Pub Date : 2021-11-10DOI: 10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id550
Maria Joana Chiodelli Chaise, E. Freitas, L. Boaventura
O presente trabalho examina a formulação de um ethos crítico à administração da crise sanitária da COVID-19 pelo Governo brasileiro por parte de uma capa do jornal Extra de março de 2021. A capa noticia a primeira posição mundial do Brasil em número de mortes diárias pelo novo coronavírus através de uma das frases mais utilizadas pelo atual presidente durante as eleições de 2018: “Brasil acima de todos”. O objetivo é analisar o ethos elaborado pela capa do jornal e que efeitos de sentido ele produz. O marco teórico se situa nas reflexões sobre destacabilidade, cenografia e ethos de Dominique Maingueneau (2008b, 2018, 2020). Conclui-se que, apesar de utilizar uma frase aparentemente neutra e sem ataques explícitos ao Governo, o jornal Extra consegue transmitir um efeito de sentido crítico à administração federal ao apoiar-se sobre o ethos pré-discursivo do atual presidente para a produção de um ethos efetivo de oposição à política da crise sem fazer uma crítica nominal.
{"title":"Entre ficção e realidade","authors":"Maria Joana Chiodelli Chaise, E. Freitas, L. Boaventura","doi":"10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id550","DOIUrl":"https://doi.org/10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id550","url":null,"abstract":"O presente trabalho examina a formulação de um ethos crítico à administração da crise sanitária da COVID-19 pelo Governo brasileiro por parte de uma capa do jornal Extra de março de 2021. A capa noticia a primeira posição mundial do Brasil em número de mortes diárias pelo novo coronavírus através de uma das frases mais utilizadas pelo atual presidente durante as eleições de 2018: “Brasil acima de todos”. O objetivo é analisar o ethos elaborado pela capa do jornal e que efeitos de sentido ele produz. O marco teórico se situa nas reflexões sobre destacabilidade, cenografia e ethos de Dominique Maingueneau (2008b, 2018, 2020). Conclui-se que, apesar de utilizar uma frase aparentemente neutra e sem ataques explícitos ao Governo, o jornal Extra consegue transmitir um efeito de sentido crítico à administração federal ao apoiar-se sobre o ethos pré-discursivo do atual presidente para a produção de um ethos efetivo de oposição à política da crise sem fazer uma crítica nominal.","PeriodicalId":137098,"journal":{"name":"Cadernos de Linguística","volume":"29 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"128492036","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-11-10DOI: 10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id557
Manoel Klebson de Andrade Oliveira, A. G. B. M. Albuquerque, D. D. A. C. D. Cunha
O objetivo deste trabalho é analisar a violência verbal em comentários de deepfake no Facebook. Partimos da hipótese de que, diante do discurso satírico e tendencioso de uma deepfake, inicia-se um confronto violento entre os internautas no qual cada polo se posiciona axiologicamente como dono da verdade, o que reforça o cenário de descortesia e ódio presente no ambiente discursivo da política brasileira. O nosso corpus é constituído pelos comentários da publicação de uma deepfake sobre o pronunciamento do Presidente Jair Bolsonaro no dia 22 de setembro de 2020 na Organização das Nações Unidas. Produzida e publicada no perfil do jornalista e videomaker Bruno Sartori, a deepfake gerou 12 mil reações, mil comentários e 9,7 mil compartilhamentos. No vídeo, o presidente Harris, interpretado por Leslie Nielsen, de um filme de comédia americana, aparece com a voz e as falas de Bolsonaro, discursando para líderes mundiais e pronuncia uma sequência de enunciados controvertidos, ditos em situações reais pelo presidente Bolsonaro em alguns momentos do seu governo. Para a análise dos comentários, mobilizamos noções de relações dialógicas, contexto, auditório e entonação da obra de Mikhail Bakhtin, Pável Medviédev e Valentin Volóchinov. A análise mostra que, no confronto entre diferentes posicionamentos valorativos, os internautas desqualificam, insultam, usam linguagem grosseira e, em disputas acirradas por suas convicções, produzem enunciados de ódio e disseminam violência na esfera comunicativa e pública das redes sociais digitais.
{"title":"Deepfake e violência verbal nos comentários de internautas no Facebook","authors":"Manoel Klebson de Andrade Oliveira, A. G. B. M. Albuquerque, D. D. A. C. D. Cunha","doi":"10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id557","DOIUrl":"https://doi.org/10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id557","url":null,"abstract":"O objetivo deste trabalho é analisar a violência verbal em comentários de deepfake no Facebook. Partimos da hipótese de que, diante do discurso satírico e tendencioso de uma deepfake, inicia-se um confronto violento entre os internautas no qual cada polo se posiciona axiologicamente como dono da verdade, o que reforça o cenário de descortesia e ódio presente no ambiente discursivo da política brasileira. O nosso corpus é constituído pelos comentários da publicação de uma deepfake sobre o pronunciamento do Presidente Jair Bolsonaro no dia 22 de setembro de 2020 na Organização das Nações Unidas. Produzida e publicada no perfil do jornalista e videomaker Bruno Sartori, a deepfake gerou 12 mil reações, mil comentários e 9,7 mil compartilhamentos. No vídeo, o presidente Harris, interpretado por Leslie Nielsen, de um filme de comédia americana, aparece com a voz e as falas de Bolsonaro, discursando para líderes mundiais e pronuncia uma sequência de enunciados controvertidos, ditos em situações reais pelo presidente Bolsonaro em alguns momentos do seu governo. Para a análise dos comentários, mobilizamos noções de relações dialógicas, contexto, auditório e entonação da obra de Mikhail Bakhtin, Pável Medviédev e Valentin Volóchinov. A análise mostra que, no confronto entre diferentes posicionamentos valorativos, os internautas desqualificam, insultam, usam linguagem grosseira e, em disputas acirradas por suas convicções, produzem enunciados de ódio e disseminam violência na esfera comunicativa e pública das redes sociais digitais. \u0000 ","PeriodicalId":137098,"journal":{"name":"Cadernos de Linguística","volume":"2 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116960488","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-11-08DOI: 10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id546
Dalby Dienstbach
A afirmação de que as metáforas seriam algo entranhado na nossa vida cotidiana (LAKOFF; JOHNSON, 2002 [1980]) incorre na constatação de que esse fenômeno pode acontecer em virtualmente quaisquer territórios discursivos. Porém, não é em qualquer tipo de discurso que falantes encontram ‒ ou esperamos encontrar ‒ expressões metafóricas. Nesse contexto, este estudo assume o objeto de investigar os mecanismos conceptuais que levam falantes comuns a associarem a ocorrência de metáforas a alguns gêneros textuais e não a outros. Ancorado no conceito de metaforicidade (DIENSTBACH, 2017), as análises deste estudo se lançam, de um lado, ao levantamento da densidade metafórica (BERBER SARDINHA, 2011) e de recursos de metaforicidade (MÜLLER, 2008) em quatro corpora identificados com gêneros diferentes ‒ poema, capa de revista, artigo científico e bula de medicamento ‒ e, de outro, à sondagem da expectativa de falantes quanto à ocorrência de metáforas nesses gêneros. Os resultados das análises mostram uma correlação positiva entre densidade metafórica e a expectativa dos informantes quanto à ocorrência de metáforas em somente dois dos gêneros analisados; especificamente, poemas e capas. Por outro lado, a correlação entre recursos de metaforicidade e a expectativa dos informantes é positiva em todos os gêneros. Esses resultados afiançam a conclusão de que mais do que somente a ocorrência de metáforas em um texto, é a ocorrência de recursos de metaforicidade ‒ os quais permitiriam que elas fossem reconhecidas como tais ‒ que levam o falante a associar esse fenômeno com o gênero desse texto.
{"title":"Como reconhecer uma metáfora quando você vê uma","authors":"Dalby Dienstbach","doi":"10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id546","DOIUrl":"https://doi.org/10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id546","url":null,"abstract":"A afirmação de que as metáforas seriam algo entranhado na nossa vida cotidiana (LAKOFF; JOHNSON, 2002 [1980]) incorre na constatação de que esse fenômeno pode acontecer em virtualmente quaisquer territórios discursivos. Porém, não é em qualquer tipo de discurso que falantes encontram ‒ ou esperamos encontrar ‒ expressões metafóricas. Nesse contexto, este estudo assume o objeto de investigar os mecanismos conceptuais que levam falantes comuns a associarem a ocorrência de metáforas a alguns gêneros textuais e não a outros. Ancorado no conceito de metaforicidade (DIENSTBACH, 2017), as análises deste estudo se lançam, de um lado, ao levantamento da densidade metafórica (BERBER SARDINHA, 2011) e de recursos de metaforicidade (MÜLLER, 2008) em quatro corpora identificados com gêneros diferentes ‒ poema, capa de revista, artigo científico e bula de medicamento ‒ e, de outro, à sondagem da expectativa de falantes quanto à ocorrência de metáforas nesses gêneros. Os resultados das análises mostram uma correlação positiva entre densidade metafórica e a expectativa dos informantes quanto à ocorrência de metáforas em somente dois dos gêneros analisados; especificamente, poemas e capas. Por outro lado, a correlação entre recursos de metaforicidade e a expectativa dos informantes é positiva em todos os gêneros. Esses resultados afiançam a conclusão de que mais do que somente a ocorrência de metáforas em um texto, é a ocorrência de recursos de metaforicidade ‒ os quais permitiriam que elas fossem reconhecidas como tais ‒ que levam o falante a associar esse fenômeno com o gênero desse texto.","PeriodicalId":137098,"journal":{"name":"Cadernos de Linguística","volume":"92 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"117173189","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-11-08DOI: 10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id547
Thaís Bechir
Nesse trabalho, com o objetivo de verificar como se dá a definição e a aplicação da matéria da voz passiva nos livros didáticos brasileiros, analisamos, qualitativamente, 5 livros do Ensino Fundamental II e 5 livros do Ensino Médio, aprovados, respectivamente, pelo PNLD de 2020 e pelo PNLD de 2018. Nesses livros, percebemos uma tendência de limitar a passiva (a) em relação a transitividade verbal, restringindo que ela só ocorre com VTD; (a) em relação a sua semântica, restringindo que ela só ocorre com verbos de ação agentivos. Além disso, notamos que, nesses materiais, a passiva é tratada com ênfase em seus aspectos gramaticais. Mostramos, seguindo a linha de pesquisa da semântica lexical, que a passiva não apresenta restrições normativas rigorosas, sejam elas sintáticas ou semânticas. Isso porque ela se configura como um vasto e poderoso recurso semântico-discursivo da língua. Assim, propusemos que a passiva seja tratada de maneira mais ampla nos materiais didáticos, com foco, não em regras prontas, mas nas motivações para seu uso e em seus efeitos de sentido.
{"title":"A abordagem da voz passiva em livros didáticos brasileiros","authors":"Thaís Bechir","doi":"10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id547","DOIUrl":"https://doi.org/10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id547","url":null,"abstract":"Nesse trabalho, com o objetivo de verificar como se dá a definição e a aplicação da matéria da voz passiva nos livros didáticos brasileiros, analisamos, qualitativamente, 5 livros do Ensino Fundamental II e 5 livros do Ensino Médio, aprovados, respectivamente, pelo PNLD de 2020 e pelo PNLD de 2018. Nesses livros, percebemos uma tendência de limitar a passiva (a) em relação a transitividade verbal, restringindo que ela só ocorre com VTD; (a) em relação a sua semântica, restringindo que ela só ocorre com verbos de ação agentivos. Além disso, notamos que, nesses materiais, a passiva é tratada com ênfase em seus aspectos gramaticais. Mostramos, seguindo a linha de pesquisa da semântica lexical, que a passiva não apresenta restrições normativas rigorosas, sejam elas sintáticas ou semânticas. Isso porque ela se configura como um vasto e poderoso recurso semântico-discursivo da língua. Assim, propusemos que a passiva seja tratada de maneira mais ampla nos materiais didáticos, com foco, não em regras prontas, mas nas motivações para seu uso e em seus efeitos de sentido.","PeriodicalId":137098,"journal":{"name":"Cadernos de Linguística","volume":"37 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"114431991","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-11-05DOI: 10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id541
Marina de Oliveira
Neste artigo, aborda-se a temática da ética em pesquisa especificamente no campo da Aquisição da Linguagem. O enfoque objetiva refletir sobre a constituição do pesquisador na área aquisicional levando em conta a singularidade do trabalho com a criança e, ainda, discutir as escolhas que permeiam o processo de transcrição de registros em áudio e/ou vídeo produzidos em pesquisas de campo. Para dar conta de tal reflexão, mobilizam-se, principalmente, princípios teóricos da obra “Para uma filosofia do ato responsável”, de Bakhtin (2020), na qual o autor propõe um modo particular de se pensar a pesquisa em Ciências Humanas partindo da realidade do ato. Dessa forma, os conceitos bakhtinianos de ato responsável, pensamento participativo, centro de valores, não-álibi e assinatura fundamentam este artigo. O estudo configura-se como um ensaio teórico reflexivo. Ademais, estudiosos de Bakhtin e pesquisadores da área da Aquisição, tal como Sobral (2019) e Del Ré, Paula e Mendonça (2014), complementam e amparam tal interlocução teórica. Por fim, conclui-se que o ato responsável de pesquisar pressupõe um pensamento participativo do pesquisador e uma tensão de vozes entre pesquisador/pesquisado, além disso a transcrição reflete as demais escolhas da pesquisa, uma vez que é transpassada pela orientação valorativa do pesquisador como centro do fazer científico.
本文主要探讨语言习得领域的研究伦理问题。该方法旨在反映研究人员在获取领域的构成,考虑到儿童工作的独特性,并讨论在实地研究中产生的音频和/或视频记录的转录过程中所包含的选择。为了解释这种反思,巴赫金(2020)的《负责任行为哲学》一书的理论原则被动员起来,在这本书中,作者提出了一种从行为现实出发思考人文科学研究的特殊方式。因此,巴赫金的负责任行为、参与思维、价值中心、不在场证明和签名等概念是本文的基础。本研究是一篇反思性的理论文章。此外,巴赫金的学者和收购领域的研究人员,如Sobral(2019)和Del re, Paula e mendonca(2014),补充和支持这种理论对话。最后,我们得出结论,负责任的研究行为预设了研究者的参与思维和研究者/被研究者之间的声音紧张,而且转录反映了研究的其他选择,因为它被研究者作为科学实践中心的价值取向所传递。
{"title":"O samba enredo da ética em pesquisa na aquisição da linguagem","authors":"Marina de Oliveira","doi":"10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id541","DOIUrl":"https://doi.org/10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id541","url":null,"abstract":"Neste artigo, aborda-se a temática da ética em pesquisa especificamente no campo da Aquisição da Linguagem. O enfoque objetiva refletir sobre a constituição do pesquisador na área aquisicional levando em conta a singularidade do trabalho com a criança e, ainda, discutir as escolhas que permeiam o processo de transcrição de registros em áudio e/ou vídeo produzidos em pesquisas de campo. Para dar conta de tal reflexão, mobilizam-se, principalmente, princípios teóricos da obra “Para uma filosofia do ato responsável”, de Bakhtin (2020), na qual o autor propõe um modo particular de se pensar a pesquisa em Ciências Humanas partindo da realidade do ato. Dessa forma, os conceitos bakhtinianos de ato responsável, pensamento participativo, centro de valores, não-álibi e assinatura fundamentam este artigo. O estudo configura-se como um ensaio teórico reflexivo. Ademais, estudiosos de Bakhtin e pesquisadores da área da Aquisição, tal como Sobral (2019) e Del Ré, Paula e Mendonça (2014), complementam e amparam tal interlocução teórica. Por fim, conclui-se que o ato responsável de pesquisar pressupõe um pensamento participativo do pesquisador e uma tensão de vozes entre pesquisador/pesquisado, além disso a transcrição reflete as demais escolhas da pesquisa, uma vez que é transpassada pela orientação valorativa do pesquisador como centro do fazer científico.","PeriodicalId":137098,"journal":{"name":"Cadernos de Linguística","volume":"65 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122286953","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-11-05DOI: 10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id542
Gabrielle Nascimento Santana
Este trabalho tem como objetivo central descrever e analisar os mecanismos sociointeracionais empreendidos na fala do ex-ministro da educação Abraham Weintraub durante reunião ministerial do dia 22 de abril de 2020, visando a desvelar em sua fala os modos pelos quais o sujeito desse discurso ratifica uma identidade coletiva de um grupo ideologicamente alinhado ao bolsonarismo. O aparato teórico deste estudo se baseia primordialmente nos conceitos gerais da Sociolinguística Interacional e da Análise da Conversação, tomando como fenômenos centrais a sociocognição como processo retórico-discursivo e as estratégias de (im)polidez como recursos de categorização e identificação cultural. Para a composição dos dados de análise, utilizou-se a transcrição oficial da Justiça Federal e vídeo publicado na íntegra pelo veículo jornalístico UOL. Adotamos uma postura etnometodológica acerca dos dados, voltada para a estruturação da “ação social” nas interações cotidianas (GARFINKEL, 1967). Pretendeu-se, assim, investigar não apenas estruturas linguísticas, mas principalmente o que os participantes estão fazendo na interação e como eles sinalizam textual-discursivamente o que estão fazendo. Concluiu-se que o discurso de Weintraub promove uma anulação da diversidade cultural brasileira e o enfraquecimento das instituições democráticas da República por meio de estratégias sociointeracionais de (im)polidez que constroem um apelo retórico-discursivo e narrativo em torno de uma suposta identidade coletiva bolsonarista.
{"title":"A construção de discursos antidemocráticos no governo Bolsonaro","authors":"Gabrielle Nascimento Santana","doi":"10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id542","DOIUrl":"https://doi.org/10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id542","url":null,"abstract":"Este trabalho tem como objetivo central descrever e analisar os mecanismos sociointeracionais empreendidos na fala do ex-ministro da educação Abraham Weintraub durante reunião ministerial do dia 22 de abril de 2020, visando a desvelar em sua fala os modos pelos quais o sujeito desse discurso ratifica uma identidade coletiva de um grupo ideologicamente alinhado ao bolsonarismo. O aparato teórico deste estudo se baseia primordialmente nos conceitos gerais da Sociolinguística Interacional e da Análise da Conversação, tomando como fenômenos centrais a sociocognição como processo retórico-discursivo e as estratégias de (im)polidez como recursos de categorização e identificação cultural. Para a composição dos dados de análise, utilizou-se a transcrição oficial da Justiça Federal e vídeo publicado na íntegra pelo veículo jornalístico UOL. Adotamos uma postura etnometodológica acerca dos dados, voltada para a estruturação da “ação social” nas interações cotidianas (GARFINKEL, 1967). Pretendeu-se, assim, investigar não apenas estruturas linguísticas, mas principalmente o que os participantes estão fazendo na interação e como eles sinalizam textual-discursivamente o que estão fazendo. Concluiu-se que o discurso de Weintraub promove uma anulação da diversidade cultural brasileira e o enfraquecimento das instituições democráticas da República por meio de estratégias sociointeracionais de (im)polidez que constroem um apelo retórico-discursivo e narrativo em torno de uma suposta identidade coletiva bolsonarista.","PeriodicalId":137098,"journal":{"name":"Cadernos de Linguística","volume":"105 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"126205389","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-11-04DOI: 10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id530
Ivonaldo Leidson Barbosa Lima, Isabelle Cahino Delgado, Cássio Kennedy de Sá Andrade, E. S. D. Melo, Marilene Gomes de Sousa Lima, M. Cavalcante
O processo de aquisição da linguagem pode ser impactado em crianças com síndrome de Down, uma condição genética que provoca um atraso no desenvolvimento infantil. A atenção conjunta é uma habilidade sociocognitiva que se relaciona com o desenvolvimento da linguagem. Desse modo, este trabalho objetivou analisar os estudos a respeito da atenção conjunta no desenvolvimento da linguagem na síndrome de Down. Para isso, foi realizada uma revisão da literatura em bases de dados nacionais e internacionais, a fim de identificar estudos originais acerca dessa temática. Inicialmente, foram obtidos 668 artigos. Mas após a aplicação dos critérios de elegibilidades, foram selecionados 12 estudos. Verificou-se análise do desenvolvimento de crianças com síndrome de Down em comparação com o de crianças neurotípicas ou com Transtorno do Espectro Autista, além da participação dos pais em algumas pesquisas. A análise de filmagens e as avaliações foram as propostas metodológicas mais realizadas nos estudos, e o vocabulário infantil o elemento mais investigado junto ao engajamento conjunto. A partir do levantamento das questões centrais nos trabalhos pesquisados, constatou-se evidências de que a atenção conjunta é uma habilidade potencial na síndrome de Down e que possui relações com o desenvolvimento de outras habilidades cognitivas, motoras e linguísticas.
{"title":"Estudos em desenvolvimento da linguagem na Síndrome de Down","authors":"Ivonaldo Leidson Barbosa Lima, Isabelle Cahino Delgado, Cássio Kennedy de Sá Andrade, E. S. D. Melo, Marilene Gomes de Sousa Lima, M. Cavalcante","doi":"10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id530","DOIUrl":"https://doi.org/10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id530","url":null,"abstract":"O processo de aquisição da linguagem pode ser impactado em crianças com síndrome de Down, uma condição genética que provoca um atraso no desenvolvimento infantil. A atenção conjunta é uma habilidade sociocognitiva que se relaciona com o desenvolvimento da linguagem. Desse modo, este trabalho objetivou analisar os estudos a respeito da atenção conjunta no desenvolvimento da linguagem na síndrome de Down. Para isso, foi realizada uma revisão da literatura em bases de dados nacionais e internacionais, a fim de identificar estudos originais acerca dessa temática. Inicialmente, foram obtidos 668 artigos. Mas após a aplicação dos critérios de elegibilidades, foram selecionados 12 estudos. Verificou-se análise do desenvolvimento de crianças com síndrome de Down em comparação com o de crianças neurotípicas ou com Transtorno do Espectro Autista, além da participação dos pais em algumas pesquisas. A análise de filmagens e as avaliações foram as propostas metodológicas mais realizadas nos estudos, e o vocabulário infantil o elemento mais investigado junto ao engajamento conjunto. A partir do levantamento das questões centrais nos trabalhos pesquisados, constatou-se evidências de que a atenção conjunta é uma habilidade potencial na síndrome de Down e que possui relações com o desenvolvimento de outras habilidades cognitivas, motoras e linguísticas.","PeriodicalId":137098,"journal":{"name":"Cadernos de Linguística","volume":"95 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129079027","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-11-04DOI: 10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id537
S. F. Brandão, S. Vieira
Neste texto, apresentam-se experiências concernentes à organização de corpora no âmbito de alguns projetos desenvolvidos na UFRJ nas linhas geo-sociolinguística. Além de indicar suas características bem como as motivações e os critérios que presidiram à formação dos bancos de dados, focalizam-se suas contribuições científicas, no sentido de dar conta: (i) da caracterização de variedades do Português do Brasil, não somente urbanas, mas também rurais; (ii) da constituição e comparação de variedades continentais do Português; e (iii) das feições contemporâneas do Português, não só no continuum rural-urbano, mas também no que se refere à variação estilística e à modalidade falada/escrita. Sintetizam-se, assim, algumas das contribuições desses projetos para o conhecimento de diferentes variedades do Português e, por fim, discutem-se algumas dificuldades inerentes à constituição de corpora linguísticos, em especial no que se refere à sua necessária disponibonibilização para a comunidade em geral em virtude de sua importância sociolinguística e histórica.
{"title":"Para a descrição e análise de variedades do português","authors":"S. F. Brandão, S. Vieira","doi":"10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id537","DOIUrl":"https://doi.org/10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id537","url":null,"abstract":"Neste texto, apresentam-se experiências concernentes à organização de corpora no âmbito de alguns projetos desenvolvidos na UFRJ nas linhas geo-sociolinguística. Além de indicar suas características bem como as motivações e os critérios que presidiram à formação dos bancos de dados, focalizam-se suas contribuições científicas, no sentido de dar conta: (i) da caracterização de variedades do Português do Brasil, não somente urbanas, mas também rurais; (ii) da constituição e comparação de variedades continentais do Português; e (iii) das feições contemporâneas do Português, não só no continuum rural-urbano, mas também no que se refere à variação estilística e à modalidade falada/escrita. Sintetizam-se, assim, algumas das contribuições desses projetos para o conhecimento de diferentes variedades do Português e, por fim, discutem-se algumas dificuldades inerentes à constituição de corpora linguísticos, em especial no que se refere à sua necessária disponibonibilização para a comunidade em geral em virtude de sua importância sociolinguística e histórica.","PeriodicalId":137098,"journal":{"name":"Cadernos de Linguística","volume":"352 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124452484","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-11-04DOI: 10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id534
Isabella de Cássia Netto Moutinho
O objetivo deste texto é apresentar a análise da Neurolinguística Discursiva sobre a perspectiva cognitivista para a alfabetização, imposta via decreto presidencial no Brasil em janeiro de 2019. No decreto, está determinada a adoção do método fônico no processo de ensino de leitura e de escrita. Partindo de uma metodologia heurística de análise de dados que busca as hipóteses de escrita das crianças e de concepções discursivamente orientadas de cérebro, sujeito e linguagem, analisamos exercícios representativos do método fônico e apresentamos o contradiscurso da ND, problematizando o método e destacando alternativas ao seu uso. A análise dos exercícios propostos pelo método fônico e o método das boquinhas aponta que não há embasamento teórico, linguístico ou pedagógico que sustente sua aplicação, uma vez que podem ser indutivos ao erro. Neste trabalho, alertamos para o fato de que sua ampla aplicação pode ser geradora de diversas dificuldades para muitas crianças e que sua suposta blindagem científica faz com que não se questione a efetividade do método, mas sim as aptidões e as capacidades inatas das crianças, abrindo espaço, assim, para a patologização de dificuldades normais do aprendizado.
{"title":"Análises da neurolinguística discursiva sobre o método fônico","authors":"Isabella de Cássia Netto Moutinho","doi":"10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id534","DOIUrl":"https://doi.org/10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id534","url":null,"abstract":"O objetivo deste texto é apresentar a análise da Neurolinguística Discursiva sobre a perspectiva cognitivista para a alfabetização, imposta via decreto presidencial no Brasil em janeiro de 2019. No decreto, está determinada a adoção do método fônico no processo de ensino de leitura e de escrita. Partindo de uma metodologia heurística de análise de dados que busca as hipóteses de escrita das crianças e de concepções discursivamente orientadas de cérebro, sujeito e linguagem, analisamos exercícios representativos do método fônico e apresentamos o contradiscurso da ND, problematizando o método e destacando alternativas ao seu uso. A análise dos exercícios propostos pelo método fônico e o método das boquinhas aponta que não há embasamento teórico, linguístico ou pedagógico que sustente sua aplicação, uma vez que podem ser indutivos ao erro. Neste trabalho, alertamos para o fato de que sua ampla aplicação pode ser geradora de diversas dificuldades para muitas crianças e que sua suposta blindagem científica faz com que não se questione a efetividade do método, mas sim as aptidões e as capacidades inatas das crianças, abrindo espaço, assim, para a patologização de dificuldades normais do aprendizado.","PeriodicalId":137098,"journal":{"name":"Cadernos de Linguística","volume":"32 22","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"132243109","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-11-04DOI: 10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id531
F. Aleixo, Angélica Rodrigues
Nesta pesquisa, temos o objetivo geral de demonstrar, à luz da perspectiva cognitivista elaborada por Sweetser (1990) e por Dancygier (2003), se os domínios de uso propostos pelas autoras se aplicam às orações condicionais na Língua Brasileira de Sinais (Libras). Assim, partindo de produções naturais de uso, extraídas do Corpus de Libras da UFSC, observamos que as orações condicionais, seja a partir de um enlace conjuntivo, em que há o uso das conjunções manuais SE e EXEMPLO, seja por um enlace justaposto, quer dizer, em que marcadores não manuais explicitam essa relação, podem ser analisadas segundo os domínios de conteúdo, epistêmico, de atos de fala e metatextuais. Com base na análise de 64 ocorrências extraídas do Corpus de Libras, adotamos critérios semântico-pragmáticos para mostrar que as condicionais em Libras atuam em todos os domínios propostos pelas autoras. Nossa pesquisa demonstra que, a partir de nossos resultados, abre-se margem para uma busca por elementos formais, como marcadores não manuais específicos, que suscitem o uso de cada um desses domínios.
{"title":"Análise dos domínios de uso das orações condicionais na Língua Brasileira de Sinais (Libras)","authors":"F. Aleixo, Angélica Rodrigues","doi":"10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id531","DOIUrl":"https://doi.org/10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id531","url":null,"abstract":"Nesta pesquisa, temos o objetivo geral de demonstrar, à luz da perspectiva cognitivista elaborada por Sweetser (1990) e por Dancygier (2003), se os domínios de uso propostos pelas autoras se aplicam às orações condicionais na Língua Brasileira de Sinais (Libras). Assim, partindo de produções naturais de uso, extraídas do Corpus de Libras da UFSC, observamos que as orações condicionais, seja a partir de um enlace conjuntivo, em que há o uso das conjunções manuais SE e EXEMPLO, seja por um enlace justaposto, quer dizer, em que marcadores não manuais explicitam essa relação, podem ser analisadas segundo os domínios de conteúdo, epistêmico, de atos de fala e metatextuais. Com base na análise de 64 ocorrências extraídas do Corpus de Libras, adotamos critérios semântico-pragmáticos para mostrar que as condicionais em Libras atuam em todos os domínios propostos pelas autoras. Nossa pesquisa demonstra que, a partir de nossos resultados, abre-se margem para uma busca por elementos formais, como marcadores não manuais específicos, que suscitem o uso de cada um desses domínios.","PeriodicalId":137098,"journal":{"name":"Cadernos de Linguística","volume":"36 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129183190","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}