrl":"https://doi.org/10.15210/lepaarq.v19i37.22633","url":null,"abstract":"O contexto colonial de São Paulo e Rio de Janeiro conectou pessoas Tupiniquim, portugueses e seus descendentes, articulando interesses estratégicos em novas realidades políticas e sociais, como no Engenho do Camorim. Neste cenário, a genealogia de uma importante mulher paulista de São Vicente - Esperança da Costa, permitiu recuar no tempo até sua antepassada Tupiniquim Cecília Rodrigues (nascida c.1505) e suas descendentes, que provavelmente estiveram entre as comunidades de práticas que apropriaram e transformaram a cerâmica comum portuguesa na Cerâmica Paulista. A compreensão desse cenário resulta de vasta quantidade de dados, interpretados através de uma abordagem interdisciplinar sob os pressupostos da persistência das comunidades e da transmissão de conhecimento entre as linhagens de mulheres, que permite explicar a presença de cerâmicas produzidas com as mesmas tecnologias em tempos e lugares diferentes nos últimos 500 anos. Cecília e suas contemporâneas legaram uma herança compartilhada até opresente.","PeriodicalId":141889,"journal":{"name":"Cadernos do LEPAARQ (UFPEL)","volume":"56 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129167540","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-21DOI: 10.15210/lepaarq.v19i37.23124
Francisco Silva Noelli, Marianne Sallum, Tânia Manuel Casimiro
Este dossiê reune autorxs da Argentina, Brasil, Equador, Estados Unidos, Guiana e Portugal que trazem a Arqueologia do Colonialismo em seu campo de visão analítica. Foram considerados diversos lugares ao redor do Oceano Atlântico e fora dele, como no Oceano Pacífico, buscando compreender as relações locais e globais, os deslocamentos voluntários e forçados, os seus motivos distintos e os efeitos que ainda reverberam no presente. Os artigos também compartilham da consideração de que a Arqueologia “surge colonial e conserva colonialidades, seja na teoria como na prática” (HARTEMANN; MORAES, 2018, p. 11), sendo necessário atuar para descolonizá-la.
{"title":"Conexões atlânticas","authors":"Francisco Silva Noelli, Marianne Sallum, Tânia Manuel Casimiro","doi":"10.15210/lepaarq.v19i37.23124","DOIUrl":"https://doi.org/10.15210/lepaarq.v19i37.23124","url":null,"abstract":"\u0000Este dossiê reune autorxs da Argentina, Brasil, Equador, Estados Unidos, Guiana e Portugal que trazem a Arqueologia do Colonialismo em seu campo de visão analítica. Foram considerados diversos lugares ao redor do Oceano Atlântico e fora dele, como no Oceano Pacífico, buscando compreender as relações locais e globais, os deslocamentos voluntários e forçados, os seus motivos distintos e os efeitos que ainda reverberam no presente. Os artigos também compartilham da consideração de que a Arqueologia “surge colonial e conserva colonialidades, seja na teoria como na prática” (HARTEMANN; MORAES, 2018, p. 11), sendo necessário atuar para descolonizá-la. \u0000","PeriodicalId":141889,"journal":{"name":"Cadernos do LEPAARQ (UFPEL)","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123868835","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-21DOI: 10.15210/lepaarq.v19i37.22810
Márcia Lika Hattori
O objetivo deste artigo é propor uma reflexão sobre o abandono institucional e a materialização da colonialidade no racismo estrutural e classismo sob corpos a partir de formas de violência de estado que são naturalizadas. Analiso especificamente como se constrói a cidadania na morte, a partir de um olhar sobre o tratamento de funcionários e instituições de corpos categorizados como “desconhecidos” pela burocracia estatal durante a ditadura empresarial militar brasileira. Essa análise tem como eixo central a compreensão de colonialidade onde ações opressoras são sustentadas sob a racialização e racionalização que se perpetuam no mundo pós-colonial sobre os sujeitos subalternizados.
{"title":"Uma arqueologia do abandono","authors":"Márcia Lika Hattori","doi":"10.15210/lepaarq.v19i37.22810","DOIUrl":"https://doi.org/10.15210/lepaarq.v19i37.22810","url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é propor uma reflexão sobre o abandono institucional e a materialização da colonialidade no racismo estrutural e classismo sob corpos a partir de formas de violência de estado que são naturalizadas. Analiso especificamente como se constrói a cidadania na morte, a partir de um olhar sobre o tratamento de funcionários e instituições de corpos categorizados como “desconhecidos” pela burocracia estatal durante a ditadura empresarial militar brasileira. Essa análise tem como eixo central a compreensão de colonialidade onde ações opressoras são sustentadas sob a racialização e racionalização que se perpetuam no mundo pós-colonial sobre os sujeitos subalternizados.","PeriodicalId":141889,"journal":{"name":"Cadernos do LEPAARQ (UFPEL)","volume":"35 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116871821","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-21DOI: 10.15210/lepaarq.v19i37.22632
Renato Araújo da Silva
As disciplinas de história e antropologia no mundo todo tem como aliadas, entre outras, a arqueologia quando o objetivo é recuperar entre outros aspectos as diferentes materialidades dos povos colonizados. Calcados em trabalhos interdisciplinares tanto a cultura material, como a própria territorialidade, parte da memória atlântica e as profundas transformações identitárias estão sendo resgatados no contexto da chegada e permanência de milhões de africanos e afrodescendentes no período colonial brasileiro. Aquilo que outrora poderia ter sido um rompimento com uma memória de uma certa “África perdida”, recuperar-se-á pelo trabalho da arqueologia histórica e etnoarqueologia. Por meio de uma seleção pontual e não exaustiva e com objetivos de fomentar a discussão do problema, faremos aqui um panorama preliminar sobre alguns dos desafios para resgate arqueológico de materialidade e memória de herança africana no Brasil. Por fim traçamos um paralelo entre a destruição de sítios ao embotamento da memória provocada pela interpretação apressada do cruzamento de iconografias africanas e afro-brasileiras ou de alguns resultados científicos.
{"title":"Era uma vez a lembrança de uma árvore chamada \"do esquecimento\"","authors":"Renato Araújo da Silva","doi":"10.15210/lepaarq.v19i37.22632","DOIUrl":"https://doi.org/10.15210/lepaarq.v19i37.22632","url":null,"abstract":"As disciplinas de história e antropologia no mundo todo tem como aliadas, entre outras, a arqueologia quando o objetivo é recuperar entre outros aspectos as diferentes materialidades dos povos colonizados. Calcados em trabalhos interdisciplinares tanto a cultura material, como a própria territorialidade, parte da memória atlântica e as profundas transformações identitárias estão sendo resgatados no contexto da chegada e permanência de milhões de africanos e afrodescendentes no período colonial brasileiro. Aquilo que outrora poderia ter sido um rompimento com uma memória de uma certa “África perdida”, recuperar-se-á pelo trabalho da arqueologia histórica e etnoarqueologia. Por meio de uma seleção pontual e não exaustiva e com objetivos de fomentar a discussão do problema, faremos aqui um panorama preliminar sobre alguns dos desafios para resgate arqueológico de materialidade e memória de herança africana no Brasil. Por fim traçamos um paralelo entre a destruição de sítios ao embotamento da memória provocada pela interpretação apressada do cruzamento de iconografias africanas e afro-brasileiras ou de alguns resultados científicos.","PeriodicalId":141889,"journal":{"name":"Cadernos do LEPAARQ (UFPEL)","volume":"43 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"127055027","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-21DOI: 10.15210/lepaarq.v19i37.22762
Irislane Pereira de Moraes, Luciana Alves Costa, Luciana Lopes de Jesus
Neste trabalho nos reunimos para compartilhar pertencimentos e experiências de pesquisa arqueológica de base comunitária vivenciadas no território quilombola dos Povos do Aproaga, situado no nordeste paraense - Amazônia. Em parceria com a Associação Quilombola Unidos dos Rio Capim (AQURC) temos nos dedicado a reconhecer a memória e a existência quilombola, e a ressaltar os seus respectivos processos de aquilombamento da terra. Ao percebermos a arqueologia enquanto uma ciência branca e eurocêntrica permeada por racismo e colonialidades, tornou-se premente a concepção de formas alternativas à lógica colonial operante nos seus modos de pensar e pesquisar. Assumimos a afrorreferencialidade, a ancestralidade e a representatividade etnico-racial enquanto pressupostos da abordagem teórico-metodológica, dos objetivos e da equipe de pesquisa. Afinal, mais que descolonizar a arqueologia, trata-se da criação de espaços seguros para nossa atuação intelectual comprometida com nossas comunidades afrodiaspóricas junto à emergência de reconhecimentos de nossas histórias a partir das cosmopercepções e epistemologias negras.
在这项工作中,我们聚集在一起,分享在位于para -亚马逊东北部的阿普罗加人的“歌伦波拉”地区的社区基础考古研究的财产和经验。我们与associacao Quilombola Unidos dos里约热内卢Capim (AQURC)合作,致力于认识Quilombola的记忆和存在,并强调他们各自的地球aquilombamento过程。当我们意识到考古学是一门白色的、以欧洲为中心的科学,充斥着种族主义和殖民主义时,就迫切需要在他们的思维和研究方式中设计殖民逻辑的替代形式。我们假设非洲参照、祖先和民族-种族代表性作为理论和方法方法、目标和研究团队的假设。毕竟,不仅仅是考古学的非殖民化,它是为我们的智力活动创造安全的空间,致力于我们的非洲侨民社区,以及从黑人的世界观和认识论中对我们的故事的认识的出现。
{"title":"Arqueologia, lugar de fala e conexões afrodiaspóricas","authors":"Irislane Pereira de Moraes, Luciana Alves Costa, Luciana Lopes de Jesus","doi":"10.15210/lepaarq.v19i37.22762","DOIUrl":"https://doi.org/10.15210/lepaarq.v19i37.22762","url":null,"abstract":"Neste trabalho nos reunimos para compartilhar pertencimentos e experiências de pesquisa arqueológica de base comunitária vivenciadas no território quilombola dos Povos do Aproaga, situado no nordeste paraense - Amazônia. Em parceria com a Associação Quilombola Unidos dos Rio Capim (AQURC) temos nos dedicado a reconhecer a memória e a existência quilombola, e a ressaltar os seus respectivos processos de aquilombamento da terra. Ao percebermos a arqueologia enquanto uma ciência branca e eurocêntrica permeada por racismo e colonialidades, tornou-se premente a concepção de formas alternativas à lógica colonial operante nos seus modos de pensar e pesquisar. Assumimos a afrorreferencialidade, a ancestralidade e a representatividade etnico-racial enquanto pressupostos da abordagem teórico-metodológica, dos objetivos e da equipe de pesquisa. Afinal, mais que descolonizar a arqueologia, trata-se da criação de espaços seguros para nossa atuação intelectual comprometida com nossas comunidades afrodiaspóricas junto à emergência de reconhecimentos de nossas histórias a partir das cosmopercepções e epistemologias negras.","PeriodicalId":141889,"journal":{"name":"Cadernos do LEPAARQ (UFPEL)","volume":"43 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"134579484","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-21DOI: 10.15210/lepaarq.v19i37.22606
Daniela Balanzátegui Moreno
Este artículo explora el pasado afroecuatoriano, a partir del desencuentro con la historia oficial y el encuentro con el paisaje histórico diaspórico, esos “otros paisajes”, en la comunidad de La Concepción, ubicadaen el “Territorio Ancestral Afroecuatoriano del Valle del Chota-Mira” (Carchi-Ecuador). La construcción de una historia blanco-mestiza ecuatoriana integra el pasado, patrimonio y cultura material afroecuatorianamientras se mantenga su condición colonial de pasado esclavo, explotado y negro. Sin embargo, esos otros paisajes históricos están dinamizados de forma particular a partir del manejo de la cultura materialpreservada, destruida, abandonada, patrimonializada y revitalizada en la Concepción. En estos otros paisajes, los y las afroecuatorianas utilizan de forma consciente e inconsciente el discurso histórico oficial ylas prácticas de protección patrimonial. Este proceso es posible en un paisaje diaspórico, cimarrón, rizomático, cambiante e interminable, en términos de Glissant.
{"title":"Narrativas del paisaje histórico afroecuatoriano en la concepción (CARCHI-ECUADOR)","authors":"Daniela Balanzátegui Moreno","doi":"10.15210/lepaarq.v19i37.22606","DOIUrl":"https://doi.org/10.15210/lepaarq.v19i37.22606","url":null,"abstract":"Este artículo explora el pasado afroecuatoriano, a partir del desencuentro con la historia oficial y el encuentro con el paisaje histórico diaspórico, esos “otros paisajes”, en la comunidad de La Concepción, ubicadaen el “Territorio Ancestral Afroecuatoriano del Valle del Chota-Mira” (Carchi-Ecuador). La construcción de una historia blanco-mestiza ecuatoriana integra el pasado, patrimonio y cultura material afroecuatorianamientras se mantenga su condición colonial de pasado esclavo, explotado y negro. Sin embargo, esos otros paisajes históricos están dinamizados de forma particular a partir del manejo de la cultura materialpreservada, destruida, abandonada, patrimonializada y revitalizada en la Concepción. En estos otros paisajes, los y las afroecuatorianas utilizan de forma consciente e inconsciente el discurso histórico oficial ylas prácticas de protección patrimonial. Este proceso es posible en un paisaje diaspórico, cimarrón, rizomático, cambiante e interminable, en términos de Glissant.","PeriodicalId":141889,"journal":{"name":"Cadernos do LEPAARQ (UFPEL)","volume":"4 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124492654","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-21DOI: 10.15210/lepaarq.v19i37.23018
Gabby Omoni Hartemann
Este artigo tem como objetivo abordar criticamente a colonialidade arqueológica e aponta a necessidade urgente de mudanças epistemológicas no conhecimento arqueológico. Concebida como uma desobediência epistemológica afroguianesa, a Arqueologia Griótica representa uma tentativa de distanciar-se da reiteração disciplinar da violência colonial. Esta abordagem e o engajamento de duas comunidades, Moun’Roura e Moun’Wayam, permitiram abrir espaço para o conhecimento, as memórias, e as percepções de mundo afroguianesas e indígenas no âmbito do trabalho arqueológico realizado em Habitation La Caroline, um sítio de escravização na Guiana.
{"title":"Escavando a violência colonial","authors":"Gabby Omoni Hartemann","doi":"10.15210/lepaarq.v19i37.23018","DOIUrl":"https://doi.org/10.15210/lepaarq.v19i37.23018","url":null,"abstract":"Este artigo tem como objetivo abordar criticamente a colonialidade arqueológica e aponta a necessidade urgente de mudanças epistemológicas no conhecimento arqueológico. Concebida como uma desobediência epistemológica afroguianesa, a Arqueologia Griótica representa uma tentativa de distanciar-se da reiteração disciplinar da violência colonial. Esta abordagem e o engajamento de duas comunidades, Moun’Roura e Moun’Wayam, permitiram abrir espaço para o conhecimento, as memórias, e as percepções de mundo afroguianesas e indígenas no âmbito do trabalho arqueológico realizado em Habitation La Caroline, um sítio de escravização na Guiana.","PeriodicalId":141889,"journal":{"name":"Cadernos do LEPAARQ (UFPEL)","volume":"17 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116240336","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-21DOI: 10.15210/lepaarq.v19i37.22650
Cleide Coelho Trindade, Marcos André Torres de Souza
O objetivo deste artigo é apresentar os resultados da análise diacrônica das cerâmicas provenientes de quatro sítios históricos localizados na região do Vale do Macacu, que se situa na margem nordeste da Baía de Guanabara (RJ). Um dos mais importantes centros de produção agrícola do Rio de Janeiro no período colonial, essa região abrigou uma população muito diversa, composta por indígenas, africanos e europeus, que mantiveram diferentes níveis de representação demográfica ao longo do tempo. Buscando entender essa diversidade, este artigo explora a variabilidade diacrônica das cerâmicas de uso doméstico de quatro períodos distintos, compreendidos entre os séculos XVII e XIX. Levando em conta a agência criativa dos diferentes sujeitos envolvidos na produção cerâmica, propomos que aí ocorreu um processo de etnogênese.
{"title":"A cerâmica colonial do vale do Macacu, Rio de Janeiro","authors":"Cleide Coelho Trindade, Marcos André Torres de Souza","doi":"10.15210/lepaarq.v19i37.22650","DOIUrl":"https://doi.org/10.15210/lepaarq.v19i37.22650","url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é apresentar os resultados da análise diacrônica das cerâmicas provenientes de quatro sítios históricos localizados na região do Vale do Macacu, que se situa na margem nordeste da Baía de Guanabara (RJ). Um dos mais importantes centros de produção agrícola do Rio de Janeiro no período colonial, essa região abrigou uma população muito diversa, composta por indígenas, africanos e europeus, que mantiveram diferentes níveis de representação demográfica ao longo do tempo. Buscando entender essa diversidade, este artigo explora a variabilidade diacrônica das cerâmicas de uso doméstico de quatro períodos distintos, compreendidos entre os séculos XVII e XIX. Levando em conta a agência criativa dos diferentes sujeitos envolvidos na produção cerâmica, propomos que aí ocorreu um processo de etnogênese.","PeriodicalId":141889,"journal":{"name":"Cadernos do LEPAARQ (UFPEL)","volume":"38 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"131967211","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}