Pub Date : 2022-07-29DOI: 10.11606/issn.2317-9511.v41p155-171
Renato Kerly Marques Silva
Este artigo apresenta uma análise sobre traduções realizadas por Clarice Lispector de textos escritos por Virginia Woolf e Simone de Beauvoir, durante sua passagem pelo Jornal Comício (1952). Além das traduções, refletimos sobre as ideias de Lispector registradas no texto Traduzir procurando não trair (2018). Consideramos que a apresentação dos textos, e as diferentes técnicas de tradução utilizadas foram determinadas pelo contexto (Flotow 2014) de publicação. A perspectiva feminista de tal atividade pode ser identificada na tentativa de introduzir o pensamento das escritoras europeias para as leitoras brasileiras, promovendo a circulação das críticas que embasavam as lutas feministas daquele momento, como o acesso à educação e a autonomia financeira das mulheres.
{"title":"traduções de Lispector e a divulgação da crítica feminista no Brasil","authors":"Renato Kerly Marques Silva","doi":"10.11606/issn.2317-9511.v41p155-171","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.v41p155-171","url":null,"abstract":"Este artigo apresenta uma análise sobre traduções realizadas por Clarice Lispector de textos escritos por Virginia Woolf e Simone de Beauvoir, durante sua passagem pelo Jornal Comício (1952). Além das traduções, refletimos sobre as ideias de Lispector registradas no texto Traduzir procurando não trair (2018). Consideramos que a apresentação dos textos, e as diferentes técnicas de tradução utilizadas foram determinadas pelo contexto (Flotow 2014) de publicação. A perspectiva feminista de tal atividade pode ser identificada na tentativa de introduzir o pensamento das escritoras europeias para as leitoras brasileiras, promovendo a circulação das críticas que embasavam as lutas feministas daquele momento, como o acesso à educação e a autonomia financeira das mulheres.","PeriodicalId":52911,"journal":{"name":"TradTerm","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"64409560","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-29DOI: 10.11606/issn.2317-9511.v41p172-197
Michelle Cerqueira César Tambosi
Este trabalho é uma análise do projeto de tradução da série de 5 poemas em que a poeta Elise Cowen trabalha a imagem de baratas como uma metáfora dos homens e, principalmente, das mulheres pertencentes à geração beat. A análise foi realizada sob a luz da teoria da Identidade do Tradutor. Ao longo da análise pude verificar que mesmo perseguindo uma prática que reconhecesse minha identidade enquanto tradutora e que se afastasse dos ideais prescritivos tradicionais da tradução, por diversos momentos realizei uma tradução preocupada com os ideais de fidelidade e invisibilidade. Ainda que oscilando entre uma atitude mais ou menos transformadora diante do trabalho da tradução, conclui que o próprio processo quanto a análise posterior feita sobre ele foram elucidativos e formadores no sentido de compreender e realizar uma tradução pelo princípio da cocriação.
{"title":"Sobre cocriações (d)e baratas: A identidade da tradutora no processo de tradução de poemas de Elise Cowen","authors":"Michelle Cerqueira César Tambosi","doi":"10.11606/issn.2317-9511.v41p172-197","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.v41p172-197","url":null,"abstract":"Este trabalho é uma análise do projeto de tradução da série de 5 poemas em que a poeta Elise Cowen trabalha a imagem de baratas como uma metáfora dos homens e, principalmente, das mulheres pertencentes à geração beat. A análise foi realizada sob a luz da teoria da Identidade do Tradutor. Ao longo da análise pude verificar que mesmo perseguindo uma prática que reconhecesse minha identidade enquanto tradutora e que se afastasse dos ideais prescritivos tradicionais da tradução, por diversos momentos realizei uma tradução preocupada com os ideais de fidelidade e invisibilidade. Ainda que oscilando entre uma atitude mais ou menos transformadora diante do trabalho da tradução, conclui que o próprio processo quanto a análise posterior feita sobre ele foram elucidativos e formadores no sentido de compreender e realizar uma tradução pelo princípio da cocriação.","PeriodicalId":52911,"journal":{"name":"TradTerm","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"64409574","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-07DOI: 10.11606/issn.2317-9511.v41p138-154
Selene Candian
O objetivo deste artigo é verificar se é possível pensar a nomenclatura de história do Brasil colonial terminologicamente e, com base nesses termos e em equivalentes já encontrados por tradutores, desenvolver um glossário de história do Brasil colonial, na direção português-inglês, direcionado por corpus e orientado para tradutores. Para isso, compilamos dois corpora paralelos de obras sobre História do Brasil (Brasil: uma biografia / Brazil: a biography, de Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling, e História concisa do Brasil / A concise history of Brazil, de Boris Fausto), os quais nos informaram, a partir da abordagem direcionada por corpus (Tagnin; Teixeira, 2012), potenciais candidatos a termos. Selecionamos dez candidatos a termos e desenvolvemos verbetes orientados para tradutores, com base em um modelo de verbete adaptado de Tagnin (2015).
{"title":"Por um Glossário de História do Brasil Colonial Direcionado por Corpus e Orientado para Tradutores","authors":"Selene Candian","doi":"10.11606/issn.2317-9511.v41p138-154","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.v41p138-154","url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é verificar se é possível pensar a nomenclatura de história do Brasil colonial terminologicamente e, com base nesses termos e em equivalentes já encontrados por tradutores, desenvolver um glossário de história do Brasil colonial, na direção português-inglês, direcionado por corpus e orientado para tradutores. Para isso, compilamos dois corpora paralelos de obras sobre História do Brasil (Brasil: uma biografia / Brazil: a biography, de Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling, e História concisa do Brasil / A concise history of Brazil, de Boris Fausto), os quais nos informaram, a partir da abordagem direcionada por corpus (Tagnin; Teixeira, 2012), potenciais candidatos a termos. Selecionamos dez candidatos a termos e desenvolvemos verbetes orientados para tradutores, com base em um modelo de verbete adaptado de Tagnin (2015).","PeriodicalId":52911,"journal":{"name":"TradTerm","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47925487","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-02-15DOI: 10.11606/issn.2317-9511.v41p77-99
E. Bonalumi, Diva Cardoso de Camargo
Este artigo visa analisar a tradução para o inglês e italiano do vocábulo recorrente e preferencial “vida” no romance A Hora da Estrela, de Clarice Lispector, respectivamente por Giovanni Pontiero e Adelina Aletti. Esta investigação fundamenta-se nos estudos da tradução baseados em corpus de Baker (1993, 1995,1999, 2000 2004) e na perspectiva da linguística de corpus de Berber Sardinha (2000, 2004), por meio de uma abordagem interdisciplinar de Camargo (2005, 2007). Utilizamos o programa computacional WordSmith Tools, de Scott (1999), em especial a ferramenta Keywords, para se chegar ao vocábulo recorrente e preferencial “vida”. Pudemos perceber por meio de nossa análise, no que tange ao vocábulo recorrente e preferencial selecionado para investigação, que houve mais aproximações entre a obra original e a traduzida para o italiano, em relação à obra original e a traduzida para o inglês.
{"title":"Estudo baseado em corpus de um vocábulo recorrente e preferencial do romance A Hora da Estrela, de Clarice Lispector e das traduções para as línguas inglesa e italiana","authors":"E. Bonalumi, Diva Cardoso de Camargo","doi":"10.11606/issn.2317-9511.v41p77-99","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.v41p77-99","url":null,"abstract":"Este artigo visa analisar a tradução para o inglês e italiano do vocábulo recorrente e preferencial “vida” no romance A Hora da Estrela, de Clarice Lispector, respectivamente por Giovanni Pontiero e Adelina Aletti. Esta investigação fundamenta-se nos estudos da tradução baseados em corpus de Baker (1993, 1995,1999, 2000 2004) e na perspectiva da linguística de corpus de Berber Sardinha (2000, 2004), por meio de uma abordagem interdisciplinar de Camargo (2005, 2007). Utilizamos o programa computacional WordSmith Tools, de Scott (1999), em especial a ferramenta Keywords, para se chegar ao vocábulo recorrente e preferencial “vida”. Pudemos perceber por meio de nossa análise, no que tange ao vocábulo recorrente e preferencial selecionado para investigação, que houve mais aproximações entre a obra original e a traduzida para o italiano, em relação à obra original e a traduzida para o inglês.","PeriodicalId":52911,"journal":{"name":"TradTerm","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48755968","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-02-15DOI: 10.11606/issn.2317-9511.v41p100-110
C. Silva
Almiro Pisetta é tradutor de poesia e professor aposentado pela Universidade Estadual de São Paulo (USP) — conhecido, sobretudo, pela tradução dos poemas na segunda edição brasileira do romance O Hobbit e da trilogia Senhor dos Anéis, cujos conteúdos em prosa foram traduzidos por sua esposa, Lenita Esteves Pisetta, também professora na USP. Em abril de 2019, Almiro Pisetta lançou, pela Martin Claret, a tradução dos sonetos de William Shakespeare, com o título bilíngue The sonnets of William Shakespeare & os sonetos de Almiro W. S. Pisetta. A capa da edição pode ser vista na Figura 1 indicada abaixo.
{"title":"Entrevista com Almiro “W.S” Pisetta sobre a tradução dos sonetos shakespearianos","authors":"C. Silva","doi":"10.11606/issn.2317-9511.v41p100-110","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.v41p100-110","url":null,"abstract":"Almiro Pisetta é tradutor de poesia e professor aposentado pela Universidade Estadual de São Paulo (USP) — conhecido, sobretudo, pela tradução dos poemas na segunda edição brasileira do romance O Hobbit e da trilogia Senhor dos Anéis, cujos conteúdos em prosa foram traduzidos por sua esposa, Lenita Esteves Pisetta, também professora na USP. Em abril de 2019, Almiro Pisetta lançou, pela Martin Claret, a tradução dos sonetos de William Shakespeare, com o título bilíngue The sonnets of William Shakespeare & os sonetos de Almiro W. S. Pisetta. A capa da edição pode ser vista na Figura 1 indicada abaixo.","PeriodicalId":52911,"journal":{"name":"TradTerm","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42878928","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-02-14DOI: 10.11606/issn.2317-9511.v41p53-76
M. Rondinelli
Entre as valiosas contribuições do tradutor e teórico Antoine Berman (1942-1991) para os Estudos da Tradução — a julgar pelos desdobramentos de discussões que já duram três décadas — está, sem dúvida, o ensaio “La retraduction comme espace de la traduction” (1990). A vivacidade no debate desencadeado pelas concepções ali expostas se comprova em diversos pesquisadores, numa extensa trajetória. Publicam-se, entre os primeiros anos após o ensaio e a segunda década do séc. XXI, além de numerosos artigos em periódicos de relevo, volumes inteiros voltados à discussão do fenômeno da retradução literária estabelecendo em algum momento, quase invariavelmente, relação com ideias daquele ensaio seminal. Nem sempre remetem precisamente à concepção bermaniana de ética; é certo, porém — como se visa a demonstrar aqui —, que em muitos casos ela está subjacente e instiga novos desdobramentos teóricos.
{"title":"Tradução (e retradução) ética bermaniana, um debate que persiste","authors":"M. Rondinelli","doi":"10.11606/issn.2317-9511.v41p53-76","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.v41p53-76","url":null,"abstract":"Entre as valiosas contribuições do tradutor e teórico Antoine Berman (1942-1991) para os Estudos da Tradução — a julgar pelos desdobramentos de discussões que já duram três décadas — está, sem dúvida, o ensaio “La retraduction comme espace de la traduction” (1990). A vivacidade no debate desencadeado pelas concepções ali expostas se comprova em diversos pesquisadores, numa extensa trajetória. Publicam-se, entre os primeiros anos após o ensaio e a segunda década do séc. XXI, além de numerosos artigos em periódicos de relevo, volumes inteiros voltados à discussão do fenômeno da retradução literária estabelecendo em algum momento, quase invariavelmente, relação com ideias daquele ensaio seminal. Nem sempre remetem precisamente à concepção bermaniana de ética; é certo, porém — como se visa a demonstrar aqui —, que em muitos casos ela está subjacente e instiga novos desdobramentos teóricos.","PeriodicalId":52911,"journal":{"name":"TradTerm","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48954950","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-02-10DOI: 10.11606/issn.2317-9511.v41p30-52
Monique Pfau, F. S. Costa, Marília Portela, M. Santana, Nathalia Amaya Borges, Simone Salles
Este artigo apresenta um breve estudo bibliográfico e um experimento comentado sobre tradução sonora, tema ainda pouco discutido nos Estudos da Tradução no Brasil. A tradução sonora, observada em alguns poemas e músicas, está fortemente embasada na busca pela repetição ou adaptação da acústica do texto-fonte, levando ou não em consideração outros sistemas linguísticos, como o semântico e o léxico. O referencial teórico sobre conceitos, críticas e exemplos que circundam o tema (Catford, 1965; Venuti, 1995; Pishchikov, 2016; Dembeck, 2015; Hilson, 2013; etc.) evidencia o valor literário da tradução sonora que, apesar de não haver um reconhecimento unânime da tradução sonora ser de fato uma tradução, apresenta-se aqui estudos que mostram discussões a partir de um caráter político e cultural que a reconhecem como legítima. O experimento de tradução foi inspirado na tradução sonora da canção inglesa Humpty Dumpty (1797), de Mother Goose, para o francês, por Van Rooten. Essa tradução é bastante polêmica entre os/as pesquisadores/as por ser um caso extremo de tradução sonora, gerando um texto desprovido de significado. A tradução puramente sonora da canção inglesa para o português brasileiro forneceu meios para observar os diversos sistemas acústicos levantados na seção teórica e as limitações das possibilidades da língua-alvo em repetir alguns sons da língua-fonte. A partir deste estudo, defende-se que a tradução sonora coloca em evidência a fonética como elemento identitário da cultura-fonte.
{"title":"Tradução sonora: perspectivas fonéticas na tradução e o caso Humpty Dumpty","authors":"Monique Pfau, F. S. Costa, Marília Portela, M. Santana, Nathalia Amaya Borges, Simone Salles","doi":"10.11606/issn.2317-9511.v41p30-52","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.v41p30-52","url":null,"abstract":"Este artigo apresenta um breve estudo bibliográfico e um experimento comentado sobre tradução sonora, tema ainda pouco discutido nos Estudos da Tradução no Brasil. A tradução sonora, observada em alguns poemas e músicas, está fortemente embasada na busca pela repetição ou adaptação da acústica do texto-fonte, levando ou não em consideração outros sistemas linguísticos, como o semântico e o léxico. O referencial teórico sobre conceitos, críticas e exemplos que circundam o tema (Catford, 1965; Venuti, 1995; Pishchikov, 2016; Dembeck, 2015; Hilson, 2013; etc.) evidencia o valor literário da tradução sonora que, apesar de não haver um reconhecimento unânime da tradução sonora ser de fato uma tradução, apresenta-se aqui estudos que mostram discussões a partir de um caráter político e cultural que a reconhecem como legítima. O experimento de tradução foi inspirado na tradução sonora da canção inglesa Humpty Dumpty (1797), de Mother Goose, para o francês, por Van Rooten. Essa tradução é bastante polêmica entre os/as pesquisadores/as por ser um caso extremo de tradução sonora, gerando um texto desprovido de significado. A tradução puramente sonora da canção inglesa para o português brasileiro forneceu meios para observar os diversos sistemas acústicos levantados na seção teórica e as limitações das possibilidades da língua-alvo em repetir alguns sons da língua-fonte. A partir deste estudo, defende-se que a tradução sonora coloca em evidência a fonética como elemento identitário da cultura-fonte.","PeriodicalId":52911,"journal":{"name":"TradTerm","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48101522","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-02-08DOI: 10.11606/issn.2317-9511.v41p5-29
Ana Magda Stradioto-Casolato
Este trabalho pretende analisar a nãotradução, termo proposto por Jacques Brault para definir uma de suas estratégias de criação poética. Segundo ele, a nãotradução é uma prática de escrita e não um sistema ou teoria tradutória. Apoiando-nos nos ensaios fundadores da nãotradução de autoria do próprio Brault, procuramos demonstrar que se trata de uma técnica de composição cujo resultado é uma reescrita criativa, nem poema original e nem tradução, mas uma nova intelegibilidade de ambos. Sem se emancipar do poema original e graças a virtuosidade do poeta nãotradutor, a nãotradução faz surgir um terceiro texto estabelecendo uma relação enunciativa tríplice que congrega três vozes: a do poeta do poema original, a do poeta nãotradutor e a que resulta da fusão de ambas.
{"title":"Nãotradução: uma poiética tradutória perturbadora","authors":"Ana Magda Stradioto-Casolato","doi":"10.11606/issn.2317-9511.v41p5-29","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.v41p5-29","url":null,"abstract":"Este trabalho pretende analisar a nãotradução, termo proposto por Jacques Brault para definir uma de suas estratégias de criação poética. Segundo ele, a nãotradução é uma prática de escrita e não um sistema ou teoria tradutória. Apoiando-nos nos ensaios fundadores da nãotradução de autoria do próprio Brault, procuramos demonstrar que se trata de uma técnica de composição cujo resultado é uma reescrita criativa, nem poema original e nem tradução, mas uma nova intelegibilidade de ambos. Sem se emancipar do poema original e graças a virtuosidade do poeta nãotradutor, a nãotradução faz surgir um terceiro texto estabelecendo uma relação enunciativa tríplice que congrega três vozes: a do poeta do poema original, a do poeta nãotradutor e a que resulta da fusão de ambas.","PeriodicalId":52911,"journal":{"name":"TradTerm","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45726846","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-22DOI: 10.11606/issn.2317-9511.v40p276-302
Zyanya Carolina Ponce
Este artículo tiene como objetivo presentar los desafíos y soluciones de traducción del cuento “O jardim selvagem” de Lygia Fagundes Telles al español mexicano. Al entender el proceso traductorio como una transferencia cultural, realizamos una traducción comentada basándonos en nuestro público meta: discutiendo sobre la variación lingüística y los marcadores culturales. El cuento es construido principalmente por diálogos, lo que nos llevó a una discusión de la noción de dialecto y registro na tradução (Hatim & Mason, 1995). También presentamos aspectos de la cultura brasileña a partir de los marcadores culturales (Azenha, 2006; Aubert, 2006; Reichman & Zavaglia, 2014). La clasificación de los comentarios fue basada en el objetivo principal de la traducción: acercar al público mexicano a la obra de Lygia Fagundes Telles.
{"title":"Reconstruyendo el chisme: variedad lingüística y marcadores culturales en la traducción al español mexicano del cuento “O jardim selvagem” de Lygia Fagundes Telles","authors":"Zyanya Carolina Ponce","doi":"10.11606/issn.2317-9511.v40p276-302","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.v40p276-302","url":null,"abstract":"Este artículo tiene como objetivo presentar los desafíos y soluciones de traducción del cuento “O jardim selvagem” de Lygia Fagundes Telles al español mexicano. Al entender el proceso traductorio como una transferencia cultural, realizamos una traducción comentada basándonos en nuestro público meta: discutiendo sobre la variación lingüística y los marcadores culturales. El cuento es construido principalmente por diálogos, lo que nos llevó a una discusión de la noción de dialecto y registro na tradução (Hatim & Mason, 1995). También presentamos aspectos de la cultura brasileña a partir de los marcadores culturales (Azenha, 2006; Aubert, 2006; Reichman & Zavaglia, 2014). La clasificación de los comentarios fue basada en el objetivo principal de la traducción: acercar al público mexicano a la obra de Lygia Fagundes Telles.","PeriodicalId":52911,"journal":{"name":"TradTerm","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44632392","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-22DOI: 10.11606/issn.2317-9511.v40p203-226
É. Lima
O objetivo deste trabalho é discutir alguns aspectos da tradução do livro Our Bodies, Ourselves, cujo primeiro volume, Nossos corpos por nós mesmas, acaba de ser publicado no Brasil. Para tanto, serão apresentadas as três etapas principais do processo, divididas em camadas. Na primeira, temos a preparação, com reflexão teórica que fundamenta o trabalho de tradução colaborativa e ativista e definição da metodologia adotada. Em seguida, trazemos algumas considerações sobre a tradução propriamente dita e, por fim, apresentamos cinco depoimentos sobre os diferentes impactos que o projeto tem trazido para as alunas e dos alunos que participaram da tradução. O texto apresenta, ainda, exemplos de adaptação cultural para diferentes países, em especial para realidade brasileira, e algumas conclusões.
{"title":"Nossos corpos por nós mesmas: o processo de tradução e adaptação cultural em palimpsesto","authors":"É. Lima","doi":"10.11606/issn.2317-9511.v40p203-226","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.v40p203-226","url":null,"abstract":"O objetivo deste trabalho é discutir alguns aspectos da tradução do livro Our Bodies, Ourselves, cujo primeiro volume, Nossos corpos por nós mesmas, acaba de ser publicado no Brasil. Para tanto, serão apresentadas as três etapas principais do processo, divididas em camadas. Na primeira, temos a preparação, com reflexão teórica que fundamenta o trabalho de tradução colaborativa e ativista e definição da metodologia adotada. Em seguida, trazemos algumas considerações sobre a tradução propriamente dita e, por fim, apresentamos cinco depoimentos sobre os diferentes impactos que o projeto tem trazido para as alunas e dos alunos que participaram da tradução. O texto apresenta, ainda, exemplos de adaptação cultural para diferentes países, em especial para realidade brasileira, e algumas conclusões.","PeriodicalId":52911,"journal":{"name":"TradTerm","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45788257","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}