Algumas vezes, as mudanças de dispositivos legais educacionais em relação à alguma temática para propor novos comportamentos de respeito, de uma convivência para harmonia das relações interétnicas, é um importante passo. Mas a legislação por si mesma não resolve a problemática, como no caso do enfrentamento a práticas social e culturalmente construídas, tais como as questões afro e indígena. A legislação é apenas um dos passos. Os demais requerem ações efetivas, planejadas, direcionadas para um público, como é o caso de subsídios para formação de professores do Ensino Fundamental e Médio. Sabemos que, na área de pesquisa acadêmica, muita coisa vem sendo feito nas últimas três décadas, no tocante aos estudos da temática dos formadores do povo e da cultura brasileira. No entanto, esses materiais acadêmicos necessitam chegar à base do núcleo formativo os professores da educação: fundamental e médio para que se possa gestar, a partir de novas práticas educativas, um novo comportamento: novas relações de respeito ao diferente e convívio com o diverso. Afinal, foram esses dois núcleos os grandes formadores da cultura brasileira, e nada mais justo que se conheçam as trajetórias históricas para se entender como é o comportamento social em relação ao negro e ao índio, e de como esse comportamento é o resultado de uma construção histórica. E se é uma construção, através do sistema educativo, pode ser construído, também, novas práticas e novas relações. O livro das autoras Célia Collet, Mariana Paladino e Kelly Russo, publicado no Rio de Janeiro pela Contra Capa Livraria e LACED Laboratório de Pesquisas em Etnicidade Cultura e Desenvolvimento da UFRJ, no ano de 2014, com 109 páginas, é uma das construções finais do trabalho de pesquisa, prática docente e da extensão universitária das mesmas, partindo da crítica ao modo como se aprende/ensina sobre Culturas e Histórias Indígenas nas salas de aulas do nosso país. Esse modo, por sua vez, corresponde a uma prática ultrapassada que remonta os mesmos processos utilizados no período de 60 a 80 anos atrás.
{"title":"CONVERSANDO SOBRE NOVAS PRÁTICAS PARA - QUEBRAR PRECONCEITOS EM RELAÇÃO AOS POVOS INDÍGENAS","authors":"Ketlen Lima de Souza, Selmo Azevedo Apontes","doi":"10.29327/210932.8.2-25","DOIUrl":"https://doi.org/10.29327/210932.8.2-25","url":null,"abstract":"Algumas vezes, as mudanças de dispositivos legais educacionais em relação à alguma temática para propor novos comportamentos de respeito, de uma convivência para harmonia das relações interétnicas, é um importante passo. Mas a legislação por si mesma não resolve a problemática, como no caso do enfrentamento a práticas social e culturalmente construídas, tais como as questões afro e indígena. A legislação é apenas um dos passos. Os demais requerem ações efetivas, planejadas, direcionadas para um público, como é o caso de subsídios para formação de professores do Ensino Fundamental e Médio. Sabemos que, na área de pesquisa acadêmica, muita coisa vem sendo feito nas últimas três décadas, no tocante aos estudos da temática dos formadores do povo e da cultura brasileira. No entanto, esses materiais acadêmicos necessitam chegar à base do núcleo formativo os professores da educação: fundamental e médio para que se possa gestar, a partir de novas práticas educativas, um novo comportamento: novas relações de respeito ao diferente e convívio com o diverso. Afinal, foram esses dois núcleos os grandes formadores da cultura brasileira, e nada mais justo que se conheçam as trajetórias históricas para se entender como é o comportamento social em relação ao negro e ao índio, e de como esse comportamento é o resultado de uma construção histórica. E se é uma construção, através do sistema educativo, pode ser construído, também, novas práticas e novas relações. O livro das autoras Célia Collet, Mariana Paladino e Kelly Russo, publicado no Rio de Janeiro pela Contra Capa Livraria e LACED Laboratório de Pesquisas em Etnicidade Cultura e Desenvolvimento da UFRJ, no ano de 2014, com 109 páginas, é uma das construções finais do trabalho de pesquisa, prática docente e da extensão universitária das mesmas, partindo da crítica ao modo como se aprende/ensina sobre Culturas e Histórias Indígenas nas salas de aulas do nosso país. Esse modo, por sua vez, corresponde a uma prática ultrapassada que remonta os mesmos processos utilizados no período de 60 a 80 anos atrás.","PeriodicalId":285093,"journal":{"name":"Muiraquitã - Revista de Letras e Humanidades","volume":"275 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133102837","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
P. R. Resende, Camila Alberto Vicente de Oliveira, Layla Karoline Alves Teixeira Flores
do representou um momento de importantes transformações no sistema capitalista mundial. Acompanhando essas transformações, a educação superior passou – e ainda segue passando – por um período de redefinição das suas funções. Esta redefinição vincula-se às mudanças impostas pelo processo de globalização econômica que permeia o mundo contemporâneo. A principal redefinição se refere à orientação cada vez mais próxima das instituições de educação superior (IES) à lógica “merca-do”. ABSTRACT: Considering the expansion of Higher Education in Brazil in the last twenty years and the integral formation as a basic principle of all educational levels, this article brings and analyzes dissertations and theses pro-duced in the area of Education on the phenomenon of the commercialization of Higher Education. Through the state of knowledge carried out at the Bank of theses and dissertations of CAPES, by using - primarily - the terms commercialization and privatization and, in view of the data collected, we can highlight the number of surveys available at that bank between 1988 and October 2019, the distribution by region in the country and the main topics discussed. Finally, it collates the phenomenon of the commercialization of higher education to the principles of human formation and problematizes the need to expand these studies in order to reveal the impact of this process at this level of education.
这是世界资本主义制度发生重大变化的时刻。随着这些变化，高等教育已经并将继续经历一段重新定义其功能的时期。这种重新定义与渗透当代世界的经济全球化进程所带来的变化有关。主要的重新定义是指高等教育机构(heis)越来越接近“市场”逻辑。文摘:考虑在巴西高等教育的扩张在过去的二十年,整体形成的基本原则的教育水准,这篇文章带来and analyzes dissertations和theses pro -duced地区的教育现象的commercialization of高等教育。通过知识的状态进行了披肩的dissertations theses银行,通过使用-主要条款commercialization privatization和街景的,数据收集,我们可以强调数量的调查:在那个银行在1988年和2019年10月,主要分布地区的乡村和登录discussed。最后，它将高等教育商业化的现象与人的形成原则联系起来，并对扩大这类研究的必要性提出了质疑，以便揭示这一过程对这一层次教育的影响。
{"title":"MERCANTILIZAÇÃO VERSUS FORMAÇÃO HUMANA NO ENSINO SUPERIOR: NOTAS SOBRE A PRODUÇÃO ACADÊMICA","authors":"P. R. Resende, Camila Alberto Vicente de Oliveira, Layla Karoline Alves Teixeira Flores","doi":"10.29327/210932.8.1-15","DOIUrl":"https://doi.org/10.29327/210932.8.1-15","url":null,"abstract":"do representou um momento de importantes transformações no sistema capitalista mundial. Acompanhando essas transformações, a educação superior passou – e ainda segue passando – por um período de redefinição das suas funções. Esta redefinição vincula-se às mudanças impostas pelo processo de globalização econômica que permeia o mundo contemporâneo. A principal redefinição se refere à orientação cada vez mais próxima das instituições de educação superior (IES) à lógica “merca-do”. ABSTRACT: Considering the expansion of Higher Education in Brazil in the last twenty years and the integral formation as a basic principle of all educational levels, this article brings and analyzes dissertations and theses pro-duced in the area of Education on the phenomenon of the commercialization of Higher Education. Through the state of knowledge carried out at the Bank of theses and dissertations of CAPES, by using - primarily - the terms commercialization and privatization and, in view of the data collected, we can highlight the number of surveys available at that bank between 1988 and October 2019, the distribution by region in the country and the main topics discussed. Finally, it collates the phenomenon of the commercialization of higher education to the principles of human formation and problematizes the need to expand these studies in order to reveal the impact of this process at this level of education.","PeriodicalId":285093,"journal":{"name":"Muiraquitã - Revista de Letras e Humanidades","volume":"100 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"131795477","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
: The article in question focuses on human formation, its social contribution and the challenges for the curriculum of undergraduate courses. We gathered knowledge and studies with the aim of investigating the follo-wing: in what aspects do studies aimed at human formation contribute and point out ways to the challenges faced by the academic curriculum, today? Studying as contributions of human formation, with a focus on challenges for the curriculum, involves a process of reframing human and social relations. In this sense, it is intended to define a dialogue with the educational reforms and public policies, in the perspective of understanding how training takes place in the process of reframing human and social relations. Justifies the need for this study, based on the focus of presence with an ontological, aesthetic and ethical focus, which favors spirituality while requiring intrinsic educational itinerary at the speed of time, other problems for the curriculum.
{"title":"FORMAÇÃO HUMANA NA ARIDEZ DOS TEMPOS: DESAFIOS PARA O CURRÍCULO DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO","authors":"M. Guedes, A. Anjos, Eliara Marli Rosa","doi":"10.29327/210932.8.1-23","DOIUrl":"https://doi.org/10.29327/210932.8.1-23","url":null,"abstract":": The article in question focuses on human formation, its social contribution and the challenges for the curriculum of undergraduate courses. We gathered knowledge and studies with the aim of investigating the follo-wing: in what aspects do studies aimed at human formation contribute and point out ways to the challenges faced by the academic curriculum, today? Studying as contributions of human formation, with a focus on challenges for the curriculum, involves a process of reframing human and social relations. In this sense, it is intended to define a dialogue with the educational reforms and public policies, in the perspective of understanding how training takes place in the process of reframing human and social relations. Justifies the need for this study, based on the focus of presence with an ontological, aesthetic and ethical focus, which favors spirituality while requiring intrinsic educational itinerary at the speed of time, other problems for the curriculum.","PeriodicalId":285093,"journal":{"name":"Muiraquitã - Revista de Letras e Humanidades","volume":"10 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133644536","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Poéticas da voz e cultura daimista/amazônica diálogos, traduções e representações","authors":"Fernanda Cougo Mendonça","doi":"10.29327/210932.9.1-5","DOIUrl":"https://doi.org/10.29327/210932.9.1-5","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":285093,"journal":{"name":"Muiraquitã - Revista de Letras e Humanidades","volume":"6 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129593624","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Rúbia Carla da Silva, Natália Gavaldão, Sandra Eli de Oliveira Sartoretto Martins
: This text assembles eleven official mechanisms towards promoting inclusion in Brazilian Higher Education. Based on these texts, we focus on the prerogatives given to deaf university students to highlight the possibilities, limits, and contradictions regarding the right to attend the linguistic difference of this group in every educational process that involves higher education formation. To do so, we establish a dialogic relation between the statements of the researched texts, and we conclude that refusing the subordination of Libras to Portuguese is a political act of rejection towards excluding educational practices faced by deaf students. After all, by supposing that all should learn the same language, educational proposals are anchored in a profoundly universalist construction of a human identity, that, by being based on the ideal of a unchangeable constitution of the being, defines its contours excluding non-hearing students.
{"title":"AS IMPLICAÇÕES DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS INCLUSIVAS PARA A FORMAÇÃO DE UNIVERSITÁRIOS SURDOS","authors":"Rúbia Carla da Silva, Natália Gavaldão, Sandra Eli de Oliveira Sartoretto Martins","doi":"10.29327/210932.8.1-22","DOIUrl":"https://doi.org/10.29327/210932.8.1-22","url":null,"abstract":": This text assembles eleven official mechanisms towards promoting inclusion in Brazilian Higher Education. Based on these texts, we focus on the prerogatives given to deaf university students to highlight the possibilities, limits, and contradictions regarding the right to attend the linguistic difference of this group in every educational process that involves higher education formation. To do so, we establish a dialogic relation between the statements of the researched texts, and we conclude that refusing the subordination of Libras to Portuguese is a political act of rejection towards excluding educational practices faced by deaf students. After all, by supposing that all should learn the same language, educational proposals are anchored in a profoundly universalist construction of a human identity, that, by being based on the ideal of a unchangeable constitution of the being, defines its contours excluding non-hearing students.","PeriodicalId":285093,"journal":{"name":"Muiraquitã - Revista de Letras e Humanidades","volume":"23 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122027034","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Faced with the migration of Senegalese people to the city of Rio Grande, RS and the linguistic difficulties that stand out as their survival needs, it is noticed a lack of a language policy of social impact aimed at this group. In this article, we discuss methodological proposals for the teaching of Portuguese as a hosting language (GROSSO, 2010) for migrants and refugees based on the language policies adopted in Brazil. According to Action-Oriented Approach on Language Teaching (JANOWSKA, 2014; PUREN, 2009), Task-based Approach (ELLIS, 2000; JANOWSKA, 2014, SHIBAYAMA, 2017, WILLIS, 2012) and the analysis of some specific didactic materials for immigrants, it will be presented a proposal of foreign language teaching that goes beyond the linguistic training, aiming at the development of discursive competences and promoting reflection on the relation of language with the guarantee of the human rights for the full integration of migrants into society.
{"title":"PORTUGUÊS COMO LÍNGUA DE ACOLHIMENTO PARA ACESSO A DIREITOS HUMANOS: POLÍTICAS LINGUÍSTICAS E REFLEXÕES A PARTIR DA ANÁLISE DE MATERIAIS DIDÁTICOS PARA MIGRANTES","authors":"P. D. Valente","doi":"10.29327/212070.7.2-21","DOIUrl":"https://doi.org/10.29327/212070.7.2-21","url":null,"abstract":"Faced with the migration of Senegalese people to the city of Rio Grande, RS and the linguistic difficulties that stand out as their survival needs, it is noticed a lack of a language policy of social impact aimed at this group. In this article, we discuss methodological proposals for the teaching of Portuguese as a hosting language (GROSSO, 2010) for migrants and refugees based on the language policies adopted in Brazil. According to Action-Oriented Approach on Language Teaching (JANOWSKA, 2014; PUREN, 2009), Task-based Approach (ELLIS, 2000; JANOWSKA, 2014, SHIBAYAMA, 2017, WILLIS, 2012) and the analysis of some specific didactic materials for immigrants, it will be presented a proposal of foreign language teaching that goes beyond the linguistic training, aiming at the development of discursive competences and promoting reflection on the relation of language with the guarantee of the human rights for the full integration of migrants into society.","PeriodicalId":285093,"journal":{"name":"Muiraquitã - Revista de Letras e Humanidades","volume":"4 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"130627003","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
R. C. L. Andrade, Tânia Mara Rezende Machado, Suzane da Rocha Vieira Gonçalves, Viviani Fernanda Hojas
Por que desejar a humanização do homem? Por que pretender algo que em princípio soaria como um pleonasmo? Por que humanizar o homem não é uma redundância? Por que a denúncia de uma educação desumanizadora e a defesa de uma educação que contribua para formar o homem humanizado se fazem necessárias? Não é nosso intento responder tais questionamentos, mas sim colocá-los em tela para impulsionar novas e diferentes reflexões. Consideramos que ao homem cabe nascer muitas vezes: uma biologicamente e tantas outras culturalmente por meio da educação. Embora desde a mais tenra idade seja possível identificar traços formativos, a educação escolar se constitui em importante ação para a formação humana. Com efeito, nem todas e todos que frequentam ou frequentaram a escola sabem de seu potencial humanizador. A grande maioria das pessoas não tem elementos para identificar que a educação que se faz nessa instituição social pode e deve contribuir para a humanização. Não identifica, por exemplo, que a organização do tempo e do espaço escolar, assim como a escolha e organização dos conteúdos, das metodologias de ensino, dos instrumentos e formas de avaliação, das referências teóricas e os tipos de relações interpessoais estabelecidas são elementos de uma cultura escolar que pode estar a serviço da humanização ou da desumanização. Educar é, portanto, escolher a que projeto de sociedade se quer servir. Há que se fazer escolhas, há que se tomar partido, há que se manifestar intencionalidades! Não se forma homens-bombas da mesma maneira que se forma homens que cultivam éticas e estéticas voltadas à defesa da vida, da paz, do respeito à diversidade, da alteridade e da utopia. A temática proposta neste Dossiê – “Políticas Educacionais e Formação Humana” –, assim como em outros que vêm sendo organizados por todo o país, não foi escolhida de forma aleatória. Tal escolha levou em conta a necessidade de refletirmos, coletivamente e com base em diferentes olhares, sobre a conjuntura atual brasileira e, mais detidamente, sobre questões ligadas ao campo educacional. Durante a campanha eleitoral de 2018, alguns dos embates centrais se desenvolveram em torno da educação e, mesmo após a eleição, é ao redor dela que vem se dando grande parte dos movimentos políticos antagônicos constituintes do social. (LOPES, 2019). No interior dos embates travados, alguns aspectos chamam atenção como, por exemplo, as críticas dirigidas tanto à obra (cientificidade de seu “método de alfabetização”) quanto à pessoa (aparência física) de Paulo Freire, educador brasileiro conhecido internacionalmente por sua perspectiva de formação humana. A educação a que Paulo Freire denominou de libertadora ocorre a partir do momento em que o educador/educando oprimido se conscientiza e reconhece o opressor que hospeda, tor-
{"title":"AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS ATUAIS E A (DE)FORMAÇÃO HUMANA","authors":"R. C. L. Andrade, Tânia Mara Rezende Machado, Suzane da Rocha Vieira Gonçalves, Viviani Fernanda Hojas","doi":"10.29327/210932.8.1-1","DOIUrl":"https://doi.org/10.29327/210932.8.1-1","url":null,"abstract":"Por que desejar a humanização do homem? Por que pretender algo que em princípio soaria como um pleonasmo? Por que humanizar o homem não é uma redundância? Por que a denúncia de uma educação desumanizadora e a defesa de uma educação que contribua para formar o homem humanizado se fazem necessárias? Não é nosso intento responder tais questionamentos, mas sim colocá-los em tela para impulsionar novas e diferentes reflexões. Consideramos que ao homem cabe nascer muitas vezes: uma biologicamente e tantas outras culturalmente por meio da educação. Embora desde a mais tenra idade seja possível identificar traços formativos, a educação escolar se constitui em importante ação para a formação humana. Com efeito, nem todas e todos que frequentam ou frequentaram a escola sabem de seu potencial humanizador. A grande maioria das pessoas não tem elementos para identificar que a educação que se faz nessa instituição social pode e deve contribuir para a humanização. Não identifica, por exemplo, que a organização do tempo e do espaço escolar, assim como a escolha e organização dos conteúdos, das metodologias de ensino, dos instrumentos e formas de avaliação, das referências teóricas e os tipos de relações interpessoais estabelecidas são elementos de uma cultura escolar que pode estar a serviço da humanização ou da desumanização. Educar é, portanto, escolher a que projeto de sociedade se quer servir. Há que se fazer escolhas, há que se tomar partido, há que se manifestar intencionalidades! Não se forma homens-bombas da mesma maneira que se forma homens que cultivam éticas e estéticas voltadas à defesa da vida, da paz, do respeito à diversidade, da alteridade e da utopia. A temática proposta neste Dossiê – “Políticas Educacionais e Formação Humana” –, assim como em outros que vêm sendo organizados por todo o país, não foi escolhida de forma aleatória. Tal escolha levou em conta a necessidade de refletirmos, coletivamente e com base em diferentes olhares, sobre a conjuntura atual brasileira e, mais detidamente, sobre questões ligadas ao campo educacional. Durante a campanha eleitoral de 2018, alguns dos embates centrais se desenvolveram em torno da educação e, mesmo após a eleição, é ao redor dela que vem se dando grande parte dos movimentos políticos antagônicos constituintes do social. (LOPES, 2019). No interior dos embates travados, alguns aspectos chamam atenção como, por exemplo, as críticas dirigidas tanto à obra (cientificidade de seu “método de alfabetização”) quanto à pessoa (aparência física) de Paulo Freire, educador brasileiro conhecido internacionalmente por sua perspectiva de formação humana. A educação a que Paulo Freire denominou de libertadora ocorre a partir do momento em que o educador/educando oprimido se conscientiza e reconhece o opressor que hospeda, tor-","PeriodicalId":285093,"journal":{"name":"Muiraquitã - Revista de Letras e Humanidades","volume":"12 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"127903505","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
We were born with a single capacity, that of learning and, with that, developing. However, we need to be in concrete conditions favorable to life and education. Communication will play an essential role in this process. In this text we aim to reflect on the role of communication in early childhood education, from the theoretical assumptions of Historical-Cultural Theory, aiming to dialogue with teachers about the importance of talking to babies, establishing a relationship and provoking new needs in them, including speaking, leading to the gradual development of his psychic functions (perception, memory, attention, language) so that he is able to interpret and understand the world around him in an increasingly conscious and sophisticated way. As a result, it seeks as a result to contribute to the advancement in the discussions of Pedagogy of Childhood, as well as to provide theoretical and methodological subsidies for an intentional, grounded and humanizing pedagogical practice.
{"title":"A COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO DE BEBÊS: QUANDO FALAR COM OS BEBÊS SIGNIFICA SINGULARIZAR PARA HUMANIZAR","authors":"S. Santos, Suely Amaral Mello","doi":"10.29327/210932.8.2-22","DOIUrl":"https://doi.org/10.29327/210932.8.2-22","url":null,"abstract":"We were born with a single capacity, that of learning and, with that, developing. However, we need to be in concrete conditions favorable to life and education. Communication will play an essential role in this process. In this text we aim to reflect on the role of communication in early childhood education, from the theoretical assumptions of Historical-Cultural Theory, aiming to dialogue with teachers about the importance of talking to babies, establishing a relationship and provoking new needs in them, including speaking, leading to the gradual development of his psychic functions (perception, memory, attention, language) so that he is able to interpret and understand the world around him in an increasingly conscious and sophisticated way. As a result, it seeks as a result to contribute to the advancement in the discussions of Pedagogy of Childhood, as well as to provide theoretical and methodological subsidies for an intentional, grounded and humanizing pedagogical practice.","PeriodicalId":285093,"journal":{"name":"Muiraquitã - Revista de Letras e Humanidades","volume":"205 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133234621","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
京公网安备 11010802042870号
京ICP备2023020795号-1
扫码关注我们
求助内容：
应助结果提醒方式：