Pub Date : 2022-07-26DOI: 10.5020/23590777.rs.v22i2.e12240
Gustavo Nascimento da Silva, Tomíris Forner Barcelos, T. M. J. Aiello-Vaisberg
Este artigo tem como objetivo investigar a experiência vivida por pessoas transgêneras na perspectiva da psicologia psicanalítica concreta. Organiza-se metodologicamente como uma pesquisa qualitativa, com o uso do método psicanalítico, na investigação de 13 vídeos do YouTube, nos quais pessoas que se identificam como transgêneras relatam suas experiências de vida. A consideração desse material permitiu a proposição interpretativa de dois campos de sentido afetivo-emocional: perverso e degenerado e ser ou não ser verdadeiro. Tomando Monique Wittig e Donald Winnicott como interlocutores privilegiados para refletir sobre esses campos, chegamos a um quadro que indica que a cisheteronormatividade pode ser considerada uma violência radical na medida em que se coloca contra o self, encarando a sexualidade de modo reducionista e atacando o próprio sentir pessoal que é fonte de criatividade e espontaneidade.
{"title":"Lutando para Existir: Experiência Vivida e Sofrimento Social de Pessoas Transgêneras","authors":"Gustavo Nascimento da Silva, Tomíris Forner Barcelos, T. M. J. Aiello-Vaisberg","doi":"10.5020/23590777.rs.v22i2.e12240","DOIUrl":"https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v22i2.e12240","url":null,"abstract":"Este artigo tem como objetivo investigar a experiência vivida por pessoas transgêneras na perspectiva da psicologia psicanalítica concreta. Organiza-se metodologicamente como uma pesquisa qualitativa, com o uso do método psicanalítico, na investigação de 13 vídeos do YouTube, nos quais pessoas que se identificam como transgêneras relatam suas experiências de vida. A consideração desse material permitiu a proposição interpretativa de dois campos de sentido afetivo-emocional: perverso e degenerado e ser ou não ser verdadeiro. Tomando Monique Wittig e Donald Winnicott como interlocutores privilegiados para refletir sobre esses campos, chegamos a um quadro que indica que a cisheteronormatividade pode ser considerada uma violência radical na medida em que se coloca contra o self, encarando a sexualidade de modo reducionista e atacando o próprio sentir pessoal que é fonte de criatividade e espontaneidade.","PeriodicalId":296766,"journal":{"name":"Revista Subjetividades","volume":"18 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115258825","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-15DOI: 10.5020/23590777.rs.v22i2.e11859
Livia Herculano, L. Danziato
O presente artigo realizou uma revisão de literatura acerca do tema depressão, percorrendo as articulações teóricas desenvolvidas ao longo do século XX e início do século XXI. Diante da vasta literatura disponível, não se almejou estabelecer verdades universais sobre a depressão. Foi possível observar que a temática da depressão suscita, ainda hoje, diferentes elaborações teóricas, visto que o quadro é por vezes definido como uma doença, um sintoma, uma estrutura ou ainda um mal-estar contemporâneo. A depressão é um diagnóstico recorrente na contemporaneidade e diversos estudos foram realizados na tentativa de entender esta forma de sofrimento, abrindo a discussão sobre o estatuto desse diagnóstico. Partimos das concepções de Freud ao diferenciar a depressão da melancolia e encaminhamos a discussão através das proposições de Lacan que aproxima a depressão a uma espécie de frouxidão moral. A partir daí, conversamos com autores contemporâneos que situam o sofrimento depressivo em uma manifestação primitiva do psiquismo, anterior aos processos de simbolização e ao Édipo. Além disso, associam a depressão aos fatores do mundo capitalista, no qual a aceleração do tempo e a falência paterna são determinantes para a manifestação do sofrimento.
{"title":"Depressão: Doença, Sintoma, Estrutura ou Mal-Estar Contemporâneo?","authors":"Livia Herculano, L. Danziato","doi":"10.5020/23590777.rs.v22i2.e11859","DOIUrl":"https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v22i2.e11859","url":null,"abstract":"O presente artigo realizou uma revisão de literatura acerca do tema depressão, percorrendo as articulações teóricas desenvolvidas ao longo do século XX e início do século XXI. Diante da vasta literatura disponível, não se almejou estabelecer verdades universais sobre a depressão. Foi possível observar que a temática da depressão suscita, ainda hoje, diferentes elaborações teóricas, visto que o quadro é por vezes definido como uma doença, um sintoma, uma estrutura ou ainda um mal-estar contemporâneo. A depressão é um diagnóstico recorrente na contemporaneidade e diversos estudos foram realizados na tentativa de entender esta forma de sofrimento, abrindo a discussão sobre o estatuto desse diagnóstico. Partimos das concepções de Freud ao diferenciar a depressão da melancolia e encaminhamos a discussão através das proposições de Lacan que aproxima a depressão a uma espécie de frouxidão moral. A partir daí, conversamos com autores contemporâneos que situam o sofrimento depressivo em uma manifestação primitiva do psiquismo, anterior aos processos de simbolização e ao Édipo. Além disso, associam a depressão aos fatores do mundo capitalista, no qual a aceleração do tempo e a falência paterna são determinantes para a manifestação do sofrimento.","PeriodicalId":296766,"journal":{"name":"Revista Subjetividades","volume":"60 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124230034","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-15DOI: 10.5020/23590777.rs.v22i2.e11982
Isabela Medina França Affonso dos Santos Guimarães, Silvia Maria Abuzamra Zornig
A idealização da experiência subjetiva da mulher em relação à maternidade se contrasta com os novos ideais femininos que não mais se restringem à maternidade e ao matrimônio. Frente à pluralidade de destinos femininos possíveis para além da maternidade, buscou-se refletir, a partir de um estudo teórico, as repercussões psíquicas experimentadas pela mãe, a partir da chegada de um bebê, ancoradas tanto em sua história pessoal quanto no contexto social no qual se vive, uma vez que o tornar-se mãe não está livre das suposições de seu tempo. Para tanto, realizou-se um estudo teórico a partir dos conceitos de preocupação materna primária e estado sem sujeito de Winnicott e Ogden, com objetivo de compreender esse momento, sempre singular, na vida da recém-mãe.
{"title":"Admirável Maternidade Nova","authors":"Isabela Medina França Affonso dos Santos Guimarães, Silvia Maria Abuzamra Zornig","doi":"10.5020/23590777.rs.v22i2.e11982","DOIUrl":"https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v22i2.e11982","url":null,"abstract":"A idealização da experiência subjetiva da mulher em relação à maternidade se contrasta com os novos ideais femininos que não mais se restringem à maternidade e ao matrimônio. Frente à pluralidade de destinos femininos possíveis para além da maternidade, buscou-se refletir, a partir de um estudo teórico, as repercussões psíquicas experimentadas pela mãe, a partir da chegada de um bebê, ancoradas tanto em sua história pessoal quanto no contexto social no qual se vive, uma vez que o tornar-se mãe não está livre das suposições de seu tempo. Para tanto, realizou-se um estudo teórico a partir dos conceitos de preocupação materna primária e estado sem sujeito de Winnicott e Ogden, com objetivo de compreender esse momento, sempre singular, na vida da recém-mãe.","PeriodicalId":296766,"journal":{"name":"Revista Subjetividades","volume":"27 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115205003","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-15DOI: 10.5020/23590777.rs.v22i2.e12283
Nathália Santos Franqueiro, Cíntia Rodrigues de Oliveira, Rodrigo Miranda
O objetivo deste artigo é analisar as experiências de imigrantes e refugiados na cidade de Uberlândia, enquanto fenômeno diaspórico. A pesquisa é orientada pela abordagem qualitativa e utiliza de entrevistas semiestruturadas com imigrantes e refugiados, as quais foram analisadas pela técnica de análise de narrativas. A pesquisa aborda a exploração sofrida por outsiders advinda de estabelecidos, especialmente no contexto do trabalho, caracterizando uma relação de poder e colonialidade no âmbito organizacional. Os resultados são agrupados em três narrativas: a) a vida na terra da gente; b) diáspora contemporânea – o viver na terra dos outros; c) a diáspora contemporânea – trabalhar na terra dos outros. A pesquisa contribui com os estudos sobre as relações de poder no âmbito do trabalho, ampliando as discussões sobre crise migratória e a relação de opressão e hostilidade existente entre estabelecidos e outsiders.
{"title":"O Estrangeiro nas Diásporas Contemporâneas: Refugiados da Violência e Imigrantes Econômicos","authors":"Nathália Santos Franqueiro, Cíntia Rodrigues de Oliveira, Rodrigo Miranda","doi":"10.5020/23590777.rs.v22i2.e12283","DOIUrl":"https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v22i2.e12283","url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é analisar as experiências de imigrantes e refugiados na cidade de Uberlândia, enquanto fenômeno diaspórico. A pesquisa é orientada pela abordagem qualitativa e utiliza de entrevistas semiestruturadas com imigrantes e refugiados, as quais foram analisadas pela técnica de análise de narrativas. A pesquisa aborda a exploração sofrida por outsiders advinda de estabelecidos, especialmente no contexto do trabalho, caracterizando uma relação de poder e colonialidade no âmbito organizacional. Os resultados são agrupados em três narrativas: a) a vida na terra da gente; b) diáspora contemporânea – o viver na terra dos outros; c) a diáspora contemporânea – trabalhar na terra dos outros. A pesquisa contribui com os estudos sobre as relações de poder no âmbito do trabalho, ampliando as discussões sobre crise migratória e a relação de opressão e hostilidade existente entre estabelecidos e outsiders.","PeriodicalId":296766,"journal":{"name":"Revista Subjetividades","volume":"39 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121285125","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-17DOI: 10.5020/23590777.rs.v22i2.e12328
Elis Bertozzi Aita, M. G. D. Facci
O objetivo deste artigo é apresentar uma possibilidade de intervenção psicoterapêutica individual para adultos, fundamentada na Psicologia Histórico-Cultural. Dentre outras possibilidades, entendemos que a psicologia vigotskiana oferece fundamento para a elaboração de intervenções psicoterapêuticas que visam atuar sobre o processo de formação de consciência do sujeito. Alguns pressupostos guiaram a análise da temática, conforme exposto a seguir: a consciência é conceituada como reflexo psíquico da realidade; todas as funções psicológicas superiores atuam no complexo processo de captura da realidade, na transformação das informações sensórias em processos de abstração em forma de conceitos; no processo de formação da consciência, os aspectos cognitivos e afetivos compõem uma unidade dialética, que se forma do plano interpsicológico para o intrapsicológico; o processo saúde-doença é compreendido vinculado às condições históricas e culturais e o sofrimento psíquico é entendido a partir de sua gênese nos processos críticos da vida social. A partir disso, discorremos sobre algumas proposições que podem fundamentar a prática psicoterapêutica que visa atuar sobre o processo de formação de consciência. A intervenção do psicólogo se volta para a análise da história do sujeito, em seus processos individuais e sociais constitutivos, que se dão no interior da sociedade capitalista, e busca compreender o movimento de formação da consciência e do sofrimento psíquico, que se estabelece a partir da dinâmica dialética singular-particular-universal. Visa apreender como os processos críticos da vida social, historicamente constituídos, engendraram o sofrimento vivenciado. Tal intervenção possibilita que o sujeito tome consciência das relações histórias e sociais que o determinam, de como a realidade social o constitui e qual é o seu papel ativo nesse processo. A partir de Vigotski, entendemos que tomar consciência das relações que corroboram para constituir a consciência e o sofrimento do indivíduo fornece ao sujeito novas condições de enfrentamento de seu sofrimento psíquico.
{"title":"Psicoterapia e o Processo de Formação de Consciência: Uma Análise Histórico-Cultural","authors":"Elis Bertozzi Aita, M. G. D. Facci","doi":"10.5020/23590777.rs.v22i2.e12328","DOIUrl":"https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v22i2.e12328","url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é apresentar uma possibilidade de intervenção psicoterapêutica individual para adultos, fundamentada na Psicologia Histórico-Cultural. Dentre outras possibilidades, entendemos que a psicologia vigotskiana oferece fundamento para a elaboração de intervenções psicoterapêuticas que visam atuar sobre o processo de formação de consciência do sujeito. Alguns pressupostos guiaram a análise da temática, conforme exposto a seguir: a consciência é conceituada como reflexo psíquico da realidade; todas as funções psicológicas superiores atuam no complexo processo de captura da realidade, na transformação das informações sensórias em processos de abstração em forma de conceitos; no processo de formação da consciência, os aspectos cognitivos e afetivos compõem uma unidade dialética, que se forma do plano interpsicológico para o intrapsicológico; o processo saúde-doença é compreendido vinculado às condições históricas e culturais e o sofrimento psíquico é entendido a partir de sua gênese nos processos críticos da vida social. A partir disso, discorremos sobre algumas proposições que podem fundamentar a prática psicoterapêutica que visa atuar sobre o processo de formação de consciência. A intervenção do psicólogo se volta para a análise da história do sujeito, em seus processos individuais e sociais constitutivos, que se dão no interior da sociedade capitalista, e busca compreender o movimento de formação da consciência e do sofrimento psíquico, que se estabelece a partir da dinâmica dialética singular-particular-universal. Visa apreender como os processos críticos da vida social, historicamente constituídos, engendraram o sofrimento vivenciado. Tal intervenção possibilita que o sujeito tome consciência das relações histórias e sociais que o determinam, de como a realidade social o constitui e qual é o seu papel ativo nesse processo. A partir de Vigotski, entendemos que tomar consciência das relações que corroboram para constituir a consciência e o sofrimento do indivíduo fornece ao sujeito novas condições de enfrentamento de seu sofrimento psíquico.","PeriodicalId":296766,"journal":{"name":"Revista Subjetividades","volume":"13 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124201725","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-15DOI: 10.5020/23590777.rs.v22i2.e11475
M. R. Maciel, T. R. Sousa, Regina Lúcia Sucupira Pedroza
Neste artigo, temos como objetivo explorar alguns entrelaçamentos entre os campos da psicanálise, da educação e da política. Começamos com as contribuições freudianas sobre a dinâmica dos grupos, nas quais destacamos a submissão ao líder como forma de controlar hostilidades, porém também a possibilidade de se conceber fratrias que vão além dessa alienação. Seguimos com o que nos diz Winnicott sobre o espaço potencial enquanto lugar para o brincar criativo e para certa concordância possível, tanto no nosso psiquismo quanto entre aqueles que compartilham desta atmosfera. Abordamos, em seguida, o grupo analítico de Balint como exemplo de dispositivo clínico que segue, de forma semelhante, nessa linha traçada. Passamos, enfim, a discutir e a compartilhar três experiências cujo fio condutor consiste em serem relatos de pesquisa no espaço escolar, ilustrando a temática estudada. Além de atravessadas por questões psicanalíticas, educacionais e políticas, essas vivências ressaltam a possibilidade de existência de coletivos que funcionem enquanto espaços criativos. Nessa perspectiva, acreditamos que podem existir lugares de cooperação e de concordância, apesar de inevitáveis conflitos. A partir disso, colocamos a seguinte questão: esses lugares podem ser vinculados a um tipo de posicionamento mais democrático? Por fim, defendemos que mesmo havendo a confrontação - por ser intrínseca à vida humana - pode existir diferentes possibilidades de criar soluções coletivamente.
{"title":"Entrelaçamentos entre Psicanálise, Educação e Política: Experiências nos Espaços Escolares","authors":"M. R. Maciel, T. R. Sousa, Regina Lúcia Sucupira Pedroza","doi":"10.5020/23590777.rs.v22i2.e11475","DOIUrl":"https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v22i2.e11475","url":null,"abstract":"Neste artigo, temos como objetivo explorar alguns entrelaçamentos entre os campos da psicanálise, da educação e da política. Começamos com as contribuições freudianas sobre a dinâmica dos grupos, nas quais destacamos a submissão ao líder como forma de controlar hostilidades, porém também a possibilidade de se conceber fratrias que vão além dessa alienação. Seguimos com o que nos diz Winnicott sobre o espaço potencial enquanto lugar para o brincar criativo e para certa concordância possível, tanto no nosso psiquismo quanto entre aqueles que compartilham desta atmosfera. Abordamos, em seguida, o grupo analítico de Balint como exemplo de dispositivo clínico que segue, de forma semelhante, nessa linha traçada. Passamos, enfim, a discutir e a compartilhar três experiências cujo fio condutor consiste em serem relatos de pesquisa no espaço escolar, ilustrando a temática estudada. Além de atravessadas por questões psicanalíticas, educacionais e políticas, essas vivências ressaltam a possibilidade de existência de coletivos que funcionem enquanto espaços criativos. Nessa perspectiva, acreditamos que podem existir lugares de cooperação e de concordância, apesar de inevitáveis conflitos. A partir disso, colocamos a seguinte questão: esses lugares podem ser vinculados a um tipo de posicionamento mais democrático? Por fim, defendemos que mesmo havendo a confrontação - por ser intrínseca à vida humana - pode existir diferentes possibilidades de criar soluções coletivamente.","PeriodicalId":296766,"journal":{"name":"Revista Subjetividades","volume":"121 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"117120926","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-15DOI: 10.5020/23590777.rs.v22i2.e9184
Roberto Henrique Amorim de Medeiros, L. Guarnieri
O presente estudo discute os conceitos de coletivo em jogo na constituição da saúde coletiva como prática e disciplina no campo da saúde. Para tanto, é feito um levantamento bibliográfico inicial de produções da área e, em um segundo momento, procuradas referências em autores como Hannah Arendt, Deleuze e Guatarri, Norbert Elias e Canguilhem. A partir desses questionamentos, são abordadas as disputas internas e as relações entre saúde pública e saúde coletiva, bem como as possibilidades de verdadeiras mudanças nas práticas de saúde, visando-se um distanciamento do modelo medicalizante baseado nas noções tradicionais de público, população e grupo como multiplicidade de individualidades. Em oposição a esse, e a partir de um diálogo com a psicanálise, o coletivo é retomado como um agenciamento relacional que revela o sujeito como irredutível à categoria do indivíduo. É nesse conceito de coletivo como campo estruturado de relações que a saúde coletiva encontra suporte para uma prática e uma epistemologia críticas de sua própria origem e de seu lugar no campo de saúde.
{"title":"O Conceito de Coletivo no Campo da Saúde","authors":"Roberto Henrique Amorim de Medeiros, L. Guarnieri","doi":"10.5020/23590777.rs.v22i2.e9184","DOIUrl":"https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v22i2.e9184","url":null,"abstract":"O presente estudo discute os conceitos de coletivo em jogo na constituição da saúde coletiva como prática e disciplina no campo da saúde. Para tanto, é feito um levantamento bibliográfico inicial de produções da área e, em um segundo momento, procuradas referências em autores como Hannah Arendt, Deleuze e Guatarri, Norbert Elias e Canguilhem. A partir desses questionamentos, são abordadas as disputas internas e as relações entre saúde pública e saúde coletiva, bem como as possibilidades de verdadeiras mudanças nas práticas de saúde, visando-se um distanciamento do modelo medicalizante baseado nas noções tradicionais de público, população e grupo como multiplicidade de individualidades. Em oposição a esse, e a partir de um diálogo com a psicanálise, o coletivo é retomado como um agenciamento relacional que revela o sujeito como irredutível à categoria do indivíduo. É nesse conceito de coletivo como campo estruturado de relações que a saúde coletiva encontra suporte para uma prática e uma epistemologia críticas de sua própria origem e de seu lugar no campo de saúde.","PeriodicalId":296766,"journal":{"name":"Revista Subjetividades","volume":"79 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125626328","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-15DOI: 10.5020/23590777.rs.v22i2.e10260
Ana Clara Titoneli Abreu, Emanuel Meireles Vieira, Paulo Coelho Castelo Branco
Este estudo objetiva refletir como a dimensão ética perpassa a formação do terapeuta centrado na pessoa, a partir de uma leitura inspirada por Emmanuel Lévinas. Inicialmente, aponta os elementos formativos presentes na Psicologia de Carl Rogers e argumenta que tal formação decorre de uma ética de valores e atitudes relacionais que estão além das dimensões técnicas da clínica. Em seguida, pondera que os elementos éticos, presentes nessa formação, servem perceber com a pessoa como o Outro que não pode ser totalizado pelo terapeuta e o transcende. Depois, indica três figuras de alteridade que comparecem nessa formação, o: Outro do Desconhecimento; Outro da Diferenciação; Outro da Sensibilidade. Conclui que a ética da alteridade radical pode ser implicada à proposta não-diretiva desde que se pense a formação do terapeuta centrado na pessoa como um terapeuta centrado no Outro. Essa perspectiva possibilita, portanto, um aprendizado não técnico dos valores não-diretivos e das atitudes de congruência, consideração positiva incondicional e compreensão empática.
{"title":"Formação do Terapeuta Centrado na Pessoa: Ética e Figuras de Alteridade","authors":"Ana Clara Titoneli Abreu, Emanuel Meireles Vieira, Paulo Coelho Castelo Branco","doi":"10.5020/23590777.rs.v22i2.e10260","DOIUrl":"https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v22i2.e10260","url":null,"abstract":"Este estudo objetiva refletir como a dimensão ética perpassa a formação do terapeuta centrado na pessoa, a partir de uma leitura inspirada por Emmanuel Lévinas. Inicialmente, aponta os elementos formativos presentes na Psicologia de Carl Rogers e argumenta que tal formação decorre de uma ética de valores e atitudes relacionais que estão além das dimensões técnicas da clínica. Em seguida, pondera que os elementos éticos, presentes nessa formação, servem perceber com a pessoa como o Outro que não pode ser totalizado pelo terapeuta e o transcende. Depois, indica três figuras de alteridade que comparecem nessa formação, o: Outro do Desconhecimento; Outro da Diferenciação; Outro da Sensibilidade. Conclui que a ética da alteridade radical pode ser implicada à proposta não-diretiva desde que se pense a formação do terapeuta centrado na pessoa como um terapeuta centrado no Outro. Essa perspectiva possibilita, portanto, um aprendizado não técnico dos valores não-diretivos e das atitudes de congruência, consideração positiva incondicional e compreensão empática.","PeriodicalId":296766,"journal":{"name":"Revista Subjetividades","volume":"59 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"130931409","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-15DOI: 10.5020/23590777.rs.v22i2.e7884
Renata de Almeida Bicalho Pinto, Ana Paula Paes De Paula
O objetivo do presente ensaio teórico é discutir o conceito de violência simbólica proposto por Pierre Bourdieu e, a partir de sua crítica, estabelecer uma nova proposta à luz da teoria crítica adorniana, que a aprimore, na medida em que apreende de uma forma mais específica a subjetividade. Para Bourdieu, a violência simbólica é uma violência “invisível”, exercida por meios simbólicos de comunicação e conhecimento, que se estabelece em uma relação de subjugação-submissão e que resulta de uma dominação, da qual o dominado é cúmplice. Vislumbrando algumas lacunas no conceito de Bourdieu, estabelecemos uma conceituação ampliada baseada no pensamento de Adorno, enfatizando a subjetividade, e designamos por quais processos a violência simbólica se estabelece. Por violência simbólica entendemos que o arrolamento do sujeito em uma realidade que o constrange, em síntese, mesmo que de modo sutil e imperceptível, a se enquadrar em certas predisposições, percebidas como condições sociais, ocorre por intermédio da degeneração da sua subjetividade por meio da projeção, identificação e individualidade.
{"title":"Violência Simbólica e Subjetividade: Uma Leitura a partir da Teoria Crítica Adorniana","authors":"Renata de Almeida Bicalho Pinto, Ana Paula Paes De Paula","doi":"10.5020/23590777.rs.v22i2.e7884","DOIUrl":"https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v22i2.e7884","url":null,"abstract":"O objetivo do presente ensaio teórico é discutir o conceito de violência simbólica proposto por Pierre Bourdieu e, a partir de sua crítica, estabelecer uma nova proposta à luz da teoria crítica adorniana, que a aprimore, na medida em que apreende de uma forma mais específica a subjetividade. Para Bourdieu, a violência simbólica é uma violência “invisível”, exercida por meios simbólicos de comunicação e conhecimento, que se estabelece em uma relação de subjugação-submissão e que resulta de uma dominação, da qual o dominado é cúmplice. Vislumbrando algumas lacunas no conceito de Bourdieu, estabelecemos uma conceituação ampliada baseada no pensamento de Adorno, enfatizando a subjetividade, e designamos por quais processos a violência simbólica se estabelece. Por violência simbólica entendemos que o arrolamento do sujeito em uma realidade que o constrange, em síntese, mesmo que de modo sutil e imperceptível, a se enquadrar em certas predisposições, percebidas como condições sociais, ocorre por intermédio da degeneração da sua subjetividade por meio da projeção, identificação e individualidade.","PeriodicalId":296766,"journal":{"name":"Revista Subjetividades","volume":"44 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116414872","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-05-31DOI: 10.5020/23590777.rs.v22i2.e11423
Orlando Afonso Camutue Gunlanda, Neiva de Assis, Andreia Vieira Zanella
O objetivo deste artigo é problematizar as desigualdades étnico-raciais em Joinville, Santa Catarina, via análise da constituição e trajetória de quatro clubes sociais recreativos da cidade. Vários foram os procedimentos metodológicos adotados: análise de documentos do Arquivo Histórico Municipal; participação em eventos promovidos pelos clubes e conversas com alguns frequentadores; produção e análise de duas imagens (uma que apresenta a localização geográfica dos clubes e, a outra, suas fachadas). As informações possibilitaram realizar o que compreendemos como leitura topográfica, uma ferramenta para a pesquisa em psicologia social interessada na análise crítica de relações constitutivas do espaço urbano. Como resultado da pesquisa evidencia-se o modo como a constituição e trajetória desses clubes sociais evidenciam as desigualdades étnico-raciais presentes na história da cidade, bem como o processo de (in)visibilização de memórias, saberes e dizeres. Concluímos que a localização dos clubes no território da cidade e a estrutura dos seus prédios possibilitam diferentes formas de visibilização, implicando diretamente nos modos como são conhecidas as narrativas, memórias e trajetórias dos grupos étnico-raciais representados por cada um deles.
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