Pub Date : 2021-12-30DOI: 10.22456/1982-8136.120587
Fátima Tavares
A partir do artigo de Ana Paula Miranda - “A ‘política dos terreiros’ contra o racismo religioso e as políticas ‘cristofascistas’” - que apresenta um diagnóstico da intolerância religiosa no Brasil contemporâneo, busco cotejar as contribuições da autora com uma descrição do contexto de Salvador. Assim, chamo a atenção para as tensões mais ou menos visibilizadas no espaço público local, que fazem parte da história da cidade, problematizando o sincretismo afro-baiano na relação com o catolicismo. Em seguida, descrevo eventos recentes que apontam para o acirramento dos conflitos entre evangélicos e afrorreligiosos e a centralidade do conceito de racismo religioso. Concluo indicando que os conflitos contemporâneos sugerem novas formas de ocupar o espaço público, em que se reivindica o reconhecimento dos direitos de religião e não apenas de “cultura”. Por meio da mediação-imolação dos humanos nos ebós coletivos, da política das caminhadas, da defesa pela patrimonialização de espaços sagrados como a Pedra de Xangô, dentre outras possibilidades de demonstrações públicas, é que se faz a “política dos terreiros” naquela capital.
Ana Paula Miranda的文章——“反对宗教种族主义的‘terreiros政策’和‘基督主义者’政策”——对当代巴西的宗教不容忍现象进行了诊断,我试图将作者的贡献与萨尔瓦多的背景描述进行比较。因此,我提请注意当地公共空间中或多或少可见的紧张局势,这些紧张局势是城市历史的一部分,使非裔巴伊人融合与天主教之间存在问题。接下来,我描述了最近发生的事件,这些事件表明福音派和非裔宗教之间的冲突加剧,以及宗教种族主义概念的中心地位。最后,我指出,当代冲突提出了占领公共空间的新方式,其中要求承认宗教权利,而不仅仅是“文化”权利。通过对人类在集体住所的调解、散步的政治、对圣迹(如Pedra de Xangô)等神圣空间的继承权的捍卫,以及其他公开示威的可能性,“土地政策”是在首都制定的。
{"title":"SOBRE A \"POLÍTICA DOS TERREIROS\" EM SALVADOR: COMENTÁRIOS AO TEXTO DE ANA PAULA MENDES DE MIRANDA","authors":"Fátima Tavares","doi":"10.22456/1982-8136.120587","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-8136.120587","url":null,"abstract":"A partir do artigo de Ana Paula Miranda - “A ‘política dos terreiros’ contra o racismo religioso e as políticas ‘cristofascistas’” - que apresenta um diagnóstico da intolerância religiosa no Brasil contemporâneo, busco cotejar as contribuições da autora com uma descrição do contexto de Salvador. Assim, chamo a atenção para as tensões mais ou menos visibilizadas no espaço público local, que fazem parte da história da cidade, problematizando o sincretismo afro-baiano na relação com o catolicismo. Em seguida, descrevo eventos recentes que apontam para o acirramento dos conflitos entre evangélicos e afrorreligiosos e a centralidade do conceito de racismo religioso. Concluo indicando que os conflitos contemporâneos sugerem novas formas de ocupar o espaço público, em que se reivindica o reconhecimento dos direitos de religião e não apenas de “cultura”. Por meio da mediação-imolação dos humanos nos ebós coletivos, da política das caminhadas, da defesa pela patrimonialização de espaços sagrados como a Pedra de Xangô, dentre outras possibilidades de demonstrações públicas, é que se faz a “política dos terreiros” naquela capital.","PeriodicalId":30683,"journal":{"name":"Debates do NER","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45691833","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-30DOI: 10.22456/1982-8136.114161
L. Reis
Neste artigo, parto de duas controvérsias públicas envolvendo os “evangélicos” e Bolsonaro no início da pandemia do Covid-19 para pensar a heterogeneidade deste segmento religioso e as disputas em torno da representação do Brasil como uma nação cristã. Demonstro, também, como atos religiosos ordinários, como jejuns, orações, doações e assistência social tiveram sua dimensão política evidenciada, questionada e disputada por diferentes atores em tempos extraordinários. Sugiro, ainda, que a ruptura provocada pelo novo coronavírus revelou a urgência de se considerar as diferentes formas de se viver a religião para além das grandes igrejas, incluindo aquelas digitalmente mediadas. Por fim, argumento que a observação das práticas cotidianas dos fiéis é fundamental para complexificar as análises sobre crentes e acompanhar as transformações em curso no campo religioso brasileiro.
{"title":"TEMPOS DE PANDEMIA, PRÁTICAS COTIDIANAS E PROJETO DE NAÇÃO: DE QUE EVANGÉLICOS ESTAMOS FALANDO?","authors":"L. Reis","doi":"10.22456/1982-8136.114161","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-8136.114161","url":null,"abstract":"Neste artigo, parto de duas controvérsias públicas envolvendo os “evangélicos” e Bolsonaro no início da pandemia do Covid-19 para pensar a heterogeneidade deste segmento religioso e as disputas em torno da representação do Brasil como uma nação cristã. Demonstro, também, como atos religiosos ordinários, como jejuns, orações, doações e assistência social tiveram sua dimensão política evidenciada, questionada e disputada por diferentes atores em tempos extraordinários. Sugiro, ainda, que a ruptura provocada pelo novo coronavírus revelou a urgência de se considerar as diferentes formas de se viver a religião para além das grandes igrejas, incluindo aquelas digitalmente mediadas. Por fim, argumento que a observação das práticas cotidianas dos fiéis é fundamental para complexificar as análises sobre crentes e acompanhar as transformações em curso no campo religioso brasileiro.","PeriodicalId":30683,"journal":{"name":"Debates do NER","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43292315","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-30DOI: 10.22456/1982-8136.119461
David Steven Scott
Neste texto, David Scott reflete sobre o tema da tolerância e da diferença no contexto pós-colonial. Para tanto, o autor parte do caso do Sri Lanka no final do século XX, um país formado por grupos étnicos e religiosos muçulmanos, cristãos e budistas, e marcado por uma guerra civil de caráter interétnico. Ao retomar algumas elaborações pertencentes à matriz do discurso liberal e secular moderno em torno da questão da convivência desses distintos grupos no país, o autor aponta para os impasses e as limitações dessas formulações quando se veem diante de comunidades orientadas por princípios não liberais. Assim, em lugar do privilégio liberal ao indivíduo e às suas escolhas autônomas em relação à comunidade como orientador da política de tolerância do Estado, Scott argumenta por uma compreensão das comunidades étnicas e religiosas como tradições históricas que se constituem enquanto comunidades morais e políticas com identidades corporificadas por seus membros. O autor conclui que um projeto de tolerância efetivo deve passar necessariamente por essa compreensão, buscando instituir espaços públicos políticos em que exista tanto o reconhecimento mútuo das identidades não liberais envolvidas, quanto o diálogo entre elas.
{"title":"TOLERÂNCIA E TRADIÇÕES HISTÓRICAS DA DIFERENÇA","authors":"David Steven Scott","doi":"10.22456/1982-8136.119461","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-8136.119461","url":null,"abstract":"Neste texto, David Scott reflete sobre o tema da tolerância e da diferença no contexto pós-colonial. Para tanto, o autor parte do caso do Sri Lanka no final do século XX, um país formado por grupos étnicos e religiosos muçulmanos, cristãos e budistas, e marcado por uma guerra civil de caráter interétnico. Ao retomar algumas elaborações pertencentes à matriz do discurso liberal e secular moderno em torno da questão da convivência desses distintos grupos no país, o autor aponta para os impasses e as limitações dessas formulações quando se veem diante de comunidades orientadas por princípios não liberais. Assim, em lugar do privilégio liberal ao indivíduo e às suas escolhas autônomas em relação à comunidade como orientador da política de tolerância do Estado, Scott argumenta por uma compreensão das comunidades étnicas e religiosas como tradições históricas que se constituem enquanto comunidades morais e políticas com identidades corporificadas por seus membros. O autor conclui que um projeto de tolerância efetivo deve passar necessariamente por essa compreensão, buscando instituir espaços públicos políticos em que exista tanto o reconhecimento mútuo das identidades não liberais envolvidas, quanto o diálogo entre elas.","PeriodicalId":30683,"journal":{"name":"Debates do NER","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47373463","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-30DOI: 10.22456/1982-8136.121173
Ivanir Dos Santos
A intolerância religiosa, assim como o racismo, ainda é um dos grandes desafios que nos impede de construir e promover uma sociedade mais justa e mais igualitária. Ao debruçarmos sobre as construções históricas do Estado brasileiro, facilmente nos é perceptível compreender que as lutas cotidianas pela liberdade de culto e pela tolerância passaram a ser constante e sempre presente na vida dos adeptos das religiões de matrizes africanas, principalmente, entre os século XX e XXI. Lutas essas que também passaram a guiar os movimentos de promoção do diálogo inter-religioso, direitos humanos e pela equidade religiosa. Destarte, o presente texto tem por objetivo fazer uma brevíssima análise comentada sobre os desafios contemporâneos em prol da construção da liberdade religiosa na sociedade brasileira à luz do artigo escrito pela professora doutora Ana Paula Mendes de Miranda.
{"title":"DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS EM PROL DA LIBERDADE RELIGIOSA","authors":"Ivanir Dos Santos","doi":"10.22456/1982-8136.121173","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-8136.121173","url":null,"abstract":"A intolerância religiosa, assim como o racismo, ainda é um dos grandes desafios que nos impede de construir e promover uma sociedade mais justa e mais igualitária. Ao debruçarmos sobre as construções históricas do Estado brasileiro, facilmente nos é perceptível compreender que as lutas cotidianas pela liberdade de culto e pela tolerância passaram a ser constante e sempre presente na vida dos adeptos das religiões de matrizes africanas, principalmente, entre os século XX e XXI. Lutas essas que também passaram a guiar os movimentos de promoção do diálogo inter-religioso, direitos humanos e pela equidade religiosa. Destarte, o presente texto tem por objetivo fazer uma brevíssima análise comentada sobre os desafios contemporâneos em prol da construção da liberdade religiosa na sociedade brasileira à luz do artigo escrito pela professora doutora Ana Paula Mendes de Miranda.","PeriodicalId":30683,"journal":{"name":"Debates do NER","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47334620","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-30DOI: 10.22456/1982-8136.120544
Mariana Ramos de Morais
Neste texto, apresento comentários ao artigo “A ‘política dos terreiros’ contra o racismo religioso e as políticas ‘cristofascistas’”, de Ana Paula Mendes de Miranda, destacando três categorias mobilizadas pelos afro-religiosos na sua luta pela garantia de seus direitos frente ao acirramento dos ataques de grupos evangélicos às religiões afro-brasileiras, quais sejam: “intolerância religiosa”, “racismo religioso” e “genocídio religioso do povo negro”. A proposta é pensar sobre como essas categorias têm sido constituídas na “política dos terreiros”, expressão adotada pela autora para buscar delinear o modo de os afro-religiosos “fazerem política”. Parto, assim, da análise de Miranda para refletir sobre a presença afro-religiosa no espaço público, em um plano mais geral, e, especificamente, na mobilização dessas categorias pelos afro-religiosos na luta pela garantia de seus direitos. Nesse intento, mobilizo parte da literatura sobre o tema, bem como minha própria experiência de pesquisa sobre essa temática, observando como esses religiosos modificam a categoria política acionada em suas mobilizações na medida em que tais ataques tornam-se mais violentos.
{"title":"INTOLERÂNCIA, RACISMO E GENOCÍDIO RELIGIOSO DO POVO NEGRO: PENSANDO SOBRE AS CATEGORIAS AFRO-RELIGIOSAS DA \"POLÍTICA DOS TERREIROS\"","authors":"Mariana Ramos de Morais","doi":"10.22456/1982-8136.120544","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-8136.120544","url":null,"abstract":"Neste texto, apresento comentários ao artigo “A ‘política dos terreiros’ contra o racismo religioso e as políticas ‘cristofascistas’”, de Ana Paula Mendes de Miranda, destacando três categorias mobilizadas pelos afro-religiosos na sua luta pela garantia de seus direitos frente ao acirramento dos ataques de grupos evangélicos às religiões afro-brasileiras, quais sejam: “intolerância religiosa”, “racismo religioso” e “genocídio religioso do povo negro”. A proposta é pensar sobre como essas categorias têm sido constituídas na “política dos terreiros”, expressão adotada pela autora para buscar delinear o modo de os afro-religiosos “fazerem política”. Parto, assim, da análise de Miranda para refletir sobre a presença afro-religiosa no espaço público, em um plano mais geral, e, especificamente, na mobilização dessas categorias pelos afro-religiosos na luta pela garantia de seus direitos. Nesse intento, mobilizo parte da literatura sobre o tema, bem como minha própria experiência de pesquisa sobre essa temática, observando como esses religiosos modificam a categoria política acionada em suas mobilizações na medida em que tais ataques tornam-se mais violentos.","PeriodicalId":30683,"journal":{"name":"Debates do NER","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48458816","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-30DOI: 10.22456/1982-8136.120588
Elina Hartikainen
Este artigo estende a análise de Ana Paula Mendes de Miranda quanto à complexa relação entre as ideologias raciais brasileiras e a hostilidade às religiões de matriz africana, bem como à "política dos terreiros" advinda dessa relação, situando-as em um contexto mais amplo de debates sobre o tipo de sociedade que o Brasil é e deveria ser. Para este fim, será examinado como as noções de racismo religioso, de discriminação e preconceito religioso e de liberdade religiosa foram e são articuladas de diferentes maneiras por tribunais brasileiros e por militantes de religiões de matriz africana, e como essas articulações são diferentemente posicionadas e constitutivas das contestações sobre as relações entre Estado e religião.
{"title":"RACISMO RELIGIOSO, DISCRIMINAÇÃO E PRECONCEITO RELIGIOSO, LIBERDADE RELIGIOSA: CONTROVÉRSIAS SOBRE AS RELAÇÕES ENTRE ESTADO E RELIGIÃO NO BRASIL ATUAL","authors":"Elina Hartikainen","doi":"10.22456/1982-8136.120588","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-8136.120588","url":null,"abstract":"Este artigo estende a análise de Ana Paula Mendes de Miranda quanto à complexa relação entre as ideologias raciais brasileiras e a hostilidade às religiões de matriz africana, bem como à \"política dos terreiros\" advinda dessa relação, situando-as em um contexto mais amplo de debates sobre o tipo de sociedade que o Brasil é e deveria ser. Para este fim, será examinado como as noções de racismo religioso, de discriminação e preconceito religioso e de liberdade religiosa foram e são articuladas de diferentes maneiras por tribunais brasileiros e por militantes de religiões de matriz africana, e como essas articulações são diferentemente posicionadas e constitutivas das contestações sobre as relações entre Estado e religião.","PeriodicalId":30683,"journal":{"name":"Debates do NER","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44898072","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-30DOI: 10.22456/1982-8136.120589
Stephen Selka
Neste artigo, enfatizo que a política dos terreiros surge não apenas como resposta à hostilidade evangélica, mas também por meio de vários tipos de engajamentos e interações entre o terreiro e o público — o que Paul Johnson (2005) chama de “candomblé público”. Dou especial atenção a um ponto que muitas vezes falta nas discussões sobre como as religiões de matriz africana aparecem na esfera pública: tanto por causa da difamação quanto da apropriação, as religiões de matriz africana atraem interesse popular, sendo demonizadas ou romantizadas, e é nesse contexto que surge a política dos terreiros. Diante disso, examino a prática da política dos terreiros e como seus adeptos intermedeiam a relação entre o terreiro e o público. Abordo, também, as seguintes questões: que tipos de práticas e papéis são acarretados pela política dos terreiros? Como essas práticas se articulam com os discursos sobre direitos e reconhecimento? Quais os limites dessa linguagem?
{"title":"CONDOMBLÉ PÚBLICO REVISITADO","authors":"Stephen Selka","doi":"10.22456/1982-8136.120589","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-8136.120589","url":null,"abstract":"Neste artigo, enfatizo que a política dos terreiros surge não apenas como resposta à hostilidade evangélica, mas também por meio de vários tipos de engajamentos e interações entre o terreiro e o público — o que Paul Johnson (2005) chama de “candomblé público”. Dou especial atenção a um ponto que muitas vezes falta nas discussões sobre como as religiões de matriz africana aparecem na esfera pública: tanto por causa da difamação quanto da apropriação, as religiões de matriz africana atraem interesse popular, sendo demonizadas ou romantizadas, e é nesse contexto que surge a política dos terreiros. Diante disso, examino a prática da política dos terreiros e como seus adeptos intermedeiam a relação entre o terreiro e o público. Abordo, também, as seguintes questões: que tipos de práticas e papéis são acarretados pela política dos terreiros? Como essas práticas se articulam com os discursos sobre direitos e reconhecimento? Quais os limites dessa linguagem?","PeriodicalId":30683,"journal":{"name":"Debates do NER","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46282247","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-30DOI: 10.22456/1982-8136.118972
M. Bargo
Este artículo explora la función formativa que los casos ejemplares tienen dentro de la Prelatura Personal del Opus Dei. Para ello repasa los procesos de canonización de la Obra y su importancia para validar el carisma e indaga sobre exposiciones testimoniales en instancias dirigidas a mujeres caritativas y niñas o jóvenes que participan de acciones solidarias en una ONG ligada a la Prelatura. El trabajo se compone tanto de la revisión de fuentes oficiales del Opus Dei como de la observación participante en las actividades mencionadas. La perspectiva etnográfica permite comprender el afán de formar integralmente a quienes asisten a dichas instancias mediante las exposiciones. Así, tanto los ejemplos “oficiales” propios de la Obra como los testimonios expuestos en las iniciativas descritas permiten formar a las niñas y jóvenes voluntarias o a las mujeres caritativas ofreciendo modelos imitables que demuestran la viabilidad de la pospuesta de santidad del Opus Dei: desempeñarse adecuadamente en las tareas cotidianas y adquirir habilidades para desenvolverse correctamente en sus ocupaciones ordinarias futuras que son vía propicia para la santificación propia y del entorno.
{"title":"FORMACIÓN PARA LA SANTIDAD. TESTIMONIOS Y CASOS EJEMPLARES EN EL OPUS DEI","authors":"M. Bargo","doi":"10.22456/1982-8136.118972","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-8136.118972","url":null,"abstract":"Este artículo explora la función formativa que los casos ejemplares tienen dentro de la Prelatura Personal del Opus Dei. Para ello repasa los procesos de canonización de la Obra y su importancia para validar el carisma e indaga sobre exposiciones testimoniales en instancias dirigidas a mujeres caritativas y niñas o jóvenes que participan de acciones solidarias en una ONG ligada a la Prelatura. El trabajo se compone tanto de la revisión de fuentes oficiales del Opus Dei como de la observación participante en las actividades mencionadas. La perspectiva etnográfica permite comprender el afán de formar integralmente a quienes asisten a dichas instancias mediante las exposiciones. Así, tanto los ejemplos “oficiales” propios de la Obra como los testimonios expuestos en las iniciativas descritas permiten formar a las niñas y jóvenes voluntarias o a las mujeres caritativas ofreciendo modelos imitables que demuestran la viabilidad de la pospuesta de santidad del Opus Dei: desempeñarse adecuadamente en las tareas cotidianas y adquirir habilidades para desenvolverse correctamente en sus ocupaciones ordinarias futuras que son vía propicia para la santificación propia y del entorno.","PeriodicalId":30683,"journal":{"name":"Debates do NER","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46834897","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-30DOI: 10.22456/1982-8136.120560
A. P. Oro
Em duas oportunidades, em 2003 e em 2015, dois deputados evangélicos de perfil pentecostal conservador da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul apresentaram e tentaram aprovar projetos de lei que visavam proibir o sacrifício de animais nas religiões de matriz africana do Estado (Batuque, Quimbanda, Linha Cruzada). Tais iniciativas ensejaram forte mobilização política por parte dos afrorreligiosos. Inspirado no texto de Ana Paula Mendes de Miranda analiso os eventos a partir de duas categorias por ela empregadas, a saber, políticas “cristofascistas”, empreendidas pelos deputados evangélicos, e “políticas dos terreiros”, levadas a efeito pelos afrorreligiosos e pelos membros dos movimentos negros que apoiaram a causa. As mobilizações políticas “dos terreiros” foram decisivas não somente para evitar as aprovações dos referidos projetos de lei, mas, também, apoiadas por uma parcela do parlamento e do judiciário gaúchos, foram muito importantes para que o tema do sacrifício de animais em rituais religiosos chegasse ao Supremo Tribunal Federal, o qual decidiu por unanimidade pela sua constitucionalidade.
{"title":"POLÍTICAS “CRISTOFASCISTAS” E “POLÍTICAS DOS TERREIROS” NO RIO GRANDE DO SUL: A POLÊMICA DO SACRIFÍCIO DE ANIMAIS NAS RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA","authors":"A. P. Oro","doi":"10.22456/1982-8136.120560","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-8136.120560","url":null,"abstract":"Em duas oportunidades, em 2003 e em 2015, dois deputados evangélicos de perfil pentecostal conservador da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul apresentaram e tentaram aprovar projetos de lei que visavam proibir o sacrifício de animais nas religiões de matriz africana do Estado (Batuque, Quimbanda, Linha Cruzada). Tais iniciativas ensejaram forte mobilização política por parte dos afrorreligiosos. Inspirado no texto de Ana Paula Mendes de Miranda analiso os eventos a partir de duas categorias por ela empregadas, a saber, políticas “cristofascistas”, empreendidas pelos deputados evangélicos, e “políticas dos terreiros”, levadas a efeito pelos afrorreligiosos e pelos membros dos movimentos negros que apoiaram a causa. As mobilizações políticas “dos terreiros” foram decisivas não somente para evitar as aprovações dos referidos projetos de lei, mas, também, apoiadas por uma parcela do parlamento e do judiciário gaúchos, foram muito importantes para que o tema do sacrifício de animais em rituais religiosos chegasse ao Supremo Tribunal Federal, o qual decidiu por unanimidade pela sua constitucionalidade.","PeriodicalId":30683,"journal":{"name":"Debates do NER","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45130676","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-30DOI: 10.22456/1982-8136.114289
Luciana Fernandes Marques, Denise Mara Robson, Giuseppe Ferraro, Joaquim Monteiro, Maria Beatriz Bispo Florencio, Marlos Tadeu Bezerra de Mello, Ricardo Sasaki
A partir de um Simpósio Virtual ocorrido em agosto de 2020 com praticantes e estudiosos do budismo, alguns deles tradutores budistas de diversas línguas (chinês, japonês, tibetano e sânscrito) para o português, emergem várias questões. A motivação deste encontro foi a de dialogar sobre importantes questões sobre o budismo no presente momento atual, suas oportunidades e desafios. Ao longo do debate fica evidente o grande hiato cultural entre o Brasil e os países asiáticos. Igualmente se revela a sofisticação e rigor necessários às traduções bem como a necessidade e a dificuldade de estabelecer esse debate na academia. Este artigo apresenta os pontos mais importantes de cada exposição, os coloca em perspectiva e encaminha considerações finais sobre os desafios e oportunidades presentes no amplo tema das traduções e do diálogo acadêmico com o budismo.
{"title":"DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO BUDISMO NO BRASIL: RELATO DE UM SIMPÓSIO COM TRADUTORES/ACADÊMICOS BUDISTAS","authors":"Luciana Fernandes Marques, Denise Mara Robson, Giuseppe Ferraro, Joaquim Monteiro, Maria Beatriz Bispo Florencio, Marlos Tadeu Bezerra de Mello, Ricardo Sasaki","doi":"10.22456/1982-8136.114289","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-8136.114289","url":null,"abstract":"A partir de um Simpósio Virtual ocorrido em agosto de 2020 com praticantes e estudiosos do budismo, alguns deles tradutores budistas de diversas línguas (chinês, japonês, tibetano e sânscrito) para o português, emergem várias questões. A motivação deste encontro foi a de dialogar sobre importantes questões sobre o budismo no presente momento atual, suas oportunidades e desafios. Ao longo do debate fica evidente o grande hiato cultural entre o Brasil e os países asiáticos. Igualmente se revela a sofisticação e rigor necessários às traduções bem como a necessidade e a dificuldade de estabelecer esse debate na academia. Este artigo apresenta os pontos mais importantes de cada exposição, os coloca em perspectiva e encaminha considerações finais sobre os desafios e oportunidades presentes no amplo tema das traduções e do diálogo acadêmico com o budismo.","PeriodicalId":30683,"journal":{"name":"Debates do NER","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45542165","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}