Pub Date : 2022-01-11DOI: 10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p279-321
C. V. R. Almeida
O artigo tenta provar que o poema “A Máquina do Mundo”, de Carlos Drummond de Andrade, foi parcialmente escrito a partir da reutilização de diversas metáforas, imagens e conceitos extraídos do livro O Mito de Sísifo, de Albert Camus. No intuito de demonstrar esta hipótese destacamos alguns excertos do livro de Camus e os cotejamos com metáforas e imagens análogas encontradas em “A Máquina do Mundo”. A conclusão a que chegamos é que Drummond reelaborou metaforicamente a filosofia do sentimento do absurdo em várias passagens do poema. Tal reelaboração intertextual, poética e metafórica se dera como uma resposta negativa e antitética à visão epifânica e cristã da criação universal descrita poeticamente por Jorge de Lima no Livro de Sonetos.
{"title":"A “máquina do mundo” e a filosofia do absurdo: Drummond, leitor de Albert Camus","authors":"C. V. R. Almeida","doi":"10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p279-321","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p279-321","url":null,"abstract":"O artigo tenta provar que o poema “A Máquina do Mundo”, de Carlos Drummond de Andrade, foi parcialmente escrito a partir da reutilização de diversas metáforas, imagens e conceitos extraídos do livro O Mito de Sísifo, de Albert Camus. No intuito de demonstrar esta hipótese destacamos alguns excertos do livro de Camus e os cotejamos com metáforas e imagens análogas encontradas em “A Máquina do Mundo”. A conclusão a que chegamos é que Drummond reelaborou metaforicamente a filosofia do sentimento do absurdo em várias passagens do poema. Tal reelaboração intertextual, poética e metafórica se dera como uma resposta negativa e antitética à visão epifânica e cristã da criação universal descrita poeticamente por Jorge de Lima no Livro de Sonetos.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"13 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"72469409","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-11DOI: 10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p151-182
Adalberto Rafael Guimarães, T. Silva
Em 1946, ao avaliar a ação dos periódicos modernistas, Antonio Candido destacou que sem as “talentosas erupções das revistas de moços”, responsáveis por “derrubar os fósseis e educar o gosto dos leitores”, seria impossível afirmar que determinado momento de nossa história apresentou “vitalidade literária”. Ao lado de José Aderaldo Castello, acrescentou posteriormente que não haveria como fazer a crônica do Modernismo sem atentar para a importância dessas publicações. Tendo como base a Revista Klaxon: Mensário de Arte Moderna (1922-1923), primeiro período modernista lançado no Brasil, logo após a realização da Semana de Arte Moderna, este artigo pretende coligir, selecionar e discutir os textos de crítica e de criação literária de Mário de Andrade a fim de analisar as constâncias e transformações na construção do projeto modernista, partindo do espaço de “sociabilidade intelectual” desta revista considerada pelos modernistas como “filho primogênito da Semana”. PALAVRAS-CHAVE: Mário de Andrade. Revista Klaxon. Crítica. Poesia. Literatura e Sociedade.
1946年,安东尼奥·坎迪多(Antonio Candido)在评价现代主义期刊的活动时指出,如果没有“有才华的青年杂志爆发”,负责“推翻化石,教育读者的品味”,就不可能说我们历史上的某个时刻呈现出“文学活力”。与jose Aderaldo Castello一起,他后来补充说,如果不注意这些出版物的重要性,就不可能进行现代主义编年史。根据Klaxon杂志:Mensário现代艺术(1922 - -1923),第一个现代主义在巴西启动后,现代艺术成就的,这篇文章旨在收集、选择和讨论文本的批评和文学创作对Andrade以分析constâncias和转换的现代主义设计,从空间建设“社会性”知识这本杂志是为了现代的像“长子”。关键词:mario de Andrade。汽车喇叭的杂志。评论。诗。文学与社会。
{"title":"Entre Luzes e Refrações: Mário “klaxista” de Andrade","authors":"Adalberto Rafael Guimarães, T. Silva","doi":"10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p151-182","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p151-182","url":null,"abstract":"Em 1946, ao avaliar a ação dos periódicos modernistas, Antonio Candido destacou que sem as “talentosas erupções das revistas de moços”, responsáveis por “derrubar os fósseis e educar o gosto dos leitores”, seria impossível afirmar que determinado momento de nossa história apresentou “vitalidade literária”. Ao lado de José Aderaldo Castello, acrescentou posteriormente que não haveria como fazer a crônica do Modernismo sem atentar para a importância dessas publicações. Tendo como base a Revista Klaxon: Mensário de Arte Moderna (1922-1923), primeiro período modernista lançado no Brasil, logo após a realização da Semana de Arte Moderna, este artigo pretende coligir, selecionar e discutir os textos de crítica e de criação literária de Mário de Andrade a fim de analisar as constâncias e transformações na construção do projeto modernista, partindo do espaço de “sociabilidade intelectual” desta revista considerada pelos modernistas como “filho primogênito da Semana”. \u0000PALAVRAS-CHAVE: Mário de Andrade. Revista Klaxon. Crítica. Poesia. Literatura e Sociedade.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"74 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"88323574","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-11DOI: 10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p322-349
Janeide Sousa Santos, Elizabeth Gonzaga de Lima
Nas últimas décadas o mundo passou por inúmeras mudanças sociais e epistemológicas provocadas especialmente pelo desenvolvimento tecnológico que transmudou as formas de produção do conhecimento e acesso aos bens de consumo. Os modos de leitura de textos literários também foram influenciados, pois se a leitura até a década de 1980 ancorava-se no livro impresso, jornais e revistas, na atualidade, observa-se uma crescente preferência pela leitura através dos dispositivos digitais como computadores, tablets, smartphones. Os artefatos tecnológicos não apenas modificaram as formas de ler e escrever, como possibilitaram a descoberta da leitura às pessoas distantes das bibliotecas, livrarias ou bancas de revistas. Com a mobilidade promovida pelo ciberespaço, a produção literária nos meios digitais tem ganhado força e vitalidade, ao mesmo tempo em que textos produzidos no impresso passam a migrar para o ambiente virtual. O texto poético acompanha esse movimento, a exemplo da produção poética de Carlos Drummond de Andrade, produzida entre os anos 1920 e 1980, e que tem sido amplamente difundida e acessada através das mídias digitais disponíveis. A proposta desse trabalho é analisar o trânsito da poesia de Drummond, escrita inicialmente no suporte livro, mas que hoje tem ocupado grande espaço, adesão e circulação no ciberespaço, em redes sociais, sites e blogs dedicados ao autor, o que tem garantido não só que sua obra se torne cada vez mais viva e vibrante, como também a atualização de seu público leitor.
{"title":"Carlos Drummond de Andrade: da cultura impressa às mídias digitais","authors":"Janeide Sousa Santos, Elizabeth Gonzaga de Lima","doi":"10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p322-349","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p322-349","url":null,"abstract":"Nas últimas décadas o mundo passou por inúmeras mudanças sociais e epistemológicas provocadas especialmente pelo desenvolvimento tecnológico que transmudou as formas de produção do conhecimento e acesso aos bens de consumo. Os modos de leitura de textos literários também foram influenciados, pois se a leitura até a década de 1980 ancorava-se no livro impresso, jornais e revistas, na atualidade, observa-se uma crescente preferência pela leitura através dos dispositivos digitais como computadores, tablets, smartphones. Os artefatos tecnológicos não apenas modificaram as formas de ler e escrever, como possibilitaram a descoberta da leitura às pessoas distantes das bibliotecas, livrarias ou bancas de revistas. Com a mobilidade promovida pelo ciberespaço, a produção literária nos meios digitais tem ganhado força e vitalidade, ao mesmo tempo em que textos produzidos no impresso passam a migrar para o ambiente virtual. O texto poético acompanha esse movimento, a exemplo da produção poética de Carlos Drummond de Andrade, produzida entre os anos 1920 e 1980, e que tem sido amplamente difundida e acessada através das mídias digitais disponíveis. A proposta desse trabalho é analisar o trânsito da poesia de Drummond, escrita inicialmente no suporte livro, mas que hoje tem ocupado grande espaço, adesão e circulação no ciberespaço, em redes sociais, sites e blogs dedicados ao autor, o que tem garantido não só que sua obra se torne cada vez mais viva e vibrante, como também a atualização de seu público leitor.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"4 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"90539716","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-11DOI: 10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p381-405
Luis Henrique Garcia Ferreira, L. Costa
Propõe-se analisar o poema contemporâneo “Retrato do artista quando Meridiano de Greenwich” do escritor Ricardo Domeneck, presente no livro “Sons: Arranjos: Garganta” (DOMENECK, 2009). A partir de uma leitura interpretativa, pretende-se abordar o fértil diálogo que o poema estabelece com representantes do modernismo brasileiro, como Carlos Drummond de Andrade, mas também com representantes do modernismo internacional, especialmente com James Joyce. Não obstante, objetiva-se investigar os diversos efeitos de deslocamento que o texto provoca no leitor, entre os quais os sintáticos, os semânticos e os visuais. Argumenta-se que o fruidor precisa relativizar instrumentos interpretativos convencionais para atar os referentes ambíguos da escrita, permeada pelo caráter autobiográfico.
本文拟分析里卡多·多梅内克(Ricardo Domeneck)在《声音:安排:喉咙》(Sons: arrangement: Garganta, Domeneck, 2009)一书中所写的当代诗歌《艺术家的肖像》(portrait do artista quando Meridiano de Greenwich)。通过解释性阅读,我们打算探讨这首诗与巴西现代主义代表,如卡洛斯·德拉蒙德·德安德拉德,以及国际现代主义代表,特别是詹姆斯·乔伊斯建立的丰富对话。然而,它的目的是研究文本在读者中引起的各种位移效应,包括句法、语义和视觉。有人认为,消费者需要相对化传统的解释工具,以连接模糊的指称物的写作,渗透自传体性格。
{"title":"Retrato da poesia contemporânea de Ricardo Domeneck quando em deslocamento com o modernismo","authors":"Luis Henrique Garcia Ferreira, L. Costa","doi":"10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p381-405","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p381-405","url":null,"abstract":"Propõe-se analisar o poema contemporâneo “Retrato do artista quando Meridiano de Greenwich” do escritor Ricardo Domeneck, presente no livro “Sons: Arranjos: Garganta” (DOMENECK, 2009). A partir de uma leitura interpretativa, pretende-se abordar o fértil diálogo que o poema estabelece com representantes do modernismo brasileiro, como Carlos Drummond de Andrade, mas também com representantes do modernismo internacional, especialmente com James Joyce. Não obstante, objetiva-se investigar os diversos efeitos de deslocamento que o texto provoca no leitor, entre os quais os sintáticos, os semânticos e os visuais. Argumenta-se que o fruidor precisa relativizar instrumentos interpretativos convencionais para atar os referentes ambíguos da escrita, permeada pelo caráter autobiográfico.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"31 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"79996868","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-11DOI: 10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p92-121
Mário Fernandes Rodrigues, R. Said
Este trabalho busca problematizar o complexo pensamento desenvolvido por Oswald de Andrade sobre a questão negra. Para tanto, propõe a leitura crítica de um poema do livro Pau-Brasil (1925), de um discurso político proferido perante a Frente Negra Brasileira e de fragmentos selecionados de ensaios jornalísticos publicados nas décadas de 1930 e 1940. As leituras indicam que, ao construir uma visão triunfalista do passado colonial e escravocrata brasileiro após a Semana de Arte Moderna de 1922, o intelectual antecipou argumentos que seriam utilizados pelos defensores da democracia racial, falácia que viria a ser contestada pelas novas gerações de intelectuais descomprometidos com as estruturas tradicionais da nação.
{"title":"Do mito do senhor benevolente à mulatização: o negro no pensamento estético-político de Oswald de Andrade","authors":"Mário Fernandes Rodrigues, R. Said","doi":"10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p92-121","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p92-121","url":null,"abstract":"Este trabalho busca problematizar o complexo pensamento desenvolvido por Oswald de Andrade sobre a questão negra. Para tanto, propõe a leitura crítica de um poema do livro Pau-Brasil (1925), de um discurso político proferido perante a Frente Negra Brasileira e de fragmentos selecionados de ensaios jornalísticos publicados nas décadas de 1930 e 1940. As leituras indicam que, ao construir uma visão triunfalista do passado colonial e escravocrata brasileiro após a Semana de Arte Moderna de 1922, o intelectual antecipou argumentos que seriam utilizados pelos defensores da democracia racial, falácia que viria a ser contestada pelas novas gerações de intelectuais descomprometidos com as estruturas tradicionais da nação.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"20 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"83453666","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-11DOI: 10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p212-246
Ivana Ferrante
Este artigo traz à cena a participação e dois artistas de Minas Gerais na Semana de Arte Moderna: o poeta Agenor Barbosa e a pintora Zina Aita. Desconhecidos na contemporaneidade, Barbosa e Aita integram a lista dos que foram excluídos dos estudos sobre o festival de arte. Nos estudos correntes acerca da Semana de Arte Moderna, prevalece a ideia que propõe a episteme dos “deste lado da linha” como única a ser seguida, como bem fundamentou Boaventura de Sousa Santos (2007). A participação de Minas Gerais, rasurada pela história, pode ser vista como a voz do outro lado. Barbosa levou para os palcos do teatro Municipal a integração do simbolismo com a “arte nova” ; Zina Aita apresentou em suas telas as influências da vanguarda europeia e o colorismo excêntrico em diálogo com o barroco mineiro.
{"title":"Dois artistas de Minas Gerais na Semana de Arte Moderna: revisão e descentramento do modernismo de 22","authors":"Ivana Ferrante","doi":"10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p212-246","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p212-246","url":null,"abstract":"Este artigo traz à cena a participação e dois artistas de Minas Gerais na Semana de Arte Moderna: o poeta Agenor Barbosa e a pintora Zina Aita. Desconhecidos na contemporaneidade, Barbosa e Aita integram a lista dos que foram excluídos dos estudos sobre o festival de arte. Nos estudos correntes acerca da Semana de Arte Moderna, prevalece a ideia que propõe a episteme dos “deste lado da linha” como única a ser seguida, como bem fundamentou Boaventura de Sousa Santos (2007). A participação de Minas Gerais, rasurada pela história, pode ser vista como a voz do outro lado. Barbosa levou para os palcos do teatro Municipal a integração do simbolismo com a “arte nova” ; Zina Aita apresentou em suas telas as influências da vanguarda europeia e o colorismo excêntrico em diálogo com o barroco mineiro.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"35 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"88354205","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-11DOI: 10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p247-278
Ana Amélia Neubern Batista dos Reis
O presente artigo tem como objetivo refletir sobre aspectos da obra Cecília Meireles e o diálogo que ela estabeleceu com a Índia. Também, pretende-se mostrar como as relações da autora com a tradição hindu contribuíram para a formação do pensamento ceciliano expresso em sua obra. Essa relação, tanto com a tradição indiana como com a modernidade da Índia – representadas pelas figuras de Gandhi e Tagore–, pode apontar para outras bases de formação do movimento modernista brasileiro, o qual, até nossos dias, é fundamentalmente embasado nas ideias de Mário e Oswald de Andrade. Visando a ampliar a mirada para o modernismo brasileiro, abordando-o de forma múltipla, apresenta-se um ponto de inflexão para pensarmos no modernismo de forma mais alargada e diversa. Tal ponto de inflexão utilizado neste texto para desenvolver as reflexões propostas é o curso de literatura “Técnica e Crítica Literárias”, que Cecília Meireles ministrou em 1937, não publicado até o momento, por meio do qual é possível perceber como o pensamento ceciliano dialoga com as tradições antigas e estabelece relações descomplicadas com essas tradições (especialmente com a da Índia). Portanto, a obra de Cecília Meireles pode representar uma grande contribuição para repensar o modernismo no Brasil.
本文旨在反思塞西莉亚·梅雷莱斯的工作以及她与印度建立的对话。此外,它还旨在展示作者与印度传统的关系是如何促成塞西莉亚思想在她的作品中表达的。这种与印度传统和印度现代性的关系——以甘地和泰戈尔为代表——可以指向巴西现代主义运动形成的其他基础,直到今天,巴西现代主义运动基本上是基于mario和Oswald de Andrade的思想。为了拓宽巴西现代主义的视野,以多种方式接近它,它提出了一个转折点,以更广泛和多样化的方式思考现代主义。使用的转折点在上面开发的技术课程目标提出的“文学和文学批评”,塞西莉亚•莱斯在1937年到目前为止,未出版,可能意识到这种蚓螈与古老传统和建立的复杂关系和这些传统(特别是印度)。因此,cecilia Meireles的作品可能是对重新思考巴西现代主义的巨大贡献。
{"title":"Cecília Meireles, uma lírica no auge do modernismo","authors":"Ana Amélia Neubern Batista dos Reis","doi":"10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p247-278","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p247-278","url":null,"abstract":"O presente artigo tem como objetivo refletir sobre aspectos da obra Cecília Meireles e o diálogo que ela estabeleceu com a Índia. Também, pretende-se mostrar como as relações da autora com a tradição hindu contribuíram para a formação do pensamento ceciliano expresso em sua obra. Essa relação, tanto com a tradição indiana como com a modernidade da Índia – representadas pelas figuras de Gandhi e Tagore–, pode apontar para outras bases de formação do movimento modernista brasileiro, o qual, até nossos dias, é fundamentalmente embasado nas ideias de Mário e Oswald de Andrade. Visando a ampliar a mirada para o modernismo brasileiro, abordando-o de forma múltipla, apresenta-se um ponto de inflexão para pensarmos no modernismo de forma mais alargada e diversa. Tal ponto de inflexão utilizado neste texto para desenvolver as reflexões propostas é o curso de literatura “Técnica e Crítica Literárias”, que Cecília Meireles ministrou em 1937, não publicado até o momento, por meio do qual é possível perceber como o pensamento ceciliano dialoga com as tradições antigas e estabelece relações descomplicadas com essas tradições (especialmente com a da Índia). Portanto, a obra de Cecília Meireles pode representar uma grande contribuição para repensar o modernismo no Brasil.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"113 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"74542050","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-11DOI: 10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p28-53
R. Alves
Em fevereiro de 1922, nas instalações do Theatro Municipal de São Paulo, ocorreu a primeira manifestação coletiva pública na história cultural brasileira a favor de um espírito novo e moderno, em oposição à cultura e à arte de teor conservador. Noventa e sete anos depois, o mesmo palco, representante da elite artística paulistana, sofre uma ocupação ressignificada. Em noite histórica única, estabeleceram-se diálogos incomuns entre a Arte erudita e a Arte popular; entre o espaço da elite e a população da periferia. Em análise comparativa, estabelecemos aproximações e distanciamentos entre essas duas formas de apropriação de territórios. Aquela, pelos modernistas; essa, pelo rapper Emicida, com o lançamento do seu álbum “AmarElo”. Nesse mesmo espaço, viu-se uma São Paulo, normalmente excludente, representada por pessoas representantes da diversidade, produzindo e consumindo uma arte nacional híbrida. Para embasarmos nossas ponderações, utilizamos os seguintes conceitos: hibridismo, com base em reflexões de Canclini (1990,1997); antropofagia, conforme o olhar de Oswald de Andrade (1924, 1928), e reciclagem, em conformidade com estudos de Klucinskas e Moser (2017).
1922年2月,在sao保罗市剧院的设施中,巴西文化史上第一次公开的集体表现,支持一种新的现代精神,反对保守的文化和艺术。97年后,同一个舞台,sao保罗艺术精英的代表,经历了一个新的职业。在一个独特的历史夜晚,学术艺术和民间艺术之间建立了不同寻常的对话;在精英空间和边缘人口之间。在比较分析中,我们建立了这两种领土占用形式之间的异同。一个是现代主义者;这是由说唱歌手Emicida发行的专辑《AmarElo》。在同一个空间里,我们看到了一个sao保罗,通常是排外的,由代表多样性的人代表,生产和消费一种混合的民族艺术。为了支持我们的思考,我们使用了以下概念:基于Canclini(1990,1997)的反思的杂糅性;基于Canclini(1990,1997)的反思的杂糅性根据Oswald de Andrade(1924, 1928)的观点,食人症,以及Klucinskas和Moser(2017)的研究,循环利用。
{"title":"Ver-te em “AmarElo”: ocupação ressignificada de territórios.","authors":"R. Alves","doi":"10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p28-53","DOIUrl":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p28-53","url":null,"abstract":"Em fevereiro de 1922, nas instalações do Theatro Municipal de São Paulo, ocorreu a primeira manifestação coletiva pública na história cultural brasileira a favor de um espírito novo e moderno, em oposição à cultura e à arte de teor conservador. Noventa e sete anos depois, o mesmo palco, representante da elite artística paulistana, sofre uma ocupação ressignificada. Em noite histórica única, estabeleceram-se diálogos incomuns entre a Arte erudita e a Arte popular; entre o espaço da elite e a população da periferia. Em análise comparativa, estabelecemos aproximações e distanciamentos entre essas duas formas de apropriação de territórios. Aquela, pelos modernistas; essa, pelo rapper Emicida, com o lançamento do seu álbum “AmarElo”. Nesse mesmo espaço, viu-se uma São Paulo, normalmente excludente, representada por pessoas representantes da diversidade, produzindo e consumindo uma arte nacional híbrida. Para embasarmos nossas ponderações, utilizamos os seguintes conceitos: hibridismo, com base em reflexões de Canclini (1990,1997); antropofagia, conforme o olhar de Oswald de Andrade (1924, 1928), e reciclagem, em conformidade com estudos de Klucinskas e Moser (2017).","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"13 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"75610284","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-11DOI: 10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p487-516
M. J. Guerra
Neste artigo, nosso intuito é mostrar como Autran Dourado, em Os sinos da agonia, recorre ao barroco como estilo de escrita, estilo que apela para a experiência humana, imbricada no jogo metafórico, num verdadeiro desdobramento de imagens, em um movimento que dá forma ao caótico mundo humano. Em nossa leitura, esse movimento de apropriação encena a recursividade da mente humana, mente antropofágica por excelência, em processo de (re)criação contínua e ininterrupta. Palavras-chave: Barroco. Recursividade. Antropofagia. Mente literária.
在这篇文章中,我们的目的是展示Autran Dourado,在《Os sinos da agonia》中,如何使用巴洛克风格作为一种写作风格,一种呼吁人类经验的风格,在隐喻游戏中交织在一起,在图像的真实展开中,在一种塑造混乱的人类世界的运动中。在我们的阅读中,这种挪用运动表现了人类思维的递归性,卓越的食人思维,在持续和不间断的(再)创造过程中。关键词:巴洛克风格。递归。Antropofagia。文学思想。
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A. Alves
Resenha do livro HANSEN, João Adolfo. O que é um livro? São Paulo: Ateliê Editorial, 2019.
约翰·阿道夫·汉森的书评。什么是书?sao保罗:编辑工作室,2019。
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