Pub Date : 2023-04-01DOI: 10.1590/2596-304x20232548efc
E. F. Coutinho
RESUMO Habitante das terras brasileiras à época de seu descobrimento pelos portugueses, o ameríndio sempre esteve presente, enquanto tema, na produção literária do Brasil, tendo inclusive ocupado posto de relevo em alguns momentos, como nos períodos arcádico e romântico, e em algumas expressões do século XX, como na obra de Antônio Callado e Darcy Ribeiro. No entanto, a despeito do papel que desempenhou nessas narrativas, e dos esforços dos últimos escritores de aproximar-se de sua cultura, ele nunca deixou de ser tratado por uma ótica externa a si mesmo. Nas últimas décadas, contudo, graças em grande parte ao diálogo que vem sendo estabelecido entre os estudos literários e correntes do pensamento como os Estudos Culturais e Pós-Coloniais, descendentes de índios versados em português, estão buscando recuperar suas tradições ancestrais narrando as estórias de suas tribos e publicando-as em livros. Essa nova expressão, marcada por alto teor de resistência à dominação da cultura hegemônica, já tem dado frutos importantes tanto no que diz respeito à literatura e à cultura brasileira quanto no que se refere ao papel do indígena no quadro político e social do país. O presente ensaio é uma reflexão sobre essa passagem da representação do indígena à sua busca de uma expressão própria, que vem sendo conhecida como “Literatura indígena contemporânea no Brasil” e uma tentativa de desconstrução da ideia de integração e assimilação dos povos indígenas ao padrão nacional, mostrando que suas manifestações literárias, mesmo quando produzidas através dos códigos de comunicação dominantes, contribuem para o fortalecimento de suas lendas e tradições.
{"title":"Da representação à busca de expressão: visões do indígena na produção literária brasileira","authors":"E. F. Coutinho","doi":"10.1590/2596-304x20232548efc","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2596-304x20232548efc","url":null,"abstract":"RESUMO Habitante das terras brasileiras à época de seu descobrimento pelos portugueses, o ameríndio sempre esteve presente, enquanto tema, na produção literária do Brasil, tendo inclusive ocupado posto de relevo em alguns momentos, como nos períodos arcádico e romântico, e em algumas expressões do século XX, como na obra de Antônio Callado e Darcy Ribeiro. No entanto, a despeito do papel que desempenhou nessas narrativas, e dos esforços dos últimos escritores de aproximar-se de sua cultura, ele nunca deixou de ser tratado por uma ótica externa a si mesmo. Nas últimas décadas, contudo, graças em grande parte ao diálogo que vem sendo estabelecido entre os estudos literários e correntes do pensamento como os Estudos Culturais e Pós-Coloniais, descendentes de índios versados em português, estão buscando recuperar suas tradições ancestrais narrando as estórias de suas tribos e publicando-as em livros. Essa nova expressão, marcada por alto teor de resistência à dominação da cultura hegemônica, já tem dado frutos importantes tanto no que diz respeito à literatura e à cultura brasileira quanto no que se refere ao papel do indígena no quadro político e social do país. O presente ensaio é uma reflexão sobre essa passagem da representação do indígena à sua busca de uma expressão própria, que vem sendo conhecida como “Literatura indígena contemporânea no Brasil” e uma tentativa de desconstrução da ideia de integração e assimilação dos povos indígenas ao padrão nacional, mostrando que suas manifestações literárias, mesmo quando produzidas através dos códigos de comunicação dominantes, contribuem para o fortalecimento de suas lendas e tradições.","PeriodicalId":33855,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Literatura Comparada","volume":"18 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"90830428","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-01DOI: 10.1590/2596-304x20232548apres
Cássia Lopes, Jorge Hernán Yerro, R. Lima
{"title":"Literatura Comparada e suas encruzilhadas (políticas, discursivas e interculturais)","authors":"Cássia Lopes, Jorge Hernán Yerro, R. Lima","doi":"10.1590/2596-304x20232548apres","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2596-304x20232548apres","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":33855,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Literatura Comparada","volume":"7 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"81388532","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-01DOI: 10.1590/2596-304x20232548src
Sueleny Ribeiro Carvalho
RESUMO Este artigo pretende discutir a possibilidade de subversão dos estereótipos atribuídos à mulher por meio da análise da representação da personagem Carmen entre o texto fonte e as adaptações cinematográficas inspiradas na narrativa de Mérimée e/ou na ópera de Bizet. O objetivo é perceber os mecanismos utilizados para a construção da personagem a partir de Uma teoria da adaptação de Hutcheon além de outros autores.
{"title":"Carmen, do estereótipo ao desafio: a personagem para além da obra de Prosper Mérimée","authors":"Sueleny Ribeiro Carvalho","doi":"10.1590/2596-304x20232548src","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2596-304x20232548src","url":null,"abstract":"RESUMO Este artigo pretende discutir a possibilidade de subversão dos estereótipos atribuídos à mulher por meio da análise da representação da personagem Carmen entre o texto fonte e as adaptações cinematográficas inspiradas na narrativa de Mérimée e/ou na ópera de Bizet. O objetivo é perceber os mecanismos utilizados para a construção da personagem a partir de Uma teoria da adaptação de Hutcheon além de outros autores.","PeriodicalId":33855,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Literatura Comparada","volume":"40 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"73261470","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-01DOI: 10.1590/2596-304x20232548lhsn
Luis Henrique Novais
RESUMO: Este trabalho investiga os mecanismos que, a partir de uma exigência interna da linguagem narrativa olintiana, operam o desdobramento do romance em trilogia, resultando na série literária Alma da África. Buscou-se, seguindo a trilha indicada por Pereira (2017) e Sodré (2017), aproximação teórico-crítica entre a operação da dobra (DELEUZE, 1991) e elementos específicos da mitologia e da cultura iorubá, fortemente presentes na trilogia. Foi analisado o modo como se estrutura a relação entre os três romances, partindo da função desempenhada pelo segundo livro, O rei de Keto (OLINTO, 2007b). Com isso, considerando particularmente as conexões entre a protagonista Abionan e o Orixá Exu (PRANDI, 2020; VERGER, 2018), identificou-se uma economia narrativa pautada pelos princípios de ambivalência, repetição e expansão responsáveis, entre outras coisas, pela afirmação de certa experiência existencial relativa à visão de mundo iorubá. Tais princípios, que as figuras de Exu e de Abionan condensam especialmente, promovem a força expansiva da linguagem narrativa olintiana. Tal efeito é verificado, por exemplo, na sintaxe da frase, em que a opção pela vírgula, em vez do ponto final, demanda continuidade; mas também na ampla sintaxe da trilogia, na qual sobretudo o segundo livro se comporta como romance-vírgula, abrindo espaço para a expansão da forma romanesca.
{"title":"Abionan e Exu se encontram no meio do caminho: o desdobramento do romance em trilogia, em Antonio Olinto","authors":"Luis Henrique Novais","doi":"10.1590/2596-304x20232548lhsn","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2596-304x20232548lhsn","url":null,"abstract":"RESUMO: Este trabalho investiga os mecanismos que, a partir de uma exigência interna da linguagem narrativa olintiana, operam o desdobramento do romance em trilogia, resultando na série literária Alma da África. Buscou-se, seguindo a trilha indicada por Pereira (2017) e Sodré (2017), aproximação teórico-crítica entre a operação da dobra (DELEUZE, 1991) e elementos específicos da mitologia e da cultura iorubá, fortemente presentes na trilogia. Foi analisado o modo como se estrutura a relação entre os três romances, partindo da função desempenhada pelo segundo livro, O rei de Keto (OLINTO, 2007b). Com isso, considerando particularmente as conexões entre a protagonista Abionan e o Orixá Exu (PRANDI, 2020; VERGER, 2018), identificou-se uma economia narrativa pautada pelos princípios de ambivalência, repetição e expansão responsáveis, entre outras coisas, pela afirmação de certa experiência existencial relativa à visão de mundo iorubá. Tais princípios, que as figuras de Exu e de Abionan condensam especialmente, promovem a força expansiva da linguagem narrativa olintiana. Tal efeito é verificado, por exemplo, na sintaxe da frase, em que a opção pela vírgula, em vez do ponto final, demanda continuidade; mas também na ampla sintaxe da trilogia, na qual sobretudo o segundo livro se comporta como romance-vírgula, abrindo espaço para a expansão da forma romanesca.","PeriodicalId":33855,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Literatura Comparada","volume":"9 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"77193429","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-01DOI: 10.1590/2596-304x20232548alla
Ana Lígia Leite e Aguiar
{"title":"Eneida Maria de Souza e o hic et nunc de suas Narrativas impuras","authors":"Ana Lígia Leite e Aguiar","doi":"10.1590/2596-304x20232548alla","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2596-304x20232548alla","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":33855,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Literatura Comparada","volume":"27 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"73896139","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-01DOI: 10.1590/2596-304x20232548mfp
M. Peres
RESUMO Desde seu lançamento, Lucíola (1862) tem sido objeto de análises que abordam especialmente o paralelo com a A dama das camélias (Alexandre Dumas Filho) e Paulo e Virgínia (Bernardin de St-Pierre). Porém, raramente as questões ali presentes foram tratadas em seu conjunto, de modo a constituírem uma narrativa única e coerente. Pois, a despeito da linguagem erótica dos capítulos iniciais, as imagens idílicas ou “analogia da inocência” (Frye) acabam por sobrepor-se gradualmente na construção de cenas, diálogos e situações, assim como nas remissões à obra de St. Pierre, a Atala (Chateaubriand) e aos idílios de Teócrito. Assim, Lucíola sofre uma modificação crucial em seu mythos, que passa a orbitar em torno do conceito de idílio, não apenas enquanto locus amoenus (Curtius) mas sobretudo no sentido moderno atribuído a ele por Schiller (1800), segundo o qual trata-se de um vir-a-ser que só se realiza plenamente na chave da transcendência. Tal reorientação, da imanência à transcendência, aproxima-o de uma das chamadas “formas simples” (Jolles), que é a legenda cristã. Ao objetificar bem e mal, a legenda culmina na personagem qualitativamente superior do santo, cujos mythos se dão através do “trajeto que conduz à santidade” (Jolles). Discutindo tais premissas teóricas, o artigo propõe que a crítica a Lucíola revelou profunda incompreensão quanto ao papel discursivo de G.M., a digna senhora responsável por publicar as cartas a ela entregues por Paulo, o amante da heroína. G.M. compreende a construção do romance enquanto vita e exemplum - algo que o narrador não chega a entender.
{"title":"Hagiografia de uma cortesã: idílio, modo romanesco e legenda em Lucíola, de José de Alencar","authors":"M. Peres","doi":"10.1590/2596-304x20232548mfp","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2596-304x20232548mfp","url":null,"abstract":"RESUMO Desde seu lançamento, Lucíola (1862) tem sido objeto de análises que abordam especialmente o paralelo com a A dama das camélias (Alexandre Dumas Filho) e Paulo e Virgínia (Bernardin de St-Pierre). Porém, raramente as questões ali presentes foram tratadas em seu conjunto, de modo a constituírem uma narrativa única e coerente. Pois, a despeito da linguagem erótica dos capítulos iniciais, as imagens idílicas ou “analogia da inocência” (Frye) acabam por sobrepor-se gradualmente na construção de cenas, diálogos e situações, assim como nas remissões à obra de St. Pierre, a Atala (Chateaubriand) e aos idílios de Teócrito. Assim, Lucíola sofre uma modificação crucial em seu mythos, que passa a orbitar em torno do conceito de idílio, não apenas enquanto locus amoenus (Curtius) mas sobretudo no sentido moderno atribuído a ele por Schiller (1800), segundo o qual trata-se de um vir-a-ser que só se realiza plenamente na chave da transcendência. Tal reorientação, da imanência à transcendência, aproxima-o de uma das chamadas “formas simples” (Jolles), que é a legenda cristã. Ao objetificar bem e mal, a legenda culmina na personagem qualitativamente superior do santo, cujos mythos se dão através do “trajeto que conduz à santidade” (Jolles). Discutindo tais premissas teóricas, o artigo propõe que a crítica a Lucíola revelou profunda incompreensão quanto ao papel discursivo de G.M., a digna senhora responsável por publicar as cartas a ela entregues por Paulo, o amante da heroína. G.M. compreende a construção do romance enquanto vita e exemplum - algo que o narrador não chega a entender.","PeriodicalId":33855,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Literatura Comparada","volume":"8 3 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"78644868","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-01DOI: 10.1590/2596-304x20232548ae
Alessia Di Eugenio
ABSTRACT Ripercorrendo il successo e il lungo cammino dell’Antropofagia culturale di Oswald de Andrade, l’articolo intende riflettere sul modo in cui è stata recentemente risignificata a partire da contributi teorici e artistici indigeni. Considerando le critiche mosse da tali riappropriazioni, questo testo si propone di leggere l’Antropofagia come proposta onto-politica di alleanza e trasformazione decoloniale, in connessione con produzioni e scritture contemporanee.
这篇文章回顾了奥斯瓦尔德·德安德拉德(Oswald de Andrade)的文化人类主义的成功和漫长历程,旨在反思它最近是如何被当地的理论和艺术贡献所重新定义的。考虑到对这种重新分配的批评,这篇文章的目的是将人类学解读为一种与当代作品和文字有关的联盟和去殖民转型的综合性政治提议。
{"title":"Eredità e riappropriazioni indigene decoloniali dell’antropofagia di Oswald de Andrade","authors":"Alessia Di Eugenio","doi":"10.1590/2596-304x20232548ae","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2596-304x20232548ae","url":null,"abstract":"ABSTRACT Ripercorrendo il successo e il lungo cammino dell’Antropofagia culturale di Oswald de Andrade, l’articolo intende riflettere sul modo in cui è stata recentemente risignificata a partire da contributi teorici e artistici indigeni. Considerando le critiche mosse da tali riappropriazioni, questo testo si propone di leggere l’Antropofagia come proposta onto-politica di alleanza e trasformazione decoloniale, in connessione con produzioni e scritture contemporanee.","PeriodicalId":33855,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Literatura Comparada","volume":"7 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"81790076","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-01DOI: 10.1590/2596-304x20232548ers
E. Silva
RESUMO O conceito de antificção tem sido usado por teóricos como Lejeune e Alberca para explicar a demanda por gêneros não-ficcionais, como o diário e a autobiografia. A proposta do presente estudo é estender o conceito de antificção às estéticas que se definem como romanescas. Entre essas estéticas estão algumas possibilidades da autoficção, como a praticada pelo francês Hervé Guibert. Ou aquela forma romanesca desenvolvida pelo brasileiro Ricardo Lísias, em que o ensaio sobre o presente é categorizado como um gênero ficcional. Os dois autores partem de diários para a elaboração de seus romances. A forma do diário, tornada romance e ainda mantendo o relato de realidade, é uma forma notável do que se pode definir como antificção romanesca.
{"title":"O diário como possibilidade para a antificção romanesca","authors":"E. Silva","doi":"10.1590/2596-304x20232548ers","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2596-304x20232548ers","url":null,"abstract":"RESUMO O conceito de antificção tem sido usado por teóricos como Lejeune e Alberca para explicar a demanda por gêneros não-ficcionais, como o diário e a autobiografia. A proposta do presente estudo é estender o conceito de antificção às estéticas que se definem como romanescas. Entre essas estéticas estão algumas possibilidades da autoficção, como a praticada pelo francês Hervé Guibert. Ou aquela forma romanesca desenvolvida pelo brasileiro Ricardo Lísias, em que o ensaio sobre o presente é categorizado como um gênero ficcional. Os dois autores partem de diários para a elaboração de seus romances. A forma do diário, tornada romance e ainda mantendo o relato de realidade, é uma forma notável do que se pode definir como antificção romanesca.","PeriodicalId":33855,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Literatura Comparada","volume":"93 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"77207553","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-01DOI: 10.1590/2596-304x20232548scrr
Sara del Carmen Rojo de la Rosa
Resumen En este artículo analizamos Nocturno de Chile (2000), del novelista chileno Roberto Bolaño (1953-2003), a partir de la forma visual de la narración. La extensa producción de este escritor posee un carácter imagético innegable que abordaremos a partir de su correlato con las formas de producción del teatro y el cine. La hipótesis es que el diálogo inter-artes nos ofrece una nueva forma de acercamiento a su obra y, especialmente, a la novela que abordaremos en este estudio. Las imágenes de Nocturno de Chile transitan entre el fin de la democracia y la dictadura por medio del delirio de un hombre agónico que revisa su vida afectivo-literaria como respuesta a una agresión intelectual.
{"title":"Visualidades: Nocturno de Chile, de Roberto Bolaño","authors":"Sara del Carmen Rojo de la Rosa","doi":"10.1590/2596-304x20232548scrr","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2596-304x20232548scrr","url":null,"abstract":"Resumen En este artículo analizamos Nocturno de Chile (2000), del novelista chileno Roberto Bolaño (1953-2003), a partir de la forma visual de la narración. La extensa producción de este escritor posee un carácter imagético innegable que abordaremos a partir de su correlato con las formas de producción del teatro y el cine. La hipótesis es que el diálogo inter-artes nos ofrece una nueva forma de acercamiento a su obra y, especialmente, a la novela que abordaremos en este estudio. Las imágenes de Nocturno de Chile transitan entre el fin de la democracia y la dictadura por medio del delirio de un hombre agónico que revisa su vida afectivo-literaria como respuesta a una agresión intelectual.","PeriodicalId":33855,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Literatura Comparada","volume":"13 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"88621038","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-01DOI: 10.1590/2596-304x20232548acfd
André Cechinel, Fabio Akcelrud Durão
RESUMO A partir do tripé ensino, pesquisa e extensão e de seus desdobramentos particulares na área dos estudos literários, este artigo discute o emburrecimento acadêmico como resultado da hiperatividade ininterrupta e do empreendimento incessante tomados como fins em si mesmos. Entre outros fenômenos, o texto aborda a centralidade do didatismo e do tempo obrigatório exigido em sala de aula, o caráter produtivista da universidade neoliberal e a naturalização da forma artigo como veículo fundamental de escrita, bem como o recente caso da curricularização da extensão, propondo a ênfase no estudo como único antídoto possível para esse estado de coisas.
{"title":"Emburrecimento e estudo","authors":"André Cechinel, Fabio Akcelrud Durão","doi":"10.1590/2596-304x20232548acfd","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2596-304x20232548acfd","url":null,"abstract":"RESUMO A partir do tripé ensino, pesquisa e extensão e de seus desdobramentos particulares na área dos estudos literários, este artigo discute o emburrecimento acadêmico como resultado da hiperatividade ininterrupta e do empreendimento incessante tomados como fins em si mesmos. Entre outros fenômenos, o texto aborda a centralidade do didatismo e do tempo obrigatório exigido em sala de aula, o caráter produtivista da universidade neoliberal e a naturalização da forma artigo como veículo fundamental de escrita, bem como o recente caso da curricularização da extensão, propondo a ênfase no estudo como único antídoto possível para esse estado de coisas.","PeriodicalId":33855,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Literatura Comparada","volume":"45 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"84245744","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}