O nosso intuito é refletir sobre a noção de ética e cegueira aspetual na filosofia de Wittgenstein. Trata-se de abordar a ética, apresentada de forma tantas vezes fragmentada, a partir da “Conferência sobre ética” e das noções de cegueira aspetual e inexprimível (Investigações filosóficas), para além de se tomar em consideração tudo aquilo que Wittgenstein escreveu sobre ele próprio. É nesta relação entre ética, interpretação e biografia que se pode vislumbrar a perspetiva de Wittgenstein.
{"title":"Wittgenstein: ética e cegueira aspetual","authors":"José Manuel Morgado Heleno","doi":"10.5216/phi.v26i1.67301","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/phi.v26i1.67301","url":null,"abstract":"O nosso intuito é refletir sobre a noção de ética e cegueira aspetual na filosofia de Wittgenstein. Trata-se de abordar a ética, apresentada de forma tantas vezes fragmentada, a partir da “Conferência sobre ética” e das noções de cegueira aspetual e inexprimível (Investigações filosóficas), para além de se tomar em consideração tudo aquilo que Wittgenstein escreveu sobre ele próprio. É nesta relação entre ética, interpretação e biografia que se pode vislumbrar a perspetiva de Wittgenstein.","PeriodicalId":30368,"journal":{"name":"Philosophos Revista de Filosofia","volume":"190 3 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"72770806","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo reconstrói a análise genealógica de Foucault acerca do neoliberalismo alemão ou ordoliberalismo, para em seguida abordar o problema da relação entre neoliberalismo e sociedade judiciária na contemporaneidade. Na sociedade neoliberal, a promoção da concorrência entre as empresas, inevitavelmente, acarreta conflitos que, em muitos casos, convertem-se em demandas judiciais. Ocorre que a concepção de que os conflitos não devem ser erradicados, mas geridos, reconvertidos em relações de concorrência e devolvidos ao mercado, tem se generalizado entre os operadores do direito. Foucault mostra que se estabelece um círculo vicioso aí: mais concorrência implica mais processos, que implicam mais concorrência, e assim por diante. A sociedade empresarial e a sociedade judiciária são os dois lados de uma mesma moeda. Daí a necessidade de se analisar tanto a judicialização da política quanto a politização do judiciário à luz da crítica genealógica ao neoliberalismo.
{"title":"Neoliberalismo e sociedade judiciária em Foucault","authors":"T. Mota","doi":"10.5216/phi.v26i1.67202","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/phi.v26i1.67202","url":null,"abstract":"Este artigo reconstrói a análise genealógica de Foucault acerca do neoliberalismo alemão ou ordoliberalismo, para em seguida abordar o problema da relação entre neoliberalismo e sociedade judiciária na contemporaneidade. Na sociedade neoliberal, a promoção da concorrência entre as empresas, inevitavelmente, acarreta conflitos que, em muitos casos, convertem-se em demandas judiciais. Ocorre que a concepção de que os conflitos não devem ser erradicados, mas geridos, reconvertidos em relações de concorrência e devolvidos ao mercado, tem se generalizado entre os operadores do direito. Foucault mostra que se estabelece um círculo vicioso aí: mais concorrência implica mais processos, que implicam mais concorrência, e assim por diante. A sociedade empresarial e a sociedade judiciária são os dois lados de uma mesma moeda. Daí a necessidade de se analisar tanto a judicialização da política quanto a politização do judiciário à luz da crítica genealógica ao neoliberalismo.","PeriodicalId":30368,"journal":{"name":"Philosophos Revista de Filosofia","volume":"34 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"79768549","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pensar a política como um espaço agonístico implica compreendê-la abrangendo todo o âmbito do conflito. A figura do inimigo é parte deste âmbito, mas o conflito não pode ser reduzido a tal figura. Em O Conceito do Político, Carl Schmitt estabelece um campo próprio da política que acaba por ter na figura do inimigo um ponto central. Partindo desse escrito, analisaremos a constituição de um campo próprio da política, pensada de modo agonístico,a partir da descrição da totalidade do espaço do conflito.
{"title":"Agonismo e a figura do inimigo: Em torno de \"O conceito do Político\" de Carl Schmitt\"","authors":"C. Benjamin","doi":"10.5216/phi.v26i1.51969","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/phi.v26i1.51969","url":null,"abstract":"Pensar a política como um espaço agonístico implica compreendê-la abrangendo todo o âmbito do conflito. A figura do inimigo é parte deste âmbito, mas o conflito não pode ser reduzido a tal figura. Em O Conceito do Político, Carl Schmitt estabelece um campo próprio da política que acaba por ter na figura do inimigo um ponto central. Partindo desse escrito, analisaremos a constituição de um campo próprio da política, pensada de modo agonístico,a partir da descrição da totalidade do espaço do conflito.","PeriodicalId":30368,"journal":{"name":"Philosophos Revista de Filosofia","volume":"68 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"74159565","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Rousseau diz, no início do Contrato social, que pretende tomar “os homens tais como são” e “as leis tais como podem ser”. Tomando os indivíduos como interdependentes e ambivalentes (entre cooperação e competição) e as leis (e a política) como uma “tecnologia de cooperação”, este texto procura retraçar o caminho da reflexão rousseauniana desde o reconhecimento do fato da interdependência e suas implicações para a socialidade humana até a defesa de uma concepção radicalmente democrática da autoridade política.
{"title":"Interdependência e socialidade humana em Rousseau","authors":"C. Reis","doi":"10.5216/phi.v26i1.66769","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/phi.v26i1.66769","url":null,"abstract":"Rousseau diz, no início do Contrato social, que pretende tomar “os homens tais como são” e “as leis tais como podem ser”. Tomando os indivíduos como interdependentes e ambivalentes (entre cooperação e competição) e as leis (e a política) como uma “tecnologia de cooperação”, este texto procura retraçar o caminho da reflexão rousseauniana desde o reconhecimento do fato da interdependência e suas implicações para a socialidade humana até a defesa de uma concepção radicalmente democrática da autoridade política.","PeriodicalId":30368,"journal":{"name":"Philosophos Revista de Filosofia","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"82877927","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
A diversificação física e cultural humana pode ser lida na antropologia de Rousseau a partir da ideia da degenerescência e do afastamento de uma natureza originária, mas também pode ser encarada em chave positiva como a afirmação da variedade humana, independente de uma referência a um modelo originário. Assim, o pensamento antropológico de Rousseau transita entre dois polos distintos e igualmente válidos: o julgamento histórico e o saber etnográfico. Se o primeiro (mais corrente entre os intérpretes) apoia-se em um modelo único e originário de ser humano que paulatina e historicamente se degeneraria, corrompendo-se; o último multiplica as origens de modo a afirmar positivamente as diferenças, explicando-as enquanto tais. Um se constitui em escala de medida, outro em antídoto contra o etnocentrismo. O objetivo maior deste texto consiste em apresentar sobretudo o último polo. Nele, a diversidade física e cultural se afirma enquanto tal, sem que haja a necessidade de se atribuir prêmios de preservação de uma maior pureza a esta ou aquela sociedade localizada num ponto determinado do tempo e do espaço. A diversidade indicaria não mais uma corrupção, mas sim os vários caminhos assumidos e tomados pelos grupos humanos de acordo com os tempos e as circunstâncias vivenciados.
{"title":"Origem e alteração no pensamento antropológico de Rousseau","authors":"Mauro Dela Bandera","doi":"10.5216/phi.v26i1.66430","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/phi.v26i1.66430","url":null,"abstract":"A diversificação física e cultural humana pode ser lida na antropologia de Rousseau a partir da ideia da degenerescência e do afastamento de uma natureza originária, mas também pode ser encarada em chave positiva como a afirmação da variedade humana, independente de uma referência a um modelo originário. Assim, o pensamento antropológico de Rousseau transita entre dois polos distintos e igualmente válidos: o julgamento histórico e o saber etnográfico. Se o primeiro (mais corrente entre os intérpretes) apoia-se em um modelo único e originário de ser humano que paulatina e historicamente se degeneraria, corrompendo-se; o último multiplica as origens de modo a afirmar positivamente as diferenças, explicando-as enquanto tais. Um se constitui em escala de medida, outro em antídoto contra o etnocentrismo. O objetivo maior deste texto consiste em apresentar sobretudo o último polo. Nele, a diversidade física e cultural se afirma enquanto tal, sem que haja a necessidade de se atribuir prêmios de preservação de uma maior pureza a esta ou aquela sociedade localizada num ponto determinado do tempo e do espaço. A diversidade indicaria não mais uma corrupção, mas sim os vários caminhos assumidos e tomados pelos grupos humanos de acordo com os tempos e as circunstâncias vivenciados.","PeriodicalId":30368,"journal":{"name":"Philosophos Revista de Filosofia","volume":"35 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"74019428","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O artigo se propõe a uma investigação da potência filosófica presente na poesia japonesa clássica conhecida como waka. O aspecto formal mais proeminente do waka é a sua curta estrutura composta geralmente de 31 sílabas moraicas divididas, respectivamente, em 5 versos de 5, 7, 5, 7 e 7 sílabas cada. Para erguer-se como uma forma poética, o waka emprega o recurso rítmico da pausa e uma retórica que vinculam cada poema individual ao todo da tradição através de precedentes. Defendemos que na tradição intelectual constituída pelo waka há uma filosofia do real – que denominamos intertextualidade do real – que entende a realidade como vazia e impermanente. Dessa forma, seria o waka a forma mais adequada através da qual exprimir o real uma vez que ele é mais profundo e excelente a medida em que cria um movimento de esvaziamento e tornar impermanente através de seus recursos formais e retóricos: seu cerne, sua disposição e significado (nossas traduções do termo japonês “kokoro”) e suas palavras (“kotoba”).
{"title":"Poética do Waka:","authors":"Diogo Cesar Porto da Silva","doi":"10.5216/phi.v25i2.65016","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/phi.v25i2.65016","url":null,"abstract":"O artigo se propõe a uma investigação da potência filosófica presente na poesia japonesa clássica conhecida como waka. O aspecto formal mais proeminente do waka é a sua curta estrutura composta geralmente de 31 sílabas moraicas divididas, respectivamente, em 5 versos de 5, 7, 5, 7 e 7 sílabas cada. Para erguer-se como uma forma poética, o waka emprega o recurso rítmico da pausa e uma retórica que vinculam cada poema individual ao todo da tradição através de precedentes. Defendemos que na tradição intelectual constituída pelo waka há uma filosofia do real – que denominamos intertextualidade do real – que entende a realidade como vazia e impermanente. Dessa forma, seria o waka a forma mais adequada através da qual exprimir o real uma vez que ele é mais profundo e excelente a medida em que cria um movimento de esvaziamento e tornar impermanente através de seus recursos formais e retóricos: seu cerne, sua disposição e significado (nossas traduções do termo japonês “kokoro”) e suas palavras (“kotoba”).","PeriodicalId":30368,"journal":{"name":"Philosophos Revista de Filosofia","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-08-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"70715662","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O artigo busca compreender o artista moderno depois do nascimento da sociedade mercantil e da afirmação hegeliana de que “a arte é e permanecerá para nós, do ponto de vista de sua destinação suprema, como algo do passado”. Para isso, iremos percorrer os pensamentos de Baudelaire e Nietzsche e a forma que ambos entenderam a importância do artista e da arte no século XIX, principalmente através do riso. Nossa hipótese é que o artista, uma vez marginalizado tanto do ponto de vista social quanto da racionalidade filosófica, viveu no entre-lugar, estabelecendo uma (in)existência perigosa em que revela o homem em sua dimensão humana, viciosa, corporal, através do riso. Devido a essa (in)existência perigosa manifestada pelo riso, não tardou para a racionalidade, principalmente através da psiquiatria, em assimilar o artista à loucura, para poder capturá-lo dentro do discurso científico.
{"title":"Riso estético:","authors":"Renan Pavini","doi":"10.5216/phi.v25i2.63745","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/phi.v25i2.63745","url":null,"abstract":"O artigo busca compreender o artista moderno depois do nascimento da sociedade mercantil e da afirmação hegeliana de que “a arte é e permanecerá para nós, do ponto de vista de sua destinação suprema, como algo do passado”. Para isso, iremos percorrer os pensamentos de Baudelaire e Nietzsche e a forma que ambos entenderam a importância do artista e da arte no século XIX, principalmente através do riso. Nossa hipótese é que o artista, uma vez marginalizado tanto do ponto de vista social quanto da racionalidade filosófica, viveu no entre-lugar, estabelecendo uma (in)existência perigosa em que revela o homem em sua dimensão humana, viciosa, corporal, através do riso. Devido a essa (in)existência perigosa manifestada pelo riso, não tardou para a racionalidade, principalmente através da psiquiatria, em assimilar o artista à loucura, para poder capturá-lo dentro do discurso científico. ","PeriodicalId":30368,"journal":{"name":"Philosophos Revista de Filosofia","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-08-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"70715610","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Regiane Lorenzetti Collares, Luis Celestino de França Júnior
Este artigo objetiva a partir das considerações de Michel Foucault sobre a dimensão de uma estética da existência relacioná-la às vidas infames, em dois planos que parecem se vincular, a saber, primeiro, de dar destaque às vidas obscurecidas que apenas foram iluminadas quando colocadas como alvos de discursos empreendidos com a finalidade de classificação, controle e exclusão; segundo, da possibilidade de experiências transformadoras no que diz respeito às subjetividades marginalizadas. Examinaremos então em que medida a pesquisa foucaultiana portaria a virtualidade de um deslocamento a um só tempo estético e ético, da modificação de um modo de vida, de um estilo de existência. Uma vez reconhecendo a dimensão estética em Foucault vinculada à arte de existir, pretendemos então tecer um texto que também se componha com as considerações do filósofo da estética Étienne Souriau, apresentadas no livro As Existências Mínimas, por David Lapoujade, no sentido de que os dois pensadores franceses parecem confluir na mesma direção no que liga a arte às transformações de si, isto é, ambos elaboram uma compreensão da estética interseccionada aos modos de existência, buscando tematizar de que modo as vidas que mesmo privadas do direito de existir, podem ainda encontrar espaços de criação e transformação.
{"title":"Artes da Existência e as Vidas Infames","authors":"Regiane Lorenzetti Collares, Luis Celestino de França Júnior","doi":"10.5216/PHI.V25I2.64585","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/PHI.V25I2.64585","url":null,"abstract":"Este artigo objetiva a partir das considerações de Michel Foucault sobre a dimensão de uma estética da existência relacioná-la às vidas infames, em dois planos que parecem se vincular, a saber, primeiro, de dar destaque às vidas obscurecidas que apenas foram iluminadas quando colocadas como alvos de discursos empreendidos com a finalidade de classificação, controle e exclusão; segundo, da possibilidade de experiências transformadoras no que diz respeito às subjetividades marginalizadas. Examinaremos então em que medida a pesquisa foucaultiana portaria a virtualidade de um deslocamento a um só tempo estético e ético, da modificação de um modo de vida, de um estilo de existência. Uma vez reconhecendo a dimensão estética em Foucault vinculada à arte de existir, pretendemos então tecer um texto que também se componha com as considerações do filósofo da estética Étienne Souriau, apresentadas no livro As Existências Mínimas, por David Lapoujade, no sentido de que os dois pensadores franceses parecem confluir na mesma direção no que liga a arte às transformações de si, isto é, ambos elaboram uma compreensão da estética interseccionada aos modos de existência, buscando tematizar de que modo as vidas que mesmo privadas do direito de existir, podem ainda encontrar espaços de criação e transformação.","PeriodicalId":30368,"journal":{"name":"Philosophos Revista de Filosofia","volume":"21 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"85444479","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo examina os argumentos apresentados por Monroe Beardsley contra a tese de que a arte é essencialmente institucional. Beardsley mira sua crítica na versão mais bem elaborada de uma teoria institucional da arte, a teoria de George Dickie. Ele argumenta que Dickie usa o termo “instituição” de forma ambígua, como type e token, e que, afirmar a existência de um contexto institucional não é o mesmo que afirmar que as atividades que pressupõem este contexto são institucionais. Pretende-se mostrar que, embora Dickie reelabore sua teoria a fim de fortalecer sua tese inicial, ele não consegue responderde forma satisfatória ao “Argumento Beardsley-Anscombe”. Além disso, este artigo apresenta e discute brevemente a última elaboração de Dickie, em que ele defende que a arte é uma espécie cultural
{"title":"Obras de arte são essencialmente institucionais?","authors":"R. Morokawa","doi":"10.5216/PHI.V25I2.52321","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/PHI.V25I2.52321","url":null,"abstract":"Este artigo examina os argumentos apresentados por Monroe Beardsley contra a tese de que a arte é essencialmente institucional. Beardsley mira sua crítica na versão mais bem elaborada de uma teoria institucional da arte, a teoria de George Dickie. Ele argumenta que Dickie usa o termo “instituição” de forma ambígua, como type e token, e que, afirmar a existência de um contexto institucional não é o mesmo que afirmar que as atividades que pressupõem este contexto são institucionais. Pretende-se mostrar que, embora Dickie reelabore sua teoria a fim de fortalecer sua tese inicial, ele não consegue responderde forma satisfatória ao “Argumento Beardsley-Anscombe”. Além disso, este artigo apresenta e discute brevemente a última elaboração de Dickie, em que ele defende que a arte é uma espécie cultural","PeriodicalId":30368,"journal":{"name":"Philosophos Revista de Filosofia","volume":"21 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"84673086","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
In order to analyse pictures shared in WhatsApp groups of Jair Bolsonaro supporters, I will explore the idea that the act of sending someone a picture through social media performs a speech act. Thus we can separate the utterance act (of sending the picture to the receiver in a certain context), the locutionary act (what is said through the pictorial content), the illocutionary act (what is done by uttering that pictorial content), and the perlocutionary act (of affecting the receiver). The pictures analysed were collected from January to September 2019, using the WhatsApp Monitor. My main philosophical argument will be in section 3, in which I develop the idea of pictorial speech acts and its conceptual bases. To understand the communicational role of pictures it is necessary to supplement picture theories (visual semantics) with a communicative act theory based on speech act (visual pragmatics). The development of the general outline of visual pragmatics is the main philosophical contribution envisaged in this paper. My last step it to argue that there are at least three forms of naivety that render the receivers prone to the uptake of the illocutionary act performed: aesthetic naivety, communicational naivety, and epistemic naivety.
{"title":"Memes war","authors":"Guilherme Ghisoni da Silva","doi":"10.5216/PHI.V25I2.64490","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/PHI.V25I2.64490","url":null,"abstract":"In order to analyse pictures shared in WhatsApp groups of Jair Bolsonaro supporters, I will explore the idea that the act of sending someone a picture through social media performs a speech act. Thus we can separate the utterance act (of sending the picture to the receiver in a certain context), the locutionary act (what is said through the pictorial content), the illocutionary act (what is done by uttering that pictorial content), and the perlocutionary act (of affecting the receiver). The pictures analysed were collected from January to September 2019, using the WhatsApp Monitor. My main philosophical argument will be in section 3, in which I develop the idea of pictorial speech acts and its conceptual bases. To understand the communicational role of pictures it is necessary to supplement picture theories (visual semantics) with a communicative act theory based on speech act (visual pragmatics). The development of the general outline of visual pragmatics is the main philosophical contribution envisaged in this paper. My last step it to argue that there are at least three forms of naivety that render the receivers prone to the uptake of the illocutionary act performed: aesthetic naivety, communicational naivety, and epistemic naivety.","PeriodicalId":30368,"journal":{"name":"Philosophos Revista de Filosofia","volume":"46 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"90910980","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}