Pub Date : 2021-12-17DOI: 10.22456/2238-8915.116634
M. A. S. Wittmann, Eduardo Santos Schaan
Este trabalho analisa a construção da autoria na obra A queda do céu: palavras de um xamã yanomami, de Davi Kopenawa e Bruce Albert, na perspectiva das múltiplas agências, atores e vozes configuradoras do discurso, o qual varia entre autobiografia, discurso político, tratado cosmopolítico e crítica xamânica. Em um primeiro momento, o artigo discute brevemente a noção de autoria na tradição ocidental, marcada pela individualidade e pela propriedade; em seguida, demonstra como essa concepção é elidida em A queda do céu, que vincula a autoria à noção de “virar outro”, a partir do entrelaçamento de múltiplas vozes e imagens espirituais, resultando em uma polifonia da floresta.
{"title":"VIRAR OUTRO: A AUTORIA EM A QUEDA DO CÉU","authors":"M. A. S. Wittmann, Eduardo Santos Schaan","doi":"10.22456/2238-8915.116634","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2238-8915.116634","url":null,"abstract":"Este trabalho analisa a construção da autoria na obra A queda do céu: palavras de um xamã yanomami, de Davi Kopenawa e Bruce Albert, na perspectiva das múltiplas agências, atores e vozes configuradoras do discurso, o qual varia entre autobiografia, discurso político, tratado cosmopolítico e crítica xamânica. Em um primeiro momento, o artigo discute brevemente a noção de autoria na tradição ocidental, marcada pela individualidade e pela propriedade; em seguida, demonstra como essa concepção é elidida em A queda do céu, que vincula a autoria à noção de “virar outro”, a partir do entrelaçamento de múltiplas vozes e imagens espirituais, resultando em uma polifonia da floresta. ","PeriodicalId":82235,"journal":{"name":"Organon","volume":"57 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"90967423","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"O FENÚMENO","authors":"Matheus Ichimaru, Mateus Toledo","doi":"10.22456/2238-8915.117459","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2238-8915.117459","url":null,"abstract":"Tradução do texto \" Le phénoumène\", de Gabriel Catren","PeriodicalId":82235,"journal":{"name":"Organon","volume":"24 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"75262479","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-17DOI: 10.22456/2238-8915.117403
Biagio D'Angelo
Partindo das estratégias narrativas que confluem em uma linguagem distópica, neste artigo analisar-se-á a interação do sublime como componente presente em dois romances breves do escritor russo Mikhail Bulgákov (1891-1940), Um coração de cachorro (Собачье сердце, 1925) e Os ovos fatais (Роковые яйца, 1925). O imaginário do escritor russo se serviu do monstruoso e do sinistro para denunciar a máquina burocrática soviética. Além de destacar a presença de elementos narrativos grotescos e satíricos, que interpretam, sui generis, a situação política da União Soviética dos anos 20 do século XX, observa-se uma pulsão extremamente moderna do sublime, pelo viés de ruptura de uma homogeneização utópica, que aponta para os signos de uma realidade reveladora de profundas aflições existenciais.
{"title":"MONSTROS, MÁQUINAS E OUTRAS CRIATURAS. A DISTOPIA E O SUBLIME EM DUAS FICÇÕES DE MIKHAIL BULGÁKOV","authors":"Biagio D'Angelo","doi":"10.22456/2238-8915.117403","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2238-8915.117403","url":null,"abstract":"Partindo das estratégias narrativas que confluem em uma linguagem distópica, neste artigo analisar-se-á a interação do sublime como componente presente em dois romances breves do escritor russo Mikhail Bulgákov (1891-1940), Um coração de cachorro (Собачье сердце, 1925) e Os ovos fatais (Роковые яйца, 1925). O imaginário do escritor russo se serviu do monstruoso e do sinistro para denunciar a máquina burocrática soviética. Além de destacar a presença de elementos narrativos grotescos e satíricos, que interpretam, sui generis, a situação política da União Soviética dos anos 20 do século XX, observa-se uma pulsão extremamente moderna do sublime, pelo viés de ruptura de uma homogeneização utópica, que aponta para os signos de uma realidade reveladora de profundas aflições existenciais. ","PeriodicalId":82235,"journal":{"name":"Organon","volume":"41 1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"86845290","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-17DOI: 10.22456/2238-8915.116642
Isabela Bosi
Neste artigo, partimos de três textos homônimos de Marguerite Duras, intitulados Aurélia Steiner, de 1979, para refletir acerca dessa personagem múltipla que, para Duras, é como os judeus de todos os tempos. Aurélia pertence a lugares e tempos distintos, mas, em todos os textos, carrega uma memória fragmentada de um passado marcado pelo horror da Segunda Guerra. A partir de Gilles Deleuze, compreendemos essa escrita como um fragmento anônimo infinito em que Duras assume uma ruptura radical com a representação do horror pelo horror, propondo outros modos de narrar e de pensar sobre a guerra. Em diálogo com o pensamento de Deleuze e de Silvina Rodrigues Lopes, nosso objetivo é pensar acerca da multiplicidade de tempos e de sujeitos nos três Aurélia Steiner.
{"title":"JUDEUS DE TODOS OS TEMPOS OU AS AURÉLIAS, DE MARGUERITE DURAS","authors":"Isabela Bosi","doi":"10.22456/2238-8915.116642","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2238-8915.116642","url":null,"abstract":"Neste artigo, partimos de três textos homônimos de Marguerite Duras, intitulados Aurélia Steiner, de 1979, para refletir acerca dessa personagem múltipla que, para Duras, é como os judeus de todos os tempos. Aurélia pertence a lugares e tempos distintos, mas, em todos os textos, carrega uma memória fragmentada de um passado marcado pelo horror da Segunda Guerra. A partir de Gilles Deleuze, compreendemos essa escrita como um fragmento anônimo infinito em que Duras assume uma ruptura radical com a representação do horror pelo horror, propondo outros modos de narrar e de pensar sobre a guerra. Em diálogo com o pensamento de Deleuze e de Silvina Rodrigues Lopes, nosso objetivo é pensar acerca da multiplicidade de tempos e de sujeitos nos três Aurélia Steiner.","PeriodicalId":82235,"journal":{"name":"Organon","volume":"8 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"83704688","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-17DOI: 10.22456/2238-8915.116666
Leonardo Petersen Lamha
Partindo da leitura pioneira feita por Antonio Candido em “O homem dos avessos”, o presente artigo propõe um passeio por quatro leitores de Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa – Antonio Candido, João Adolfo Hansen, Vilém Flusser e Willi Bolle – à luz de certa antropologia recente, representada aqui por Eduardo Viveiros de Castro. O objetivo do trabalho é investigar como os críticos, em suas estratégias de investigação, se valem da oposição “natureza/cultura”, e diversos de seus desdobramentos, para suas análises do romance rosiano. Em última instância, busca-se apontar a insuficiência da forma como certa metafísica ocidental costuma ser operada para tentar dar conta do romance.
{"title":"OS ABRIDORES DE VEREDAS: NATUREZA, HISTÓRIA E MITO NOS CRÍTICOS DE GUIMARÃES ROSA","authors":"Leonardo Petersen Lamha","doi":"10.22456/2238-8915.116666","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2238-8915.116666","url":null,"abstract":"Partindo da leitura pioneira feita por Antonio Candido em “O homem dos avessos”, o presente artigo propõe um passeio por quatro leitores de Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa – Antonio Candido, João Adolfo Hansen, Vilém Flusser e Willi Bolle – à luz de certa antropologia recente, representada aqui por Eduardo Viveiros de Castro. O objetivo do trabalho é investigar como os críticos, em suas estratégias de investigação, se valem da oposição “natureza/cultura”, e diversos de seus desdobramentos, para suas análises do romance rosiano. Em última instância, busca-se apontar a insuficiência da forma como certa metafísica ocidental costuma ser operada para tentar dar conta do romance.","PeriodicalId":82235,"journal":{"name":"Organon","volume":"42 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"74260428","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-17DOI: 10.22456/2238-8915.115976
J. Arellano
{"title":"MARIO BELLATIN, UN AUTÉNTICO MECANÓGRAFO. DEL CUERPO DEL ESCRITOR A LA MÁQUINA DE ESCRIBIR","authors":"J. Arellano","doi":"10.22456/2238-8915.115976","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2238-8915.115976","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":82235,"journal":{"name":"Organon","volume":"82 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"83184696","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-17DOI: 10.22456/2238-8915.119738
Antonio Barros de Brito Junior
Este texto é um exercício heurístico em torno dos múltiplos agenciamentos da experiência literária, através da discussão sobre a excepcionalidade estética e a posição do sujeito na experiência artística. Começamos por discutir como a noção de sujeito orientou as abordagens estéticas, tornando a arte uma espécie de fatiche que coaduna com a metafísica ocidental que supostamente serve de referência estável para o pensamento sobre o mundo. Depois, redefinindo o papel do sujeito na experiência estética, avançamos no sentido de entender a obra de arte e a obra literária como objetos que especulam e experimentam sobre o plano da imanência. Assim, a excepcionalidade estética reside não na sua posição intermediária frente ao mundo “real”, mas sim na sua posição absolutamente originária em relação ao infinito agenciamento de mundos (cosmovisões). Finalmente, o artigo termina com elucubrações acerca dos agenciamentos no plano da imanência e em como a literatura se liga a esse tipo de experiência.
{"title":"A EXCEPCIONALIDADE ESTÉTICA: AGENCIAMENTO E PRODUÇÃO DE MUNDOS","authors":"Antonio Barros de Brito Junior","doi":"10.22456/2238-8915.119738","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2238-8915.119738","url":null,"abstract":"Este texto é um exercício heurístico em torno dos múltiplos agenciamentos da experiência literária, através da discussão sobre a excepcionalidade estética e a posição do sujeito na experiência artística. Começamos por discutir como a noção de sujeito orientou as abordagens estéticas, tornando a arte uma espécie de fatiche que coaduna com a metafísica ocidental que supostamente serve de referência estável para o pensamento sobre o mundo. Depois, redefinindo o papel do sujeito na experiência estética, avançamos no sentido de entender a obra de arte e a obra literária como objetos que especulam e experimentam sobre o plano da imanência. Assim, a excepcionalidade estética reside não na sua posição intermediária frente ao mundo “real”, mas sim na sua posição absolutamente originária em relação ao infinito agenciamento de mundos (cosmovisões). Finalmente, o artigo termina com elucubrações acerca dos agenciamentos no plano da imanência e em como a literatura se liga a esse tipo de experiência.","PeriodicalId":82235,"journal":{"name":"Organon","volume":"28 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"89100558","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-17DOI: 10.22456/2238-8915.116689
Antonio Candido Da Mata, Hilan Bensusan
Reunimos aqui 16 despachos relevantes entre vírions de diferentes tipos, numa tentativa de convergência e congruência. Os despachos, menos que documentos de uma confabulação ou conspiração, são transmissões de fronteira que, de alguma maneira, incidem sobre a separação entre o genético e o cibernético, entre o informacional e o infeccioso. Essas transmissões oferecem um projeto de tomada da autoria humana através de uma confusão na metafísica que a subjaz, como diz Christian Bök. Os vírions, os ínfimos corpos dos agentes virais – como o Creeper, os vírus do nipah, o ILOVEYOU, o capital, o Sars Cov-2, o virófago Sputnik e o 6-Licorice de Paul de Filippo – estão em meio ao que circula pelos fluxos codificados e neles conseguem se aperceber do que vem vindo.
{"title":"DESPACHOS DE VÍRIONS","authors":"Antonio Candido Da Mata, Hilan Bensusan","doi":"10.22456/2238-8915.116689","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2238-8915.116689","url":null,"abstract":"Reunimos aqui 16 despachos relevantes entre vírions de diferentes tipos, numa tentativa de convergência e congruência. Os despachos, menos que documentos de uma confabulação ou conspiração, são transmissões de fronteira que, de alguma maneira, incidem sobre a separação entre o genético e o cibernético, entre o informacional e o infeccioso. Essas transmissões oferecem um projeto de tomada da autoria humana através de uma confusão na metafísica que a subjaz, como diz Christian Bök. Os vírions, os ínfimos corpos dos agentes virais – como o Creeper, os vírus do nipah, o ILOVEYOU, o capital, o Sars Cov-2, o virófago Sputnik e o 6-Licorice de Paul de Filippo – estão em meio ao que circula pelos fluxos codificados e neles conseguem se aperceber do que vem vindo.","PeriodicalId":82235,"journal":{"name":"Organon","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"89752939","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-17DOI: 10.22456/2238-8915.117465
Lucas Demingos, Maria Petrucci Sperb
O presente artigo busca refletir a respeito dos possíveis vínculos entre estética, política e ética na obra A mulher de pés descalços (2018), de Scholastique Mukasonga, no que tange à reivindicação por reconhecimento. Lançamos mão do conceito rancièreano de política para analisar os desdobramentos da narrativa da autora, que embaralha os termos da partilha do sensível ao relatar e, assim, humanizar um povo desapossado e silenciado. Investigamos, ainda, as relações entre o estatuto conferido aos tutsis de sujeitos passíveis de violência sistemática e extermínio sancionado pelo Estado, e a urgência ética do relato de si dado pela narradora de Mukasonga a partir da história de sua mãe, que abraça suas próprias opacidades e limites, assumindo desde sempre sua vulnerabilidade e dependência em uma sociabilidade primária.
本文旨在反思Scholastique Mukasonga的作品a mulher de pieds descalcos(2018)中美学、政治和伦理之间可能存在的联系,以寻求认可。我们利用ranciere的政治概念来分析作者叙事的发展,在报道时混淆了敏感的分享条款,从而使一个被剥夺和沉默的民族人性化。还我们,之间的关系的状态图西人的主题就是暴力冲击系统并且批准状态,紧急情况的报告你带来的女声Mukasonga的母亲的故事,抱紧自己的混浊和边界,并且一直脆弱和依赖一个社会性小学。
{"title":"ENTRE A NORMA E A CRÍTICA: O RELATO DE SCHOLASTIQUE MUKASONGA COMO REIVINDICAÇÃO POR RECONHECIMENTO","authors":"Lucas Demingos, Maria Petrucci Sperb","doi":"10.22456/2238-8915.117465","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2238-8915.117465","url":null,"abstract":"O presente artigo busca refletir a respeito dos possíveis vínculos entre estética, política e ética na obra A mulher de pés descalços (2018), de Scholastique Mukasonga, no que tange à reivindicação por reconhecimento. Lançamos mão do conceito rancièreano de política para analisar os desdobramentos da narrativa da autora, que embaralha os termos da partilha do sensível ao relatar e, assim, humanizar um povo desapossado e silenciado. Investigamos, ainda, as relações entre o estatuto conferido aos tutsis de sujeitos passíveis de violência sistemática e extermínio sancionado pelo Estado, e a urgência ética do relato de si dado pela narradora de Mukasonga a partir da história de sua mãe, que abraça suas próprias opacidades e limites, assumindo desde sempre sua vulnerabilidade e dependência em uma sociabilidade primária.","PeriodicalId":82235,"journal":{"name":"Organon","volume":"15 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"86962286","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-17DOI: 10.22456/2238-8915.116714
Luiz Guilherme Fonseca
Pelo menos desde a década de 1990 vem ocorrendo a partir da antropologia o que ficou conhecido como “virada ontológica”. Influenciada pelo “perspectivismo ameríndio”, entre outros trabalhos, essa virada põe em cena justamente aquilo que toda ficção tensiona: os limites de nosso mundo, a consistência de mundos outros e a possibilidade de travessia para eles. O objetivo deste artigo é investigar as contribuições que a chamada “virada ontológica” pode trazer não só para o conceito de ficção, como também para a compreensão da experiência literária. Dessa forma, primeiro faremos um breve levantamento acerca do conceito de ficção e das aproximações recentemente feitas entre ficção, antropologia e metafísica. Depois, traçaremos as bases da “virada ontológica”. Por último, com a ajuda do conceito de “expresso transumwéltico” proposto pelo filósofo argentino Gabriel Catren, esboçaremos uma abordagem teórica que leve em conta o emaranhado entre ficção, antropologia e metafísica.
{"title":"PENSAR A EXPERIÊNCIA LITERÁRIA A PARTIR DA “VIRADA ONTOLÓGICA”: FICÇÃO, ANTROPOLOGIA, METAFÍSICA","authors":"Luiz Guilherme Fonseca","doi":"10.22456/2238-8915.116714","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2238-8915.116714","url":null,"abstract":"Pelo menos desde a década de 1990 vem ocorrendo a partir da antropologia o que ficou conhecido como “virada ontológica”. Influenciada pelo “perspectivismo ameríndio”, entre outros trabalhos, essa virada põe em cena justamente aquilo que toda ficção tensiona: os limites de nosso mundo, a consistência de mundos outros e a possibilidade de travessia para eles. O objetivo deste artigo é investigar as contribuições que a chamada “virada ontológica” pode trazer não só para o conceito de ficção, como também para a compreensão da experiência literária. Dessa forma, primeiro faremos um breve levantamento acerca do conceito de ficção e das aproximações recentemente feitas entre ficção, antropologia e metafísica. Depois, traçaremos as bases da “virada ontológica”. Por último, com a ajuda do conceito de “expresso transumwéltico” proposto pelo filósofo argentino Gabriel Catren, esboçaremos uma abordagem teórica que leve em conta o emaranhado entre ficção, antropologia e metafísica.","PeriodicalId":82235,"journal":{"name":"Organon","volume":"65 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"84581318","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}